Então, gente eu cometi um errinho. Lembra que eu falei sobre esse capítulo como o 29? Então, esse é o 28. Há um tempo atrás quando eu fui postar o capítulo 27, eu acabei me confundindo e colocando como 28... Enfim, espero que eu não tenha confundido vocês.
Chega de blá blá blá e vamos ao que interessa! hahaha Ah, obrigada pelos comentários do capítulo anterior *-* E sejam bem-vindas as novas seguidoras/possíveis leitoras. Espero que gostem e comentem, por favor!
Boa leitura!
Trilha Sonora para a
introdução do capítulo: Savin’ Me – Nickelback
Escutem aqui:
"Os portões da prisão não abrirão para mim
Com essas mãos e joelhos estou rastejando
Oh, eu alcanço você
Bem, estou aterrorizado com essas quatro paredes
Essas barras de metal não podem prender a minha alma aqui
Tudo que eu preciso é você
Venha, por favor, estou chamando
E, oh, eu grito por você
Apresse-se, estou caindo
Mostre-me como é
Ser o último a ficar em pé
E ensine-me a diferença do errado e do certo
E eu te mostrarei o que posso ser
Diga para mim
Diga por mim
E eu deixarei essa vida para trás
Diga se vale a pena me salvar
Os portões do Paraíso não abrirão para mim
Com essas asas quebradas estou caindo
E tudo que eu vejo é você
Esses muros da cidade não tem nenhum amor por mim
Estou na beira da 18º história
E, oh, eu grito por você
Venha, por favor, estou chamando
E tudo que eu preciso é você
Apresse-se, estou caindo
Mostre-me como é
Ser o último a ficar de pé
E ensine-me a diferença do errado e do certo
E eu te mostrarei o que posso ser
Diga por mim
Diga para mim
E eu deixarei essa vida para trás
Diga se vale a pena me salvar"
Nicholas Narrando
Bati
mais os pés para chegar à tona com mais rapidez, tentando ser o mais rápido
possível e gastando o pouco de oxigênio que me restava. Puxei o ar com força e
até desespero, quando levantei minha cabeça das águas frias do lago. Meu
coração estava disparado. Foi tudo tão rápido que nem deu tempo de raciocinar.
Confesso que eu vi o nosso fim quando avistei aquele caminhão avançando contra
o carro. Foi por pouco! Saí da água e cai sobre a terra úmida da margem ainda
tentando desacelerar a minha respiração.
Avistei
um carro parado ao lado da cerca de proteção partida lá do alto. Um homem
surgiu no meu campo de visão.
-Ei,
você está bem? - ele gritou lá de cima.
-Sim,
nós... - interrompi a minha resposta para procurar com o olhar o rosto de
Miley, mas eu não encontrei. Olhei a minha volta e nenhum sinal dela. Senti o
calor do meu corpo se esvair quase que de imediato. Ela não pode estar lá.
Miley sempre consegue se livrar, ela... Droga, eu tenho pouco tempo!
Me
levantei, ignorando as perguntas do homem curioso que estava me assistindo da
estrada e a temperatura gelada das águas, e corri de volta para o lago. Mergulhei
rapidamente e nadei de volta ao carro submerso. Lá estava ela desacordada.
Me senti um imbecil por não ter percebido que ela não tinha conseguido escapar
antes. Eu nunca imaginei que ela pudesse se encontrar tão... indefesa. Miley
sempre dava um jeito em tudo, mas não conseguiu nem se salvar. Entrei no carro
pela mesma porta que tinha aberto e saído. Puxei a Miles pra mim, mas o cinto
de segurança me impedia. É isso. Esse cinto estava travando e ela nem conseguiu
se soltar. A cada segundo que passava mais necessidade de ar eu sentia, mas eu
não vou deixá-la por mais tempo aqui. Pois a cada segundo para ela também é
fatalmente importante.
É
improvável que eu consiga soltar o cinto de segurança em pouco tempo, então eu
tive outra ideia. Empurrei a Miley para o lado e apoiei meus pés contra o
encosto do banco, enquanto me sustentava sobre o painel do carro para o
impulso. Forcei minhas pernas até quebrar a trava e empurrar o encosto pra
trás. Agora vai ser muito mais fácil de puxá-la.
