domingo, 26 de abril de 2015

2ª temporada - Capítulo 8: SMS

Nick Narrando

                Acordei sentindo um desconforto no pescoço e nas costas. O que está acontecendo? Abri os olhos e senti dificuldade para enxergar ao meu redor por alguns segundos graças à luz natural que banhava a toda a sala de estar. Me ajeitei na poltrona, que foi responsável pelas minhas dores, juntando as minhas lembranças de ontem como peças de um quebra-cabeça que o sono repentino fez o favor de embaralhar na minha mente. Eu não estava sofrendo de ressaca, pois não havia ficado bêbado, mas com toda a confusão de ontem é natural que eu tenha ficado meio perdido no dia seguinte.
                -Miley! – eu exclamei seu nome, logo depois que me toquei de que todas aquelas lembranças não eram um sonho. Eu olhei a minha volta, a procura de sua figura em algum canto da casa. – Miley! – eu a chamei com esperanças dela estar de volta em casa, assim como eu.
                -Hummm... – ouvi um gemido arrastado logo a abaixo de mim e vi Brian totalmente jogado no tapete, como se tivesse a apagado de uma só vez na sala. Ele estava num estado péssimo. Ele abriu os olhos com dificuldade e ouvi ele resmungar sobre estar com a cabeça explodindo.
                -Você sabe se a Miley já chegou? – eu perguntei ansioso. – Mileeey! – eu a chamei mais uma vez.
–Nicholas! – ele chamou a minha atenção, ainda deitado no chão. -Para. De. Gritar. – ele disse pausadamente com uma expressão que poderia me matar se eu dissesse mais uma sílaba acima do limite de volume de voz para a sua ressaca. – Não acho que ela deve ter chegado enquanto nós estávamos dormindo. – Ele tentou se levantar lentamente enquanto falava. -Mas se a Miley estiver de volta, provavelmente ela está no mesmo estado do que eu ou até pior, jogada em algum canto da casa. Em vez de ficar gritando, porque você não vai procurá-la?  
-É mesmo.  
-Onde você guarda aspirina nessa casa? Preciso de uma cartela inteira. – Brian murmurou, enquanto  protegia os olhos da luz com as mãos.
 -Numa das gavetas da cozinha. – eu respondi antes de disparar pela casa a procura da minha namorada.
Procurei na casa inteira: cozinha, banheiros, quartos, corredor, quintal, até no telhado. Mas nenhum sinal dela. Era óbvio que ela não chegou. Percebi também que o Joe não estava por aqui e havia sumido ontem também, um pouco antes de perder a Miley de vista. Peguei meu celular que estava no meu bolso e liguei para ela. Ninguém atendia. Liguei novamente... E nada dela atender.
-Ela não está em casa e não atende o celular. – eu informei aflito ao meu amigo que tomava água diretamente do jarro, como se tivesse tido uma jornada num deserto.  – Nada do Joe aparecer também.
-Liga para ele, também. – Brian deu a ideia. – Talvez ele atenda.
Como ele sugeriu, eu liguei para o meu irmão. Coloquei a chamada em viva-voz para que o Brian pudesse ouvir também. Depois de algumas chamadas, Joe atendeu.
-Alô? – sua voz estava embriagada de sono.
-Joe, sou eu! Onde você está? Por que sumiu? Você está com a Miley? – eu disparei em perguntas.
-Ei, ei, ei! O que está rolando? – ele percebeu que havia alguma coisa errada.
-Só me reponde, Joseph!
-Eu estou em um hotel, eu sumi porque estava tendo uma noite maravilhosa com uma mulher incrível. – sua voz era cheia de energia e carregada de bom humor. - E pode ficar tranquilo porque quando eu falo “incrível” com certeza sua namorada não se encaixa nisso. Graças a Deus não estou com a sua Miley. O nome dela é Demi. – ele se deliciou ao pronunciar o nome.
-Tá, que seja. – eu cortei impaciente. - Depois você pode falar mais sobre a sua Demi... Quando encontrarmos a minha Miley! Até agora eu não sei do paradeiro dela e ela não atende o celular.
-Sinceramente, eu achava que ela ia demorar mais um pouco para o abandonar de vez. – Joe murmurou para ele mesmo.
-Eu ouvi isso! – eu gritei ao telefone. – E vem logo para cá.
-Tá bom, tá bom... Se acalma! – ele resmungou antes de desligar.
Alguns minutos se passaram antes do Joe finalmente chegar em casa. Para mim esses minutos mais me pareciam séculos, já que eu continuava a tentar ligar para Miley sem sucesso nenhum. Procurei alguma pista de onde ela esteja com alguns amigos que estavam ontem no bar, mas nenhum deles tem ideia de onde ela possa estar. Joe chegou apressado em casa.
-E aí? Sabe onde ela está? – ele perguntou curioso.
-Não. – eu respondi preocupado. – Ninguém faz ideia de onde ela possa estar e com quem ela pode estar.
-Nick, sem querer ser chato nem nada... Mas será que ela não sumiu de propósito? Quer dizer, ninguém sabe onde ela está e ela ainda não atende o telefone.
-Claro que nã... – eu ia responder, mas tive que parar para considerar essa hipótese.
-Dessa vez o Joe pode ter razão. Você não se lembra de algum motivo para ela estar brava com você ontem? – Brian disse com uma mão sobre  meu ombro. – A gente pode continuar a procurá-la, mas pode ter chances dela não querer aparecer...
Antes que eu pudesse retrucar, o toque do meu celular me fez ficar em alerta. O número era desconhecido. Tendo quase certeza que era alguma notícia da minha namorada, atendi com o máximo de rapidez que eu pude.
-Alô?
-Alô, Nick? – eu reconheci de imediato a sua voz e uma onda de alívio me tomou. Mesmo assim, ela não parecia estar contente pelo seu tom de voz.
-O que aconteceu, Miley? Onde você está? – eu perguntei ainda preocupado.
-Eu não sei o que aconteceu. Eu só lembro que eu apaguei e quando eu acordei, eu estava há alguns quarteirões longe do bar, nos fundos de uma loja abandonada. Estou ligando agora do telefone público que fica em frente ao bar, porque eu perdi meu celular. Merda, Nicky, eu to me sentindo um caco. E o que me deixa mais nervosa é que eu não sei como fui parar naquele lugar. – ela desandou a falar, com uma voz mal humorada e arrastada, provavelmente por causa da ressaca. – Eu nunca apaguei desse jeito com álcool antes.
-Fica calma, Miles. O que importa é que você está bem e que não aconteceu nada de grave. – eu tentei passar um pouco de tranquilidade para ela, mas minha mente viajava em especulações. - Estou ido para aí agora te buscar. Não saia daí!
Não esperei para responder as perguntas curiosas de Joe e Brian. Peguei a chave do meu carro que estava em cima da mesa e saí disparado para fora da casa. Mesmo com perguntas sem respostas, os dois me acompanharam e entraram no veículo tão rapidamente quanto eu. 
                Fui explicando mais ou menos o que a Miley me disse por telefone para o Joe e Brian, enquanto eu dirigia em toda a velocidade. Em poucos minutos, eu já tinha chegado ao destino e estacionei de qualquer jeito, quando avistei onde a Miley estava. Em passos rápidos, ela e eu nos aproximamos para um abraço apertado, de principalmente de alívio.
                -Nunca mais me dê um susto desses. – eu disse ainda durante o abraço, enquanto afagava o seu cabelo.  Ela carinhosamente me deu um beijo na bochecha.
                -Desculpa por ontem. – ela falou enquanto nós nos separávamos.
                -Não precisa se desculpar.  – eu balancei a cabeça. – Isso não importa mais.
-Mas eu preciso saber o que aconteceu ontem a noite comigo. Para pelo menos conseguir recuperar o meu celular. – Miley repondeu em um suspiro cansado.

