Nick Narrando
Estacionei
meu carro próximo à entrada lotada da boate. Eu já até tinha ouvido falar das
festas desse lugar. Apesar de ficar no subúrbio da cidade, era bem conhecida
pelos jovens da cidade por não proibir a entrada de menores de idade e de
drogas. Bom, além do ambiente e enorme a produção do lugar. As festas aqui
sempre foram muito grandes e cheias. Era mantida por um dos mais poderosos
traficantes de Los Angeles, não era de se esperar menos. Eu já tinha visitado
aquele lugar uma vez, antes de me envolver com toda essa história de golpe. Só
depois, eu descobri a verdadeira história dessa boate.
Eu
sei que depois que eu fui sequestrado por um dos seus inimigos, a Miley acabou
com qualquer aliança entre os dois. Mas é a única saída que eu consegui ver até
agora. Eu poderia até tentar roubar aquele dinheiro guardado no exterior do meu
pai, mas seria arriscado demais agora que tudo ao redor da família está sendo
vigiado por investigadores. Ou seja, dinheiro no exterior apenas no caso mais
extremo e com certeza na hora certa.
Mal
tinha começado a noite e a fila já estava longa na entrada escura da
boate. Avistei o “segurança” na porta.
Talvez eu consiga entrar de um jeito mais fácil. Pegando um caminho menor até o
homem na porta, ouvi alguns protestos e xingamentos de quem esperava a sua vez
de aproveitar a festa. Eu ignorei e fui até o cara que me olhava feio.
-Volta
para o final da fila que vai chegar a sua vez. – ele disse antes mesmo que eu
falasse alguma coisa. – Não tenho paciência para mauricinho que se acha
exclusivo.
-Não
é nada do que você está pensando. – eu me aproximei do seu ouvido e murmurei. –
Eu vim aqui ter uma conversa bastante importante com o Black B.
Ele
me encarou dos pés a cabeça com um olhar desconfiado. – Se você quer comprar
alguma coisa, você pode falar com os vendedores que estão espalhados por lá. E
para isso vai ter que esperar na fila!
-Não...
Eu não vim aqui comprar. Eu preciso ter uma conversa com ele sobre um assunto
muito sério. Quero fazer um negócio com ele, entendeu? – eu continuei falando
baixo para o tatuado mal humorado, que era o primeiro da fila, não escutasse.
O
segurança bufou. – Ok, ok... Mas se você demorar mais de uma hora nisso aí, vai
ter que pagar ingresso.
-Tá
bom. Eu não vou demorar. – eu garanti.
Ele
abriu a porta para mim e entrei no local barulhento e iluminado. Pessoas
dançavam, se beijavam, bebiam e algumas até eu encontrei com maconha entre os
dedos. Aqueles que usam drogas mais pesadas usam num lugar menos movimentado.
Em algum cantinho por aí, provavelmente.
Olhei ao meu redor e nada de achar Black B. Talvez ele esteja com os
seus companheiros, mas não seria muito difícil de achá-los. Além do mais, eles
que mandam aqui. Levei o meu olhar para cima e avistei áreas VIP’s no segundo
andar do enorme galpão. Com certeza aquele homem estava ali. Tentei me
aproximar mais um pouco para encontra-lo com o olhar. Até que finalmente
encontrei o traficante careca, ostentando o seu dinheiro, enquanto carrega
joias caras, como um colar de ouro que eu pude reconhecer daqui.
Porém,
o que despertou realmente a minha atenção foi o rapaz que conversava
animadamente com o Black Bull. Ele estava mais ou menos de costas para mim, mas
eu sabia que aquele porte e cabelo me lembrava alguém... O traficante assentia
em concordância, como se estivesse gostando do que o cara loiro dizia.
Os
dois apertaram as mãos, como se estivessem fechando um acordo. Quando o loiro
virou de perfil para descer as escadas, minha mente começou um sinal de alerta.
Era o Chad! O Chad estava fazendo algum acordo com o Black Bull. Espera aí. Eu
pensei que ele havia fugido com os outros... Mas não, ele estava em Los
Angeles. Se Chad ainda está nessa cidade, correndo o risco de ser pego, por
alguma coisa muito importante ele ainda está aqui. Será que ele conseguiu algum
trabalho com o traficante? Ou talvez uma parceria...
O
observei parado, tentando adivinhar o que será que passava naquela cabeça. A
curiosidade começou a me agitar a cada passo que o Chad dava em direção à
saída. Mordi o lábio inferior em ansiedade. Quem eu quero enganar? Eu preciso
saber o que está acontecendo. Black Bull pode esperar. Empurrei algumas
pessoas, conforme eu corria atrás do cara que eu estava quase perdendo de vista
no meio de tanta gente. Não demorei
muito para alcança-lo. O puxei pelo ombro, antes de falar ofegante.
-Chad!
– eu o chamei. Na verdade, eu gritei contra aquela música alta. Ele virou um
pouco assustado pelo meu modo brusco de puxá-lo.
-Nicholas?
– ele disse confuso. – O que você está fazendo aqui?! – ele perguntou surpreso
demais com a minha presença num lugar “fora da lei”.
-O
que você está fazendo aqui? – eu repeti a mesma pergunta, frisando a palavra
você. – Os policiais ainda estão em investigação. Você não deveria está fora da
cidade?
-Deveria,
mas não estou. – ele disse seco, se virando novamente para a direção da saída.
-Ei,
espera! – eu continuei o seguindo para fora da boate barulhenta. – O que você
queria com o Black Bull?
-Eu
queria uma ajudinha, só isso. – ele falou enquanto andava pela calçada. – E
você? – parou a sua caminhada para me encarar. – O que você estava fazendo
naquele lugar? Você já não foi avisado que ali é área de traficante?
-Eu
também estava atrás de alguma ajuda. – eu disse.
-Ajuda?
– ele perguntou incrédulo. – Você é rico! Vai pedir ajuda para que?
-Para
conseguir tirar a Miley daquele presídio. Pelo menos dinheiro para algum
advogado eu preciso. Você sabe que meu pai nunca liberaria algum dinheiro em
relação à ela.
Sua
carranca foi suavizando depois que escutou a minha resposta.
-Você
está com o seu carro? Quero conversar com você em um lugar melhor.
-Estou.
– eu respondi.
-Então
vamos logo!
Alguns minutos depois...
Entramos
em um quartinho simples de hotel. Eu olhei ao redor. Não tinha lá o seu luxo,
mas pelo menos era limpo. Vi que as suas malas ainda não estavam desfeitas. Só
havia uma aberta no chão. O que provavelmente o Chad deve ter precisado hoje.
-Bom,
eu estou hospedado nesse hotel por segurança. Nós tínhamos outra casa onde o
resto dos caras da nossa quadrilha morava, mas eu tenho receio que a polícia descubra
e me pegue lá desprevenido. Achei melhor pegar todas as minhas coisas e vir
para cá. – se explicou Chad enquanto fechava a porta.
