E como algumas pessoas perceberam, a Miley está mesmo gostando do Nick, mas do jeitinho dela, né? kkkkk
Gente, no capítulo 20, eu tive tantos comentários, e no 21 eu só recebi seis, a metade do que eu recebi ou até menos... Por favor, gente, naõ deixem de comentar, tá bom? Eu amo os comentários de vocês, e são eles que me inspiram a escrever.
Boa leitura
Beijos!
Miley Narrando
Depois de um relaxante banho quente, eu vesti meu baby doll pronta para
uma boa noite de sono. Eu sei que eu não fiz muita coisa hoje, mas mesmo assim
eu me senti cansada a tarde toda. Ontem eu não consegui ter um bom sono, como
de costume. Então a única coisa que eu consigo pensar agora é entrar de baixo
desses confortáveis lençóis e finalmente dormir. Bom, não é exatamente a única
coisa que eu tenho pensado ultimamente, mas pelo menos é a única coisa
realmente sensata.
Me sentei na minha cama de pernas cruzadas e busquei o delicado objeto
de cima do criado mudo. A fina corrente prateada se enrolou entre meus dedos e
deixei o seu pingente azul em evidência na palma da minha mão. Encontrei escondido
no fundo da minha gaveta, nessa ultima semana. Eu deveria ter me livrado disso
enquanto eu tive tempo. Infelizmente, eu não consigo mais me desapegar desse
colar. Essa jóia sempre me faz lembrar do Nicholas. Então porque eu ainda faria
questão de guardá-la?
Eu
não sei muito bem se é por causa do estresse da missão ou se é de algum motivo
desconhecido, mas nos últimos dias eu ando um tanto confusa em relação ao Nick.
Ok, eu confesso, ele não sai da minha cabeça. Essa conclusão chega a ser um
pouco assustadora para mim. Isso não deve ser normal. Muito menos naquele
momento de tarde em que eu não soube o que fazer só porque estávamos juntos
demais. Eu sempre soube o que fazer e o que falar!
Seus olhos não saem do meu pensamento. Sempre me encarando sem medo, sem
fingimentos, me aquecendo até a ponto mais frio e profundo de meu corpo. Fechei
os olhos e pude me lembrar perfeitamente do seu perfume envolvente, como se eu
estivesse inalando-o agora mesmo. Suspirei profundamente, tentando voltar à
minha sanidade. Isso não é um bom sinal. Desde quando eu deveria estar tão
atraída pelo cara que é filho do meu maior inimigo? Do imbecil que eu enganei
até descobrir pelo seu irmão mais velho? Daquele que supostamente deveria ser a
minha vítima?
Mordi o meu lábio inferior um pouco nervosa. Não era com isso que eu
deveria estar preocupada. Eu deveria me preocupar com a missão! E aqui estou eu
relembrando do seus olhos escuros e do seu perfume viciante. A cena chega a ser
ridícula! Uma das piores golpistas da Europa atraída pelo filho da sua próxima
vítima. Eu deveria me envergonhar.
Algumas batidas na porta do meu quarto me fez acordar para a realidade.
-Miley? Ainda está acordada?
-Não, estou dormindo de olho aberto mesmo... - ironizei sem paciência
com a pergunta inútil do meu tio.
-Posso entrar, senhorita delicadeza? -ele perguntou do outro lado,
provavelmente não gostando muito do meu fora.
Contra a minha preguiça, me levantei da cama e destranquei a porta. Logo
depois que abri, Steve adentrou meu quarto.
-E
aí? - perguntou ele, ansioso por uma resposta.
-"E aí", o que? - perguntei confusa.
-Como que ficou o acesso do Nicholas? Ele te falou o que se resolveu? -
se especificou.
Então eu me dei conta que não tive contato nenhum com Nicholas depois do
episódio do banco. Eu tinha esquecido que ele estava resolvendo problemas do
acesso da conta. Até agora eu não recebi nenhuma ligação sua, muito menos
mensagem. Não é de se estranhar muito já que ele deve estar querendo que eu
desapareça do jeito que ele deve me odiar. Obviamente ele deve estar evitando
qualquer custo algum contato comigo.
-Eu
ainda não consegui falar com ele. - eu respondi.
-Sério? Então o que está esperando? Ligue para ele!
