Boa leitura!
obs: Eu não conseguir colocar cor nas letras hoje, porque o blogger está de palhaçada comigo. ¬_¬ Caprichem nos comentários!!!!
Beijos
Steve Narrando
Ansiosamente
eu esperava do lado de fora do banco o Nicholas sair e finalmente confirmar o
desvio do dinheiro para a minha conta. O banco aceitou a manipulação da conta
pelo herdeiro de Paul, obviamente graças à autorização do próprio empresário. O
Jonas mais novo, ainda se resolvia lá dentro com um dos funcionários do
renomado banco. Sim, é claro que o forcei.
O
chamei pelo telefone para uma conversa pessoalmente sobre a Miley. Especulando
que a própria Miley tenha me contado, o Nicholas veio até mim para uma conversa
pacífica. Mas o que ele não imaginava é que eu não estava nem um pouquinho
interessado numa conversa sobre o namoro dos dois. Porque não haveria mais
namoro nenhum. Eu sei que ele deu um de espertinho, e quis usar um papo que a
amava para a Miles cair e acreditar, como uma imbecil, para desistir do golpe.
Fala sério, era obvio que ele não a amava! Ele faz parte daquela linhagem podre
dos Jonas. O Nicholas, como todo homem, tem o seu orgulho. A Miley o traiu com
o próprio irmão e ainda o usou para dar um golpe no seu próprio pai. Não era de
se imaginar que teria o seu próprio plano para dar o troco à minha sobrinha.
Mas
eu não me esqueci do porque que eu estou aqui em Los Angeles. Minha paciência
está se esgotando, então nada melhor do que resolver dois problemas de uma vez
só. O ameacei com uma arma e o avisando que só uma ligação poderia levar meus
capangas para fazer um grande estrago naquela família. Portanto, ele teve que
fazer o que eu quero.
De
dentro do carro, avistei o próprio Nick sair do banco com um comprovante nas
mãos. O seu semblante carregava raiva enquanto se aproximava no carro. Saí do
automóvel para conversar frente a frente com ele. Peguei o comprovante das suas
mãos. E ali estava a confirmação que todo o dinheiro foi desviado para a minha
conta. Eu abri um sorriso satisfeito.
-E
então? É só isso que você queria? – ele me perguntou seco.
-Era.
Pelo menos você serviu para alguma coisa. – eu disse guardando o papel em meu
bolso.
-Onde
a Miley está? – ele perguntou autoritário. Esse garoto está se achando demais.
-Está
em casa. Ela está fazendo o trabalho dela de desviar o dinheiro da conta
bancária que o seu pai tem no exterior. Ela tem que fazer isso por telefone. É
muito mais complicado do que você imagina. – eu sei que eu estou mentindo, mas
eu não estava muito a fim de dar esperanças para ele.
-É
mentira! Ela desistiu do golpe. Ela mesma me contou. Onde que a Miley está? Se
você fez alguma coisa com ela eu acabo com você! – o pentelho do Nick se inflou
de poder.
-A
segurança da sua família ainda está em minhas mãos. Então é melhor você
diminuir essa sua marra senão vai se arrepender amargamente por isso. E sobre a
Miley, você tem que deixar de ser idiota! Que mal que eu faria para minha
sobrinha? Eu nunca culparia por estar apaixonada por você. Mas a questão é que ela
não está. – Seu semblante mudou. A raiva que ele tinha de mim, foi substituído
talvez por... decepção. - Ela só fez isso para te distrair um pouco e perder o
foco dos nossos planos. E realmente deu certo. Agora cala essa sua boca e entra
no carro. - eu abri a porta de trás do carro para ele entrar logo.
Nicholas
hesitou em entrar no carro novamente. Provavelmente estava desconfiado com o
que eu faria em seguida, mas eu o empurrei carro adentro antes que comece com
alguma palhaçada. Se ele estava com alguma suspeita sobre mim, ele estava
certo. Não iria simplesmente roubar todo o dinheiro e levar a Miley embora. Ela
é teimosa, nunca iria se o que a interessava estiver aqui. Ela precisa
esquecê-lo por bem ou por mal. Mas eu sei que com ela sempre tudo é mais
complicado.
Entrei
novamente no carro e me sentei sobre o banco de motorista. Liguei o motor, já
com tudo planejado na cabeça.
-Nós
estamos indo para onde? – perguntou o Jonas, curioso.
-Para
a sua casa, ou você acha que eu vou dar mole em deixar alguma testemunha? –
respondi.
