quarta-feira, 26 de dezembro de 2012

Capítulo 17 - My angel, my devil.

Pronto, essa é o último capítulo que tenho completo. O capítulo 18 será postado em breve!!! Já estou o escrevendo. Espero que gostem!!! Lembrem-se de comentar!!
Beijos e Feliz Ano Novo para vocês!
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Nicholas Narrando
O som alto ecoava vibrante pela mansão inteira. Luzes coloridas davam o ar mais alegre e convidativo ao ambiente escuro. A casa já estava lotada de pessoas, a maioria os meus colegas e amigos da escola. Muitos deles me cumprimentavam animados e agradecendo pelo convite da festa. Na verdade, a festa é uma comemoração à nossa formatura que foi ontem. Já se passaram por volta de três semanas depois que entrei no plano da Miley e do Steve. Parece até idiota fazer uma festa diante de tanta coisa que estou passando. Mas quando meu pai me ofereceu uma grande festa aqui, não pude deixar de aceitar. Eu mereço esquecer tudo pelo menos por uma noite. Entretanto, toda essa generosidade me não veio de graça.
Orientado pela gangue, fiz a escolha de finalmente aceitar o meu cargo de herdeiro da presidência da empresa. Uma semana antes de me formar, anunciei num jantar com a família. Joe engasgou embasbacado com a notícia. Christine deu um gritinho de felicidade. Meu pai? Eu nunca tinha visto um sorriso mais carregado de orgulho na minha vida vinda dele. Senti uma pontada forte de culpa por proporcioná-lo tanta alegria e na verdade eu estou apenas seguindo regras de um plano contra ele. Mas é o máximo que posso fazer pela nossa segurança. Paul disse que eu poderia começar o estágio na associação assim que entrar na faculdade. E como um presente, ele me deu uma enorme festa de pós-formatura para me despedir dos amigos.
Joe ficou indignado quando soube. Não queria aceitar que eu estava entre Miley e Steve, para ajudar a roubar dinheiro do meu pai. Preferi não discutir muito sobre isso. Ele também sabia muito bem o porquê que eu estava fazendo isso. Só espero que não apronte mais nada, senão é bem capaz de virar mais uma vítima da minha ex-namorada.
-Nick! – ouvi uma voz conhecida e bastante animada berrar atrás de mim. Me virei e me deparei com um mais do que entusiasmado Brian. – Cara, acabou a vidinha de colegial! Eu nem acredito nisso! – ele me abraçou em cumprimento. Ele me segurou pelos ombros e sibilou. – Vamos para faculdade! Imagina as festas de universitários, as garotas mil vezes mais gostosas, e muita bebida! – poderia jurar que vi um brilho especial em seus olhos. Ele mais parecia uma criança quando visita um parque da Disney.
-É impressionante que você só consegue pensar nisso. – falei rindo. – Não acha que está otimista demais, não? Sabe, lá você vai ter que estudar também...
Ele deu de ombros em descaso. – Isso é um detalhe irrelevante. Ah! Estou sabendo que você vai mesmo tomar conta da empresa, é verdade?
-Aham. – assenti falsamente contente. – Pensando bem, não deve ser tão ruim assim. Pelo menos eu sei que não vou precisar procurar um emprego. – meu melhor amigo riu.
-Viu? Sabia que tudo se resolveria entre você e o Sr Jonas.
-E aí? Vai mesmo pra UCLA comigo? – perguntei.
-Se me derem uma bolsa. Não é todo mundo que é filho de um cara milionário, sabe... – ele me lançou um olhar brincalhão e dei um empurrão de brincadeira.
-Estou pensando seriamente em pedir pro meu pai te adotar pra ver se você para com esses dramas.
-Opa! É pra já, irmãozinho. – logo depois da brincadeira, ele varreu o olhar pela festa. – Cadê a Miley? Geralmente ela sempre fica perto de você.
Por que tinha que me lembrar dela? – Acho que ela não vai poder. A coitadinha pegou uma gripe. É melhor mesmo ela descansar em casa. – esbocei dissimuladamente um semblante um pouco triste. Sinceramente, ela ainda nem sabe da existência dessa festa. Não era relevante para a missão, então acho totalmente inútil convidá-la se o meu objetivo é tirá-la da cabeça hoje.
-Ah... Tadinha. – lamentou Brian. – Talvez na próxima, né?
-É...
Desviei meu olhar do meu amigo e avistei Leven se aproximando. Ela fez aulas de Espanhol comigo e às vezes eu até a ajudava um pouco com a matéria fora da aula, então ficamos amigos. Antes de eu namorar Miley, todos pensavam que eu tinha alguma coisa com ela. Na verdade, nunca rolou nada entre nós. Mas isso não quer dizer que eu não percebia o jeito que ela me olhava e algumas discretas indiretas.