Caminhei até o meu criado mudo onde estava o meu celular digitei
rapidamente o número que eu já sabia de cor. Levei até o meu ouvido e esperei
ser atendida. Tentei conter minha ansiedade em ouvir sua voz, porém até a
ansiedade foi inútil, pois ninguém atendia. Ele não deve ter escutado. Tentei
ligar novamente, mas não houve nenhum sinal dele.
-Ele não atende. -falei cruzando os braços. - Provavelmente está no
banho, ou sei lá, não escutou. Mais tarde eu tento ligar de novo.
Steve com ar de desconfiança ficou refletindo sobre isso.
-O que foi? - eu perguntei.
-
Ele já deveria ter ligado para gente, não acha? Vou ligar para a casa dos Jonas
para confirmar se ele está lá.
O
que o meu tio acha que aconteceu? Será que ele está desconfiando que o Nicholas
fingiu? Sei lá, eu não acredito que ele fugiria. Ele nunca deixaria sua família
e seus amigos em risco, deixando-os para trás. O que? Porque eu também imaginei
isso? Ele apenas não atendeu o telefone. Meu tio que está preocupado de mais. E
já está me fazendo imaginar absurdos como esse.
Ele pegou o celular do seu bolso digitou o número da mansão. -Alô? Oi,
Christiane! Como a senhora está? Oh, desculpa. Esqueci que você não gosta de
ser chamada de senhora. Força do hábito. - ele deu uma risadinha. - Bom, eu só
gostaria de saber se o Nicholas está. - ele esperou ela terminar de falar. Pela
sua expressão, ele não gostou muito do que ouviu. - Ele deve ter saído com a
Miley então... Ela me disse que iria dar um passeio... Obrigado, então,
Christine. Beijo, tchau.
- E
então? Ele está? - perguntei cruzando os braços.
-
Não, como eu desconfiava.
-
Ele deve voltar logo. Sei lá, deve ter saído com o amigo ou com...uma garota. -
falei não gostando muito da segunda opção, mas que pode ser bem provável,
mesmo.
-Espero que sim. - Steve disse pensativo.
-Amanhã
cedo tente ligar para ele de novo. Não estou gostando muito dessa falta de contato.
-Ok. Agora pára de imaginar
coisas demais, senão
vai acabar de deixando doida... - eu falei me sentando na cama.
-Eu só estou sendo
cauteloso, Miley. Nós
temos que nos lembrar que ele ainda nos considera como inimigos. Que só está trabalhando pra
gente porque está
sendo forçado.
Devemos sempre estar de olho nele.
Bufei entediada só de imaginar o tio
Steve dando o mesmo discurso de sempre: Nós temos que fazer um
crime perfeito, para isso devemos imaginar todas as possibilidades e blá, blá, blá...
- Você não quer um crime
perfeito? Então...
- antes que ele pudesse dar continuação com o seu sermão, eu o interrompi
rapidamente.
-Eu já entendi, já entendi... - eu
coloquei fingidamente a mão sobre minha testa com uma expressão de dor. - Olha, eu
não
consegui dormir muito bem ontem e estou com uma dor de cabeça insuportável.
Steve estreitou seus olhos para mim com a óbvia descrença da minha dor de
cabeça.
Eu fiz um gesto com as mãos para que ele saísse.
-Até amanhã, então. - ele murmurou
antes de sair do meu quarto e fechasse a porta atrás de si.
Inspirei e respirei profundamente, tentando
limpar minha mente de qualquer preocupação para pelo menos
conseguir relaxar. Joguei meu tronco pra trás, indo de encontro
com o colchão
macio. Deitada, eu tomava conta de quase toda a cama, com os braços estendidos. E
para minha infelicidade, ouço a já conhecida música do toque do meu celular. Olhei para a direção de onde vinha o
toque com a esperança
que desistissem, porém
continuou tocando. Um gemido de insatisfação arranhou minha
garganta. Apesar de eu adorar ouvir Joan Jett, me desanima saber que eu tenho
que atender o celular agora para resolver alguma coisa sobre a missão, pois é só para isso que me
ligam. Porém,
logo lembrei que pode ser o Nick dando o seu sinal de vida. Me arrastei preguiçosamente sobre a
cama até
a minha mão
alcançar
o aparelhinho barulhento.
-Alô? -atendi.