Eu
balancei a cabeça em compreensão. – Então, - eu cruzei os braços. – o que você
queria falar comigo?
-Eu
também estava naquele lugar por causa da Miley. Eu tinha que arrumar algum
dinheiro para poder botar meu plano em prática.
Então
ele também estava querendo ajudar a Miles. Foi um alívio em saber que eu não
estava sozinho nessa. Por mais que ele esteja tão ferrado como eu, um apoio
moral já é um bom passo.
-Plano?
– eu perguntei confuso e ao mesmo tempo curioso.
-Não
precisa se preocupar com advogados. Ele está garantido para ela. – ele afirmou
confiante. – Mas o resto vai me custar muito trabalho. Quando eu percebi que
você também tinha a mesma coisa em mente do que eu, talvez não o mesmo plano,
mas o mesmo objetivo, eu vi que tinha que me juntar a você. Acho que a sua ajuda vai ser muito bem-vinda.
-Você
já sabe que eu estou dentro, independente do que você esteja planejando. – eu
disse, ainda intrigado com a sua ideia. – Mas eu quero saber o que você está
pensando para colocarmos em prática.
No dia seguinte...
Miley Narrando
Catherine
continuava a falar sobre as histórias de furadas em que se metia na época que
havia recém-chegado na gangue onde trabalhava. As outras riam ou interviam a
sua narração para fazer um comentário enquanto eu brincava tediosamente com o
resto de comida já frio em minha bandeja. O refeitório estava cheio e barulhento
como nas outras vezes que vim aqui nos últimos dias. Eu mal tinha entrado
naquela prisão e já encarava aquilo como tortura psicológica. Eu não podia sair
para lugar nenhum, a comida ensossa era horrível e eu não tinha liberdade para
fazer nada que eu quisesse naquele lugar. Inclusive ver o Nick. Bom, eu não
posso encarar aquele lugar como pior do mundo. Pois o pior lugar que eu já
poderia imaginar eu já fui. Aquele manicômio próximo a Nashville. Aquilo era um
pesadelo em concreto. Com toda a certeza, um presídio é bem melhor do que
aquilo. Porém, não dá para encarar a cadeia como um lugar bom, porque não é.
Eu
tirei minha atenção do pouco da comida que sobrou para o lugar ao meu redor. De
quase todas ali, as minhas colegas de cela já falaram sobre. Logo na primeira
semana, eu já conheço a ficha criminal de pelo menos metade das presidiárias. Aquelas
que me provocaram no dia em que cheguei, pelo menos segundo a Stacy, são as
mais abusadas daqui. Elas já foram parceiras de traficantes nada amigáveis.
Falando nas assombrações,
a mais alta que usa um piercing na sobrancelha, Harper, passeava entre as mesas
com as suas amigas até parar em uma mulher magra e pálida. Harper arrancou o
pão da mão da mulher e deu uma mordida, mas a pálida não protestou. Como se
tivesse medo dela. A outra valentona
estendeu a mão firmemente, na direção das mulheres assentadas à mesa. Elas encararam hesitante a mão dela, mas a valentona
falou alguma coisa que eu não pude ouvir. Rapidamente, as presas tiraram uma
quantidade de dinheiro dos bolsos e entregaram para a brutona. Como isso é
patético. Elas não veem que só há pessoas as dominando porque se deixam ser
dominadas? Mas minha pergunta interior
foi ignorada quando percebi que discretamente, a mulher que recebeu o dinheiro tirou
do bolso e entregou um pequeno embrulho para uma das moças.
Era óbvio. Como se isso
nunca pudesse passar pela minha cabeça. As que fornecem drogas nesse lugar
devem ser as rainhas desse presídio. Elas deitam e rolam nesse poder que
adquiriram graças a essas coisinhas. Com toda a certeza, as policiais daqui
sabem muito bem disso, mas fazem vista grossa. Eu direcionei minha atenção para
as guardas que estavam na porta do refeitório. Elas conversavam distraidamente.
Elas não se importavam com o que acontecia ao nosso redor. Se houver confusão,
que se matem. Se houver drogas no meio, nada do que uma boa quantia de dinheiro
para que as faça não ver e muito menos interferir.
-O que você tanto olha? –
perguntou Stacy, me acordando dos meus pensamentos.
-Eu acabei de ver uma
delas vender drogas para um grupo sentado na mesa da frente. – eu fiz um gesto
de cabeça, me referindo sobre quem eu falava. – Aposto que os policiais ganham
alguma coisa com isso, não é?
-O xerife desse presídio,
o fodão daqui, tem algum rolo com traficantes. Os da facção que elas estavam
envolvidas. Pelo menos é o que dizem por aí. Ele recebe uma quantidade de
dinheiro para fingir que não sabe de nada e ganha certa proteção em relação aos
outros bandidos. Você sabe. Criminosos sempre ficam de olho em policiais.
Principalmente o pessoal do tráfico. Digo isso por experiência própria. Já vi
muitos deles se darem mal nas mãos dos caras da facção que eu trabalhava. Bom,
esse xerife foi esperto o suficiente para ganhar aliados fortes em vez de inimigos
perigosos. – a punk explicou. – Como ele manda aqui, ninguém tem coragem de
enfrenta-lo ou dedurar para alguém.
-É
por isso que várias daqui têm medo delas? Por causa desse rumor sobre o xerife
estar a favor delas?
-Em
parte, sim. – Catherine respondeu.
-Isso
é ridículo. – eu murmurei. – O que poderiam fazer contra nós? Já estamos presas
mesmo.
-Você
não tem noção de como pode piorar, não é? – Stacy perguntou com um riso sem
humor.
-Claro
que sim. Mas se esse cara for esperto o suficiente, não jogaria a merda no
ventilador, colocando sua imagem em risco só porque essas vacas ficaram de
antipatia com algumas de nós. Riscos só valem a pena quando o motivo é algo
grande. – eu expus meu raciocínio, me levantando para colocar a minha bandeja
de volta ao balcão do refeitório.
Ainda
de costas senti trombar com alguém. Me virei para a sua direção e dei de cara
com uma das vendedoras de drogas. Ela me olhava arrogante. A situação era tão
patética que me dava vontade até de rir. Nós duas estávamos na merda. Não havia
ninguém melhor que ninguém aqui.
Ela
não era alta ou tinha uma aparência bruta e acuadora. A mulher tinha o mesmo
tamanho que eu, era magra e tinha cabelos longos também presos em um rabo de
cavalo.
-Olha
para onde anda, novata. – ela disse cheia de si. As outras estavam logo atrás
me olhando com deboche. Sério mesmo?
-Desculpa
se eu não tenho um sensor de animal nas costas para perceber que você estava
passando. Acho que não deixam usar um desses aqui. – eu retruquei. Sei que foi
grosseiro, mas fala sério, isso já está me irritando.
-Como
é que é, vadia?! – a morena cruzou os braços em frente ao peito.
-Deixa
para lá. – eu falei entediada.