Pelo
retrovisor, avistei Nicholas reagir, tentando se levantar do banco para fazer
alguma coisa, mas o Richard, que estava ao seu lado, apontou a sua arma para
ele. No mesmo instante em que viu a pistola apostos, Nick se aquietou e se
sentou novamente sobre o banco.
-Você
ainda vai se dar muito mal! Nós temos um sistema de segurança naquela casa. Se
os seguranças não te impedirem, a polícia vai ser chamada. – ele respondeu
ainda revoltado.
-Eu
sei que têm. E é por isso que fizemos amizade com um dos seguranças. Na
verdade, o principal. Eu não preciso me preocupar com isso.
Miley Narrando
Não
dava mais tempo para pensar em alguma solução lógica, acho que nem se eu
tivesse tempo eu conseguiria raciocinar carregando tanto nervosismo. Eu só conseguia
pensar nele. Será que Nick está bem? O que ele deve estar pensando de mim agora
se eu não fui capaz de impedir o meu tio de finalizar o golpe? Ele deve estar
me odiando agora mesmo.
Corri para a garagem e me dei conta que não
havia carro nenhum. É obvio. O antigo foi destruído no acidente. Se houver um
novo com toda certeza está com o Steve. E agora? O que eu faço? Chamar um taxi
está fora de cogitação. Não tenho como ficar esperando alguém me buscar. Bom,
acho que vou ter apelar para a sorte. Corri para fora de casa, a trancando
apressadamente. Andei com rapidez pelo quarteirão, até eu me deparar com um
homem saindo da sua casa e destravando o alarme do seu automóvel. Aumentei o
ritmo dos meus passos, até chegar ao homem que me encarava desentendido.
-Eu
sei que pode parecer estranho, mas eu tenho uma urgência e preciso pegar o seu
carro emprestado. – eu falei rapidamente, confundindo ainda mais o cara a minha
frente.
-Olha
só, eu preciso ir para uma reunião importantíssima com o meu cliente agora, eu
não vou te emprestar o meu carro. Eu nem te conheço, sua louca! – ele respondeu
grosseiramente. Ok, eu também agiria da mesma forma. Quem seria o retardado que
emprestaria o carro para um estranho?
-Eu
não posso perder muito tempo, então será que você pode entregar essas chaves,
logo? – eu insisti impaciente.
-Não!
– ele respondeu com um tom de voz como se fosse uma coisa óbvia.
Eu
nunca agiria desse jeito se não fosse uma emergência. Não tenho muita coisa a
perder agora, então eu não preciso me preocupar com o disfarce de boa menina.
Eu puxei o revolver que se encontrava no cós da minha calça e o apontei para o
coitado. Os seus olhos quase saltaram do seu rosto quando avistaram a minha
arma.
-Agora
dá para me dar a porra do seu carro ou eu vou ter que disparar um tiro para
conseguir alguma coisa? – eu aumentei o meu tom de voz, o deixando cada vez
acuado. Assustado com a ameaça, o homem me entregou as chaves sem nem mesmo
parar para pensar.
Eu
abri a porta do carro prateado, enquanto o engomadinho me encarava paralisado
ainda na calçada. Guardei o meu revolver 838 no porta-luvas, para não ser
visível para as pessoas da rua. Liguei o motor e dei uma partida tão rápida que
os pneus cantaram sobre o asfalto. Não fazia ideia em qual velocidade eu me
encontrava. Eu nem queria prestar atenção nesses detalhes, diante da minha
preocupação. Eu já fiz outros golpes com o Steve. Quando era preciso, matávamos
quem quer que fosse. Não tínhamos muita hesitação ou misericórdia ao fazê-lo.
Nada poderia ficar no caminho do nosso objetivo. E se o meu tio realmente tiver
descoberto sobre mim e o Nick, com toda a certeza, o Nicholas já virou mais do
que uma pedra no seu caminho.
Ultrapassei
todos os sinais vermelhos. Desviei de alguns carros lentos e obstáculos
importantes que para mim, nesse momento, eram inúteis. Tentei não pensar no
pior. Eu estava numa tentativa inútil de acalmar o meu coração acelerado e ao
mesmo tempo pesado. Eu não só teria que encarar o Nick, mas o Paul. Como ele me
veria se descobrisse o que realmente sou? Já me fiz tantas vezes essa
pergunta... Eu sempre me imaginava numa posição gloriosa, finalmente me
vingando de tudo o que aconteceu em Nashville. Mas agora mais nada disso
importa.
Cheguei
finalmente à imensa mansão dos Jonas. Não havia nenhum segurança nos portões.