-Fiquei sabendo que seu pai ou seu tio, ou
seja lá
quem seja, ligou para cá perguntando pelo Nick, qual é o problema? - não foi nem preciso
ser identificado para eu poder reconhecê-lo pela voz e pela
sutileza.
-O problema, Joe, é que nós estávamos nos resolvendo
em alguns... compromissos - achei melhor não especificar muito
bem sobre qual era o nosso plano. - Eu e Steve o deixamos por conta própria logo durante a
tarde e ele não ligou até agora para os
avisar no que deu. Meu tio ficou desconfiado e ligou para a sua casa para saber
se ele estava aí.
Bom, pelo visto ele não
está.
Por acaso, sabe onde seu irmãozinho se meteu? -eu perguntei.
-Não, eu pensei que ele ainda estava com você, mas quando seu tio
ligou perguntando por ele eu fiquei mais preocupado. Onde vocês o mandaram ir?
-Nós o deixamos no centro da cidade, nada muito perigoso ou
coisa do tipo, tá?
Acho que o Steve está
pensando na possibilidade dele ter fugido. Mas o seu irmão deve saber que
seria arriscado demais fazer uma loucura dessas. - essa última frase soou
mais como uma ameaça
do que uma simples afirmação. Vai que o Joe tenha apoiado
essa ideia... Bom, pelo menos isso fica como um aviso. Os dois sabem do que eu
sou capaz quando tentam me passar a perna. Ainda mais depois da morte do
xerife.
-Seria egoísta, mas inteligente
da parte dele. No entanto, eu sei que o Nick não teria coragem
deixar a família
nas mãos
de uma cobra como você.
-Então, você tem alguma ideia de
onde Nicholas pode estar? - perguntei ignorando o fato de ter me chamado de
cobra.
- Não, e mesmo se eu tivesse alguma ideia eu não te contaria. -
imbecil! - Talvez esteja por aí com alguma garota mais interessante do que você. Só porque está trabalhando para
você
e para o Steve não
quer dizer que ainda tem algum compromisso contigo. Nunca parou par pensar que
ele já
deve ter arrumado alguma namorada ou talvez só uma peguete? -
odeio admitir isso, mas o Joe pode ter razão. Faria todo o
sentido: ele nunca atenderia alguma ligação minha se tivesse
junto com alguma garota, a explicação está fora a noite sem
avisar a ninguém.
Com aquele charme dele, ele conseguiria conquistar qualquer uma. Porque
desperdiçaria
a oportunidade dessas por minha causa? O sangue começou a subir para o
meu rosto, dando sinal da minha irritação que tentei conter.
-Espero que seja isso mesmo. - minha voz
saiu mais áspera
e severa do que antes. - Quando o "Dom Juan" chegar, avise-o para me
ligar. - encerrei a ligação antes mesmo que ele pudesse
responder alguma coisa. Desliguei o celular para certificar que ninguém me perturbaria
mais essa noite.
-"Talvez esteja aí com uma garota mais
interessante do que você" - repeti a fala do Joe forçando uma voz ridícula, na tentativa
de o imitar. - Nunca! Como se existisse alguma mulher melhor do que eu. Mais
inteligente do que eu, mais sexy do que eu, mais bonita do que eu, mais
divertida do que eu. Ele não vai conseguir achar nem um por cento do que eu tenho
nessas patricinhas de Los Angeles! - eu falei comigo mesma enquanto apagava a
luz.
Me deitei na cama e me enfiei debaixo dos
lençóis.
Apoiei minha cabeça
no travesseiro ainda com uma leve carranca impossível de ser evitada
depois que se perde seu tempo ouvindo Joe Jonas tentando te irritar.
Nicholas Narrando
Abri meus olhos logo que me dei conta que a
luz solar matinal batia em meu rosto. Senti ainda uma breve tontura, não me deixando
prestar atenção
direito do que realmente estava acontecendo a minha volta. Depois que tudo a
meu redor voltou para o seu devido lugar diante de meus olhos, percebi que eu
estava em um lugar desconhecido. Na verdade, mais me parecia um quarto
abandonado, com suas paredes descascando e móveis velhos. Olhei
para a janela que tinha uma grade de proteção antiga. Pela
paisagem quase desértica
lá
fora, já
tive certeza que eu estou bem longe de Los Angeles.