-Eu
vi o jeito que você nos encarava a pouco tempo atrás. Garota, se você não
quiser se ferrar, é melhor parar com essa afronta.
-Afronta?
– eu perguntei sarcástica.
-É
isso mesmo. Já saquei você. Só porque já foi puta de bandido e foi mimada por
ele lá fora, não quer dizer que você vai se dar bem aqui, ok? – essa mulher
está testando o meu limite.
Eu
rolei os olhos. – Eu não estou a fim de briga por hoje. Será que dá pra sair da
minha frente? Ah, e pelo que eu saiba, quem chegou mais perto em ser, se não
foi puta de bandido, foi você junto com o seu grupinho de amiguinhas.
Acho
que a minha resposta a deixou ainda mais irada. Eu realmente não estava a fim
de brigar com alguém, mas o meu orgulho não me deixa em paz quando se tem gente
testando a minha paciência. Na mesma hora, a irritadinha bateu em minha bandeja
de baixo para cima, a arremessando longe de mim e espalhando comida pelo chão.
É só o que me faltava. Todo mundo nos assistia com curiosidade. Não senti
nenhuma presença das policiais para nos interferir. Esqueci que elas não podem
perder esse showzinho. Senti raiva subir a minha cabeça. Odeio quando me fazem
de idiota.
-Mostra
para essa vagabunda quem manda aqui, Tessa. – a Harper incentivou.
-Agora
você está pedindo mesmo para apanhar, né? – eu a empurrei forte, a fazendo
tentar se equilibrar com alguns passos para trás. Foda-se, não tenho mais nada
a perder, mesmo. Vi o grupo se aproximar de mim para defender a sua amiga. –
Nem pensem em se meter nisso. Só nós duas temos que nos resolver. – eu gritei
apontando o dedo indicador para as mulheres que pararam os seus passos em nossa
direção. A tal de Tessa balançou a cabeça afirmativamente para as amigas,
confirmando a minha frase.
-Acho
melhor dar adeus para o seu rostinho porque ele nunca vai ser o mesmo. – A
Tessa me ameaçou cheia de confiança.
-É
o que vamos ver. – eu disse. Quase que simultaneamente, dei um chute com toda a
minha força contra a sua barriga, que a fez cair no chão e gemer de dor. Antes
que ela pudesse se recuperar e levantar de novo, eu sentei sobre, ela colocando
as minhas perna de cada lado do seu corpo. Eu segurei a suas mãos e finquei a
unha nelas, mas ela relutou sob mim e conseguiu se soltar para me dar um soco
no queixo. Senti um gosto metálico de sangue invadir minha boca enquanto
tentava colocar seus braços presos pelas minhas pernas junto ao seu corpo para imobilizá-la
e mostrar o que é um verdadeiro rosto deformado, mas Tessa não me deixava de
jeito nenhum pegar seus braços.
Então,
desistindo de imobilizá-la, peguei a comida que foi derramada no chão por sua
causa e coloquei contra a sua boca, a forçando comê-la.
-Você
que fez essa sujeira, então vai ter que limpar tudinho. Começando por agora. –
eu disse com um sorrisinho maldoso estampado no rosto quando a vi sacudir a
cabeça, lutando inutilmente contra a minha mão que pressionava a comida contra
seus lábios. – Come, vadia!
Com
uma de suas mãos livres, ela tentava tirar a minha contra o seu rosto, e a
outra estalou em um tapa bem forte na minha bochecha. Foi o suficiente para eu
retribuir o tapa a altura. Dei mais dois socos em seu rosto. Pelo visto, foi
bem dolorido, pois eu a ouvi gemer. Senti duas outras mãos me puxarem para
cima, tentando me tirar do comando da briga. Me agarrei nos fios castanhos de
Tessa que gritava de dor quando me puxaram ainda mais e consequentemente, seu
cabelo também foi puxado mais fortemente. Eu sabia que era uma das suas amigas
querendo a ajudar. Principalmente quando o seu braço se envolveu com firmeza ao
redor do meu pescoço. Mas alguns disparos de tiros fez todo mundo se dispersar
para fora da rodinha de briga. E o braço que iria me sufocar daqui a alguns
segundos me largou.
Ainda
em cima de Tessa, avistei algumas policiais espalhando o publico ensurdecedor a
nossa volta. Uma delas me puxou pelo braço para ficar em pé.
-Vocês
estão muito, muito encrencadas. – a mulher fardada murmurou para nós duas.
-Droga,
ela vai para solitária. – Stacy comentou baixinho para outra mulher que
assentiu em concordância. Encarei seus olhos solidários. A punk fez uma careta
como se estivesse prestes a me dar um sermão. Eu dei de ombros, como se isso
estivesse totalmente tranquilo para mim. Bom, mas não estava.
Nick Narrando
Trilha
sonora: Critical - Link: http://www.youtube.com/watch?v=Vo4SaJBEZIQ
There's a storm coming up
And I gotta prepare myself
'Cause this feeling's getting
Stronger everyday
And I gotta prepare myself
'Cause this feeling's getting
Stronger everyday
(Há
uma tempestade chegando
E eu tenho
que me preparar
Porque
este sentimento está ficando
Mais forte a cada dia)
Something's creeping inside
Everything is about to change
Gotta face the fact that
I can't walk away
Everything is about to change
Gotta face the fact that
I can't walk away
(Algo
está nascendo aqui dentro
E esse
sentimento de mudança
Tenho
que encarar o fato de que
Eu não posso ir embora)
This is critical
I'm feeling helpless
So hysterical
And this can't be healthy
I'm feeling helpless
So hysterical
And this can't be healthy
(Isto é
crítico
Eu
estou me sentindo impotente
Tão
histérico
E isso não pode ser saudável)
Tracei
mais alguns riscos fracos de grafite sobre o papel, materializando a imagem
visualizada em minha mente. Eu já perdi a conta de quantos desse tipo de
desenho eu já fiz. Quanto mais eu vejo o seu rosto nesses desenhos, mais a
necessidade de vê-la cresce em meu peito. A saudade está me deixando inquieto e
agoniado.
This is critical, yeah
So stuck on you
So stuck on you
(Isto
é crítico, sim
Used to have everything figured out
But it's different now
When you came, you saw
You conquered my heart
But it's different now
When you came, you saw
You conquered my heart
(Costumava
ter tudo planejado
Mas
agora é diferente
Quando
você veio, você viu
Você conquistou meu coração)
It's your laugh and your smile
wanna stay for a little while
I don't wanna go
I just want you in my arms
wanna stay for a little while
I don't wanna go
I just want you in my arms
(É a
sua risada e seu sorriso
Quero
ficar por algum tempo
Eu não
quero ir
Eu só quero você em meus braços)
A
esperança estranha que carrego junto com essa falta que eu sinto, me dá vontade
de acreditar que de alguma forma as coisas vão se acertar. Por mais impossível
que seja, eu ainda vou insistir em nós.