Peguei
Miley em meus braços e a tirei do carro. Com apenas um braço ao redor de sua
cintura e o outro puxando a água para trás de mim, nadei com urgência para fora
do lago. Quando cheguei à margem, o tal homem me esperava apreensivo
acompanhado de uma mulher que falava desesperadamente pelo celular,
provavelmente para a polícia ou para ambulância. Voltei minha atenção para
Miley, que estava em meu colo. Mole e sem nenhuma reação. Meu coração falhou
uma batida. Ela ainda não acordou.
-Se
eu soubesse fazer massagem cardiorrespiratória, eu juro que faria, mas não
tenho ideia do que fazer. – o homem falou com um pesar em sua voz, enquanto eu
deitava uma Miley desacordada no chão.
Eu
lembrava vagamente de uma aula de primeiros socorros que tive mais novo na
escola. Esperar a ambulância chegar estava fora de cogitação. Uma ação imediata
era a única saída. A minha vontade é de gritar, para conseguir me livrar desse
medo e tristeza. Eu não estava aguentando vê-la daquele jeito. Fiquei de
joelhos ao seu lado e pressionei minhas mãos contra o seu peito algumas
repetidas vezes, na esperança de sentir a sua respiração de novo. Seu rosto
estava pálido, sem vida, com um ar triste. Isso só me fez lembrar tudo o que
disse à ela antes do acidente. Estou com tanta raiva de mim mesmo! Levei minha
boca até a sua e tapei seu nariz. Assoprei o máximo de ar que eu pude. Não
esperei alguma reação. Apenas voltei a fazer a massagem cardíaca jogando parte
do meu peso para as mãos.
Eu
preciso salvar a Miley, eu tenho que salvá-la!
Um,
dois, três. Um, dois, três. Assoprei o ar novamente para a sua boca. Senti seus
lábios macios se roçarem nos meus. Essa não pode ser a última vez. Respire,
Miley... Por favor! Ela não pode ir depois de tudo o que disse a ela. Com todo
aquele rancor. Eu só tinha percebido que tinha ido longe demais quando ela
pediu para parar e quando suas lágrimas molharam o seu rosto. Nunca a tinha
visto frágil daquele jeito. E me odeio por isso.
Um,
dois, três. Um, dois, três. Um, dois, três. Respiração boca a boca.
Um,
dois, três. Um, dois, três. Um, dois, três. Respiração boca a boca.
E
assim foi se repetindo...
Eu
não posso a deixar morrer desse jeito. Eu a amo demais pra suportar. Gotas de
lágrimas se misturavam com as gotas geladas do lago que ainda corriam em meu
rosto. Eu já tinha tentado mais algumas vezes, mas sem sucesso nenhum.
-Miley,
acorda. Você não pode me deixar. Não pode! – supliquei para ela que ainda
estava apagada. A essa altura eu já chorava, feito um desesperado. – Eu te amo.
– disse tentando não deixar que os soluços me cortassem as palavras.
-Você
já fez o que pode, rapaz. – o homem apoiou a mão sobre o meu ombro, com uma voz
acolhedora.
-Não!
– gritei, o empurrando para longe de mim. – Não é uma opção. Ela tem que
acordar, você me entendeu? – eu disse limpando as lágrimas rapidamente logo
antes de começar mais uma massagem, a pressionando com mais força do que antes.
Um,
dois, três. Um, dois, três. Um, dois, três. Respiração boca a boca.
Um,
dois, três. Um, dois, três. Um, dois, três. Respiração boca a boca.
Nem
quero imaginar o que seria de mim se ela morresse. Ainda mais sabendo que foi
por minha culpa. Mais lágrimas correram pelas minhas bochechas. Eu posso ficar
aqui para sempre, a esperando acordar e me dar o alívio de estar bem.
Me inclinei para jogar mais ar para dentro da
sua boca. E quando eu me preparava para mais uma série de massagem, vi seu
corpo se contrair. Miley tossiu, jogando água para fora de sua boca. E logo
aqueles hipnotizantes olhos azuis se abriram e ela puxou o ar para dentro de si
com força. Uma onda de alívio me atingiu.
Miley Narrando
Tossi toda
aquela água pra fora. E como um milagre, senti o ar entrar agressivo nos meus
pulmões. Abri bem os meus olhos, finalmente ficando consciente. Joguei meu
tronco pra frente, me sentando. A minha respiração ainda estava descompassada,
mas era um alívio respirar de novo. Rapidamente, senti dois braços fortes e
acolhedores que eu já conhecia, me envolver, me apertando um pouco demais, mas
mesmo assim eu me sentia bem ao redor deles.