Tentei me levantar de onde eu estava, mas
era impossível
sequer se mover. Cordas amarraram meu tronco junto com a cadeira de madeira que
eu estava sentado. Meus pulsos e pés também estavam paralisados. Me movi com mais força, na esperança de me soltar, mas
foi totalmente inútil.
Elas foram amarradas forte demais.
Aliás, onde estão os loucos que me
sequestraram? Cadê
a descontrolada da Miley que teve essa ideia ridícula de me prender
desse jeito? Será
que eles me vigiavam enquanto eu estava no banco e acharam que eu fiz algo
errado? Ou será que eles na verdade
fingiram que tinham me incluído na gangue, pra na verdade quando eu menos esperar ser
sequestrado para eles darem continuação aos seus planos sem minha
interferência? Que seja, quero que acabem com isso logo é que me tirem daqui!
- Ei! -gritei olhando em direção a porta. - Que
merda é
essa? Me tirem daqui!
Não demorou muito para alguém aparecer na
batente da porta. Era o mesmo que eu tinha dado um soco no nariz. Ele era alto,
mas não
suficientemente forte para acoar alguém. A não ser pela sua cara que carregava uma expressão maldosa, como de
um maníaco.
-Pelo jeito a Bela Adormecida acordou... -
ele comentou com um sorrisinho debochado ao me ver lutando inutilmente contra
as cordas que me prendiam.
- Dá para parar com essa babaquice? - respondi. - Será que não já está claro que eu vou
fazer o que vocês
quiserem? - tentei lembrar de algum deslize ou um erro eles tenham considerado
grave. Logo me veio a cabeça o episódio em que o Chad me conta sobre ao passado da Miley e do
meu pai. Só
pode ser isso! - Olha, eu sei que a Miley deve estar estressada e humilhada...
Mas isso aqui não
tem cabimento! Chama logo essa maluca para eu conversar com ela.
-O que esse garoto está falando? -
perguntou um homem que tinha acabado de entrar no quarto também. Eu não o conhecia, nem
mesmo o reconhecia de ontem a tarde. Acho que ele não estava entre
aqueles três
da vã,
não
que eu lembre.
-Eu sei lá! Ele está falando de uma tal
de Micky que está
chateada e que ele quer conversar com ela.
- Miley! Aquela Miley, uma de cabelos longos
e olhos azuis. Bonitinha, mas vive de mal humor. - eu corrigi fazendo questão de dar ênfase sobre quem eu
estava falando. Pelo menos essas são mas características que qualquer um reconhecia nela. Só que a diferença é que ela não é só bonitinha, ela é linda.
-Tem certeza que você deu a dose certa de dopante para ele? Se ele continuar delirando desse jeito, vai ficar difícil para gente conseguir o dinheiro! Precisamos de informações vindas dele! - disse o homem que tinha acabado de entrar. Como assim? Então eles não conheciam a Miley? Ok... Isso está ficando mais estranho do que eu imaginava.
-Tem certeza que você deu a dose certa de dopante para ele? Se ele continuar delirando desse jeito, vai ficar difícil para gente conseguir o dinheiro! Precisamos de informações vindas dele! - disse o homem que tinha acabado de entrar. Como assim? Então eles não conheciam a Miley? Ok... Isso está ficando mais estranho do que eu imaginava.
-Posso saber o que vocês querem de mim?
- Será que você ainda não percebeu? - o mais
alto fez um gesto com os dedos. -Dinheiro, muito dinheiro! Nós sabemos que você é filho de um milionário.
Não acredito. Ser forçado a trabalhar com uma gangue para ser sequestrado por
outra... Isso só
acontece comigo!
Miley Narrando
Sai rapidamente do carro, não fazendo questão nenhuma de bater a
porta com delicadeza. Juro que se eu a batesse mais forte, o vidro da janela se
quebraria. Um misto de raiva e ansiedade tomava conta de mim, não me deixando de
pensar no que pode acontecer em qualquer momento. Eu e Steve caminhamos até a entrada de um porão abandonado de uma
pequena fábrica.
Steve bateu três vezes na porta de
metal e logo um homem abriu a porta deixando apenas o seu rosto do lado de
fora.
-O que vocês querem?
- A águia ainda voa alto.
Agora me deixa entrar. - eu falei o código senha de uma vez e abri mais a porta e empurrei o homem
para dentro, me dando espaço.