This is critical
I'm feeling helpless
So hysterical
And this can't be healthy
I'm feeling helpless
So hysterical
And this can't be healthy
(Isto
é crítico
Eu
estou me sentindo impotente
Tão
histérico
E isso não pode ser saudável)
I can't eat or sleep
When you're not with me
Baby, you're the air I breathe
When you're not with me
Baby, you're the air I breathe
(Não
consigo comer nem dormir
Quando
você não está comigo
Amor, você é o ar que eu respiro)
This is critical, yeah
So stuck on you
So stuck on you
(Isto
é crítico, sim
Tão preso em você)
Parece
masoquismo, pois são nesses traços que me fazem sentir mais a sua falta, mas
neles eu posso olhar para o seu rosto por alguns segundos e poder imaginar que
está bem aqui.
Flashback on – Autora Narrando
(n/a: Pode desligar a música. É opcional, mas se quiserem entrar mais no clima
do flashback, ouçam um pouquinho dessa música: http://www.youtube.com/watch?v=qa5nUD0k9XQ
)
O
sol estava começando a se por em Los Angeles, colorindo o céu de laranja e
dando um ar ainda mais tropical à cidade. Eles não esperaram para a pequena
reunião de amigos no clube acabar, que pelo visto só terminaria bem de noite. O
carro vermelho de Nick disparava pelas ruas. No veículo, tocava o rádio alto.
As vozes dos dois acompanhavam animadamente as músicas que tocavam.
Nicholas
estava os levando para o seu lugar favorito. Ele adora praias. Não aquelas
super movimentadas estilo Miami Beach. Ele gostava mesmo daquelas desertas em
que se possam ouvir só o barulho das ondas. Miley rapidamente adivinhou para
onde o seu namorado estava a levando.
Na
rádio música animada acabou e logo após, começa uma introdução bem antiga e
conhecida pelos dois.
“I got Sunshine on a cloudy day…”
Miley
abriu um pequeno sorriso ao lembrar seu pai cantarolando “My Girl” sorridente
pelos cantos da grande casa em Nashville. Fazia anos que não escutava essa
música. Ela foi pega de surpresa em lembrar de alguma coisa sobre o seu pai com
um sorriso no rosto. Durante todos esses anos, a única coisa que sentia era uma
saudade dolorida e acompanhada de frustração. Pela primeira vez, ela se sentiu
bem ao ter alguma lembrança dessa época.
De
repente seus pensamentos foram despertos pela voz sexy cantando ao seu lado “My
Miley” ao invés de “My Girl”. Aquilo soava tão bobo, mas só fez alargar aquele
sorriso contagiante de Miley. Nick não conteve e retribuiu o sorriso, mas continuou
a cantar sua nova versão para a namorada.
-“I’ll guess you’ll say: What can make me feel this way? Miley...
Talkin’bout my Miley.” – ele cantava enquanto ainda conduzindo o seu carro.
Miley lutou contra o rubor que surgia em seu rosto.
-Você
me faz me sentir uma garota de 13 anos com o primeiro amor da escola, sabia? –
seu resmungo brincalhão fez Nick rir.
-Obrigado.
– ele respondeu convencido voltando seu olhar para o transito.
-Isso
não foi um elogio.
-Mas
você gosta. – Nicholas insistiu.
-Eu
sei. –ela admitiu.
Quando
finalmente o veículo vermelho chegou em frente a praia, o casal saiu
rapidamente dele. Miley se sentou sobre o capô do carro e Nick ficou em pé a
sua frente.
-
Olha essa vista! A gente chegou exatamente na hora certa. – comentou Miley.
-
Eu sei. – ele disse dando mais uma olhada na paisagem às suas costas. – Você
sabe, eu sempre chego nos momentos mais adequados a minha beleza. – ele deu um
sorrisinho de lado.
-
Humildade sempre, é claro. – ironizou Miley.
Ele riu e se aproximou
ainda mais da encrenqueira mais sexy de LA. Suas mãos quentes foram subindo um
caminho lento pelas suas coxas até chegar à sua cintura fina. Miley pode sentir
a sua respiração falhar por um momento com esse toque. Ela teve que contar
mentalmente até dez para não agarrá-lo ali. Nick ficou perdido nos olhos
magnetizantes de Miley por alguns segundos. Aquela luz alaranjada do sol, fez
uma mescla de azul e verde em suas íris. De lábios entre abertos, Miley ainda
encarava a boca convidativa de seu namorado.
As mãos de Miley subiram
para os ombros de Nick.
-Minha Miles. – ele
sussurrou como se fosse um segredo confidencial. Talvez para os dois, isso
realmente fosse.
Flashback off
Nicholas Narrando
Olhei o resultado de mais
um desenho. Nele a Miles estava no carro com os cabelos longos sendo guiados
pelo vendo que vinha da janela e seu sorriso lindo se destacava em seu rosto.
Fechei os olhos e respirei fundo. Essa obsessão não é nada saudável. Mas é simplesmente impossível de
controlar.
O toque estridente do meu
celular me fez voltar à realidade em um susto. Peguei o aparelho e atendi sem
nem mesmo verificar quem me perturbava a essa hora.
-Alô? – eu perguntei.
-Nick. Sou eu, Chad. – a
sua voz soou animada. – Eu vou visitar a Miley depois de amanhã!
-O que? Já? – eu
perguntei surpreso. Não pude evitar sentir inveja. Eu queria tanto estar no
lugar dele para revê-la. Mas o caso do golpe contra meu pai ainda está em
andamento. Se descobrirem algum vinculo entre mim e ela, estragaria tudo. A
minha situação é bem complicada. Não que a do Chad também não seja, né? – Tem
certeza que ninguém vai descobrir sobre você?
-Claro que sim. Eu tenho
o meu diploma, ok? Caso suspeitem do meu tempo fora do país eu posso falar que
trabalhei em um escritório na Europa. Ninguém vai descobrir. Bom, só se algum
dos antigos parceiros da quadrilha for pego e me dedurar. Mas acho muito
improvável. Eles devem estar bem longe daqui.
Isso mesmo. O Chad tem um
diploma de Direito e não é falsificada. Ele vai ser o advogado da Miley durante
esse tempo. É o melhor jeito de ter algum contato frequente com ela. Enquanto o
Chad fizer a parte dele, eu vou fazer a minha.
-Se tudo correr bem,
talvez aconteça até mais rápido. – ele comentou alegre.
-Tomara que seja rápido
mesmo. Sinto muita falta dela. – eu comentei.
-Hum... Bom, acho melhor
desligar. Pelo visto já tenho que deixar em dia algumas papeladas. Eu tinha me
esquecido de como advocacia é entediante. - ele mudou de assunto. – Ah, eu
quero que veja aquilo que te pedi. Só falta isso para ser a cereja do bolo.
-Ok! Até um dia desses.
-Até.
Algumas horas depois...