 Flashback on

Miley Narrando

                Chegamos ao local depois de alguns minutos de partida. Já fazia mais ou menos meia hora que nos sentamos numa mesa disponível para beber alguma coisa. O bar estava lotado de colegas da universidade do Nick. Pelo visto, hoje todos eles combinaram um break no final do dia juntos. Alguns já estavam bem felizes e falavam alto demais para estarem totalmente sóbrios, mas por enquanto todos se encontravam num estado decente. Durante todo o percurso de nossa casa até aqui, a bruaca da Selena não parava de tagarelar com Nick, tentando a qualquer custo desviar sua atenção toda para ela. Como eu não estava a fim de bancar a namorada chata, ciumenta e insegura, fingi que tudo estava nos conformes quando eu tentava ligar o “foda-se” na minha cabeça.
                Joe, Nick e Selena riram de alguma coisa do que a garota disse, me fazendo acordar do meu estado vegetativo de tédio total. Teoricamente, eu estava na roda de conversa, pois eu me encontrava à mesa junto com o trio e Brian, que tinha saído para pegar alguma bebida. Mas eu estava totalmente por fora do que eles falavam, enquanto eu me distraía com a minha raiva em relação a simpatia do Joe, ou o sinismo de Selena, ou até mesmo o descaso de Nick em relação a mim.
                -Você é a amiga mais legal que o Nick já arranjou.  – Joe disse rindo.
                -Brian vai ficar com ciumes se ouvir isso. – Nick brincou, igualmente bem humorado.
                -Brian já é da família. – ele deu de ombros. – Além do mais, olha só. – Joe apontou para Selena. – Ela é linda e ainda sabe as melhores piadas europeias.
                Eu rolei os olhos. Agora é queridinha do Joe, é? Espero que casem e tenham uma penca de pestinhas tão insuportáveis quanto os pais.
                -Ouvi meu nome. – Brian chegou com duas garrafas de cervejas geladas e se sentou ao meu lado.
-Joe está te comparando com comigo. – Selena respondeu.
 –Joe, você tem que parar de fazer essas comparações. Você sabe que ninguém consegue roubar o Nick de mim. – ele piscou brincalhão para Selena. – Bom, ninguém a não ser que seja Miley. – ele disse rindo e me entregou uma das garrafas para mim. Eu aceitei a garrafa e sorri num agradecimento silencioso.
De alguma forma, ele deve ter sacado que o clima não estava muito bom pra mim e decidiu quebrar o gelo. Me sinto grata por pelo menos Brian estar por aqui para ajudar a amenizar a situação para que ela não fique ruim o suficiente para eu não mandar todo mundo ir a merda e sair desse bar para algum lugar aleatório longe deles e da minha crise de ciumes idiota.
 Bebi um gole demorado da bebida gelada enquanto eu observava com gosto do sorriso de Selena morrer por um mísero segundo e dar lugar um outro completamente falso.
-É claro! Eles fazem um casal muito fofo. – ela mentiu.
-Obrigada, Selena. – eu respondi com um sorriso igualmente artificial. –Somos fofos mesmo, né Nicky? – eu disse num tom irônico para o meu namorado e mantendo o sorriso debochado para ele. Nicholas percebeu rapidamente o meu sarcasmo e fechou a cara.
                -Então, Sel. Quando que vamos marcar aquele lual que todo mundo está querendo? – Eu não creio que ele me ignorou de propósito! Nicholas se virou para a morena, demonstrando um “imenso” interesse num dos assuntos bestas que é comum dos dois e dos seus amiguinhos de faculdade. 
                -Com certeza antes que o inverno chegue! Mas vou precisar da sua ajuda para prepará-lo. -  ela alisou o braço forte de Nick enquanto sorria e eles continuavam na conversinha de jovens riquinhos e filhinhos de papai que só pensam em  festas. Eu rolei os olhos.
                Eu troquei olhares com Brian. Ele logo percebeu o que eu quis dizer com o meu olhar mortal. Eu estava mais do que puta. Eu queria arrancar aqueles cabelos negros e longos de Selena fio por fio, e fazer Nicholas engoli-los até se engasgar. Ouvi um barulho abafado e baixo de uma risada discreta. Quando olhei para direção do barulho, Joe escondia um sorriso malicioso, tentando disfarçar por trás do drinque que bebia. A sua vez também te aguarda, Joseph.
                Nick estava amando se sentir disputado. Estava todo se querendo dando atenção para Selena e cumprimentando as suas coleguinhas com piscadelas e sorrisinhos simpáticos demais. Ele estava se deliciando em me ver com ciumes, doida para marcar o meu território e depois fodê-lo caprichadamente só para mostrar quem era a sua mulher de verdade. Já conheço eu sou joguinho, Jonas. Hoje você não vai se dar bem. Não mesmo! Quem comanda os jogos sou eu.
                Levantei rapidamente com um sorrisinho sarcástico no rosto e sem dar satisfação a ninguém fui até o grupo de caras que estavam se acabando na tequila. Os solteiros fanfarrões. Ajeitei o meu decote mais pra baixo. Eles logo perceberam a minha companhia e sorriram sem nenhum pingo de inocência. Ouvi um assobio vindo do grupo de rapazes e já me diverti com isso.
                -O que a americana mais sexy que eu já vi quer com a gente? – um loiro bonitinho perguntou cheio de um sotaque pra lá de charmoso. 
                -Eu quero me divertir um pouco. Não posso?
                -Claro que pode. – ele sorriu. – Só não sei se seu namorado vai gostar muito. – ele fez um movimento com a cabeça, se referindo ao Nick. Com certeza ele deve estar nos encarando agora, mas eu nem me dei ao trabalho de olhá-lo. Vai sentir o gostinho do próprio veneno.
                -Nick é meu namorado, não é meu dono. – eu me curvei para me apoiar no balcão e me aproximei dos rapazes. – Um pouquinho de diversão não faz mal a ninguém.  Aliás, vou ensinar a vocês como é que se diverte de verdade com tequila. – eu pisquei cúmplice, os caras comemoraram barulhentos, levantando os seus drinques para o alto e eu ri.  
               
                Joe Narrando

Aquela mulher é esperta feito uma serpente. E eu aqui crente que teria um showzinho ridículo de ciúmes da Miley, mas esqueci completamente que ele prefere jogar sujo. A essa altura, Nick não dava a mínima para o que eu, Brian ou Selena falávamos. Ele apenas consentia, dava respostas curtas, enquanto os seus olhos queimavam sobre a sua namorada esquentadinha. Ela já estava pra lá de bêbada junto com os caras da universidade do Nick, falando alto e rindo, os abraçando pelo pescoço como se fossem seus melhores amigos.
Nicholas tentou disfarçar a sua raiva por um bom tempo, até que ele não aguentou mais e comentou todo nervoso.  –Olha como aqueles babacas encaram o decote dela. Parece que nunca viram um par de peitos na vida.
-Engraçado, pensei que eles tivessem gostado mais da bunda dela. Teve um que quase torceu o pescoço para dar uma boa olhada. – eu adicionei um comentário. Eu sei não estou ajudando em nada, mas a minha língua estava coçando para falar alguma coisa.
-Eles são uns imbecis que não pegam quase ninguém e quando aparece uma mulher bonita assim, só falta atacá-la. – ele resmungou. – Filhos da puta.
-Vai culpar os caras? Fala sério, uma mulher fácil e bêbada é um prato feito para eles. É tudo o que eles querem hoje.  – eu não pude evitar dar uma boa alfinetada. Porque nós todos sabemos muito bem que toda aquela provocação foi totalmente planejada pela Miley.
-Sabia que você pode usar a vontade o seu direito de ficar calado? – Nick rebateu, sem conseguir conter o nervosismo.
-Mas o Joe tem razão, Nick. Sem querer ofender, mas ela não está se dando o respeito. Nem por ela mesma, nem por você.  – Selena apoiou sua mão sobre a coxa do Nick por baixo da mesa. Essa garota não está perdendo uma oportunidade de passar a mão no meu irmão. Não é a toa que a Miley tem ódio mortal dela. 
-Quem não se dá o respeito? - quando nos demos conta, Miley estava a nossa frente apoiando a suas mãos sobre a mesa. Um sorrisinho sem vergonha estampando o seu rosto e o cheiro de álcool acompanhava a sua presença.
-Você, Miley Ray. – Nick respondeu sério, fazendo questão de mostrar o quanto estava bravo. 
-Eu? – Miley apontou para ela mesma, com uma expressão forçadamente inocente. – Qual o problema de eu fazer amizade com os seus colegas? Eles são tão legais! Não fazia ideia que você era tão possessivo assim, amor.  
                - Possessivo, eu? Claro que não! Vamos fazer assim: Você faz o que você quiser e eu não vou meu importar. Não é isso que você quer? – ele continuou na onda de sarcasmo que a sua namorada começou.
Todo o deboche da Miley estava alimentando cada vez mais a raiva do meu irmão que estava a ponto de explodir. Mas aquilo não parecia suficiente para ela. Dava para ver no brilho dos seus olhos azuis que vinha mais provocação por aí.  
-Ótimo! – ela respondeu antes de virar as costas para nós. E Nick voltou a sua “atenção” para a Selena.

Trilha Sonora:



Não demorou dez minutos para ouvirmos o som do bar tocar alto uma música conhecida e gritos de comemoração vindos do grupo dos caras bêbados que estavam com a Miley. E ali estava a infeliz. Subindo em cima da mesa, quase não se aguentando com o seu próprio peso. Eu bufei com a mão sobre a têmpora. Só me faltava essa!
-Eu amo essa música! – Miley falou alto, quanto começava a rebolar em cima daquela mesa, dando uma visão privilegiada do seu corpo para os caras que a encaravam famintos.
Ela jogava o cabelo, balançava os quadris conforme a batida, passeava as mãos sobre o próprio corpo. Eu vi o rosto do Nick adotar um tom de vermelho rapidamente, mas ele fazia força pra tentar ignorar a própria namorada, não querendo de jeito nenhum dar o gostinho para ela de dar alguma atenção ao seu showzinho. E do outro lado havia a Miley que o encarava de longe, enquanto fazia uma dança sexy.
 Miley jogou o cabelo longo e volumoso para o lado e mordeu o próprio lábio, como se estivesse pronta para matar um daqueles caras de tesão. Alguns deles já levantavam os celulares para gravar e guardar de lembrança o número de dança da minha cunhada. Se deliciando com toda aquela atenção, ela começou a levantar a sua própria blusa lentamente. Quanto mais se mostrava o seu sutiã de renda, mas suspiros e exclamações eróticas eram ouvidos. Striptease? Sério mesmo!?
Nick levantou num supetão. – Desça daí agora, mesmo! – ele falou alto para a Miley. Mas ela fingia que não conseguia escutar o que ele dizia.
Ela jogou a sua blusa para longe, enquanto dançava de sutiã e um short curto. A ousadia era tanta que ela chegava a apertar os próprios seios enquanto abria um sorriso malicioso. Nick estava a ponto de matar um, mas ela mesmo assim continuava a dançar.
-Vou parar com essa palhaçada agora mesmo! – ele levantou irado, caminhando em direção a Miley.
Nick empurrou todos os caras tarados que cercavam a Miley,os xingando de todas as formas possíveis. Deu um empurrão no tarado que segurava a blusa da sua namorada e pegou a peça para si. Abriu mais o caminho entre os caras bêbados até alcançá-la e puxá-la pelas pernas. Com o movimento rápido do meu irmão, ela gritou de susto e todos os caras começaram a protestar com a atitude de Nick de acabar com a atração da noite. Ele a segurou por cima do ombro, a tirando de longe dos olhares maliciosos dos outros homens.
-Me põe no chão! – Miley gritou enquanto batia no Nick pelas costas.
Depois de se afastarem um pouco mais da parte movimentada, ele a colocou em pé novamente. Mesmo assim, ele continuou a contê-la, a segurando pelo braço e a olhando cheio de raiva.
-Que merda você tem na cabeça!? – Nick praticamente gritou.
-Primeiro, me larga! E segundo, para de gritar comigo! Aliás, você mesmo fez um trato. Eu estava fazendo o que eu queria fazer e você, ao contrário do combinado, se importou e muito! – Miley começou a respondê-lo no mesmo tom de voz.
-Você estava fazendo papel de ridícula! – Nick rebateu antes que ela continuasse a falar. – Era óbvio que eu tinha que fazer alguma coisa. Você estava parecendo uma vadia!
-Só parecendo?  - eu fiz uma observação.
-Foda-se, você não é meu dono! – ela conseguiu se livrar da mão do Nick e o empurrou. Pegou sua própria blusa que o meu irmão segurava e a vestiu.
-Como você consegue ser tão infantil, Miley? – Nick disse balançando a cabeça negativamente.
-Infantil? Pelo visto eu não sou a única, porque quem começou com brincadeirinhas de provocações foi você, seu sonso! – ela apontou o indicador para ele.
-Vamos pra casa. Agora mesmo.  – ele falou com firmeza, enquanto a puxava pela mão.
-Nós, não. Você! Eu quero continuar aqui! – ela puxou a sua mão para si.
Antes que ele pudesse responder alguma coisa, Brian se colocou entre os dois, tentando apaziguar a briga.
-Nick, ela ta bêbada, esqueceu? – Ele falou para o amigo que só faltava soltar fumaça pelos ouvidos. – Deixa isso pra lá... Estamos aqui pra curtir. Ela só estava fazendo isso porque estava querendo sua atenção.
-Não preciso de atenção de ninguém. – Miley se meteu, cruzando os braços.
-Claro que não, Miles. – debochou Nick rolando os olhos.
-Quer saber? Acho que quem agora quer beber tequila sou eu. –Brian mudou de assunto e Miley comemorou de um jeito exagerado e engraçado. –Vamos lá, Miley?
-Finalmente! Pensei que você fosse ficar aí nessa chatice para sempre. – ela respondeu, abraçando o Brian. – Eles não sabem se divertir. – ela sussurrou para ele com toda a discrição e sutileza de um bêbado, que fez todos nós ouvirmos.
-Pode deixar que eu tomo conta dela, Nick. – Brian disse com um sorriso tranquilizador para o seu melhor amigo que fez um sinal de “ok” com o polegar, mesmo com o seu semblante mostrando o contrário. 
-Vamos lá, vamos lá! – cheia de animação e falando alto, Miley arrastou Brian em direção aos seus “novos amigos”.
Alguma coisa me diz que o Brian não vai mesmo conseguir tomar conta dessa maluca.