Steve não reclamou do meu
jeito grosseiro de hoje. Ele sabe que eu tenho razão pra isso, então evitou fazer ou
falar coisas que me deixassem cada vez mais irritada.
Chegamos até uma salinha reservada
que provavelmente era algum tipo de escritório do antigo
proprietário
da fábrica.
Eu andava com uma expressão nem um pouco simpática. Alguns homens a nossa volta seguravam nas suas armas
que estavam presas no cós da calça, se preparando para atacarem se por acaso eu pires de vez
e queria matar todo mundo. Pelo menos é assim que seus olhares para mim me retratam.
Entramos na salinha e encontramos com o
Black Bull, um homem com uns quarenta anos de idade com os braços cheios de
tatuagem, mas vestindo roupas de grife e fumando um charuto, provavelmente
cubano. Se traficantes ganham tanto dinheiro assim, não era de se
surpreender que tivesse algum tipo de glamour.
-Por que você não avisou isso antes,
seu merda? - eu levantei a voz para o homem sentado a minha frente, batendo na
mesa fortemente o fazendo se assustar e quase engasgar com a fumaça do seu charuto.- Nós fizemos uma
parceria para um ajudar o outro. E o que você me trás? Problemas com a
porra da sua gangue inimiga!
Os três homens que também estavam dentro da
sala conosco tiraram suas armas se preparando para atirar em mim apenas com o
pedido de seu chefe. Eu estou nem aí pra eles. Sei que se me materem, vão perder uma
excelente oportunidade de ganhar uma parcela da fortuna que eu e meu tio ainda
vamos conquistar. Como já era de se esperar, Black B. pediu com um gesto de mão para que
abaixassem as armas, e assim foi feito.
-Olha, eu consegui um informante de lá faz muito pouco
tempo, quando ele me informou que planejavam sequestrar o caçula do Paul Jonas,
eles já
tinham conseguido levar o garoto. - ele disse enquanto apagava seu charuto e
apoiava seus braços
sobre a mesa. -Calma, ta bom? Ainda temos chance de reverter isso. De acordo
com meu informante, eles ainda vão demorar para fazer a ligação de resgate para
Paul. Dá
tempo de irmos atrás
deles e atacar, a defesa deles não está tão
excelente assim.
- Então o que está esperando? Manda
logo seus homens atrás
dele!
-Não é
tão
simples assim. Ainda nem sabemos onde eles esconderam o garoto.
-Então pra que vocês têm um informante?
Como é
que vocês
querem ganhar algum dinheiro do nosso golpe- enfatizei bem o "nosso"-
se vocês
não
querem ajudar em nada, nem em um problema que é exclusivamente seu.
Ou melhor, como vamos fazer isso sem o Nick? -perguntei mais do que irada.
-Quer saber? Eu acho que você é
um bandido de merda que tem medo de enfrentar o seu inimigo de frente. É por isso que eles
estão
se dando bem.
-E você acha que é quem pra falar
desse jeito comigo, garota? - finalmente Black B. começou a se irritar de
verdade comigo. Ele se levantou da sua cadeira e com um olhar fulminante me
encarava. - Você
está
falando com o traficante mais poderoso da Califórnia.
-Grande merda! O que basta ser poderoso-
frisei bem a palavra poderoso com ironia- se não ajuda em nada!
Pelo contrário,
só
me atrapalhou. Pra mim já chega! Eu não quero mais saber de parceria nenhuma com você.
-Miley, espera. Vamos tentar nos resolver
com mais calma. Nós
nunca vamos conseguir achar o Nicholas sem a ajuda dele. -o meu tio tentou me
acalmar. Porém
só
me provocou o contrário.
Odeio quando se acha mais racional e esperto do que eu, quando ele acha que eu
só
faço
as coisas por impulso sem pensar em nada. Odeio como ele fala desse jeito na
frente de todos como se eu não fosse capaz de resolver alguma coisa sem a ajuda de alguém.
-Eu não tenho mais nada
para resolver com esse cara. O Nick foi sequestrado por culpa dele. Você não parou pra pensar o
que poderia estar acontecendo com ele agora enquanto estamos apenas "nos
resolvendo"? - eu me soltei do meu tio lancei um último olhar para o
Black Bull e sai dali antes que eu pudesse fazer um escândalo bem pior.