- Nunca mais me
mate de susto desse jeito! – ele dizia ainda abraçado a mim. Por um momento
esqueci tudo o que discutimos, enquanto seu corpo me aquecia. Então ele se
afastou para olhar nos meus olhos e pude voltar a realidade. – Eu pensei que
você... – ele não terminou a frase. – Eu quase tive um ataque do coração agora.
-Como eu parei aqui?
– o interrompi, confusa.
-Ele te salvou.
– uma mulher loira que eu nem tinha percebido a sua presença, disse. Ela estava
acompanhada de um homem desconhecido também. Eles aparentavam ter uns trinta e
cinco anos. –Eu até tinha ligado para ambulância, mas acho que não daria tempo
de nada senão fosse pelo seu namorado.
Eu voltei a
olhar para Nick. Seus olhos estavam levemente avermelhados, e o seu nariz
também. Mas continuava lindo. Eu engoli em seco ao perceber na merda que acabei
de me meter. Por que ele tinha que me deixar desse jeito? Por que esse idiota
não conquista uma garota normal, que queira amar e ser amada por alguém? Por
que justamente eu, aquela que não presta um centavo e que fez da sua vida um
inferno? Meu raciocínio parou. Espera aí, ele me salvou?!
Eu apenas o
encarei por alguns segundos, me perguntando se eu devo tirar alguma satisfação
com ele. Num segundo ele me humilha daquele jeito e depois me salva? Eu quero
saber é quando que as coisas vão começar a fazer algum sentido. Porque desde
que eu me comprometi a resgatá-lo, nada mais tem alguma justificativa lógica.
Nicholas me fitava com a mesma intensidade. Não é surpreendente que o meu
coração ainda está disparado.
-Você está se
sentindo bem? – ele perguntou apoiando a palma da sua mão em minha bochecha. Tentei
ignorar conforto que seu calor irradiava.
-Eu estou, não
precisa se preocupar. Você não tinha que se preocupar desde o início. –me
levantei rapidamente, evitando o seu toque. Mas senti uma tontura que fez
minhas pernas fraquejarem e quase cair, se não fosse pelo “bom Nicholas” que me
segurou. Dessa vez ele estava perto demais, que eu até podia sentir a sua
respiração.
-Miley, você tem
noção do que você está falando? – ele disse em um sussurro. Eu encarei os dois
pontos cor de chocolate carregados de seriedade.
-E você tem? –
eu retruquei no mesmo tom de voz. - Alguém que discutiu comigo com tanto ódio e
depois vem tentar dar um de heróizinho piedoso não tem noção do que diz e nem
do que faz.
-Isso só foi uma
versão repetida da sua história. – ele respondeu com desgosto, não me deixando
barato e soltando os seus braços de mim.
Nossa troca
amarga de olhares foi quebrada, quando a moça que ainda estava parada a nossa
frente, se pronunciou.
-Hum... Então,
você ainda está um pouquinho fraquinha, né? Não é melhor vocês procurarem um
lugar para descansar até que alguém dê uma carona pra vocês até as suas casas?
Nós estávamos a caminho de um hotel. É bem aconchegante. Se quiserem, eu e
Travis podemos pagar uma estadia pra vocês dois. – ela disse com um sorriso. –
Se quiser nós até emprestamos algumas roupas limpas, para se livrarem logo
dessas roupas encharcadas.
Não tinha mais
nenhuma escolha, não é? Se eu ligasse para alguém lá de Los Angeles pra nos
buscar, só chegaríamos amanhã. Eu dei de ombros e balancei a cabeça em
afirmação.
-Seria bom,
obrigado. – Nick respondeu.
Nós subimos a
pequena encosta, até a estrada onde estava o carro do casal e onde deveria
estar o nosso. Enquanto o casal de desconhecidos fazia as suas ligações antes
de ir embora (acho que para cancelar a ambulância e fazer mais uma reserva do
hotel, se eu não me engano), eu dei meia volta e encarei o lago escuro em que
eu estava mergulhada há poucos minutos. Envolvi meu próprio corpo com os meus
braços, tentando me livrar do frio que sentia. O tempo nessa parte da estrada
estava um pouco fresco e nublado, mas para alguém que está com as roupas
molhadas, isso é muito gelado.