Ela estava mais bonita do que de costume. Seus cabelos longos e loiros caíam em largos cachos sobre seus ombros e suas atraentes curvas valorizadas pelo vestido justo e curto. Não é à toa que vários caras já se meteram em brigas por causa dela. A loira abriu um enorme sorriso quando percebeu meu olhar sobre ela.
-Por que você não fez mais festas como essa? Se eu tivesse uma casa dessas, faria todo fim de semana! – ela falou divertida. Nos cumprimentamos com um beijo na bochecha.
-Não posso tirar o posto de festeiro do Brian, senão ele me mata. – ela riu. Meu amigo apenas sorriu e continuou prestando atenção silenciosamente na conversa. – Mudando de assunto, você está linda. – comentei timidamente, o que fez Brian levantar as sobrancelhas em surpresa e a Leven abrir mais o seu sorriso.
-Obrigada! Aliás, eu preciso ficar bonita pro cara em que estou interessada. – ela intensificou o seu olhar nos meus olhos. Às vezes eu posso ser até um pouco lerdo para entender as pistas que as mulheres dão pra mim, mas dessa vez seria impossível não sacar a indireta que a loira me direcionou.
-Ele é um cara de sorte, então. – respondi. Leven mordeu discretamente o lábio inferior.
-Pois é, essa sorte só depende da decisão dele. – ela percebeu a insistente presença de Brian entre nós dois e disfarçou mexendo no cabelo. – Bom, vou falar com minhas amigas ali. A gente se vê por aí.
-Tchau. – retribui o aceno de mão.
-Pode me dizer o que foi isso? – Brian perguntou abismado logo depois da loira se afastar de nós.
-O que? É a Leven, da aula de espanhol, lembra? – falei sonsamente.
-Você se esqueceu de que tem namorada? – ele perguntou como se eu fosse a pior pessoa do mundo. – Se fosse alguém como eu ou seu irmão fazendo isso comprometido, até seria compreensível. Mas você? Nick, você é aquele tipo de cara todo cavalheiro e respeitoso com as mulheres e agora, do nada, está dando um de cafajeste? O que aconteceu com você?
O que aconteceu comigo? Vamos recapitular. Há três semanas, eu descobri que eu e minha família somos alvo de golpistas, minha namorada na verdade é uma assassina que me traiu com meu irmão e estou sendo obrigado a trabalhar com criminosos para roubar dinheiro do meu próprio pai. E o pior de tudo: ainda estou apaixonado pela vigarista.
Pois é, é uma pena que eu não sei mais o que é romantismo.
-Quer saber? Me deixa em paz. Não quero saber de lição de moral agora.
-Eu soube que vocês brigaram. E você está meio estranho desde aquele dia. O que aconteceu que eu não sei? – Brian persistiu.
-Nada demais. Nós dois voltamos, estamos bem. Eu só quero me divertir na minha própria festa, posso? – retruquei já impaciente.
-Você que sabe. – ele deu de ombros. – Depois não fica com cara de bunda se contarem para Miley.
-Ela não vai saber.
Miley Narrando
Ah, ele vai me pagar! Se Nicholas acha que pode se livrar de mim hoje, ele está muito enganado. Como ele pode dar uma festa e não me convidar? Tudo bem, depois de tudo que fiz com ele é mais do que obvio que ele quer distância de mim. Mas eu ainda tenho uma imagem a manter. O que vão pensar se a namorada do anfitrião não aparecer? Tá, também confesso que estou morrendo de vontade de ir para uma festa. Não sou de ferro. Não posso só focar na missão sem alguma distração. Enfim, convidada ou não, Nicholas que me aguente, porque eu vou para essa festa.
Peguei o carro do Steve emprestado (só que ele não sabe disso), e dirigi até a casa dos Jonas. Os seguranças logo reconheceram o automóvel e permitiram que eu estacionasse lá dentro. Pude observar da entrada o jogo de luzes coloridas tomarem conta da mansão e batidas de uma música dançante contagiar os convidados. Saí do carro e ativei o alarme. Caminhar até a entrada da casa foi o suficiente para atrair ambiciosos olhares masculinos. Não posso negar que isso infla o meu ego. Apenas deixei escapar um sorriso discreto e me encaminhei para dentro da casa.
Look da Miley:
http://fashion.me/anamorgon/snips/268169.634884986400000000
Tentei ignorar algumas cantadas baratas pelo caminho. Passeei pelo local à procura do meu mais novo “parceiro”. E pelo visto estava difícil de encontrá-lo. O lugar estava bem lotado, mesmo assim, normalmente é fácil de achar o anfitrião no meio dos convidados. Então decidi dar uma olhada na parte descoberta, perto da piscina.