Minutos depois...
Brian não conseguiu mesmo tomar conta dela. Aliás, quem agora precisa de cuidados é ele que está tão embriagado quanto a sínica da Miley. Eu e Nick já sabíamos muito bem que ele já era fraco para beber e quando vimos o cara virar a terceira dose de tequila, já tínhamos certeza que a partir daí ele não teria mais condições nenhuma de tomar conta de alguém, muito menos dele mesmo.
Algumas doses de álcool depois, Brian já falava alto e ria com a Miley. Mesmo com a companhia (inútil) do Brian, os caras continuavam a rondar a Miley como abutres, quase a comendo com o olhar e cochichando alguma coisa em seu ouvido que a fazia rir abobalhadamente. Obviamente que o meu irmão continuava num estado de nervos. Eu poderia dizer que a era culpa exclusiva da Miley, mas convenhamos. Ela só está fazendo esse showzinho para chamar atenção do Nick por causa de ciúmes que ele mesmo estava provocando. Bom, isso não me faz mudar de ideia sobre a Cyrus. Mesmo com todo esse joguinho de ciúmes, ainda acho que ela não é nada confiável.
-Eu vou fazer isso! – Brian disse com confiança e firmeza. Ele vinha em direção à nossa mesa junto com a Miley.
                -Isso mesmo! Diga tudo o que você tem que dizer. Mostra que você é homem de verdade. O homem pra ela! – Miley dizia meio enrolada com as palavras. Do que eles estavam falando?
                -Você tem razão. – Brian disse pegando o seu telefone celular que havia deixado em cima da mesa. – É agora ou nunca.
                -Toma mais um pouco para você criar coragem. – Miley estendeu mais uma dose do líquido amarelado para o Brian que virou de uma vez só.
                Eu e Nick os encarávamos confusos com toda a conversa esquisita que falavam. Tomar coragem pra que? O que eles estão planejando fazer? Independente do que seja, essa história não está me cheirando bem e  percebi que o Nick tinha a mesma sensação quando trocamos olhares desconfiados.
Brian digitou uma sequência de números no seu celular e depois esperou ser atendido. Ele saiu caminhando pra a saída do bar, para ficar longe do barulho. Mas antes que ele pudesse sair do local, pudemos ouvir o suficiente para saber o que viria por aí.
-Alô? Christine? Eu preciso te falar uma coisa muito importante. – ela falou alguma coisa do outro lado da linha. – Não, eu não estou bêbado. –silêncio. – Droga, eu só bebi um pouquinho só. Estou sóbrio! Agora cala essa boca e me escuta. – Então Brian foi em direção a rua para falar não sei mais ou que para a minha madrasta. Puta merda.
-Puta merda! – Nick disse exatamente o que eu pensei e saiu correndo em direção ao seu amigo para evitar que o pior acontecesse.
-O que? O Nick não pode impedir o Brian! – Miley exclamou, extremamente chateada pela intervenção do seu namorado pra a possível merda que Brian está fazendo.
-Cala a boca, Miley. Você não tinha nada que incentivá-lo! – eu chamei sua atenção.
-Tinha sim! – ela respondeu fazendo um biquinho. Eu rolei os olhos. Ótimo, como se alguma discussão com ela agora pudesse adiantar alguma coisa.
-O que está acontecendo? – Selena perguntou confusa.
-O Brian vai se declarar pra mulher da vida dele. – a Miley respondeu convicta. – Mas o Nick não pode impedi-lo.
-Mas qual seria o problema? – Selena perguntou para mim curiosa.
-O problema é que ele está caindo de bêbado, ela não faz ideia dos sentimentos dele e ela é uma mulher casada. Ah é! Mais um detalhe: A moça é nossa madrasta.
A boca de Selena se abriu em surpresa num mesmo instante, tomando conta da proporção gigantesca da cilada que o Brian está se metendo.
-Dio mio. – ela exclamou chocada, colocando a mão sobre o peito.
-Eu sei...
Mas por um momento eu minha mente desligou de toda aquela confusão quando os meus olhos reconheceram a moça misteriosa do bar. Aquela mesma, que me deu um fora. Ela conversou alguma coisa breve um cara que estava entre os jovens bêbados. Rolou os olhos, entediada com alguma coisa que ele disse. Pegou a sua garrafa de cerveja e foi caminhando em direção à saída.
Ela não deu a mínima para nenhum dos caras que a lançavam olhares maliciosos e jogavam elogios e cantadas durante o pequeno percurso até a saída. Ela não precisava ser lembrada do quanto que é desejada. Ela já sabia e se orgulhava disso. Dava pra perceber claramente pela sua expressão.
E lá vai ela novamente. Com a beleza de parar o transito, confiança no andar e mistério nos olhos. Aquela britânica exalava desafio de longe. Tenho que admitir que em relação a sedução, eu adoro jogar e que sempre fui atraído por desafios.
Encontrar com essa mulher novamente no mesmo lugar é uma coincidência bastante atrativa, que me inquietava e me intrigava. Meu lado cafajeste já gritava na minha consciência: “Leve-a para cama! Não importa se não a conheça, não importa se ela te deu um fora. Faça toda aquela arrogância se desmanchar quando ele gemer o seu nome. Você é Joe Jonas e consegue qualquer mulher que desejar!”
Obedecendo essa voz, ignorei as baboseiras que a minha cunhada bêbada falava para Selena. Pelo seu tom de voz, devem ser palavras nada educadas. Mas eu não estava nem aí para isso. Nick que se vire com essas duas. Me levantei da mesa e segui os passos da morena.
Nick Narrando
-Alô, Chris? É o Nick. – eu disse enquanto fugia do Brian que tentava pegar o seu telefone de volta para continuar falando baboseiras para a minha madrasta. –Ignora o que o Brian falou. Ele exagerou no álcool e não consegue nem se manter em pé direito.
Eu ouvi a risada da loira do outro lado da linha. “Tudo bem... Já imaginei que ele não estivesse sóbrio.”
-Eu quero falar com ela. Me entrega essa merda de celular agora! – Brian gritava comigo enquanto eu tentava manter distância.
-Vou ter que desligar, porque ele está querendo pegar o telefone de volta. Nos falamos amanhã, ok? Me desculpa pelo Brian estar te chateando.
“Ok. Até amanhã, Nick. Beijinhos! E manda um beijinho para o Brian, também!” Ela soltou uma risadinha. “Melhoras para ele.”
-Pode deixar. Beijos! – eu desliguei o aparelho.
-Me devolve o celular! – Brian implorou com uma voz de choro, enquanto eu guardava o aparelho no meu bolso. – Eu preciso dizer que eu a amo. E que vou ficar mais rico do que o seu pai.
Eu ri com a última frase. Isso vai ser um desafio bastante difícil, meu amigo. –Vamos fazer o seguinte? Você diz tudo o que tiver que dizer para ela quando estiver sóbrio, ok? Não quero que depois se arrependa da merda que você estava prestes a fazer.
-Mas eu estou sóbrio! – ele protestou, batendo o pé no chão.
-Claro que está. – respondi, fingindo ser paciente. – Você e Miley estão completamente sóbrios.
Tudo o que eu queria hoje era ter um pouco de descontração, mas pelo visto tive que virar babá de dois bêbados nada convenientes que resolveram fazer merda atrás de merda numa noite só. Ao lembrar que a Miley ainda estava lá dentro longe dos meus olhos, eu decidi voltar logo para o bar e tentar convencê-la a ir para casa.
-Cara, estou muito cansado. Vamos lá pra dentro buscar a Miley para ir embora? – eu disse guiando um Brian sem muito equilíbrio para dentro do pub.
-Agora que a noite estava ficando legal? – ele insistiu com pena de sua diversão acabar.
 -Quando chegar em casa eu devolvo o seu celular e você faz a ligação pra quem você quiser, ok?E aliás, você me prometeu cuidar da Miles para mim, lembra? Agora vai ter que cumprir.
 Entramos no local e só consegui avistar Selena perto da nossa mesa, com uma cara nada boa, carregando a sua bolsa, pronta para ir embora. Não consegui avistar nem Miley, nem Joe por perto. Fui até Selena para saber o que aconteceu na minha ausência e o qual é o motivo do seu possível mau humor.
-Sel, já está indo embora? – eu perguntei quando me aproximei dela. – Aconteceu alguma coisa?
Ela rolou os olhos e suspirou. – Nada, Nick. É só a sua namorada que trocou palavrinhas nada boas comigo. Esse ciúmes delas está me cansando. Parece que ela só vai me deixar em paz quando nossa amizade acabar.
Eu sabia muito bem que a Miley estava agindo daquela forma por minha culpa. Eu queria me divertir um pouco com a disputa de atenção da Miley e Selena, mas não imaginava que a minha namorada reagiria tão mal. Mas ela agiu e vou ter arcar com isso.
-Que isso, Selena. Ela só está um pouco fora de si. – ela me encarou e cruzou os braços. – Ok, muito fora de si. Mas pode deixar que quando a Miles estiver melhor, eu vou conversar com ela. – eu disse apoiando minha mão sobre o seu ombro.
-Tudo bem... –Selena respondeu meio desanimada. – Acho que não estou mais no clima pra ficar aqui. A gente se vê por aí. – ela me beijou na bochecha e acariciou sua o lado oposto do meu rosto.
-Até mais. – eu disse a abraçando. Antes que ela se afastasse e fosse embora, eu chamei sua atenção.  – Ah! Falando em Miley. Você viu onde ela está?
-Ela tomou mais uns drinques, depois disse que estava indo para casa e foi embora. – Selena deu de ombros.
Joe Narrando
Senti uma movimentação brusca no meu lado da cama e acordei. Com preguiça de abrir os olhos, sorri triunfante ao sentir o cheiro dela. Me virei  para o lado para envolver o seu corpo nu no meu e senti um espaço vazio. Abri os olhos e avistei a moça misteriosa na ponta da cama juntando as sua peças de roupa.
Tentei aproveitar o máximo da visão da sua pele branca exposta enquanto ela se vestia com pressa. Chegava ser um pecado um corpo daquele ser escondido por trás de roupas.
-Por já vai tão depressa? – eu perguntei . Estava decepcionado por não ter a chance de me despedir da forma certa daquela britânica que eu ainda nem mesmo sabia o nome com mais uma transa deliciosa, assim como fizemos várias vezes ontem à noite.
-Eu preciso mesmo ir. – dizia enquanto colocava os sapatos com rapidez. – Eu sei que é cedo demais, mas acho que eu nem deveria ter ficado a noite inteira. – a morena se apoiou sobre o braço e se inclinou em minha direção. Seus lábios irresistíveis me deram um beijo rápido, mas eu não deixei que ela se afastasse. A puxei para mim e aprofundei o beijo, acariciando deliciosamente sua língua com a minha. Infelizmente o beijo não pode durar muito.
-A noite foi ótima. – ela disse, passeando sua mão macia pelo meu peito. – Realmente você é um amante excepcional, mas... Eu preciso mesmo ir. É sério.
-Tudo bem. – eu cedi e a soltei dos meus braços. – Tomara que algum dia a gente possa repetir a dose.
-Quem sabe um dia, quando nos encontrarmos de novo por aí? – ela disse enquanto pegava o resto das suas coisas com pressa.
-Ei! – Eu chamei sua atenção antes de sair do quarto. Ela se virou para mim. – Eu ainda não sei seu nome, amante misteriosa.
Ela abriu um sorriso contagiante e respondeu. – Demi, meu nome é Demi.
                E foi assim que saiu. Me deixando apenas o seu nome e um sorriso encantador. Eu joguei meu tronco sobre o colchão macio com um sorrindo mais do que satisfeito. Demi... Um dia te farei minha de novo e da próxima vez, eu não vou te deixar escapar.
Flashback off
Nicholas Narrando
-Bom, e foi isso que aconteceu. – eu disse depois de contar tudo o que aconteceu ontem à noite. Já estávamos em casa, juntando lembranças para tentar descobrir alguma pista de como a Miley foi parar naquele lugar abandonado. - Eu procurei você a noite inteira e ninguém fazia ideia de onde você foi parar.
-Ótimo! É só o que me faltava. Provavelmente algum imbecil se aproveitou do meu estado e roubou o meu celular, enquanto eu estava apagada. – Miley disse depois de tomar a segunda xícara cheia de café forte.
-Tinha alguma coisa importante no seu celular? – Brian perguntou com curiosidade.
-Bom...- Miley trocou olhares preocupados comigo. Eu não acredito que isso está acontecendo! – Tinha alguns arquivos íntimos de nós dois lá dentro. Pelo menos, ela tem senha para abrir, mas é um risco que nós estamos correndo agora.
-O que me mais me preocupa agora é se alguém tentou fazer algum mal pra você enquanto você estava inconsciente. Ainda mais ontem que tinha um bando de tarados bêbados de olho em você. – Eu disse com cautela, enquanto a envolva com um braço protetoramente.
-Acho que não aconteceu nada do tipo. Tirando a dor de cabeça horrível, eu me sinto bem fisicamente. Se tivesse tentado alguma coisa, teria deixado marcas. – ela respondeu. Seus olhos azuis claros me encararam com me passando tranquilidade. – Eu estou bem, eu juro. Não precisa se preocupar.
Senti meu celular vibrar no bolso e o peguei, com esperanças de alguma boa alma ter achado o celular da Miley e ter ligado para avisar. Mas era uma mensagem. Ou melhor, uma mensagem vinda do celular dela. Que ótimo sinal! Eu abri rapidamente o SMS e o li. Ah, não... Uma sensação ruim começou a me tomar conta. Aquilo estava longe de ser um “ótimo sinal”.
-Nick, o que está acontecendo? Que cara é essa? – Joe perguntou não gostando nada da minha reação ao ler a mensagem.
-Estão com o celular da Miley e acabaram de me mandar um aviso. – eu respondi. – “Imagino que esteja a procura do celular da sua namorada. Manda um recado para ela que o aparelho está sendo muito bem cuidado, obrigado. Aliás, como ela está? Depois de ela ter bebido ‘boa noite Cinderela’, pensei que ela ia ficar apagada por uma semana... rs  Sinceramente? Pensei que ela fosse mais esperta e que não aceitaria bebida de estranhos.”
-Me doparam de propósito. – Miley balbuciou assustada. – Isso quer dizer... Quer dizer que foi planejado. A pessoa queria ficar com o meu celular!
                Um silêncio carregado de tensão pairou sobre aquela sala, nos esmagando impiedosamente. Antes que alguém mais tivesse forças pra pronunciar alguma coisa, o celular vibrou novamente sobre a minha mão. Todo nós nos entreolhamos. Mais uma mensagem do número da Miley.
                -Leia em voz alta. – Miley pediu. E assim eu fiz. Abri a nova mensagem e comecei a ler para todos ouvirem.
                -“ Eu adorei os vídeos . Tenho pensado com carinho em compartilhar essa maravilha com outras pessoas. Especialmente com o pessoal da faculdade, o que acham?