Senti um calafrio na coluna. Nenhum segurança apostos. A casa estava
vulnerável. Parei o carro e me dei o trabalho de tentar abrir. Não precisei de
nenhum esforço, pois os portões estavam encostados. Entrei o carro e os fechei
novamente. Deixei o automóvel roubado ali mesmo, apenas me preocupando em
buscar o meu revolver. Corri pelo caminho de pedras que tinha ao redor de um
chafariz. Eu costumava ver essa casa elegante e triunfante, mas agora carregava
um ar fantasmagórico esmagador. Lá no fundo, eu sabia que aconteceriam coisas
nada boas nesse lugar. Subi as poucas escadas da entrada até abrir a porta que
estava encostada e me deparar com dois caras da nossa quadrilha. Os vários
empregados da família estavam agrupados como reféns. Provavelmente para se
certificarem que nenhum deles chamaria socorro. Os capangas se assustaram com a
minha chegada de supetão. Não imaginariam que chegaria alguém há essa hora,
pois toda a família já se encontrava dentro da casa.
-O
que você está fazendo aí? – Kyle perguntou desconfiado. – Eu pensei que o Steve
não quisesse que você soubesse disso.
-Não,
ele não tinha me chamado porque eu estava resolvendo outros problemas com o
Chad. Sabe como é, sobre a nossa fuga. – eu juro que não acreditei que aquilo
saiu da minha boca. Eu nem sei como eu consegui preparar uma desculpa tão boa.
– Ele me disse que me ligaria quando chegasse aqui. Vocês sabem que eu não
posso perder esse espetáculo, né?
Ele
e o Richard pareceram um pouco confusos, mas logo caíram na minha conversa.
Kyle concordou com a cabeça e respondeu com um sorrisinho de lado.
-Então
é melhor se apressar. Toda a família Jonas está reunida lá em cima. Acho que
eles estão no quarto do Paul.
Eu
assenti e desandei a subir rapidamente pelos degraus da enorme escada de
mármore. O ar parecia cada vez mais rarefeito, fazendo quase implorar por mais
oxigênio. E eu sabia que não era por causa do esforço físico. Me localizei
facilmente pelo corredor e fui até a porta fechada do único cômodo que eu não
tinha entrado naquela casa. Girei a maçaneta e abri a porta. Lá estavam eles. O
Nick sendo contido pelo Tony, que o segurava pelos braços por trás de seu
corpo. Joe, Paul e Christine estavam sentados sobre a cama e não estavam paralisados
por ninguém. Nem tinha necessidade, pois estavam em choque graças à visão do
meu tio com uma arma na mão. A loira soluçava baixinho, assustada demais com a
sua situação.
Steve
dizia alguma coisa quando eu o interrompi, adentrando o cômodo. A tensão
naquele quarto era quase tocável. Nick parou de lutar contra os braços do Tony
e me encarou surpreso e ao mesmo tempo triste.
-Tio
Steve... – minha voz saiu falha.
-O
que você está fazendo aqui? – ele perguntou irritado. – Quem foi o infeliz que
te contou que eu estava aqui?
-Eu
sabia que ela tinha se recusado a isso. – Nick comentou. – Miley, com ele não
há mais acordo nenhum. – ele disse com uma voz de lamento. Eu sabia o que ele
queria dizer. Mas eu tentei ignorar essa frase. Eu vou dar algum jeito. Pensa
rápido, Miley. Pensa rápido!
-Agora
não importa, Steve. Eu vim aqui para terminar logo com isso. – eu direcionei
meu olhar para o Paul. Ele me encarava com tanta surpresa que chegava a estar
horrorizado.
-Miley,
você é mesmo a garota...? – ele perguntou para mim.
-Sou
eu mesma. – confirmei tentando parecer fria, mas as emoções pareciam borbulhar
em meu sangue. – Feliz pela surpresa? – perguntei irônica.
Pelo
visto, Steve já deve ter contado uma boa parte da história para eles. O fazendo
se envergonhar da frente da própria família e jogando na sua cara com prazer
sobre a sua vingança.
-Miley,
precisamos ter uma conversa muito séria. – Steve começou a falar com uma ira
carregada em sua voz.
-Eu
sei, mas antes eu quero que ele saia. – apontei para o Tony. – Ele não tem nada
haver com isso e não quero que intrometa no nosso assunto.
-Mas
eu só estou aqui para segurar o Nicholas que ta resistindo desde que chegamos
aqui. – o capanga se justificou.
-Eu
não quero saber. Isso não é assunto seu. Além do mais, ele vai ficar quieto,
não vai? – olhei para o Nick com um olhar cumplice, e ele assentiu.