Parei no meio do meu caminho quando avistei o Nicholas. E pra minha surpresa não estava sozinho. Uma loira azeda estava embalada em um beijo nada comportado com o Jonas mais novo. Com aos punhos cerrados, respirei fundo para evitar qualquer escândalo. Tentei engolir a raiva descomunal que estava tomando conta de mim. Ele quer mostrar para todo mundo que eu fui traída?(Pelo menos, para os outros eu ainda estava junto com ele) Que vingancinha de baixo nível!
Não acredito que ele teve a cara de pau de ficar manchando a minha imagem desse jeito. Independente de qualquer coisa, para os outros ainda somos namorados. E o infeliz faz questão de mostrar a todos que estou levando chifre. Porém, não estou aqui para ficar de coadjuvante feita uma babaca. Não estou mesmo!
Em passos largos e firmes fui até o casalzinho. Cruzei os braços com impaciência e continuei os fitando enraivecidamente.
-Posso saber que palhaçada é essa? – sibilei. No mesmo momento, o beijo foi interrompido. Os dois se viraram para mim confusos. Nick fechou a cara quando percebeu quem que atrapalhou a sua tentativa ridícula de tentar chamar atenção.
-O que você está fazendo aqui? – ele perguntou com desdém.
-Quem é ela, Nick? – perguntou a loira limpando seu batom borrado dos lábios.
-Eu sou a namorada dele. - respondi ríspida.
-O que? Nicholas, você tem namorada e ainda tentou se aproveitar de mim? – a garota se virou indignada para o Jonas.
-Leven, deixa eu explicar... – Nick tentou inútil e pateticamente enrolar a loira.
-Você não tem que explicar mais nada! – ela o cortou nervosa, se afastando Nicholas. – E eu pensei que você fosse um cara legal, mas é um cafajeste como todos os outros!
-Espera! Leven, eu não... –Nick tentou novamente dar alguma desculpa, mas Leven ignorou as suas palavras e se esquivou entre os convidados, provavelmente indo embora da festa.
-Já vai tarde! – gritei para Leven.
Soltei uma risada maldosa enquanto o Nick se lamentava por perder a sua diversãozinha de festa.
-Bem feito! – comentei.
-Qual é o seu problema? – Nicholas perguntou irado enquanto me puxava pelo braço para um local mais reservado.
-Me larga! Está me machucando, seu animal! – resmunguei.
Nicholas me soltou e eu massageei o local que foi apertado.
-O que você está fazendo na minha festa, na minha casa, se eu nem te convidei? – ele perguntou cruzando os seus braços em frente ao peito.
-Não precisa se preocupar. Eu já sabia o endereço. – respondi sarcástica. Eu sabia que isso o faria tirar do sério. –Já ouviu falar em redes sócias? Hoje em dia, até para ir ao banheiro as pessoas postam no Twitter. Não foi muito difícil descobrir que alguém faria um festão numa mansão para todos do colégio.
- Você não precisa mais me acompanhar pra qualquer lugar. Nós só somos parceiros de crime, ta bom? Será que é muito difícil me deixar em paz? – ele levantou a voz.
- Eu fiquei sabendo que teria uma festa, então achei que seria legal. E aliás, eu faço o que eu bem quiser. Não preciso da sua permissão e muito menos de um convite idiota para isso. – respondi confiante.
-Você não tem noção do ridículo, não é mesmo? – ele comentou mal humorado. - Ah! Só mais uma coisa. - A sua feição de raiva deu lugar a um sorrisinho esperto em seu rosto. Se ele me odeia tanto, com certeza isso não é um bom sinal. -Se nós somos apenas parceiros de crimes, e o ódio que temos um pelo outro é totalmente explícito, então por que você me interrompeu com a Leven daquele jeito?
Pisquei algumas vezes um pouco atordoada e levantei as sobrancelhas em incredibilidade. Não acredito nisso. Ele acha mesmo que estou com ciúmes dele? Coitado.
-Seu imbecil, para o resto das pessoas, ainda somos namorados. O que você acha que vão pensar se virem você com outra? Sinceramente, não imaginava que você era burro o bastante para não conseguir nem atuar direito. Pelo jeito, me decepcionou.
-Aham, tá bom. Fala sério, Miley. Você não consegue nem disfarçar. “Posso saber que palhaçada é essa?” – ele me imitou com uma voz forçadamente fina. – Vai me dizer que aquilo foi parte da sua ótima atuação. – ele disse irônico com um sorrisinho sacana estampado no rosto.