Autora Narrando
Os saltos Leboutin
estalavam sobre o impecável piso de mármore da mansão. Christine havia acabado
de chegar da reunião com as suas amigas do Clube de Mulheres. Não tinha muito
que fazer quando se é bancada pelo próprio marido que vive no trabalho, além de
se divertir como toda dondoca. E estava certa. Ficar trancafiada sozinha nessa
enorme casa só a causa tensão. Só a faz lembrar a péssima experiência que teve
alguns dias atrás. E como se não fosse o suficiente, ainda vinham alguns
investigadores inconvenientes que apareciam de vez em quando para buscar
informações.
A loira percebeu que Joe
ainda estava fora. Ele sempre sai. No ponto de vista da loira, ele foi o que se
adaptou mais facilmente a velha rotina. A principal preocupação do modelo já
estava seguramente trancada atrás das grades. Mas Nick... Ele realmente a
deixava preocupada. Não estava mais saindo com os amigos, mesmo com a
insistência poderosa de Brian, seu melhor amigo. Apenas ultimamente que seu
enteado tem saído com mais frequência, sem dar muitas explicações. Jantar com a
família, então, nem pensar. Quando estava em casa, só ficava trancado naquele
quarto. Ela gostava muito do mais novo,
e simplesmente odiava vê-lo sofrer.
Ao se lembrar de
Nicholas, ela decidiu dar um “alô” para ele antes de tomar um banho relaxante
na sua banheira. Ela bateu algumas vezes na porta, mas ele não atendeu. Já
estava tarde. Ele deve estar dormindo, imaginou Chris. Ela abriu a porta do
quarto que estava encostada e avistou Nick dormindo desajeitado com a cabeça e
os braços sobre a mesinha de seu quarto. Várias folhas estavam espalhadas sobre
ela. Algumas estavam até penduradas no seu quadro de metal.
(n/a: Imaginem sem o
pessoal lá atrás rs)
O seu coração se apertou
quando percebeu o que tinha nesses papeis. Eram desenhos. Desenhos dela. Nick
ainda pensava na Miley. Ele era apaixonado por ela. Isso ninguém podia impedir.
Christine sentiu que tinha que fazer alguma coisa. Esse sofrimento dele tem que
acabar.
Chris preferiu não
acordá-lo de seu sono e deixou silenciosamente o quarto. Encostou a porta de
volta e foi até o seu quarto. Paul estava mexendo em seu laptop já relaxado em
sua cama. Ele avistou a sua esposa chegar e abriu um pequeno sorriso para ela.
-Como foi a reunião do
seu Clube de Mulheres? – ele perguntou educadamente. Mas logo percebeu a
aflição na face bem maquiada de Christine. – O que está acontecendo? Você está
estranha.
-O Nick... - ela jogou a
sua bolsa Chanel na poltrona ao lado e tirou os seus enormes saltos dos pés -
Ele está tão estranho ultimamente. – lamentou se sentando na ponta da cama.
Paul suspirou desanimado.
Isso não era novidade para mais ninguém naquela casa. Ele já tinha percebido o
quanto que o seu caçula estava afetado com tudo o que aconteceu.
-Ele ainda está
apaixonado por ela. – Paul afirmou.
-Eu sei. Eu acabei de
entrar em seu quarto e achar vários desenhos que ele fez da Miley. – concordou
Chris. – Paul, você precisa fazer alguma coisa para melhorar toda essa situação.
Por mais que ele odiasse
o fato de seu filho ainda estar amando uma golpista que veio para a cidade se
vingar da família, Paul também sentia a angustia de pai por ver o seu filho
sofrendo. Nick tem de tudo e pode ter ainda mais se quiser, mas o que ele mais
deseja é o que o seu pai mais repudia. Ele tinha que encontrar uma boa solução,
como a Christine disse.
-E se... – Paul pensou
mais um pouco, e logo seus olhos iluminaram em uma ideia. – Se lembra daquela
casa na praia na Itália? – ele perguntou para a loira ao seu lado, que logo
assentiu em resposta. – Há alguns quilômetros de lá tem uma universidade, que
já ouvi falar ser muito boa. Talvez ficar por algum tempo estudando por lá, em
outro ambiente, outro lugar, possa fazer bem para ele. Eu posso dar aquela casa
de presente para o Nick. Eu sei que ele não é muito ligado a bens materiais
quando nos envolvemos em problemas, mas ele adora praias. Seria um ótimo lugar
para ele morar por um tempo e se esquecer um pouco dessas tribulações daqui de
Los Angeles. O que acha?
Chris abriu um sorriso. –
Seria uma excelente ideia. Talvez ele possa até demorar um pouco para se
adaptar, mas tenho certeza que vai ser bem melhor para ele. Bom, isso se ele
topar, né?
-Pois é...
-Você não pensa em
talvez, sei lá, contratar um advogado para a Miley? O Nick te veria com outros
olhos, se você fizesse isso por ele.
-Alimentar um romance com
aquela problemática nunca faria bem ao Nicholas. – ele respondeu ríspido. – Sem
chances, Christine.
Miley Narrando
A porta da cela escura se
fechou. Apenas uma frestinha de luz do lado de fora entrava na pequena sala. Que
merda que eu fiz. Espero que isso não conte como mais uma coisa contra mim no
tribunal. Quer dizer, os presidiários de bom comportamento ganham alguns
créditos em relação à pena de prisão. Talvez se eu ficasse mais na minha, eu
poderia sair mais cedo daqui e... Quem eu estou querendo enganar? Eu estou
sendo acusada de assassinato e tentativa de golpe. Se não comprovarem meus
outros crimes em outros países. É obvio que eu não vou sair daqui por um bom
tempo, e acho que nem bom comportamento me ajudaria nessa condição.
Me sentei sobre o colchão
desconfortável no chão e deixei um suspiro frustrado atravessar minha boca.
Demorou um pouco para a ficha cair. Eu nunca mais veria o Nick. Encostei minha
cabeça na parede. Nunca mais? Senti minha garganta começar a se fechar.
Numa hora dessas,
sozinha, eu sinto uma maldita falta de seus braços ao meu redor. Fui
surpreendida por um soluço baixo vindo de mim. Fechei os olhos e imagens vieram
na minha mente como um filme.
Flashback on
Logo
após apagar a luz do meu quarto espaçoso e azul claro, recebi uma mensagem no
celular. Já até tinha adivinhado quem era com um sorriso no rosto. Peguei o
aparelho em minhas mãos enquanto me sentava sobre a cama. Como eu imaginava,
era dele.
“Boa
noite, encrenqueira. Espero que tenha bons sonhos... comigo :)”
Eu
rolei os olhos, reprimindo um riso e respondi: “Boa noite, riquinho metido.
Bons sonhos para você, também. E pode deixar que certamente eu vá sonhar com
você. ”
Ele
já tinha arranjado um celular para nós dois naquele mesmo dia. E com certeza, a
nossa comunicação ficou bem melhor, porque nós tínhamos perdido nossos
celulares naquele acidente no lago. Ouvi uma movimentação atrás de mim e me
virei para a janela. Larguei meu novo celular sobre o criado mudo e fui até lá
para verificar o que estava acontecendo. Me deparei com o suicida do Nick
subindo a trepadeira da casa até a minha janela. Não, isso não é uma
brincadeira.