O que mais me intriga é que ninguém se tocou que isso é realmente sério. Eu sei muito
bem o que os criminosos podem fazer em sequestros pra conseguir o que quer. Os
mais variados tipos de torturas me vieram a cabeça desde que descobri
sobe o ocorrido, me deixando cada vez mais aflita e me fazendo perder a
sanidade que me resta. E eles continuam agitando como se tudo fosse muito
natural. Isso me deixa fora de mim!
Sai do local, caminhando até alguma parte mais
movimentada daquele bairro. No caminho achei um táxi disponível e o peguei. Por
mais que o meu orgulho esteja protestando aos gritos por isso, eu não posso deixar de
procurar o Joe. Ele pode me ajudar em algum jeito, pelo menos pra acabar
com as expectativas pessimistas da família em relação ao paradeiro de Nick. Eu dei
o endereço
ao motorista, e obedecendo ao meu pedido, o táxi não demorou muito pra
chegar ao destino, sem se preocupar em avavançar sinais de trânsito e ultrapassar
alguns limites de velocidade. Eu paguei ao taxista, e saltei rapidamente do
carro.
Os seguranças, que já me conheciam,
liberaram a minha passagem e abriram os portões para mim.
Caminhei até
a enorme entrada da mansão e apertei a campainha. O mordomo me atendeu prontamente e
antes que eu pudesse o cumprimentar ou perguntar pelo Joe, Christine surgiu no
meu campo de visão.
-Miley, pelo amor de Cristo, onde está o Nick? - perguntou
ela preocupada. - Ontem a noite o seu pai ligou pra cá perguntando por
ele. E desde que vocês
saíram
daqui juntos ele não
voltou e nem atende o celular. - ela dizia enquanto me puxava pra o sofá. Me senteis ao seu
lado com um falso sorriso de descontração.
-Está tudo bem... O Nick estava comigo. Ele, er... dormiu lá em casa. - eu disse
tentando transmitir um pouco de calma para a loira.
-Ah é? Aí que bom! Você não sabe o susto que
ele nos deu aqui em casa. -ela disse com a mão sobre o peito, em
sinal de alívio.
- Mas por que ele não
veio com você?
- ela perguntou estranhando.
Até que a loira meia fútil não é
tão
burra como eu imaginava...
- Ele ainda está dormindo. Você sabe, balada,
bebidas demais... - eu disse soltando uma risadinha, sendo acompanhada pela
Christine. - Bom, acho que ele vai continuar passando alguns dias comigo.
Estamos planejando de viajar juntos. Sabe, botar o pé na estrada... Queremos
aproveitar bem essas ferias antes de entrar na faculdade. Enfim, eu vim aqui
pra conversar sobre isso com o Joe. Ele está aí? - eu perguntei sem
mais delongas.
-Ele está lá em cima. Quer que
eu o chame? -ela perguntou.
-Por favor. - eu falei balançando a cabeça positivamente.
-Quem quer falar comigo? -perguntou o Joe
descendo as escadas na hora. Quando ele viu quem era a visita fechou o discreto
sorriso que carregava no rosto. -Miley? Você sabe que o Nick não voltou pra casa até agora, né? - ele perguntou
com um olhar de que eu era culpada disso.
-Eu sei, ele está lá em casa. Eu vim
aqui pra conversar com você. Sobre uma viagem que nós vamos fazer, então o Nick sugeriu que
eu pedisse ajuda a você.
Um pouco desconfiado dos meus argumentos,
ele balançou
a cabeça
em sinal de compreensão.
-Claro! Se importa em vir conversar no
quarto? Eu vou te mostrar algumas fotos de algumas viagens de estrada que fiz
com alguns amigos, que vocês podem ir também. -ele ofereceu. Aposto que já sacou que não tem viagem
nenhuma. Pela sua suspeita gentileza, ele deve estar usando uma desculpa
qualquer pra conversarmos a sós.
-Tudo bem. - respondi.
Ele fez um sinal para que eu o seguisse e
faz o caminho de volta ao segundo andar. Subi logo atrás dele. Entramos no
seu quarto, que por sinal é bem espaçoso e bem decorado como o do Nick. Porém, tinha o seu próprio estilo. Joe
parou na minha frente cruzando os braços.