-Ah, claro. Se você quer continuar alimentando sua esperança que eu gosto de você de verdade, isso é problema seu. Só te aconselho a parar com isso, porque se continuar assim até eu vou ficar com pena. – falei e o deixei para trás voltando para a parte coberta. Eu vim para cá para aproveitar a festa e não para ficar ouvindo asneiras dele.
O lugar lotado de pessoas estava se tornando um ambiente cada vez mais abafado. Tirei minha jaqueta jeans o que provocou alguns assobios. Ri com a brincadeira dos rapazes a minha volta e joguei a jaqueta em qualquer lugar.
Observei de longe Nicholas tentando se explicar inutilmente para a oxigenada, correndo atrás dela. Ela ignorava qualquer palavra que ele pronunciava, apenas falando que ele não presta e como é um cafajeste sem vergonha. Logo ela se retirou se desvencilhando dos braços do Jonas. Pelo menos assim ele aprende a lição. Ele me fitou com irado e eu apenas abri um sorrisinho inconveniente.
Tentei ignorar um pouco a presença do Nicholas, já que ele estava irritadinho demais para me receber. Pedi uma dose de vodka ao barman e virei sem mesmo parar para pensar. As batidas da música contagiantes me convidavam cada vez mais meus quadris a se moverem no ritmo. Fui até o ponto mais movimentado para me embalar à música. Dançava cada vez mais imersa no prazer de estar simplesmente me divertindo.
Senti um par de mãos masculinas apoiadas na minha cintura e não pude evitar um sorriso. Um corpo grande e musculoso se colou ao meu, que em comparação era bem menor e delicado. Entretanto, o roçar de nossos corpos não interrompeu meus movimentos sincronizados ao som.
Levada pela curiosidade, me virei para encarar o dono de tão bem esculpidos músculos.
–Oi. – foi a única que consegui pronunciar diante de tanta beleza em um homem só.
–Você é a Miley, não é? – simpático, esboçou um discreto sorriso em seus lábios.
–Aham. – assenti com a cabeça um pouco embasbacada. – E você é...?
-Oliver, prazer.
-Prazer. – muito, muito prazer em conhecê-lo.
-Seu namorado não se incomoda em ver você dançar com outros caras? – perguntou ele ainda com as mãos em minha cintura.
Desviei meu olhar de Oliver à procura de Nick. Lá estava ele, apoiado no balcão do open bar ignorando qualquer coisa que seus amigos conversavam animados. Seus olhos castanhos intensos, sem nenhuma discrição, pairavam sobre mim. Pelos seus traços faciais, a visão à sua frente não o agradava em nada. Nem mesmo pensei duas vezes e me voltei ao Oliver.
-Ele é tranquilo. Não se incomoda nem um pouquinho. – sorri para ele que logo retribuiu o sorriso. – Desculpa, mas não me lembro de você na California High School.
-Talvez se você tivesse se interessado em assistir alguma partida de futebol americano você poderia ter me conhecido antes. – comentou bem humorado.
-Foi mal... Eu sou um pouco alienada e não presto muita atenção a minha volta. – pelo menos não o que não seja de importância para a missão.
- Sem problema. – ele riu.
Apoiei meus braços em seus ombros e continuei a dançar. Ele entrou no embalo e se arriscou em alguns passos animados. Fiz questão de me movimentar bem sensualmente, conseguindo atrair ainda mais a atenção do rapaz à minha frente. Naquele momento esqueci totalmente do significado da palavra exagero. Descia até o chão, jogava a cabeça pra trás, rebolava sem nenhuma vergonha e às vezes até me divertia ao ver a cara de tacho do Nicholas.
Nicholas Narrando
Será que é mesmo necessário descrever como eu estou me sentindo agora? Sinceramente, a única coisa que me passa pela cabeça neste momento é enterrar um soco bem dado na cara daquele idiota metido a atleta. Raiva, muita raiva. É isso que está me possuindo neste momento. Não só do Oliver por estar se esfregando na Miley, mas dela. Principalmente dela por conseguir me fazer perder uma chance de ficar com a Leven para poder me fazer palhaço enquanto assisto junto com todos os meus convidados, a minha suposta namorada se divertindo e se amostrando com outro cara.
Mas eu não deveria estar com raiva. Eu não deveria estar sentindo ciúmes dela. Ela me enganou, me humilhou, fingiu durante semanas que me amava só por causa do dinheiro do meu pai. O único sentimento que deveria sentir por ela é ódio e repulsa. Porém, a repulsa que eu tenho agora é de mim mesmo, que não consegue tirar os olhos dela nem por um segundo, por sentir nojo de ver outro homem com as mãos ambiciosas sobre ela, por não conseguir aproveitar a própria festa por conta da presença da pessoa que mais me atormentou na vida.