Ah! Nem pensem em prestar queixa na delegacia! Acho melhor, a partir de agora, os dois se comportarem muito bem. Aliás, não é todo mundo que carrega informações privilegiadas, não é? E não, eu não estava me referindo aos vídeos e fotos pra lá de safados que eu achei aqui. Sei coisas que não eu deveria saber, que ninguém deveria saber. Mas acho que não preciso me preocupar, né? Nós sabemos muito bem que a Miley não se dá muito bem com a polícia."

terça-feira, 7 de abril de 2015

2ª temporada - Capítulo 7: Jealous

Miley Narrando
               
                -O que está acontecendo aqui?! ouvi a voz de Nick poucos metros de distância de mim e de Joe. Por um momento, suspirei aliviada por ele ter chegado eu não precisar encarar as acusações loucas do Joe sobre um suposto caso com o Chad. Até que enfim alguém vai dar um basta nisso, porque sozinha está difícil.
                Quando o meu olhar capturou o semblante furioso de Nick e uma confusão presente transmitida pelos seus olhos, eu me toquei da estranheza da visão que ele estava tendo. E por um momento, me lembrei de uma coisa ainda mais estranha: eu e o Joe já tivemos um caso. Bom, foi de apenas uma noite, os meus sentimentos pelo Nick eram uma farsa e eu estava focada em outra coisa bem maior. Mesmo assim, não dá pra negar que eu já traí o Nick uma vez com o seu irmão mais velho. Droga, o que ele deve está pensando agora?
                Parecendo ler os meus pensamentos, o Joe também percebeu a situação acidentalmente suspeita, me largou e me empurrou para longe dele. Não com muita força, mas o suficiente para mantermos uma distância segura para começarmos a nos explicar para o Nicholas.
                -Vocês ainda me responderam. a voz do meu namorado estava ríspida, mas o seu rosto entregava que estava meio perdido com o que acabou de ver, como não tivesse muita certeza. O que foi isso?
                -Não é isso que você está pensando, amor. eu comecei a me pronunciar. - O seu irmão é um louco! falei então a primeira frase que me veio à cabeça, desde o momento em que fui acordada. Quer dizer, não louco desse jeito. Louco de estar desconfiado de mim. Ele me trouxe aqui e ficou me pressionando. Ele não quis que eu saísse daqui até que eu admitisse alguma coisa pra ele.
                Nick cruzou os braços ainda esperando respostas. Ele estava fervendo em ciúmes. Era mais do que óbvio.
                -Eu não estou louco. Eu estava querendo descobrir um jeito de te provar que ela ainda não presta! Joe se defendeu.
                -Como é que é? Você trouxe a Miley aqui de camisola, ficou se esfregando nela daquele jeito que eu vi, só para conseguir alguma prova que ela não gostava de mim de verdade?  - o Joe tentou contestar, mas Nick não deixou. O que você queria que ela admitisse? Que ela aceitasse transar com você de novo? ele já estava gritando. Eu respirei fundo e levei minha mão à minha têmpora direita que eu já sentia latejar. Puta merda, olha onde fomos parar!
                Eu dei um passo a frente, antes que o Nick perdesse a cabeça e partisse para cima do Joe. Apesar dele merecer, tudo foi um mal entendido.  Nick, não foi isso que eu quis dizer. Ele não me forçou a nada. Quer dizer, o idiota do seu irmão só me trouxe aqui para discutirmos. Por mais babaca que ele seja, o Joe não quis se aproveitar de mim dessa vez.
                O rosto de Nick se suavizou e deu lugar de volta à confusão. Ele encarou a mim primeiro e depois o seu irmão.
                -É isso aí.- Joe confirmou. - Mas isso não quer dizer que ela é uma santa. Apesar dela não estar te traindo comigo, ela está te enganando de novo. Joe continuou com o seu discurso.
                -O que?! Joseph, eu acabei de te defender! Eu poderia muito bem ter mentido e deixado o Nick acreditar que você é um aproveitador. Você que bem que está merecendo apanhar.
                -Quem está merecendo apanhar é você, sua vigarista mentirosa! Em vez de ter dado um puxão de cabelo, eu bem que poderia ter te dado uns bons tapas no meio dessa sua cara de pau!
                -Agora está dando um de machão, é? Não esqueça que quem levou um bom soco no meio da cara foi você!
                A partir daí, eu e Joe começamos a falar ao mesmo tempo, num show de insultos, xingamentos e ameaças. Quanto mais eu tentava falar mais alto, mais o Joe levantava a sua voz para mim. Até para mim a mistura de vozes e toda aquela gritaria estava ficando confusa.
                -JÁ CHEGA! Nick gritou mais alto do que nós dois. E na mesma hora, nos silenciamos.   Primeiro de tudo, - o meu namorado tirou o casaco de moletom que usava me entregou. –É melhor você se cobrir com isso. eu peguei a peça e a vesti tentando disfarçar uma risada baixa. Ele é muito fofo com ciúmes. O moletom ficou grande em mim. Não cobriu muito as minhas pernas, mas pelo menos ficava um pouco mais comportado. -Dá pra explicar o porquê de vocês terem parado logo aqui, brigando daquele jeito que eu vi, à essa hora da madrugada? naquele momento, parece que ele percebeu muito bem que o que ele entendeu no primeiro momento não passava de um mal entendido e que eu e Joe estávamos dentro da normalidade dos nossos desentendimentos.
                -Tudo bem, eu vou explicar. o Joe começou a explicar. Eu não estava conseguindo dormir de madrugada. Já que eu não estava fazendo nada, decidi procurar umas coisas. A minha prancha de surfe, para ser exato. Então eu vim procurar aqui no galpão, mas acabei achando coisas muito mais interessantes. Joseph, deu um passo para o lado para revelar as caixas abertas cheias de armas e munições. Com certeza, isso daqui pertence a sua namorada, não é? Bom, foi por isso que eu a trouxe aqui. Eu queria pressioná-la até que a ela admitisse o que ela estava planejando fazer com esses brinquedinhos. Bom, acabamos brigando feio e eu acabei agindo daquela maneira. Mas me escuta, Nick. Alguma coisa que não presta ela está tramando com aquele amiguinho dela. Presta a atenção!
                -Eu já sabia das armas. Nick respondeu como se fosse óbvio. Ela comprou para a nossa autodefesa. Ainda mais agora que ela está me dando aulas de tiros. Eu estou treinando, caso aconteça alguma coisa. A máfia ronda muito por aqui. É sempre bom eu estar preparado para qualquer coisa. Eu acredito que não vá acontecer nada demais, mas prevenção é sempre bem-vinda.
                -Isso é o que ela quer que você ache! Joe insistiu.
                -Eu já disse que eu sabia! A compra das armas foi consentida por mim,ok? Nick respondeu firmemente um pouco antes de soltar um suspiro cansado. Uma ruguinha de estresse surgiu entre as suas sobrancelhas. Joseph ia se preparar para dizer mais alguma coisa, mas Nick interrompeu. Joe, será que você não pode passar nem um dia sem perseguir a Miley? Eu juro para você que ela é confiável agora, mas preciso que você dê um voto de confiança. Por pelo menos um dia!
                -Isso, Joe. Um dia de trégua! Pelo menos um dia para eu poder dormir em paz! eu reforcei.
                -Eu nunca vou confiar na sua namorada. Esqueceu o que ela já foi capaz de fazer?
                -Meu Deus, será que você não entendeu o objetivo dessa semana com todos vocês juntos? Só convivendo com ela você vai perceber que ela mudou. Nick respondeu. Eu amo muito a Miley, Joe. Mas nunca a traria pra morar comigo aqui sozinhos, se eu não tivesse certeza dos sentimentos dela por mim e que as intenções dela são outras.
                Ele rolou os olhos e demorou um pouco para responder. Eu vou fazer um esforço. Mas se eu acabar descobrindo mais coisas desse tipo, - apontou para a caixa com as armas e munições- vai ser ainda mais difícil.
                -Tudo bem, tudo bem... Dá até pra entender do porque disso, mas você vai ter que se controlar. Você topou dar essa chance à ela, então dê espaço para Miley te provar que você está errado, ok? Nick disse enquanto se aproximava de mim. Seu braço envolveu minha cintura e me deu um beijo na bochecha. Vai subindo lá pro quarto. Daqui a pouco eu subo também. ele sussurrou pra mim, enquanto tirava uma mecha do cabelo da frente do meu rosto. Eu estava curiosa pra saber o que ele queria falar com o Joe a sós, mas mesmo assim eu assenti com a cabeça.
                -Não demora. eu disse antes de me afastar e entrar na casa.
                Quem eu queria enganar? Joe tinha acabado de me acusar de ter tido um caso com o Chad. Ele não pode começar a plantar minhoca na cabeça do Nick! Será que ele vai comentar alguma coisa sobre isso? Eu fiz o trajeto ao contrário em silêncio, me aproveitando da falta de luz para me esconder e tentar escutar a conversa. Ficou tudo estranhamente silencioso por um tempo até o Joe se pronunciar.
                -Eu sei sobre o que você quer falar comigo. Nicholas, eu não sinto mais atração nenhuma por aquela mulher. obviamente ele estava falando de mim. Por mais que a situação que fomos pegos parecia estranha pra você, tudo o que falamos não passava da verdade. 
                -Eu sei. Acredito mesmo que vocês estejam falando a verdade, mas ver vocês dois... Não sei, perturbou um pouco a minha cabeça...
                -Um pouco? Joe o interrompeu.
                -Ok, muito! Nick admitiu. Miley já me explicou que só foi uma vez, mas... Merda, agora eu to morrendo de ciúmes! Enfim, eu só queria pedir uma coisa. Não ouse direcionar nem um olhar para Miley quando ela estiver vestida daquele jeito, ok?
                -Então pede para sua namoradinha andar decente em casa. Joe respondeu com uma voz entediada.
                -Que eu saiba, foi você que tirou ela do nosso quarto. A Miley não tava desfilando pela casa daquele jeito. Toma na cara, Joseph! Me defende, mesmo, Nicky.
                -Tá, tá... De qualquer modo, eu não vou ficar secando a Miley, ok?
                Antes que eles terminassem a conversa, eu saí de fininho para que nenhum deles notasse a minha presença. É melhor ir logo para o meu quarto antes que eles descubram que eu estava ouvindo a conversa deles. Subi as escadas da casa tomada pela escuridão e entrei rapidamente no quarto. Acendi a luz e me sentei na cama, a espera de Nick. Não demorou muito para que ele chegasse.
                -Noite difícil, não é? ele comentou puxando os seus lábios num pequeno sorriso. Eu sorri de volta.
                -Já deveria estar preparada para esse tipo de coisa quando topei que o seu irmão ficasse aqui. eu falei tirando o casaco de moletom, muito cheiroso por sinal, e larguei em qualquer canto. Só não imaginei que você ficaria com ciúmes da gente.
                Ele se jogou na cama ao meu lado um pouco sério. Miley, eu posso fazer uma pergunta para você?
                Mesmo um pouco hesitante, eu assenti com a cabeça. Claro que pode.
                -Existiu algum outro motivo, naquela época, para você ter topado ficar com ele por uma noite? Pode ser sincera comigo, eu juro que não vou ficar chateado com você. ele me disse olhando nos olhos. Eu mordi o lábio. Ele estava inseguro e eu não o culpo por isso. Na verdade, eu que sou a responsável.
                -O que você quer dizer com essa pergunta, Nick? eu perguntei enquanto eu me aproximava dele.
               