- Onde está o Nick? De verdade.
-Esse é o problema. Eu não faço a mínima ideia. -eu
comecei a andar de um lado pro outro. Estava sendo quase uma tortura pra mim
fingir que estava tudo bem pra conversar com a Christine. O meu nervosismo
estava quase chegando ao ponto de me controlar. Com o Joe eu não precisava fingir nada, então eu soltei a notícia logo de uma vez.
- Ele foi sequestrado.
-Como assim sequestrado, Miley? Como você não sabe onde ele está? -perguntou ele
levantando a voz.
-Shhh...-eu fiz o sinal de silêncio com o indicador
sobre os lábios.-
Ei, eles não
podem saber disso de jeito nenhum. - eu apontei para a porta, me referindo a
sua família.
-Só
pioraria a situação.
-Como você não sabe onde ele está? Não é você a criminosa?
-Não faria sentido eu sequestrar o Nick assim do nada. -eu
disse como se fosse óbvio.
-Foi uma outra gangue que o sequestrou.
-Então para que você veio até aqui? Só pra me falar isso
ou você
quer alguma coisa a mais?
-Eu preciso da sua ajuda, sei lá para alguma coisa
você
deve servir!
-Tipo o que? -ele perguntou.
-Tipo falando para o seu pai e para
Christine que nós fomos viajar, e fala que você tem contato com o
Nick e que está
tudo bem. Eles não
podem nem imaginar que ele está em perigo. Ah, e falando nisso você percebeu alguma
coisa estranha essa semana? Alguém te vigiando ou algumas coisa parecida. Talvez eles
poderiam ter planejado te levar no lugar dele mas desistiram. Você lembra de algum veículo que circulava
com frequência
perto de você?
-Não... Eu não me lembro de nada suspeito.
-Você tem algum plano?
-ele perguntou um pouco aflito.
-Nada específico, a não ser de salvar o
Nicholas antes que percebam que ele foi sequestrado. Mas eu preciso pensar em
alguma coisa. Me ajuda, vai!
Joe sentou-se na sua cadeira ainda me
observando brincar com o colar entre os dedos e andar de um lado pro outro.
Provavelmente eu já
devo estar assim desde que entrei aqui no quarto.
-A situação já é complicada, com você nervosa desse jeito
só
vai piorar. Parece até que se importa!
-ele disse perdendo a paciência comigo.
-Mas eu me importo! -eu protestei.
-Se importa? -ele perguntou não acreditando no que
eu tinha acabado de falar. Nem eu acredito que eu disse isso.
-Ele é essencial pra o
nosso golpe. Além
do mais, se a policia for investigar o sequestro dele, vai achar sobrando pra
mim. -eu falei dando de ombros. Fico até impressionada da
maneira que consegui achar algum motivo plausível para estar desse
jeito. Mas não
era só
por isso, eu sabia disso. Mas quem disse que eu quero admitir um absurdo
desses?
-É mesmo... -ele concordou com um olhar distante. - E como você vai atrás dele sem saber
onde ele está?
Isso é uma excelente
pergunta que eu gostaria de saber a resposta.
-Eu não sei. -suspirei- Se
eu soubesse onde está...
-falei pensando alto. - Se pelo menos ele tivesse algum tipo de rastreador...-
como um fetiche de luz, uma ideia, ou melhor, uma lembrança iluminou a minha
mente.
- O que houve? -perguntou ele curioso,
provavelmente sabendo que eu tive uma ideia, através da minando expressão.
-Um rastreador! Eu tinha baixado um
aplicativo no celular dele para localizá-lo, nos primeiros
dias que tinha descoberto sobre mim. Caso ele cismasse de fugir ou coisa
parecia, mas não
tinha levado muita fé
nisso. Nem sei se funciona mesmo... Mas talvez seja a nossa salvação.
-A salvação do Nick, melhor
dizendo. - eu frisou, se levantando com expectativa. -Vê se funciona!
Eu peguei o celular do meu bolso e ativei o
aplicativo. Depois de alguns segundos de carregamento, surgiu um mapa eletrônico. A setinha que
representava o celular dele apontava para um ponto em frente a uma estrada em
Riverside, uma cidade perto de LA. Meu coração disparou em
expectativa. Esssa é a única pista que tenho
e é nela em que vou me
agarrar.