Pedi uma tequila ao barman, e logo que foi entregue, virei o shot numa só vez. Talvez a bebida me ajudasse um pouco a me livrar da insanidade que a Miley me provocava.
Em volta, outros caras fitavam cheios de desejo enquanto ela descia até o chão descaradamente. Trinquei o maxilar, não conseguindo mais suportar a visão a minha frente.
-Nick! Estou falando com você, cara. – Brian me fez desviar a atenção para ele. Cameron e Trevor também estavam entre nós, conversando alguma coisa que eu nem sequer ouvia.
-Hum? O que vocês estavam falando? – perguntei um pouco perdido na conversa.
-Você não ouviu nada, né? – disse Cameron. – O que está acontecendo com você?
-Como se não fosse óbvio. – respondeu Trevor por mim. – Olha como a Miley está dançando. Os caras em volta estão que nem um bando de gaviões famintos só esperando uma chance para dar o bote. – ele apontou em direção à ela.
-Querem que eu responda mais alguma coisa, ou isso já explicou o bastante? – pronunciei.
Por um motivo totalmente desconhecido, Brian começou a rir. Nós três o fitamos confusos.
-Por que você está rindo? – perguntei não entendendo nada.
-Sabe o que é isso? Castigo! Lembra que no início da festa, você pensou que a Miley estava doente e não viria, aí quis pegar a loira furacão? Bom, acho que agora você está recebendo o troco.
-Não é que ele tem razão? – disse Trevor segurando o riso.
-Ei, isso não tem graça! – reclamei. – Pelo menos eu não tive a intenção de fazer isso na frente da Miley, né?
-Você que sabe. – Brian deu de ombros. – Só não acho que você deve se sentir o injustiçado.
-Mesmo assim, acho que o Nick não deve deixar a namorada rebolando daquele jeito junto com outro cara. – Cameron se virou para mim. – Se eu estivesse no seu lugar, independentemente do que eu aprontei ou que deixei de aprontar, acho que eu daria um basta nisso.
-Finalmente alguém com juízo entre nós! – eu exclamei.
Neste momento, ouvi a risada da Miley não muito distante de nós. Ela havia rido de algum comentário de Oliver que estava sendo arrastado por ela para a nossa direção. Ela se apoiou no balcão ao meu lado e pediu duas caipirinhas para o barman.
-Oi gente. – ela nos cumprimentou animada, que foi devidamente retribuída pelos meus três amigos.
-Você está testando a minha paciência, né? – sussurrei quando me aproximei mais do seu ouvido.
-Eu? Nick, só vim para sua festa para me divertir.- ela respondeu no mesmo tom de voz.- Não estou a fim de testar a paciência de ninguém. Por que a pergunta? Por acaso eu te incomodei? – ironizou deixando um sorriso brincar em seus lábios.
-Pelo mesmo motivo que você me fez dispensar a Leven, você vai ter que se livrar desse cara. Como você mesma disse, para os outros, nós ainda somos namorados então temos que manter a imagem.
-Ah... Agora você acha que eu estava certa?
–Olha só, dá um jeito do Oliver dá o fora, senão eu mesmo faço isso. – retruquei cortante.
–Nossa Nick, você está muito estressado. Toma, vai te fazer relaxar. – ela me entregou o copo de caipirinha que acabou de receber. –Me dá mais uma dessas? – ela perguntou para o barman, enquanto eu tomava um gole da bebida. Ela se voltou para mim.
–E então? Está esperando o que? – perguntei. – Se livra dele.
-Você perdeu a noção, é? Você não manda em mim desse jeito. Além do mais, ele está sendo legal comigo, e não fiz nada demais com ele. A gente só dançou.
-Sério? Pensei que estavam transando com roupa. – respondi sarcástico.
-Ai, não exagera, tá? – Miley rolou os olhos. –Oliver – ele atendeu e veio até nós. – Acho que eu cansei de dançar. Vou passar um tempinho por aqui, mesmo. – ela sorriu simpaticamente para ele. Eu continuei com a mesma expressão dura, não fazendo questão de simpatia nenhuma.
Acho que ele percebeu que eu não tinha gostado muito, pois não insistiu em trazê-la de volta a pista de dança. Apenas retribuiu o sorriso.
-Tudo bem, então. Foi muito legal te conhecer. – ele olhou pro copo em sua mão um pouco desconcertado. – Tchau.
-Tchau. – ela respondeu acenando com a mão.
Logo, o Oliver saiu do nosso campo de vista.
-Satisfeito? – perguntou um pouco mal humorada.