-O
que você está fazendo? – eu sussurrei surpresa com a sua cara de pau chegar até
aqui. Não quero nem imaginar se o Steve visse.
-Você
falou que certamente sonharia comigo. Então, aqui estou. Vim tornar seu sonho
realidade. – ele disse enquanto adentrava meu quarto já escuro pela janela. Mas
tinha luz o suficiente para ver o seu sorriso de divertimento com a minha
expressão incrédula.
-Sério
que você está fazendo isso? Você é louco.
-Sou
louco, mesmo. Louco por você. – ele respondeu com um sorriso de lado. Mas seu
sorriso desapareceu aos poucos, quando parou para me ver.
Ficamos
nos encarando por alguns segundos para o rosto do outro e um silêncio gritante,
até em um supetão nos juntarmos em um beijo. Não posso negar que adorei sua
visita surpresa. É simplesmente
extasiante poder tocá-lo e beijá-lo. É viciante tê-lo por perto. Nos separamos
em alguns beijos mais curtos e suaves.
-Você
não imagina o erro que fez em vir para cá. Agora eu posso te prender no meu
closet para sempre. Você está sabendo disso, não é? – sussurrei roçando meus
lábios nos seus. Ele sorriu.
-Merda,
eu esqueci que estava namorando uma psicopata viciada em sexo.
-Tarde
demais, bonitão. – me larguei de seu pescoço e acendi a discreta luz do abajur.
Percebi
a sua presença mais próxima de mim um pouco antes de me virar.
-Eu
estou gostando desse namoro escondido. Mas ás vezes me sufoca não poder ficar
com você por um bom tempo. – ele confessou. Meus lábios se puxaram em um
sorriso.
-Eu
sinto o mesmo. – nós quase não conseguíamos muito tempo para ficarmos a sós. E
depois daquele dia do hotel, Nick invadia os meus pensamentos constantemente.
Eu
dei mais alguns passos a sua direção, acabando com a distancia entre nós. Ele
me fitava com admiração e desejo. Seus olhos castanhos me puxando a atenção. Sua mão deslizou do meu braço até o meu
quadril, causando arrepios pela sua trajetória e pairando tentadoramente lá.
Seus lábios foram até o meu pescoço deixando beijos molhados, fechei os olhos
aproveitando sensação gostosa. Distribuí beijos e leves mordidas pelo seu
pescoço, maxilar, até o seu queixo e beijei sua boca novamente.
Minhas
mãos foram para a fivela do seu cinto e a abri. Nick se movimentou um pouco
para tirar os seus sapatos com os próprios pés. Abri a sua calça, enquanto nos
beijávamos, e a deixei cair sobre os seus pés. Apertei sua bunda com vontade.
Minhas mãos deslizaram da sua bunda até as costas, levantando a sua camisa
junto. Tivemos que nos separar para eu tirar mais uma peça dele. Joguei a sua
camisa para qualquer lugar do quarto. Nicholas tirou suas próprias meias e
cueca, ficando completamente nu na minha frente. Tive que puxar o ar com força
ao ter essa visão.
-Isso
não é justo. Você ainda está toda vestida. – Nick protestou.
Tirei
a blusa do meu pijama e deixei cair no chão, e deixando meus seios a mostra. –
Assim está bom?
-Bem
melhor. – comentou Nick com malicia. – Mas ainda estou em desvantagem.
Me deitei na cama e em seguida ele ficou sobre
mim, distribuindo beijos pelo meu pescoço e colo. Ele puxou o meu short junto com a minha calcinha,
me deixando igualmente nua. Eu simplesmente amava o jeito que ele me olhava
quando estamos na cama. Trocamos alguns beijos e carícias mais ousadas até não
resistir mais.
Num
movimento sensual, lento e profundo, Nick penetrava em mim deliciosamente.
Enquanto isso, eu arqueava as costas, quase me torturando para não fazer
barulho mais alto do que os gemidos baixos quase em sussurros, pedindo para
mais. Me agarrando aos lençóis da minha cama, antes arrumados, via e sentia o
modo como ele era sexy. Seus músculos tensos, seus cachos bagunçados, suas
expressões de prazer, e o movimento do seu quadril contra o meu. Apertei ainda
mais minhas pernas ao redor do seu corpo quando ele penetrou mais forte e
soltei um gemido mais alto.
-Sh...
– ele colocou o dedo indicador sobre os meus lábios. Disposta a provocá-lo, em
seguida eu beijei o seu dedo e o chupei, olhando diretamente para os seus olhos
escuros e nebulosos de excitação. Ele tentou reprimir um grunhido, mas que
acabou saindo baixo.
Alguns
segundos depois, fomos levados ao ápice. Nick se deitou ao meu lado e eu apoiei
minha cabeça sobre o seu peito, envolvendo uma das suas pernas na minha. Ele
colocou seu braço ao meu redor. Aquilo era tão reconfortante.
-Posso
confessar uma coisa? – eu perguntei.
-Hum?
-Eu
não me apaixonei por você naquela viagem. – eu tive que levantar a cabeça para
encará-lo nos olhos. – Eu acho que eu já sentia uma coisa diferente por você
antes. Só que eu não conseguia saber o que era.
-O
que você sentia? – seus olhos se iluminaram.
-Eu
não sei... Um tipo de ansiedade em te ver. Ás vezes eu me pegava pensando nos
momentos em que você me tratava bem e em como era bom.
-
Isso é tão irônico. Logo nós dois termos nos apaixonado pelo outro. Não era
para ser ao contrário? – ele disse pensativo.
-Talvez
isso tivesse que acontecer de qualquer jeito.
Ele
balançou a cabeça em concordância. – É mesmo. Talvez você sempre foi minha. E
eu, seu.
Flashback off
Um buraco se abriu em meu
peito e não consegui conter as lágrimas. Os soluços aumentaram, me fazendo me
entregar de vez a vontade absurda de chorar. Pelo menos aqui, sem ninguém por
perto, eu poderia colocar tudo o que eu estava segurando para fora sem me
preocupar se alguém estava me vigiando. Pendi minha cabeça sobre as mãos e
desabei minhas lágrimas livremente. A dor já era insuportável demais para
guardar.
Nunca pude imaginar que o
amor pudesse desabar uma pessoa desse jeito. A saudade que eu sinto dele, a
vontade de provar um pouco mais da felicidade que ele me trazia era imensa. Era
simplesmente impossível de conter.
-Sinto tanto a sua falta,
Nick. – eu sussurrei, como se ele pudesse ouvir daqui.
Flash Back on (n/a: eu
sei, esses últimos capítulos vão ter muitos flashbacks rs)
Autora Narrando
O loiro bem apessoado
adentrou o bar movimentado de uma cidade de Kentucky. Na sua mochila, carregava
um pouco de roupa, todo o seu dinheiro, seus documentos e um maldito
certificado de advocacia.