Não havia nem
uma pista do carro, que agora estava submerso, além daquela cerca partida. Mas
as recentes cenas se repetiam em minha mente como o replay de um filme. Eu me
sentia com raiva por ter me rebaixado tanto a ponto de me apaixonar por alguém,
eu sentia o meu orgulho ferido ao lembrar de tudo o que o Nicholas sabe, sinto
uma pontinha de felicidade por conseguir sobreviver ao acidente, e sinto meu
coração quase explodindo com essa coisa incontrolável chamada amor. Eu estava
perdida no emaranhado de sentimentos que me vieram em tão pouco tempo. A minha
vontade é de correr sem rumo pra longe de tudo pra simplesmente botar a cabeça
no lugar, mas é loucura. Um dia eu vou ter que encarar essas mesmas emoções,
não posso simplesmente fugir dos sentimentos que eu mesma criei, mesmo contra a
minha vontade.
Eu não queria
olhar para o Nick. Eu sei que eu deveria agradecer, mas eu não consigo. Na
verdade eu não quero. Ainda não quero me aproximar de novo dele sabendo que eu
o amo. Soltei uma risada, debochando de mim mesma. Apaixonada... a que ponto
fui chegar. Acho que no fundo, no fundo, eu desconfiava disso durante um tempo,
alguns dias depois do Nicholas descobrir sobre o golpe. Obviamente, eu não
estaria nem um pouco disposta em aceitar isso. Talvez isso tenha me feito
fechar os olhos por um bom tempo. Eu tenho medo do quanto esse amor vai me
custar. Mas até quando eu conseguiria enganar a mim mesma?
-Miley. – ouvi a
voz dele me acordar de meus devaneios. Me virei para sua direção. Nick estava
em pé ao lado da porta traseira aberta do carro. Ele ainda estava sério, com um
ar um pouco decepcionado e eu sei que é por minha causa.
-Vamos? – o
homem perguntou para mim, já dentro do automóvel, ligando o motor. – Se ficar
aí fora por muito tempo vai se resfriar.
Eu caminhei
calada até o carro. Nick entrou primeiro, escorregando pelo banco para o lado
da outra porta. Eu me sentei, um pouco desconfortável por estar toda molhada, e
fechei a porta. Tomei o cuidado de manter uma certa distância de Nick,
continuando na ponta.
-Vejo que você
ainda está um pouco em choque com o que aconteceu. – então eu percebi que a
mulher se referia a mim. – Fique tranquila, só foi um susto.
Acho que ela
estranhou o meu comportamento e acabou interpretando desse jeito. Quem me dera
se isso só fosse por causa do susto do acidente.
-Eu sei... Eu só
quero ficar sozinha por um tempo. Estou cansada demais. – em parte, eu não
estava mentindo.
-Tudo bem, eu
entendo... – ela não disse muito. Acho que a loira percebeu que eu não queria
muita conversa e nem o Nick que se encontrava quieto do outro lado do banco. –
Meu nome é Raven, por sinal. E ele é meu marido, Stephen. – ela se referia ao
homem ao seu lado que dirigia.
- E meu nome é
Miley e o dele é Nicholas. – eu disse apontando para o Nick.
- Se precisar de
mais alguma coisa, é só pedir para gente.
- Ta bom,
obrigada.
O resto do
trajeto até o hotel foi silencioso. O Stephen e a Raven até falavam poucas
coisas dentro do carro, mas eu e Nick não quisemos puxar conversa, então a
quietude tomava o seu lugar novamente. O casal está sendo muito gentil em nos
ajudar, mas tudo o que eu queria era me isolar para pensar com mais calma.
Não demoramos
muito para chegar ao destino. Meia hora ou quarenta minutos depois, chegamos
até a entrada de um hotel no meio de um campo arborizado, com a decoração
rústica e tenho que confessar, bem acolhedora. Não era um hotel comum de
estrada. Era daqueles tipos que ficavam mais isolados das cidades que tem tudo
dentro. Pelo jeito, uma estadia aqui não deve ser muito barata, ao contrário do
motel em que eu e Nick nos hospedamos ontem. Saímos do carro enquanto o Stephen
estacionava em uma vaga por perto. Entramos na recepção e rapidamente o meu
estado e o de Nicholas, chamou atenção de quem estava em volta. Realmente, eu
estava precisando de roupas limpas e secas.