-Você sabe muito bem o que eu quero dizer. nisso ele tinha razão.
               
-Nick, pelo amor de Deus! Eu estava motivada a manipular o seu irmão e estava focada no golpe. Não tinha nada a ver com você. Você é e sempre foi perfeito! Fui eu que não quis dar valor, porque você é o filho do Paul. Só isso.

-Tudo bem, eu acredito em você. É só que... ele balançou a cabeça. Deixa para lá. Bobagem da minha cabeça.
               
-Meu amor você não precisa se preocupar com isso. eu disse me sentando em seu colo, ficando de frente para ele. Eu fiz um carinho em seu rosto e ele fechou os olhos com o meu toque. Você é o único cara para mim. Para a minha vida. eu sussurrei, enquanto minhas mãos deslizavam do seu rosto para as suas orelhas. Não existe ninguém que conseguiu me fazer sentir o que eu sinto quando eu estou com você. mesmo com o semblante relaxado graças às minhas carícias, Nick abriu os olhos e encarei aquelas orbitas escuras que eu tanto gosto. Em todos os sentidos.

                -Em todos?
               
                -Todos que você pode imaginar. vi um sorriso se formar entre seus lábios. E só para deixar claro, eu não gosto de fazer esse tipo de comparação, mas você é bem melhor na cama do qualquer outro cara com quem eu já estive. Se é essa dúvida que está te assombrando tanto.

                Sua expressão ganhou um ar mais leve, de brincadeira. Eu sei que você me ama, mas não precisa mentir para isso.

                Eu ri e dei um tapa no seu braço. Eu estou falando sério!

                -Uau! Depois desse elogio, acho que você merece um prêmio, hum? Nick puxou o meu rosto com delicadeza para perto dele e encaixou seus lábios nos meus. Quase que instantaneamente, fechei os olhos para sentir a sua boca colada na minha.

                Eu sequer acreditei que o Nick, por um momento, se sentiu inseguro em relação a mim. Quer dizer, eu até entendo o porquê. Há um ano atrás eu o traí. Joguei várias coisas ruins na sua cara, o colocando para baixo e tentando o fazer acreditar que ele não era desejável para mim. Mas tudo era em função de um ódio e desejo de vingança que me movia. Ele? Não havia nada de errado com ele. Nicholas é incrível, quase beirando a perfeição para mim. Não existe e nem vai existir algum homem que chegue aos pés dele aos meus olhos.
               
Trocamos beijos sutis e lentos, até que eu abri meus lábios para que sua língua encontrasse a minha. Minhas mãos deixaram de massagear suas orelhas e desceram para os seus ombros fortes e nus, por causa da sua camiseta regata branca que ele usava, e que por sinal deixavam os seus músculos ainda mais em evidência. Suas mãos passaram a revezar em apertar a lateral do meu quadril e acariciar minhas coxas. Com o passar do tempo nosso beijo foi esquentando cada vez mais, com mordidas, movimentos mais hostis e suspiros.

               
                Nick tentou afastar sua boca da minha, mas eu mantive o seu lábio inferior entre os meus dentes. Então, atendendo o meu silencioso pedido, ele voltou com os seus lábios nos meus. Me ajeitei em seu colo e senti a sua ereção roçando bem na entrada da minha intimidade e deixei um gemido baixo escapar da minha boca, delirando em imaginar ele enterrando o seu membro duro para dentro de mim com força. Quando dei por mim, eu estava arranhando suas costas por baixo da camisa, tentando controlar a minha respiração pesada.

                -Você está tão agitada, Miles. Nick comentou numa voz baixa e um sorriso safado no rosto. É por causa disso aqui? com um braço ele puxou o meu corpo mais para baixo, enquanto o seu quadril se roçava contra o meu. Eu fechei os olhos e suguei o ar com força. Incontrolavelmente, meu quadril passou a se movimentar também sem delicadeza nenhuma, procurando cada vez mais contato entre os nossos sexos.

                -Eu to louca para sentar nesse seu pau grande e quente. eu disse enquanto rebolava em seu colo. Seus olhos brilharam em luxúria. Nick aproveitou que a minha camisola estava levemente levantada e me deu um tapa bem estalado na minha bunda. Eu gemi alto na mesma hora. Então eu continuei falar quando consegui recuperar o fôlego.  Eu não me aguento por esperar para ver essa sua cara de safado quando eu te fazer gozar bem  gostoso para mim. eu já sabia que o Nick quase morre de tesão quando eu começo a falar sujo com ele desse jeito. Sorri quando ele mordeu forte o seu próprio lábio.

                Nick começou a espalhar beijos no meu pescoço. Você que manda, troublemaker. me arrepiei quando senti o seu hálito quente bater em minha pele. Essa semana você que está no comando, lembra? sua língua passeou em uma trilha tentadora no meu pescoço. 

                -Óbvio que eu lembro. Como eu poderia esquecer?
               
                -Então. Estou às suas ordens. ele sussurrou no meu ouvido antes de me dar um chupão no pescoço.

                -Tire essa roupa. eu mandei o olhando de cima a baixo. Lentamente.

                Ele sorriu ao ouvir minha tentativa de soar autoritária com uma voz tão falha, que mais parecia um gemido. Ele me tirou do seu colo, e eu tive que me conter para não choramingar quando minha intimidade pulsou ao sentir falta do roçar delicioso contra a sua ereção. Nick se afastou para ficar em pé em frente a cama, e começou a puxar sua camiseta lentamente, como eu pedi. Conforme ele levantava a peça, parte do seu tronco sexy se revelava. Como o V que se formava no final do seu abdômen, a divisão perfeita dos músculos do seu abdômen, o seu peito forte e os poucos pelos que faziam uma leve trilha do final da sua barriga para dentro da sua calça. Mordi o lábio, desejando tirar proveito de cada centímetro quadrado daquele corpo enlouquecedor. Nick tirou sua calça de moletom na mesma velocidade do que a sua camisa. Ele me encarava com um olhar travesso sabendo muito bem para onde eu não conseguia desviar a atenção. O seu pau se destacava completamente ereto e duro sob a cueca boxer cinza que ele usava. Ele estava tão rígido que era possível ver o formato perfeito por baixo do tecido.

                -O que mais você quer? ele perguntou com um sorrisinho malicioso.
               
                -Eu quero você todinho para mim.

                Não conseguindo mais me segurar, saltei da cama para colar meu corpo no dele. A mistura do seu cheiro natural e o seu perfume me embriagava. Eu estava louca para sentir o seu gosto. Puxei os seus cachos sem pena e trouxe a sua boca para minha. O beijo era urgente e extremamente erótico. Quando dei por mim, minha mão estava sobre o seu membro, o massageando e apertando, enquanto eu sugava a sua língua como se fosse o seu próprio pênis. Nick gemeu com uma voz abafada pelo beijo e separou a nossas bocas em beijos breves e nem um pouco delicados. Espalhei mordidas e lambidas pelo seu peito e abdômen. Aos poucos fui descendo, até ficar na altura da sua virilha. Eu mesma abaixei a sua cueca, deixando-o finalmente totalmente nu. Olhei para cima para encarar o seu rosto corado e seu olhar malicioso para mim. Deixei escapar um sorriso sem vergonha para ele, que quase no mesmo instante foi retribuído. Segurei o seu pênis pela base, ficando frente a frente com ele. Lambi toda a extensão do seu pau e fiz um movimento circular com a minha língua sobre a glande.
               