Dei de ombros. Ela rolou os olhos e resmungou mais um pouco, mas logo em seguida esqueceu do episódio do Oliver e ficou conversando animadamente com os meus amigos.
Minutos depois...
Trilha Sonora:
http://www.youtube.com/watch?v=qnjqNHB1bKw
Depois de conversar com o pessoal, Miley voltou à pista de dança. Mas dessa vez sozinha. Durante esse intervalo de tempo, digamos que desfrutamos um pouco demais dos drinques. Por conta da bebida, nós todos estávamos mais leves e relaxados. No caso do Brian até um pouco risonho demais. Menos estressado, não me importei mais com a presença da Miley e suas tentativas em me irritar.
Depois de conversar
Novamente Miley começou a cativar a atenção através da sua dança. Mas ela não se importava em me provocar mais. Era apenas o seu jeito de se distrair.
Ela inconscientemente exalava sensualidade. Seus olhos azuis, agora mais escuros, tinha um poder cada vez mais forte de me magnetizar. Seus quadris se movimentavam me fazendo falhar a respiração. Suas mãos delicadas passeavam livremente sobre as suas curvas dando ainda mais destaque ao seu corpo tão desejado. Essa visão simplesmente me levava à loucura.
Hesitei em ir até lá. Eu sabia que eu não posso e não devo. Depois de tantas coisas ruins que ela já me fez, seria uma imbecilidade ceder aos seus encantos. Tanta preocupação fez todo o ambiente girar a minha volta. Quer saber? Dane-se se é errado. Aliás, é só uma dança, não é?
Caminhei até ela, tentando desprezar as luzes e a fumaça que estavam me deixando cada vez mais desnorteado e me fazendo perder um pouco a noção de espaço. Quando cheguei até meu destino, colei meu corpo ao seu, apoiando minhas mãos firmemente em seus quadris. Miley apenas suspirou, pega de surpresa. Porém não reagiu mais nada além disso. Ela já sabia quem era.
Continuamos, agora juntos, a dançar. Tive que morder o lábio inferior ao sentir um volume a mais dentro de minhas calças por conta do roçar do corpo da Miley em mim. Ela simplesmente me tira do sério.
Me senti embargado com seu perfume tão delicioso. Enterrei meu rosto ainda mais em sua nuca para inalar seu cheiro tão viciante. Francamente, eu não sei bem o que estou fazendo. Não tenho mais controle sobre mim. Estou apenas sendo levado pelos meus instintos. A voz da minha consciência, que costuma sempre gritar em minha mente em alerta contra ela, agora foi calada. Miley é a única coisa que consigo pensar, enxergar e sentir nesse momento. Quem eu queria enganar? Até ela já sabe que ainda não consigo esquecê-la.
As batidas da música fazia-nos mexermos num balanço de quadris provocante. Minhas mãos famintas pela sua pele, acariciavam todo o seu corpo. Ela virou seu rosto em direção ao meu. Ao contrário do que eu esperava, Miley não proferiu nenhum tipo de provocação. Seus lábios tentadores e entreabertos não emitiam nenhum som. Seus olhos tão misteriosos me encaravam incessantemente. O meu coração disparado, não me dava mais chance de respirar de forma devida. Eu não conseguia parar de fitar aquela imensidão azul. Alguma coisa que eles carregavam me deixavam intrigado. Com certeza, não era amor. Entretanto, eu não sabia bem o que definir exatamente, e isso me fascinava.
Só me dei conta que a distância de nossas bocas estava pequena demais quando nossos narizes se tocaram. Não esperei muito tempo para aproximar ainda mais nossos lábios que logo se roçaram. Miley se virou de frente para mim e nos beijamos. Apertei mais sua cintura contra mim. Suas mãos subiram num caminho suave dos meus braços até a minha nuca. Seus lábios carnudos e macios me incentivavam ainda mais a aprofundar o beijo. Minha língua explorava toda a sua boca, me deliciando com o seu gosto único. Ela também retribuía cheia de desejo. Por um momento nós nos afastamos e encaramos um ao outro. Miley estava cada vez mais voraz. Eu podia perceber isso pelo seu olhar e sua respiração acelerada.
-O que está acontecendo com a gente? – ela perguntou atordoada e ofegante, porém sem tirar os olhos dos meus lábios.
-Você está perguntando para uma pessoa mais perdida ainda. E é você que está me deixando assim. - respondi olhando seus olhos.
-Vamos para o seu quarto? – perguntou ela.
Eu nem respondi. Apenas a puxei pela mão até as escadas. Era exatamente isso que eu mais queria agora. Subimos para o segundo andar e entramos no quarto. Por sorte, ninguém se encontrava lá.