Raven e seu
marido conversaram com a recepcionista sobre um novo quarto, que eu suponho que
seja para mim e para o Nick. Não, novamente não! Eu não quero dividir o mesmo
quarto que ele. Eu não posso. Mas eu não posso os obrigar a pagar mais uma
outra estadia só por causa disso. Mais tarde eu venho conversar com a
recepcionista para ver se posso pagar amanhã de manhã quando o meu tio vier nos
buscar.
Ouvi um homem
comentar sobre o teto verde do prédio do hotel. É um tipo de jardim que fica no
terraço do prédio. Então eu optei por subir até lá para arejar um pouco a
mente. Subi de escadas mesmo, pois os elevadores estavam demorando e por aqui
não tinham muitos andares. Quando eu cheguei ao ultimo andar, tinha uma porta
fechada dizendo “Aberto para visitação apenas entre o horário das 9 manhã à 1
da tarde.” Eu não me importei com a mensagem e tentei abrir a porta do mesmo
jeito. Estava aberta. Logo depois que saí para a parte descoberta, encostei a
porta atrás de mim. Não havia ninguém por lá, a não ser o verde que tomava conta da minha visão e o colorido das flores.
Enfim só.
Ao meu redor,
tinham vários tipos de flores muito bem cuidadas, mas eu não quis prestar muita
atenção nelas. Me apoiei sobre beirada do prédio, apreciando a vista daqui de
cima. Não era pra ser desse jeito. Tudo está tão confuso. Ás vezes me parece um
erro, mas às vezes me parece que não existe nada mais certo do que isso.
Ouvi a porta,
pela qual eu tinha entrado, se abrir e logo depois se fechar. Interrompi a
minha linha de raciocínio e me virei para trás, já imaginando quem seja. E as
minhas suspeitas foram confirmadas. Nick estava parado a minha frente com os
braços cruzados me encarando seriamente.
- O que você
está fazendo aqui? Você me seguiu? – eu perguntei de um modo um pouco rude.
- Eu quero saber
até quando você vai se divertir com a minha cara. - ele ignorou as minhas
perguntas se aproximando de mim. – Eu
salvei a sua vida! E você não fez nada, nem um agradecimento, nada! – ele deu
ênfase a ultima palavra aumentando o tom de voz.
-E quem disse
que eu queria ser salva? Eu não te pedi para me tirar daquele carro. Você me
salvou por escolha sua, não pode me exigir nada. – eu respondi tentando me
manter impassível. – Aliás, se eu sou tão ruim como você diz, então por que me
ajudou? Se eu tivesse morrido naquele lago, a maior parte dos seus problemas
iria embora, não é mesmo? Então por que você fez essa babaquice?
-Você quer saber
por quê, Miley? – ele me perguntou desafiador com um tom irônico.
-Quero! Se você
me odeia tanto, algum interesse tem por trás disso. – é a única explicação, não
é?
-Porque eu sou
louco por você! – ele gritou, nervoso. No primeiro momento, eu não pude
assimilar bem o que eu tinha acabado de ouvir. – Eu nunca deixei de te amar. Eu
pularia naquela merda de lago milhares de vezes de novo por você. Eu morreria
por você! Eu não suportaria saber que você morreu por minha culpa, Miley. Por
mais infernal que a minha vida seja por sua causa, eu não sei se teria forças
pra lidar com ela sabendo que você não está viva. – ele continuava a falar
rápido, despejando as palavras para cima de mim, que ouvia surpresa. Eu sentia
minha própria alma se agitar dentro de meu corpo, deixando rastros por todo
ele. Minha pele se arrepiou. Meu coração estava tão disparado que poderia
rasgar o meu peito a qualquer momento. Eu respirava com dificuldade como se eu
tivesse voltado a me afogar. – Era isso que você queria ouvir, Miley? Bom, aí
está a explicação.
-Eu não acredito
em você. Como você me ama se me disse todas aquelas palavras? Você sabia o
quanto aquilo me atingia. Você foi tão baixo quanto eu.
-Eu explodi de
raiva por sua causa! Porque apesar de você sempre me humilhar e desprezar eu
sempre estive te amando. Eu sei que não faz sentido. Eu já tentei acabar com
isso várias vezes, mas é impossível de controlar. – ele parou de falar e olhou
nos meus olhos me analisando. – Você não se importa, né? – eu não respondi.