-Tudo
bem, pode ir. Por que você não fica lá embaixo para ajudar os outros? Nisso ela
tem razão. Isso aqui é assunto nosso. –meu tio disse ainda um pouco nervoso.
O
Tony cedeu com um suspiro depois da permissão do meu tio. Os braços do Nick
foram soltos e logo o nosso parceiro de crime tinha saído do cômodo. O meu tio
se virou para mim com um olhar acusador.
-Então?
Você vai tentar me impedir de terminar o golpe? Você pode até querer, mas não
vai conseguir. Eu também tenho interesse nisso. – Steve começou com o seu
discurso. – Você não pode desfazer tudo isso por causa dele. – Steve apontou
para o Nick. – Ele é um Jonas, Miley!
Eu
sabia que todos da família nos encaravam perplexos com o começo da nossa
discursão. Mas eu não deixaria que essa briga dar continuação.
-Eu
sei. – eu disse simplesmente. – É por isso que eu estou aqui. Eu vim finalizar
o golpe com você. Eu simplesmente não posso controlar o que eu sinto pelo Nick.
Mas eu descobri que a honra do meu pai pesa muito mais. – eu disse com lágrimas
ameaçando cair dos meus olhos. – Eu quero, sim, que o Paul pague por isso.
Desacreditando
nas minhas palavras, meu tio perguntou. – Se você voltou atrás mesmo, e quer se
vingar do Paul, você sabe muito bem o que eu quero fazer agora para atingi-lo,
né?
-Não!
Faça qualquer coisa, Steve, mas não coloquem os meus filhos nessa história.
Eles não faziam ideia do que eu fazia, eles não têm culpa de nada. Por favor,
pode levar todo o meu dinheiro, pode me sequestrar, qualquer coisa, mas não
machuque meus filhos! – Paul pronunciou desesperado e pela primeira vez na
vida, vejo lágrimas ameaçarem cair dos seus olhos e o seu poder e seu ego
finalmente contidos por nossa causa. Eu deveria ficar feliz, não é? Era o que
eu sempre quis ver. Paul implorando por piedade. Mas tudo o que fez foi alargar
o buraco em meu peito.
Steve
ignorou o pedido do nosso antigo inimigo com um sorriso sarcástico. –Você nos
arrancou o meu irmão mais velho sem nem mesmo nos dar uma chance de nos
despedir, então por que nós deveríamos te dar uma chance? – eu senti minha mão
gelada e o meu rosto esquentar.
Tentei
não olhar para o os olhos inquietantes de Nick que pairavam sobre mim. Eu
desabaria se eu os encarasse agora.
-Nem
você, Miley? – ouvi a voz repugnante de Paul me chamar pelo nome.
-Não.
– respondi cortante. – Se você quisesse justiça, você não teria feito o que
fez.
-Então
você está mesmo de acordo com o que eu estou prestes a fazer? – perguntou o
Steve desconfiado. Encarei os seus olhos azuis quase idênticos aos meus. Era a
única saída. Eu assenti como resposta. Não, eu não estou. Sinto muito, tio
Steve.
-Desde
que eu faça isso. Eu que quis dar esse golpe desde o começo, então eu vou
termina-lo.
-E
seu amor pelo Nicholas? – sussurrou o meu tio para mim.
-Eu
preciso arrancá-lo de mim antes que eu me arrependa. O ódio por essa família
ainda é maior. – respondi no mesmo tom. – Mas para isso eu mesma tenho que
fazer com as minhas próprias mãos. Só desse jeito eu vou esquecê-lo e só não
vai passar de mais uma vítima. Eu prometo.
Steve
me fitou um pouco hesitante, mas logo cedeu quando percebeu a minha
persistência.
-Se
for assim... – ele deu espaço para mim.
Meus
dedos gelados alcançaram o revolver que estava no cós da minha calça. Eu juro
que conseguia ouvir as batidas fortes do meu coração. Na verdade, era a única coisa que eu
conseguia ouvir. Meu olhar se levantou e foi forçado a se direcionar ao seu. Os
pontos brilhantes cor de ébano me fitavam de uma forma que eu não conseguia
explicar. Ele estava completamente confuso com a minha escolha. As batidas
aceleravam conforme passavam os segundos. Levantei a arma para a direção do
Nick. Todos me fitavam horrorizados, implorando para que eu não fizesse isso,
com a exceção de Steve, é claro.
Eu
só tenho uma escolha a fazer e estou decidida no que quero. Deixei cair uma
lágrima solitária. Eu não queria que as coisas chegassem do jeito que chegou.