                -Miles, sua safada. Nick disse com a voz carregada de tesão. Me chupa com vontade, vai. Me coloca inteiro nessa sua boca gostosa.

                Atendendo a sua vontade, coloquei todo o membro para dentro de mim até chegar na minha garganta. Ele gemeu na mesma hora. Então comecei a me movimentar lentamente, tirando e colocando o seu pau inteiro na minha boca. Seu pênis pulsava forte de tesão e estava tão inchado que eu tinha que tomar cuidado para não engasgar. A sua respiração pesada e ritmada, me mostrava o quanto que ele estava gostando daquilo. Fechei os olhos enquanto chupava, me deliciando com o seu membro como se fosse o meu doce favorito.  A sua mão foi até o meu cabelo e o puxou, me forçando a olhar para cima, diretamente pro seu rosto. Nick tirou o seu pênis ainda duro de dentro da minha boca, me encarando com tanto desejo que beirava à selvageria. Eu lambi o seu fluido nos meus lábios com gosto, o mostrando o quanto ele é gostoso.

                -Você quer mais isso aqui? ele segurou o seu pau pela base e roçou a sua glande nos lábios e como resposta, eu assenti e abri mais a minha boca. Ele afastou um pouco o seu pau, me provocando, mas eu o alcancei e dei uma boa lambida bem no comecinho do seu pênis. O suguei de volta para dentro de mim com desespero. Boa menina. ele sussurrou em um gemido.
               
                Continuei o chupando por alguns segundos, até perceber que ele estava perto de gozar. Sua respiração estava mais rápida e curta, o seu membro cada vez mais inchado, além das suas tentativas falhas de me tentar avisar que estava perto do seu limite. Então o tirei da boca e me levantei. Quando Nick percebeu que eu interrompi logo perto do seu ápice, mordeu o seu lábio com tanta força que pensei que poderia ter machucado a sua própria boca.

                -Você só vai ter o que você quer, quando mostrar que é merecido. eu sussurrei em seu ouvido e depositei um beijo em sua orelha. Aliás, você não acha que a boa menina aqui não merece ser recompensada?

                -Como você quer ser recompensada? ele perguntou no mesmo tom de voz do que eu. Tudo que você quiser.

                -Eu quero a sua boca. eu respondi enquanto eu me sentava na cama e ele me acompanhou.

                Nick beijou os meus lábios lentamente, sua língua acariciando a minha num movimento sensual e molhado. Seu braço forte puxando o meu corpo contra o seu. Aquele corpo nu, rígido e sexy. Sua ereção roçando no meu quadril. Tudo aquilo estava me deixando tonta de tesão. Seus lábios sugava meus sem pressa, com um misto de erotismo e romantismo.  Quando nossas bocas se separaram eu disse:

                -Não era exatamente aqui que eu queria a sua boca.

                -Ah não? ele perguntou fingindo inocência. Nicholas puxou as alças da minha camisola para o lado, fazendo o tecido fino deslizar pelo meu corpo, deixando os meus seios expostos. É aqui que você quer? seus dedos brincavam com os meus mamilos duros e sensíveis. Eu perdi o fôlego para responder. Ele não esperou eu dizer qualquer coisa e beijou ambos os seios, deixando uma lambida bem molhada sobre cada um dos mamilos. Eu deixei um gemido fluir entre os meus lábios. Meu sexo à essa altura já estava ardendo em calor.

                -Ainda não é aí. eu respondi ofegante. Um pouco mais embaixo, Nicky.

                Eu me deitei na cama, enquanto Nick puxava a minha camisola ainda mais para baixo, até eu ficar só de calcinha. Ele jogou o tecido para longe e se inclinou sobre mim. Mordeu e beijou a minha barriga. Nick tirou a ultima peça que me vestia, que por sinal estava bem úmida. Antes que ele se livrasse da minha calcinha de renda, ele a cheirou com vontade enquanto eu o assistia. Enquanto ele sentia o meu cheiro impregnado na pequena peça, ele fechou os olhos e soltou um gemido rouco, como se fosse a mais deliciosa fragrância que já tinha sentido. Aquela visão fez toda minha vagina se apertar e ficar cada vez mais molhada.

                -Vem me chupar logo, Nicholas. Eu não aguento mais esperar. eu ordenei com voz rouca.

                Finalmente fazendo a minha vontade, Nick jogou a minha calcinha para o lado e afastou os meus joelhos, deixando um deles o mais alto que podia para me deixar ainda mais exposta. Sua língua passeou por todo o meu sexo e eu já estava gemendo incontrolavelmente. Sua língua brincou com o meu clitóris, o sentindo inchar com a sua provocação. Eu rebolei, implorando por mais contato.  Aquela língua molhada fazia movimentos circulares naquele ponto sensível estava me levando à loucura. Suas mãos alcançaram meus mamilos e os beliscaram, enquanto ele penetrava sua língua em mim. Eu não tive como me conter e gemi alto o seu nome. Incentivado ao ouvir o seu nome em meu gemido, Nick me abocanhou e colocou toda a minha intimidade na boca. Ele passou a beijá-la de língua, assim como ele faz com a minha boca. Eu já não me segurava mais e continuava a gemer alto alguns palavrões, o seu nome, até mesmo palavras desconexas. Todo a aquele prazer se acumulava em mim, pronto para explodir a qualquer momento. E foi isso que aconteceu quando Nick sugou o meu clitóris com força. Eu puxei os seus cachos e arqueei as costas, enquanto eu gemia seu nome mais uma vez até eu atingir o ápice. Nick lambeu até a última gota do meu fluído que encharcava o meu sexo.

                Nick sorriu, satisfeito com o seu trabalho. Ele engatinhou até ficar com o seu rosto frente a frente do meu. Ele esperou eu regularizar a minha respiração por alguns segundos e para beijar os meus lábios sutilmente.

                -Uau! eu disse depois do beijo e ele riu junto comigo. Você me provou que merece mesmo uma boa foda, não é? eu perguntei.

                -Finalmente! Agora eu quero ver o que a minha bandida tem pra me mostrar. ele sussurrou, deixando que a cabecinha do seu pau roçasse na minha barriga. Nicholas me beijou novamente, mas dessa vez, eu deixei que o beijo se aprofundasse mais até que eu estivesse completamente recuperada do orgasmo recente. Senti o meu gosto em sua língua e gemi provocativa.

                Antes que ele pudesse dizer ou fazer qualquer outra coisa, eu o empurrei para o lado, fazendo-o cair deitado na cama. Ajoelhada ao seu lado, eu suguei os seus lábios mais uma vez.

                -Gostou de sentir o seu gostinho na minha boca, safada?

                -Adorei.  E é assim que deve ser. Meu gostinho marcando território na boca gostosa do meu homem. - eu disse enquanto meus dedos contornavam os lábios deliciosos do Nick. 

Lembrando que ele estava até agora quase explodindo de tesão, eu me apressei a montar sobre seu corpo, ficando de costas para o seu rosto. Eu sabia que ele ficaria louco com a visão privilegiada da minha bunda, enquanto nós dois transássemos. E a minha teoria se confirmou quando suas mãos apertaram o meu traseiro.

-Gostosa. ele sussurrou pra mim.

Então eu segurei o seu pau pela base e deixei que ele roçasse por toda a extensão da minha intimidade. O contato direto do seu pênis no meu sexo, já foi o suficiente para me esquentar e me deixar ainda mais molhada. Mesmo, com o orgasmo recente eu já estava tão excitada quanto ele. Forcei o meu quadril para baixo lentamente, sentindo a ereção do Nicholas me preencher. Suguei o ar entre meus dentes e o soltei em um gemido. Eu me sentia tão apertada ao redor dele. Aquela sensação era delirante. Desci o meu quadril até ele entrar por completo em mim. Apoiei minhas mãos nas suas coxas deliciosas e as apertei antes de tirar e colocá-lo de volta em mim repetidamente. Eu ouvi um suspiro de prazer vindo do meu namorado. Ele gemeu o meu nome e como incentivo eu aumentei a velocidade, quicando em seu membro. O prazer também tomava conta de mim. Eu gemia repetidas vezes enquanto eu sentia o seu membro e sair e invadir para dentro de mim. Senti a palma de sua mão estalar em um tapa forte em minha carne e eu gritei.

-Miles, rebola essa bunda linda para mim. sua voz baixa e falha de prazer soou atrás de mim.

Eu fiz o que foi pedido. Rebolei sobre o seu pau dentro de mim. Eu fechei os olhos e joguei a cabeça para trás, enquanto eu continuava com os movimentos circulares do meu quadril contra o dele. Suas mãos revezavam entre acariciar e apertar o meu traseiro, me fazendo sentir ainda mais sexy. Estávamos cada vez mais perto de chegarmos ao limite. Então eu parei de o estimular, tirei o seu pênis de dentro de mim e me levantei por um momento o suficiente para me virar. Sentei sobre o seu membro novamente, ficando dessa vez de frente para o Nick.

-Eu não disse que estava louca para ver a sua cara de safado quando eu te fizer gozar? eu perguntei maliciosa compartilhando sorrisos sem vergonhas com o Nicholas.

-Então me faz logo, Miles. Estou perto. ele disse forçando o seu quadril contra o meu, fazendo o seu pau se mexer dentro de mim.