(n/a: Gente, conheçam o
meu Chad s2)
Chad tinha acabado de
passar para a prova mais importante de Direito do país, mas digamos que não era
o seu futuro mais desejado.
Depois de uma briga feia
com a sua família, sua mãe e seu nada querido padrasto, decidiu ir embora de
casa. E sua ex-namorada havia o traído com o seu colega de faculdade, há uma
semana. Enquanto Chad tentava manter um relacionamento decente, dispensando
dezenas de mulheres interessadas, a vadia o colocava chifres com um outro cara.
Ele não a amava. Na verdade, nunca chegou a se apaixonar tão profundamente por
uma pessoa, mas o seu orgulho ficou ferido como o de todo homem. A sua vida
tomou um rumo que nunca sonhou em tomar. Tudo estava errado, ele pensava. Era
hora de beber e pensar no que fazer dela.
Chad deu mais uma ultima
tragada no seu cigarro e o apagou no cinzeiro que tinha por perto. Sentou-se
numa cadeira alta em frente ao balcão, colocou sua mochila pesada sobre ele e
pediu uma dose de tequila para o homem a sua frente. Prontamente, o barman o
atendeu colocando o pequeno copo com o liquido amarelado a sua frente.
Então, ele ouviu uma voz
jovial. Jovial até demais para um lugar como esse. Chad olhou para o seu lado,
e avistou uma adolescente entre seus dezesseis e dezessete anos que conversava
com um homem mais velho ao lado. Ela tinha enormes olhos azuis, um cabelo longo
e castanho e tinha o corpo delicado como de uma boneca. O homem mais velho não
parecia flertar com ela, como Chad pensou de primeira. Ele tinha os olhos
semelhantes ao dela, mas não tão expressivos como os da garota.
(n/a: Miley tinha essa aparência.)
Miley percebeu um
demorado olhar sobre ela e transferiu sua atenção para ele. Era um cara loiro
de olhos verdes e, aparentemente, poucos anos mais velho. Parecia um
universitário. Ele tentou disfarçar, dando atenção ao seu drinque que tomou um
único gole.
-Então, nós vamos ficar
por aqui só por um dia, para conseguir uma boa arma para você. Lá em Georgia,
eu conheço um cara que falsifica identidades perfeitamente. Engana qualquer
policial. Fica simplesmente idêntica à original. – Steve continuou a expor os
seus planos para a sobrinha. Pelo visto, ela estava mesmo interessada nesse
golpe. Miley estava se envolvendo em algumas situações com vontade, sem numa
hesitação, como uma boa aula de tiros. Ainda precisa treinar mais um pouco para
ficar bem certeiro, porém ela já estava em um bom começo. Depois de treiná-la
bem para se adaptar ao universo dos crimes, Steve e Miley iriam para a Europa
para a o primeiro golpe.
Ela assentiu em
compreensão. – Quanto tempo que vamos levar para eu poder me vingar do Paul? –
ela perguntou ansiosa.
-Vai levar bastante
tempo. Um crime perfeito precisa de muito trabalho, acredite. Ainda mais um
golpe dessa proporção. Estamos falando de uma economia inteira de uma empresa.
-Eu não estou tão
interessada no dinheiro assim. Desde que eu faça aquele desgraçado sofrer por
tudo o que fez. – ela tomou um gole do seu forte whisky.
-Acho melhor você ir com
calma nisso aí. – ele comentou. – Eu não deveria nem te dar um pingo disso,
então é melhor não exagerar.
-Você não deveria estar
me ensinando a dar golpes, mas está. Nós dois sabemos que não sou mais uma
criancinha. – ela rebateu.
Era impossível evitar.
Chad escutou tudo o que eles falaram. Era meio surreal descobrir que uma garota
de dezesseis ou dezessetes anos esteja mesmo disputa a dar um golpe. Ele tomou
mais duas doses de tequila.
-Mas precisamos de alguém
para nos ajudar. Não podemos dar golpes por aí sozinhos. Não é mesmo? – disse
ela.
-Claro. -concordou Steve.
– Eu ainda vou contratar pelo menos um cara daqui dos Estados Unidos para ir
com a gente.
-Eu posso. – a voz do
Chad surpreendeu os outros dois que estavam conversando. Talvez a sua voz deva
ter surpreendido a ele mesmo, nessa atitude impulsiva.
Foda-se, preciso fugir
dessa realidade. Talvez, vivendo de uma maneira intensa e fora dos parâmetros
possa ser bom pra mim, pensou Chad.
-O que? – perguntou Miley,
surpresa.
-Eu posso ajudar vocês.
Com tudo que vocês andam planejando. Não tenho muita coisa a perder, mesmo. –
ele respondeu.
Steve riu debochadamente.
– Ah é? Me diz como você pode ser útil.
-Sei tudo sobre leis. E
bom, eu aprendi sobre alguns casos de crimes, também. Ou vocês acham que nunca
vão se encontrar numa situação sem saída? Um crime perfeito, é um crime sem
provas e posso ajudar nisso. O resto eu posso aprender. Mas só topo se vocês
saírem desse país mesmo.
O mais velho o olhou de
cima a baixo e deu de ombros. – Vamos ver se você pode ser útil. Tudo bem, mas
se você falhar estará fora da equipe, ok? – o loiro assentiu. – E sim, nós
vamos ficar por um bom tempo fora dos Estados Unidos.
-Ótimo. – Chad respondeu.
– Eu sou Chad. – os dois apertaram as mãos.
-O meu é Steve.
-Eu sou a Miley. – a
jovem mulher se pronunciou, estendendo a mão para o mais novo membro da equipe,
que a apertou logo em seguida. – Espero mesmo que você ajude em alguma coisa...
Você não é um policial, né? - ela se
espantou com a possibilidade de um infiltrado.
-Não, Miley. Se ele fosse
um policial, certamente me prenderia antes mesmo de falar alguma coisa por dar
uma bebida alcóolica para uma adolescente. – o tio respondeu confiante. – Mas se
for ou se tentar nos entregar, saiba que eu conheço caras muito importantes e
perigosos. Você deve imaginar que esse tipo de gente pode fazer qualquer
maldade se for preciso, não é?
-Eu sei. – Chad balançou
a cabeça. – Eu não vou entregar ninguém.
-Então bem-vindo à
equipe.
FlashBack off
Miley Narrando
Dois dias depois...
Enquanto eu encarava a
pequena janela cheia de grades, esperando alguma coisa diferente para poder
observar, minha atenção é despertada para a realidade quando houve uma
movimentação fora da cela. Ouvi o som de um molho de chaves vindo do corredor.
Logo em seguida, a porta bem fortificada foi aberta. A luz vinda do corredor
quase cegou meus olhos por alguns segundos. Eu já tinha acostumado com a fresta
de luz tímida que vinha para dentro da salinha. A policial me encarou parada em
pé.