Miley fechou a porta e a trancou. Ela se voltou a mim e me beijou com urgência. A prensei contra a parede sem desgrudar os nossos lábios. Seus dedos tentavam desabotoar minha camisa cegamente enquanto nos beijávamos. De repente, me dei conta do que estava havendo. Me afastei de sua boca. Como tive coragem de beijar aquela que me traiu e que se aproveitou de mim esse tempo todo? A mulher à minha frente não era aquela por quem eu me apaixonei. Não era aquela Miley doce, divertida e amorosa. Era a verdadeira Miley. A golpista impiedosa que cuspiu com desprezo todo o meu amor. Entre meus braços estendidos contra a parede, ela me fitava confusa.
-Olha o que você faz comigo. – falei com repugnância. – Por pouco eu não me deito mais uma vez com você. Aposto que depois jogaria na minha cara que sou apenas seu cachorrinho idiota. Como você é baixa!
-O que? Nicholas, você enlouqueceu? Você que me atiçou! – ela rebateu em defesa. – Se você me quer longe de você, então me manda embora.
Eu queria mandá-la embora, mas não conseguia. Meus lábios se moviam, mas nenhum som saia de minha boca. Eu ainda a encurralava contra a parede, a olhando naqueles olhos azuis tão manipuladores e sedutores.
-Estou esperando. Não sou a vigarista que você tanto detesta? Então me expulsa daqui. – ela me encorajou, mas nós dois sabíamos que era inútil.
-Eu te odeio. – sibilei. Era a única coisa que eu conseguia dizer.
-Sabe por que você não consegue me expulsar? Porque você quer que eu fique. Você é louco por mim. – ela deu ênfase a sua ultima frase. – Ah, por favor! Nós dois sabemos da verdade. Por que continuar negando?
Eu nada respondi. Apenas continuei com um olhar duro sobre Miley. Ela começou com beijos demorados em meu pescoço. Eu tentei me manter firme e indiferente, mas eu sei que não conseguiria me conter por muito tempo.
-Só por essa noite. – Miley sussurrava em meu ouvido. Talvez a mistura das suas provocações e do álcool, me trouxe uma breve tontura. – Eu sei que você me quer. Eu te quero também.
Novamente me deixei levar pelos meus instintos. Minha mente estava fraca demais para conseguir me conter diante dela. Eu a desejava mais do que tudo. Não tinha como eu conseguir resistir. Só mais uma noite juntos não faria mal, né?
Eu comecei a abrir sua saia, enquanto Miley mordia levemente minha orelha. Eu sentia todo o meu sangue fervilhar dentro de mim. Eu nem mesmo conseguia raciocinar por conta de tanta ansiedade para finalmente possuí-la. Deixei a peça cair pelos seus pés. Ela chutou seus sapatos para longe e fiz o mesmo, me livrando também de minhas meias. Nossas bocas vorazes se reencontraram com veemência. Sua língua macia e a minha se deliciavam numa carícia, sedentas por mais.
Miley conseguiu abrir toda a minha camisa ainda com seus lábios nos meus e acariciou toda a extensão de meu abdômen aproveitando cada centímetro da minha pele exposta. Desabotoei minha calça e em seguida a chutei para longe ao cair no chão. Desci minhas mãos que se encontravam nas suas costas até a sua bunda e a apertei com vontade quando senti um chupão em meu pescoço. Caminhamos um pouco mais pra trás cegamente a procura da cama até cairmos juntos no colchão confortável.
Me sentei sobre cama. Miley sentou em cima de mim com uma perna em cada lado do meu corpo. Ela suspirou alto ao sentir minha excitação sob seu sexo quente ainda coberto pela calcinha. Tentei procurar a abertura de seu top, mas sem sucesso. Ela soltou um riso baixinho e me ajudou a tirar a peça de vez e jogou-a para o outro lado do quarto, fiz o mesmo com a minha camisa. Enlacei mais a cintura com braços para se aproximar ainda mais de mim e beijei um dos seus seios. Miley fechou olhos, se preparando para mais. Suguei-o com suavidade e ouvi um gemido baixinho escapar dela. Continuei com a carícia, enquanto Miley mal conseguia se contiver de prazer, algumas vezes até rebolando sobre mim. E isso também me deixava louco.
Parei de estimulá-la e passei a apreciar a visão à minha frente. Miley me encarava com seus olhos agora escuros e intensos ofegante. Seus lábios avermelhados e volumosos esperavam por mim tentadoramente entreabertos. Seu corpo, dono de curvas perfeitamente esculpidas, me deixava cada vez mais excitado com apenas o ato de olhar e saber que daqui a pouco tempo eu irei possuí-lo.