Eu também estava bem perto do clímax. Por isso não hesitei em continuar logo o que eu tinha parado. Passei a cavalgar rápida e hostilmente sobre o Nick. Fiz esforço para tentar não fechar os olhos enquanto eu estivesse lá. Eu queria manter meus olhos nele. Mostrá-lo com o olhar do que ele era capaz de fazer comigo até os últimos segundos. Meus gemidos aumentavam conforme nós dois nos movimentávamos cada vez mais. O orgasmo tomou conta de meu corpo mais uma vez e uma onda de relaxamento me invadiu. Continuei a cavalgar só mais um pouco, com o resto de energias que me restavam, até sentir os seus músculos relaxarem também. Seu líquido quente me invadiu em um jato de satisfação. Sua expressão tensa e contraída deu lugar a um sorriso gostoso poucos segundos depois.

                O tirei de dentro de mim e caí exausta sobre o meu namorado. Ambos os corpos suados, sem fôlego e cansados. Mas leves. Segurei o rosto de Nick com as duas mãos com carinho e o beijei lentamente, enquanto os seus braços fortes me envolviam confortavelmente. Era incrível a forte química que temos. Como se nós fossemos criados um para o outro.

                O relaxamento e o cansaço do meu corpo começaram a ficar mais evidentes quando me dei conta que meus olhos estavam cada vez mais pesados.  Eu saí de cima do Nick, ficando ao seu lado, mas mantendo um abraço. Ele puxou os lençóis para nos cobrir e o dei alguns beijos no seu pescoço. Pelo que eu percebi, ele também estava cansado e rapidamente pegaria no sono como eu.

                -Boa noite, Nicky. eu disse baixinho. Eu te amo.

                -Boa noite, meu amor. ele beijou o topo da minha cabeça. Eu também te amo muito.

                Meu olhos começaram a se fechar contra a minha vontade. Eu sou só sua. Pra sempre.

                E eu peguei no sono.

No dia seguinte...

-Fico aliviado de saber que você me perdoou. -disse Chad. Ele desviou o olhar da paisagem que tínhamos da varanda de entrada para mim novamente.- Eu pensei que você nunca  ia querer mais olhar na minha cara depdois daquele dia.

-Bobagem. Eu não iria destruir nossa amizade desse jeito. - eu sorri para ele e Chad retribuiu. Nós tínhamos passado uma boa tarde juntos depois eu ter decidido ligar para ele e perdoá-lo. Chad aproveitou a folga do seu emprego hoje para ficar comigo e ouvir as novidades sobre a visita surpresa que eu e Nick tivemos. Contei também sobre a desconfiança que Joe tinha sobre a nossa amizade e toda a confusão que já está tendo sobre nossos desentendimentos.

                -Isso é ótimo de ouvir. Bom, está entregue em casa. Boa sorte com o cunhado babaca! - ele se aproximou de mim para se despedir e eu percebi que o seu olhar se direcionava descontroladamente para a minha boca, mas para o meu alívio, ele apenas me deu um beijo casto na bochecha.

                -Então esse é o tal Chad? Ouvi a voz do Joe atrás de mim. Bem que eu deveria ter desconfiado que o dia estava tranquilo demais pra ser verdade. Eu me virei para sua direção deixando claro o meu desânimo em vê-lo. Logo atrás do meu cunhado, o Brian apareceu com um olhar curioso.

                -Sim, é ele. eu respondi. Chad, esse é o Joseph, o irmão mais velho do Nicholas. eu apresentei para o meu amigo e revirei os olhos. E esse aqui é o Brian, o melhor amigo do Nick. Garotos, esse é meu melhor amigo, Chad.

                Chad cumprimentou os dois educadamente.

                -Eu lembro da Miley e do Nick terem falado de você. Você foi o cara que junto com o Nick aquitetou aquele plano da fuga da Miley, não é? Brian perguntou animado.

                -Sou eu mesmo. Chad respondeu orgulhoso. Pelo seu sorriso, ele logo de cara gostou do Brian. E realmente ele é um cara legal.

                -E é o cara com quem a Miley dá umas fugidas de vez em quando, também. Joe sussurrou sarcastico para si, mas eu consegui escutar e o fuzilei com o olhar. Pelo visto, eu não fui a única a ter escutado pois o ambiente ficou meio esquisito entre nós quatro.

                -Você e essa sua boca enorme! Por acaso você se esqueceu do nosso acordo ontem? eu dei um tapa no braço do Joe.

                -Nosso, não! Meu e do Nick.

                -Tanto faz! eu comecei a levantar a voz, sentindo que a minha paciencia estava se esgotando com ele de novo!

                -Bom, gente. Eu vou indo para casa. Tenho umas coisas para resolver. Chad se pronunciou um pouco desconfortável. Tchau, Miles.

                Eu o encarei um pouco decepcionada.

                -Foi mal por isso

                -Fica tranquila. Eu entendo. ele olhou para o Joe de cima a baixo com uma expressão de reprovação. Então o Chad me deu mais outro beijo na bochecha e foi embora.

                -Viu o que você fez!? Eu posso saber quando é que essa palhaçada vai acabar? eu gritei com o babaca do Joe.

                -Lá vamos nós de novo. Brian revirou os olhos já cansado de tanta confusão.

                -Escapou da minha boca, ok? Vai me dizer que vocês nunca se pegaram? 

                -Não! - eu menti. E para de ficar insinuando que eu traio o Nick com ele. Eu amo o seu irmão. Você querendo ou não, nós fomos destinados a ficarmos juntos. Aceite!

                -Do mesmo jeito que você foi destinada a tentar dar o golpe no Nicholas? ele cruzou os braços e me encarou debochado. Eu senti todo o meu sangue ferver para o meu rosto e eu juro que estava me seguando com todas as minha forças para não avançar para cima dele.

                -Acho melhor você calar essa sua boca, antes que eu quebre esses seus dentes clareados de boneco Ken.

                -Uma pena o seu namoradinho não estar aqui pra te proteger. Poque se você conseguir quebrar um dente meu, eu juro que eu desfiguro essa sua cara de puta todinha.

                -Joe e Miley, vocês não vão fazer mais porra nenhuma! Isso já está ficando ridículo! Brian se descontrolou.

                Então antes que algum de nós pudéssemos nos pronunciar, a porta de entrada foi aberta. Imaginei que fosse apenas o Nick chegando da faculdade, mas ouvi mais outra voz acompanhada da dele. Selena ria de alguma coisa que o meu namorado estava dizendo enquanto adentrava a casa. Como se o dia não pudesse piorar, a bruxa italiana resolve dar as caras. Nós paramos a discussão quase que instataneamente com a chegada dos dois.

                -Oi, gente! Nick nos cumprimentou bem humorado. Joe, Brian, essa é a minha amiga Selena. Vim trazê-la para conhecer vocês. Eu cruzei os braços olhando desacreditada para o Nick. Sério mesmo que depois da nossa discussão naquela festa por causa dessa aí, ele ainda traz Selena para cá para conhecer os garotos?

                Desligado, como sempre, Nick não percebeu o meu mau humor e veio me cumprimentar com um beijo carinhoso nos lábios. Oi, minha troublemaker. ele disse com um sorriso fofo. Odeio quando eu estou brava e ele me amolece desse jeito!

                -Oi, você deve ser o irmão dele, certo? a patricinha perguntou cheia de simpatia para o Joe antes de da dois beijos em suas bochechas.

                -Isso mesmo.   Joe respondeu com uma doçura e sedução que eu cheguei a achar estanho vindo dele. Revirei os olhos. Galinha!

               -Esse é o Brian, o meu melhor amigo. - Nick apresentou o rapaz para a Selena e ela o cumprimentou sorridente.

                 -Nossa, hoje então é o dia de apresentações? - perguntou Brian, bem humorado. Nick o encarou confuso e antes que perguntasse, ele se explicou. -Miley nos apresentou agora há pouco o Chad.

                 -Ah, sim! Que pena que ele já foi embora. A Selena acabou de me convidar pra ir para uma reunião com o pessoal num bar no centro da cidade. E aí, vocês topam? - Nick nos convidou animado. Eu rolei os olhos. Selena e seus convites "inocentes" para o meu namorado. Era óbvio que eu ia topar. Não deixaria mesmo aquela biscate amadora a sós com o Nick, ainda mais com álcool no meio. Eu confio na fidelidade do Nicholas, mas eu odeio imaginar o simples fato daquela garota ficar se atirando toda para cima dele na maior cara de pau.

 -Claro que topo!  Já estava sentindo falta de um pouco de farra. eu respondi de imediato. Percebi um sorrisinho forçado da Selena após a minha resposta.

                -Eu to dentro. Brian respondeu verdadeiramente entusiasmado.

                -Só se for agora. Joe disse por ultimo.

                Nick e a sua amiguinha foram na frente enquanto eu pegava a minha bolsa e os rapazes pegarem os seus celulares.

                -Acho que alguém não gosta muito da amiga gostosa do Nick. a voz provocadora de Joe soou atrás de mim.

                -Gostosa, enjoadinha e atirada. eu rolei os olhos.

                -Grande coisa. Você também é. ele respondeu dando de ombros.

                -Quer dizer que eu sou gostosa, é? eu ri debochada.

                -Não vai se achando, não. Você pode até ser bonitinha, mas a italiana é um espetáculo. Não é atoa que você tem ciumes dela. ele me cortou antes de apressar os passos e entrar no carro do seu irmão mais novo.


                Eu mereço!