Decepcionado, Nicholas balançou a cabeça negativamente. - Você não sabe o que é
isso, porque você nunca amou e nunca vai amar alguém pra me entender. – eu
senti essas palavras como um soco no estômago. É claro que eu entendo! Minha
garganta se apertou ao ver ele me dando as costas.
Antes que ele
pudesse sair do jardim, eu gritei.
-Cala essa boca!
– levantei minha voz. Nicholas se virou para mim, para me encarar. – É isso
mesmo. Cala essa boca antes de falar dos meus sentimentos! Você não sabe o que
eu sinto. E quer saber? Eu não te suporto. – eu caminhei até ele, acabando com
a nossa distância. Eu não aguantava mais guardar isso entalado na minha
garganta. Eu precisava falar! – Eu não te suporto por me fazer sentir frágil quando
estou perto de você. – eu o empurrei. – Eu não te suporto por me tirar do sério
o tempo todo! Eu não te suporto por ser tão atraente. Eu não te suporto porque
você me salvou a minha vida por nada em troca, por me fazer sentir coisas que
ninguém conseguiu provocar em mim em toda minha vida. – lágrimas já desciam
pelas minhas bochechas, mas não eram de tristeza, mas de alívio. – Porque só você
me fez sentir viva depois tanto tempo. E eu não sentia isso desde a morte do
meu pai.
Ele me olhava
perplexo com o que eu tinha acabado de falar. Minhas mãos estavam apoiadas
sobre o seu peito, e a distância entre nós era tão pouca que eu conseguia
sentir o calor de seu corpo.
-M-mas você fez
tudo aquilo comigo. Você está mesmo apaixonada por mim? Você não me odeia por
ser um Jonas? – ele começou a fazer perguntas, um pouco confuso. Mas eu não
tive paciência para responder, muito menos para ouvir. Eu já o mandei calar a
boca!
Fiquei
na ponta dos pés e interrompi as suas palavras, o puxando pela nuca e juntando
meus lábios nos seus. Uma explosão de alegria tomou o meu corpo. Suas mãos
foram para a minha cintura, me puxando para si. Nick sugou o meu lábio inferior
suavemente, me fazendo quase implorar para um aprofundamento do beijo. A água
que encharcava nossas roupas estava prestes a evaporar com o calor de nós dois
juntos. Meus dedos se entrelaçaram nos cachos molhados dele. Minha língua encontrou com urgência a sua. A
sensação era tão boa. Era como se eu nunca tivesse beijado alguém na vida e
estava experimentando pela primeira vez o melhor beijo que poderia existir. O
gosto doce ainda predominava em sua boca, o que me fez lembrar o quanto eu estava
dependente de seus beijos. Eu dei leves mordidas em seus lábios, para voltar a
me deliciar com a sua boca, explorando com a minha língua. O beijo foi chegando
ao fim com uns selinhos teimosos em não terminar.
Minha testa se
encostou a sua. Fechei meus olhos, ainda desacreditada com o que eu acabei de
dizer.
-Você tem razão
sobre o amor ser incontrolável. – eu sussurrei. – Se eu tentasse esconder por
mais tempo eu enlouqueceria. – afastei o meu rosto do seu e abri os olhos para
olhá-lo. – Mas eu tenho fraquezas demais para suportar mais uma. – ele tomou o
meu rosto em suas mãos. Eu suspirei ao sentir carinhosos beijos por onde minhas
lágrimas passaram. - Isso nunca era pra ter acontecido.
-Mas aconteceu.
– ele disse depois de ter afastado o seu rosto do meu. – E eu nunca seria sua
fraqueza. Eu quero ser a sua fortaleza, Miles. E isso só vai depender da sua escolha.
Sem parar para
pensar sobre as consequências disso, eu disse. – Eu quero.
-Então quer
dizer que você me quer? Pra valer? – eu vi um brilho especial iluminar os seus
olhos.
Eu balancei a
cabeça em afirmação. Quem eu quero enganar? Eu quero muito. Eu quero sentir
aquele conforto com a pessoa que ama. Eu quero viver essa vida tão intensa e
emocionante de amantes. Talvez eu me arrependa daqui a alguns dias, mas eu me
dei o trabalho de jogar essas preocupações para o alto. Sou fraca demais para
lutar contra esse sentimento louco que vem me controlando.