Como ela pode ser tão detestável e ao mesmo tempo tão... encantadora? Eu a amo, mas a odeio. Ela é o mais lindo dos anjos, mas o pior dos demônios. É um adorável sonho e um terrível pesadelo. Miley é o paradoxo da minha vida. Sinceramente, acho que estou perdendo minha sanidade por causa dela. O que eu fiz para merecer esse caos?
Miley Narrando
Nicholas me fitava sem numa discrição, cada movimento meu, cada curva, cada detalhe. Eu não me senti envergonhada. Aquele olhar apenas aquecia ainda mais o meu corpo febril. Não tinha certeza se isso daria certo, mas eu preciso de mais uma noite com ele. Das suas carícias e de seu olhar fervoroso que me faz sentir a mulher mais desejada do mundo. Ele me tira do sério. Eu confesso que gosto disso.
Puxei Nick pela nuca para mais um beijo. Ele não demorou para retribuir tão ansioso quanto eu. Ele apertou minhas coxas que se encontravam nas laterais do seu corpo. Meus lábios chegavam a doer um pouco por conta do urgente e feroz beijo, mas não me importava.
Quando o beijo foi interrompido, me afastei e puxei a barra da cueca do Nick. Mordi o lábio inferior em ânsia. Ele levantou um pouco e me ajudou a tirar sua ultima peça de roupa. Com a mão espalmada em seu peito, empurrei o Nick para deitar na cama. Tirei minha calcinha na sua frente enquanto ele suspirou enlouquecido de desejo. Engatinhei até sua direção e parei quando cheguei até o seu membro. Lambi toda a extensão lentamente. Nick grunhiu baixinho com a minha provocação. Incentivada, coloquei apenas a glande na minha boca.
-Miley... – ele gemeu com uma voz rouca.
Então coloquei todo o seu pênis na minha boca e comecei a me movimentar com vai e vem sem pressa. Nicholas gemia com os olhos fortemente fechados. Uma de suas mãos me segurava levemente pelos cabelos, me guiando para não parar. Continuei assim até perceber que ele chegaria ao seu ápice. Me levantei antes que ele pudesse ter um orgasmo. Com respiração falha, Nick me fitava esperançoso para mais. Neguei com a cabeça. Deixei brincar um sorrisinho malicioso no meu rosto. Ele levantou uma sobrancelha com ar de desafio. Nicholas levantou e me puxou com um braço para si. Caí sobre ele. Seus olhos castanhos intensos estavam carregados de luxúria. Seus braços fortes me apertavam contra seu corpo. Encarei sua boca convidativa. Mas não deu nem tempo para beijá-lo, pois Nick rolou comigo sobre a cama. Com lugares trocados, agora ele estava no comando.
Nicholas me pegou pelos pulsos e levantou-os para a altura da minha cabeça.
-Por que você se diverte tanto em mexer comigo, hein? – ele perguntou.
-Porque sua raiva me excita. – Nick riu com a resposta.
-Isso explica tudo.
Ele começou a beijar meu pescoço. Instantaneamente, minha pele arrepiou-se. Ele me deu uma mordida que provavelmente ficaria a marca. Gemi baixinho. Ele segurou minhas pernas e sem nem mesmo um aviso prévio, ele penetrou em mim com força. Não pude evitar um grito dor e prazer. Novamente, Nick investiu sem nenhuma delicadeza. Finquei minhas unhas em suas costas largas. Assim, ele continuou com estocadas fortes e cada vez mais rápidas. Sua pele suada se roçava na minha hostilmente. O ar se tornava cada vez mais rarefeito.
-Nicky... – gemi imersa ao êxtase de seus movimentos.
-Ah... Isso, Miles. Chama pelo meu nome. – falou ele com uma voz embargada de tanto prazer.
-Nick! – gritei quando mais uma vez, ele penetrou, propositalmente ainda mais forte.
Ele continuou estocando. Nossos gemidos aumentavam a frequência cada vez mais. Segundos depois, o atingimos ao clímax. Nick caiu ao meu lado. Me virei para sua direção. Seus olhos não mais carregavam aquela luxúria. Não sei exatamente como definir. Talvez... Carinho.
Ele tirou o cabelo caído em minha testa e colocou por trás da minha orelha. Pisquei algumas vezes atordoada. Tentei olhar para outra direção. Finalmente ele conseguiu me deixar desconfortável. Porém, isso não impediu do Nick me puxar para mais um beijo. Um beijo lento e suave. Quando separamos nossos rostos, deitamos nos travesseiros macios e aconchegantes. Não demorou muito para o sono finalmente tomar conta de mim.