Mas já que estou aqui, tenho que fazer o que acho que é o melhor. Movimentei o
meu braço estendido para o outro lado rapidamente. Antes mesmo de pensar em
mais alguma coisa, puxei o gatilho. Um grito agudo de Christine tomou conta do
ambiente quando o tiro foi disparado. Com um nó na garganta, encarei Steve
jogado no chão. Era ele ou Nick. Eu nem cheguei a raciocinar antes de decidir.
Olhei
por mais um tempo o corpo estirado no chão. Meus olhos começaram a marejar.
Não, eu não estou arrependida. Se eu não fizesse isso, sem dúvida o meu tio
faria um estrago bem maior. Mas era o tio Steve! Desviei a minha atenção para o
Paul que ainda estava perplexo com o que acabou de ver. Ele percebeu logo de
cara o meu olhar sobre ele.
-Feliz?
– eu perguntei com um sorriso sarcástico, mas a minha voz saiu cheia de magoa. –
Parabéns, você conseguiu criar um monstro! – eu vociferei. – Se eu sou capaz de
matar alguém com tanta facilidade, isso é graças a você! – eu aumentei meu tom
de voz. Tentei engolir um soluço de choro.
-Eu
só queria aquela empresa. Eu nunca tive a intenção de fazer o que fiz. Mas as
circunstâncias me forçaram a isso. – ele justificou. Como esse homem me dá
nojo.
-Então
a vida de alguém vale uma empresa? A sanidade e a felicidade de alguém vale uma
merda de empresa? – eu perguntei, ou melhor, gritei mais do que indignada com a
sua desculpa. –Pelo menos agora você sentiu só uma prévia do que senti. Tirar a
vida de alguém que você ama por causa de dinheiro é... – mais lágrimas correram
pelas minhas bochechas. – é
inconsolável.
E
o pior de tudo é que eu tive a capacidade de fazer coisas desse tipo com outras
famílias. Mas eu não ligava. Para mim era tudo por um objeto maior. Que, na
verdade, não me levariam a nada.
Não
aguentando mais ficar naquele ambiente sufocante, guardei a arma de volta no
cós da calça e atravessei o enorme quarto e fui até a varanda, para conseguir
colocar a cabeça no lugar, para conseguir pensar no que vou fazer a partir de
agora e para amenizar a onda de sentimentos que me atingiu. Me apoiei sobre o
parapeito da varanda. Respirei fundo o ar do lado de fora da casa, tentando
segurar a vontade chorar. Foi o melhor a fazer, tentei convencer a mim mesma. E
essa afirmação foi confirmada quando senti braços reconfortantes ao redor do
meu corpo. Era como se os meus ombros fossem libertos de um peso insuportável
só com aquele toque. Soltei um suspiro aliviado. Me virei de frente para o Nick
e me aconcheguei no seu abraço.
O
calor do seu corpo me acalmou um pouco. Era bom saber que eu tinha alguém para me
apoiar. Senti um beijo seu no topo da minha cabeça.
-Obrigado.
– ele sussurrou. – Você esqueceu totalmente aquela vingança para salvar a minha
família por mim. Eu sempre vou ser grato por isso.
-Acho
que mais nada a partir de agora vai sair conforme os nossos planos. – eu disse
me afastando um pouco para olhar nos seus olhos. – Eu tenho que ir embora hoje
mesmo. Eu não posso ficar nessa cidade depois de tudo o que aconteceu. – eu
falei decidida.
-Eu
vou com você. – ele respondeu na mesma hora, acariciando a minha bochecha.
-Nick,
mas você tem a sua faculdade. Eu não posso atrapalhar toda a sua vida só para
você me acompanhar... – a minha frase foi interrompida quando ouvi sirenes
altas de polícia. Avistei dali mesmo, os meus parceiros de crime entrarem num
carro correndo e o partindo na maior velocidade possível. O portão foi aberto à
força pelo veículo rápido. Nick me puxou pela mão de volta para o quarto. Era
tudo tão rápido que não havia nenhuma ideia para poder escapar dessa nova
situação. Depois de dar poucos passos, eu parei e puxei novamente a mão do
Nicholas. Ele me encarou confuso.
-Miley,
a polícia está chegando! Vem, eu vou te ajudar a escapar. – ele dizia
rapidamente.
-Não
dá mais tempo. – eu respondi o óbvio. –Se escapássemos agora, antes mesmo de atravessar
aqueles portões, os policiais nos pegariam. Eu não quero que te você se envolva
nisso.
-Mas
Miles... – Nick insistiu, porém parou com a sua tentativa de me convencer,
quando avistou as viaturas entrarem na propriedade da majestosa mansão.