Nick
se inclinou para mim e roçou seus lábios nos meus. Suspirei ao sentir a textura
macia e tentadora em minha boca. Sua língua traçou o contorno dos meus lábios,
para logo em seguida levá-la de encontro a minha novamente. Nossas línguas se
acariciavam de uma forma tão boa que eu poderia ficar o beijando para sempre.
Aos poucos, o nosso beijo aumentava cada vez mais a temperatura, causando novas sensações e aumentando as carícias. Já era de se esperar que chegaríamos a esse ponto. Mesmo nos odiando e brigando, juntos nós soltávamos faíscas. Imagina agora! Nick me apertou mais contra o seu corpo. Um gemido abafado pelo beijo soou de mim
quando senti a ereção dele crescer contra uma área sensível logo acima da minha
intimidade que já pulsava por ele dentro de mim. Não era um desejo comum, era
como uma sensação tão expandida e intensa que chegava a ser surreal. Sexo com
amor... Eu já tinha ouvido falar que era a melhor coisa do mundo. E como deve
ser! Ser entregue de corpo e alma, pra valer, me fazia vibrar de ansiedade e ao
mesmo tempo espanto.
Sem me importar
com o ambiente em que estávamos, minhas mãos buscaram pela sua pele por de
baixo da camisa, subindo o caminho até o seu peito, enquanto a peça subia, o
deixando descoberto. Interrompendo o beijo, mas sem tirar os olhos de mim, Nick
levantou os braços, me ajudando a me livrar da camisa, e a deixei jogada no
chão. Passeei minhas mãos pelo seu peito nu, admiranda ao o ver arrepiado com o
meu toque. Nick também, não ficou para trás e arrancou a minha blusa, deixando
o meu sutiã de decote meia taça a mostra. Sua pele branca, que contornava os
músculos do seu tronco desnudo e sexy, me chamou para mais carícias. Cobri a
área descoberta de seu corpo com beijos e leves mordidas: seu pescoço, ombros,
peito, abdômen.
-Você é louca,
Miles. – ele comentou com uma voz rouca. Eu já sabia que ele estava mais do que
excitado, mas Nick estava me falando sobre a minha atitude impensada em querer
transar num lugar público. Não era exatamente público, nem éramos para estar
aqui. Ainda bem que a haviam várias colunas de plantas e flores que nos esconderiam das pessoas lá de baixo.
-Você aguentaria
esperar até chegarmos ao quarto? – eu perguntei entre beijos em sua barriga,
descendo até chegar o cós da sua calça.
-Com certeza,
não. – ele respondeu enquanto me assistia abrir a sua calça lentamente.
-Eu também, não.
– eu me inclinei minha cabeça para cima para encarar os seus olhos escuros. –
Nick, eu quero muito fazer amor com você, agora mesmo.
-Eu sempre soube
que ontem não seria a nossa última vez. – Nick disse num tom baixo enquanto eu
abaixava a sua calça.
Sem cerimônias,
abaixei a sua cueca logo em seguida, liberando o seu pênis ereto. Senti minha
boca salivar e o meu sexo pulsar sofregamente. Suspirei discretamente, tomei o
membro uma das minhas mãos e beijei a ponta. Coloquei a glande na minha boca e
chupei com vontade. Nick gemeu deliciado e eu me segurei para não gemer junto
ao ouvir sua voz carregada de prazer. Eu acariciei mais uma vez a ponta de seu
pênis com a língua e me afastei minha boca para estimular toda a sua extensão
com a mão. Nick gemia rouco e movimentava o seu quadril contra a minha mão,
para aumentar o atrito. Eu aumentei a velocidade conforme seus gemidos e
grunhidos aumentavam. Não demoraria muito para chegar ao orgasmo.
-Miley... vem
cá. – ele disse quase em uma súplica. Eu olhei para o seu rosto. Suas bochechas
já estavam rosadas. Nicholas estava quase queimando de excitação e a minha
situação não era diferente. – Agora eu quero te levar ao paraíso e voltar.
Eu me levantei
lentamente com a mesma trilha de beijos pela sua barriga, sem tirar os olhos
dos seus. Chegando ao seu peito, lambi a sua pele até chegar à altura de seus
ombros, sentindo o seu gosto único. Pude ouvir sua respiração pesada. Nick desabotoou
o meu short e o tirou. Igualmente a ele, chutei a roupa que estava em meus pés
para o lado e tirei meus sapatos com os pés. Ele começou a deixar chupões pela
parte exposta dos meus seios e eu não pude deixar de soltar um gemido baixo e
agudo. Senti seus dedos brincarem com a alça fina da minha calcinha logo antes
de puxá-la para baixo. E rapidamente ele tirou o meu sutiã também, me deixando
totalmente nua.