-O seu tempo de solitária
acabou. Só foram uns pequenos momentos para você refletir na confusão que
causou com a Tessa naquele refeitório.
-Então eu posso voltar
para minha cela de antes? – perguntei esperançosa, não aguentando mais aquela
solidão esmagadora.
-Agora não. O seu
advogado acabou de chegar para te fazer visita. Vou te levar até ele agora
mesmo. – ela respondeu não muito animada. Espera, aí? Advogado? Só se for um
daqueles que trabalham para o governo, porque eu não tinha um e nem tive tempo
de pensar em contratar algum. Bom, apesar de tudo, eu tenho alguém para me
defender, né? Acho melhor nem reclamar do cansaço.
Eu dei de ombros e me
levantei do colchão duro da cela e fui até a policial na porta para ser
algemada e encaminhada para a sala de visitas. Chegando lá, a mulher me soltou
e abriu a porta para mim.
Eu tive que morder os
lábios para engolir de volta uma exclamação de surpresa. Chad me esperava
sentado à mesa com um sorrisinho cordial e formal. Ele estava elegante num
terno escuro, lhe dando uma imagem mais séria, uma coisa nada familiar para
mim.
(n/a: Gostoso)
Seus olhos verdes sorriam
para mim, travessos. Eu não acredito que ele está fazendo isso! Meu momento de
espanto foi interrompido pela policial.
-Vocês têm uma hora. – ela
disse. – Não demorem. – então ela fechou a porta e nos deixou a sós.
Olhei em volta para
procurar alguma câmera e não achei nenhuma.
-Fica tranquila, eles não
estão nos vigiando. – ele disse convicto com um sorriso maior no rosto.
Eu apressei meus passos
até ele e praticamente pulei para um abraço. Ele retribuiu o abraço apertado.
Senti um alívio ao ver alguém querido depois de uns dias tão tensos nessa
cadeia.
-Não acredito que você
está aqui! – eu me separei do seu abraço.
-Eu não te falei que sou mesmo
formado em Direito? Algum dia isso teria que ser útil, né? – ele brincou,
enterrando suas mãos nos bolsos.
-Sim. – eu sorri. – Isso
não quer dizer que você não nos ajudou muito com esses seus conhecimentos.
-Pois é... – ele então
mudou de assunto. – Mas Miley, eu acho melhor nós adiantarmos melhor o ponto em
que quero chegar. – ele suspirou e sentou de volta na cadeira. – Senta aí. –
ele apontou para a cadeira a sua frente e assim o fiz curiosa com o que tinha a
dizer.
-Você não está aqui só
para ser meu advogado, né? É algum recado lá de fora? – eu perguntei.
-Não, eu não estou aqui à
toa. Vou ser direto com você. – ele apoiou os cotovelos sobre a mesa,
diminuindo a distancia entre nossos rostos. Desse vez ele estava realmente
sério. – Eu tenho falado com o Nicholas ultimamente. – só em ouvi seu nome, o
meu coração afobado começou a acelerar, me deixando levemente desorientada. –
Nós dois queremos ver você fora dessa cadeia o mais cedo possível. Então, nós
estamos planejando uma coisa. Um coisa grande.
-O que é, Chad?
-Uma fuga. – ele disse. –
Vamos tirar você daqui.
Eu pisquei algumas vezes,
confusa. Tive que reformular a mesma frase várias vezes na minha mente. O que?
Uma fuga? Ele pirou?
-Você está brincando, né?
Como assim, uma fuga, Chad? Isso aqui é vigiado por todos os lados. Você acha
que é só abrir uma janelinha daquelas e dar no pé?
-Eu estou te falando que
é uma coisa grande! Isso vai envolver muitas coisas arriscadas, é claro. Mas se
der certo, não vai ter como eles te prenderem de volta. – ele disse mais
entusiasmado. – Presta atenção que eu vou te contar tudo o que eu e o Nicholas
estamos planejando, e você vai ter que ajudar a gente para me falar como as
coisas funcionam aqui por dentro. – ele diminuiu seu tom de voz.
Essa ideia é insana! Como
ele quer que eu coloque a segurança dele e do Nick em risco para fazer uma
tentativa suicida de fugir dessa torre de segurança?
-Fugir? Chad, só se
ficarem sabendo desse plano, vocês podem foder com a vida de vocês em um
minuto! Você nem deveria estar aqui! Se te reconhecerem como da quadrilha tudo
vai estar perdido para você. Esquece essa ideia impossível e foge você, antes
que te peguem. – eu puxei mais ar para falar antes de continuar. – Eu adoraria
estar lá fora, livre, mas eu estou aqui. Eu tenho que responder pelos meus
erros. Não tem mais jeito.
-Não, Miley! – ele se
conteve para não bater a mão fechada em punho sobre a mesa. – Vai dar certo,
sim! Eu e Nick estamos planejando isso muito bem, vendo todos os detalhes. Eu
tenho que tirar você daqui. Eu só estou em Los Angeles por sua causa, e não vou
sair dessa cidade sabendo que você está presa num presídio, você está me
entendendo? Eu estou pouco me fodendo se é arriscado ou não.
São tantas informações
vindo para minha mente e embaralhando a minha cabeça cada vez mais, que eu tive
que parar esfriar para poder falar alguma coisa. Ele é meu melhor amigo, mas
não pode simplesmente arriscar a sua liberdade para me fazer conseguir a minha
do jeito mais louco possível.
-Chad, não seja imbecil.
Eu entendo a sua intenção, mas você não pode fazer isso. É a liberdade de vocês
que está em risco.
-Droga, Miley! Quem está
sendo imbecil é você! Será que não consegue ver que eu não posso deixar você
aqui? Você é a única motivação que eu tenho.
-O que?... – eu tentei
formular alguma pergunta sensata, mas não saiu. Então Chad me interrompeu.
-Nick não é o único que
está apaixonado por você.
Oi, povo! Tudo bem com vocês? :D
Eu sei, eu demorei demais, mas eu
realmente não tive tempo o suficiente para escrever em pouco tempo.
Enfim, eu sei, vocês devem estar
querendo me matar por parar aí. Haha Mas vocês sabem que eu viciei em finais
assim! E então, o que vocês acham dessa paixão secreta de Chad, hein? E olha
que o cara é uma perdição, vamos combinar! Haha Espero que tenham gostado das
imagens. A Amy Jonas que me incentivou a postar com imagens. Eu geralmente
tenho preguiça, mas eu fiquei animada para saber como é o efeito delas assim no
meio da história. Vocês gostaram?
Obrigada pelos comentários do
capítulo anterior! Não esqueçam de comentar nesse também. Faltam dois capítulos
para acabar a temporada e quero ver esses posts lotados de comentários! ;D
Obs: Não esqueçam de participar
do grupo do Facebook só de leitoras e escritoras de fics Niley! O link está no
post anterior a este. Divulguem também, por favor!
Beijos