Nick puxou a
parte de trás das minhas coxas para ele, e eu o ajudei com o impulso e fiquei
com as pernas ao redor de seu corpo. Eu gemi o seu nome baixinho ao sentir a
minha intimidade úmida e sensível em contato com a sua pele. Mordi o lábio
inferior ao sentir um atrito maior quando Nicholas me encostou contra a parede.
Suas mãos me levantaram um pouco até que os meus seios estivessem na altura do
seu rosto e então os seus convidativos lábios foram de encontro ao meu mamilo. Dessa
vez eu não pude deixar de gemer mais alto quando senti sua boca me sugar e seus
dentes roçarem levemente na minha pele sensível. Deixando sons eróticos
escaparem de minha boca, eu puxava levemente os seus cachos, cada vez que ele
sugava com mais força, me fazendo querer mais e mais. Nick levou a sua atenção
para o outro seio. Sua língua fazia movimentos circulares em meu mamilo e logo
depois o sugou. Os seus estímulos eram tão torturantes que eu não me aguentei e
passei a movimentar o meu quadril, roçando cada vez mais o meu sexo em sua
barriga. Ainda me chupando habilidosamente, Nick grunhiu de prazer ao sentir a
minha reação. Então ele deixou o meu seio e beijou a curva entre o meu ombro e
o meu pescoço.
- Você é tão
linda, tão excitante, tão minha... – ele sussurrou olhando por todo o meu corpo
com fascínio e em seguida para os meus olhos. - É impossível não se apaixonar
por você. - E senti mais uma flecha me acertar.
Não fazia ideia de quão boas sensações algumas palavras podem me
provocar.
- Não existe
mais essa história de ultima vez. Eu não aguento mais ficar longe de você.
Então me faz sua mais uma vez, por favor. – implorei tirando um cacho caído da
sua testa suada.
- É o que eu
mais quero.
Com as mãos
sobre as suas bochechas, puxei seu rosto para um beijo. Sem afastar sua boca da
minha, ele me deixou na mesma altura que a sua e senti seu membro ainda duro se
encaixar gentilmente na minha entrada. Sua língua acariciou a minha
carinhosamente. Seu pênis me penetrou lenta, mas profundamente. Um gemido vibrou pela minha garganta, mas um
som de prazer abafado também foi escutado vindo de Nick. Puxei o seu lábio com os dentes depois do
beijo acabar e logo o suguei, para diminuir a sensação de ardência por causa da
minha mordida. Entregue e imensamente feliz. Acho que esses são os melhores
adjetivos que me caracterizam agora. Então eu senti mais uma investida me
invadir e arranhei seus ombros para não gritar. Ninguém sabe e nem deve saber
que estamos aqui, nos amando. Então encostei meu lábio ao seu ouvido para gemer
baixinho ao pé da sua orelha, mencionando o seu nome entre palavras desconexas
e curtas frases entrecortadas por mais um suspiro ou gemido cada vez que recebia mais uma penetração. Seus
movimentos estavam ficando cada vez mais fortes, profundos e rápidos, me
fazendo quase ver estrelas. Joguei meu quadril contra o seu pênis que deslizou
ainda mais fundo o fazendo gemer meu nome. Em sincronia, nós dois nos
movimentávamos juntos causando cada vez mais prazer um ao outro. Depois de mais
algumas penetrações, Nick chegou ao clímax primeiro. Senti o seu líquido quente
derramar em dentro de mim, o que me deixou ainda mais eriçada e não parei de me
movimentar. Sem sair de mim, Nicholas acariciou com o seu dedo o meu clitóris
me causando ainda mais gemidos. Estremeci de tanto prazer e arqueei as costas
ao sentir o orgasmo tomar conta de meu corpo. Realmente eu fui levada ao paraíso e voltei.
Deitei minha
cabeça em seu ombro e aproveitei o conforto dos seus braços ao meu redor.
-Eu tinha todos
os motivos para ser sua pior inimiga, mas eu te amo tanto, Nicky. – eu disse
baixinho.