terça-feira, 28 de janeiro de 2014

2ª temporada - Capítulo 2: ESPECIAL DE ANIVERSÁRIO (parabéns para mim rs)


Oi gente!!! É isso mesmo! Hoje é meu aniversário :D To fazendo 17 aninhos hoje. Eu sei, to velha u.u E por pura coincidência, eu estava preparando o capítulo do aniversário da Miley pertinho do meu. Aí eu decidi postar hoje :) Viu? O aniversário é meu e o presente é de vocês! rs 
Obrigada pelos comentários do capítulo passado. Espero que gostem desse.
Boa leitura

Nick Narrando

O despertador tocou ao meu lado bem baixo, mas o suficiente para eu conseguir ouvir. Era aniversario da Miles hoje e eu estava planejando uma surpresa para ela. Eu olhei para o lado para certificar que ela não tinha acordado. Miley ainda dormia tranquilamente. Seu cabelo estava um pouco caído sobre o seu rosto. Como de costume, tirei da frente do seu rosto, colocando atrás da sua orelha. Miles era como um anjo dormindo. O único lado ruim é que eu não via seus olhos azuis tão expressivos. Ela ficava mais linda a cada dia que passa. Fiquei tentado a beijar a sua pele macia e a sua boca rosada, mas eu não queria acordá-la agora.
Fui para o banheiro, fiz minha higiene matinal e fui direto para um banho bem demorado. De banho tomado, coloquei sem mesquinharia o meu perfume e que a Miley tanto gosta. Eu ri ao me lembrar do seu vicio por esse cheiro. Sempre que eu coloco esse perfume, a Miley quase ataca o meu pescoço para cheirá-lo. Penteei o meu cabelo rapidamente e fui colocar a minha roupa logo porque eu tinha que me virar com o café da manhã.
Fui até o restaurante perto aqui de casa, onde eu pedi para fazer algumas delicias especiais para o café da manhã. Eu até tentaria fazer em casa com ajuda daquelas receitas em livros ou em sites, senão não fosse tão ruim na cozinha. Talvez eu tente um dia desses, mas dessa vez não. Dessa vez é especial e eu não posso estragar o seu café da manha o queimando ou errando alguma coisa na receita. Pelo menos uma parte da refeição já está totalmente pronta que são a frutas silvestres que estão na geladeira. São as frutas favoritas dela.
Quando cheguei em casa com tudo pronto, preparei e arrumei tudo em dois apoios para refeições.
Levei primeiro que estava com mais mimos. Entrei no quarto e a Miley ainda dormia pesadamente. Coloquei o apoio sobre a cama e me aproximei dela e dei um beijo em seus lábios, depois na ponta do seu nariz e logo depois sobre os seus olhos fechados. Miley deixou formar um sorriso e se mexeu um pouco, mas a preguiçosa voltou a dormir.
- Acorda, sua encrenqueira. - eu sussurrei em seu ouvido. -Já é seu aniversario!
- Hum... Que cheiro gostoso! - Miley comentou com a voz arrastada, ainda sem abrir os olhos e se espreguiçando.
-Você está falando de mim ou da comida? - eu perguntei confuso. Ela abriu seus enormes olhos azuis e me encarou.
-De você... - disse com uma voz manhosa - Espera aí. Tem comida? - Miley se sentou com um misto de surpresa, esfomeação e curiosidade. Então ela viu a bandeja lotada de coisas gostosas que ela adorava e deixou sua boca se abrir em admiração. - Café da manhã na cama? - voltou seu olhar para mim. - Own, eu não acredito que você preparou isso para mim.
-Bom, não fui eu que fiz, mas...
-É obvio que você não fez. - ela riu do seu próprio comentário. -Mas foi tão bonitinho você ter a preocupação de me dar café da manhã na cama e ainda com tudo o que eu gosto!
Eu sorri satisfeito com o seu elogio e dei mais outro selinho em seus lábios. -Feliz aniversario, Miles. Muitos anos de vida para que você possa um dia me ver cozinhando um mega café da manhã. - ela sorriu. -Isso pode levar muito tempo!
-Eu te amo. - meu coração se sacudiu inquieto no meu peito.
-Eu também te amo - eu respondi com um sorriso idiota estampado no rosto.
Eu dei mais um beijo em seus lábios e fui buscar a minha parte do café da manhã para comer junto com ela. Quando cheguei com mais outra bandeja, Miley abriu a boca em surpresa.
-Espera aí. Isso aqui. - ela apontou para a própria bandeja a sua frente. - É só pra mim? Eu pensei que iríamos dividir.
-Não. Isso tudo é pra você. E essa bandeja aqui é pra mim. - me referi a refeição que acabei de apoiar na cama.
-Se você não curte magras é só falar, porque eu já percebi que me quer bem gordinha, com isso aqui. - Miley apontou para a tigela de frutas vermelhas, seus croisaints, mini tortinhas alemãs e uma xícara grande e cheia de chocolate quente.
Eu ri com o seu comentário. - Eu gosto de você assim. Está no ponto pra mim. - eu pisquei.
-Azar o seu, porque eu sou capaz de comer isso num piscar de olhos. To pouco me fodendo se vou ficar gorda. - disse atacando seu croisaint.
-Você é magra de ruim, mesmo.  Não vai engordar. - eu disse tomando um gole do meu chocolate.
-Está uma delícia, Nick. Obrigada.
- Guarde agradecimentos para depois. Ainda não entreguei seu presente.
Miley me encarou curiosa. -O que é?
Eu sorri comigo mesmo, só de imaginar a sua reação. Com certeza que não há nada melhor do que isso para Miley ganhar de aniversário. - Você vai ficar sabendo mais tarde. Ah, depois do café, vá tomar um banho e se arrume. Fique bem bonita.
-Nós vamos para onde? - Ela perguntou cheia de ansiedade.
-Ainda não posso falar. Mas faça isso, tá bom?
Miley assentiu com um olhar desconfiado, tentando desvendar o que eu escondia só com o olhar. Obviamente, ela não conseguiu. Em resposta dei um sorrisinho debochado e a Miley me mandou a língua.
Apesar das suas piadas e brincadeiras, Miley é mais velha do que eu. Eu odeio pensar que eu posso ser considerado um moleque perto dela. É obvio que ela não pensa nisso. Mesmo assim... Miley deve ter lidado com caras mais maduros do que eu, obviamente com muito mais experiência e menos infantilidade. Eu quero ser um homem perfeito com todas as letras para ela, a fazendo se esquecer de tudo e todos do seu passado. Eu amo essa mulher e acho que ela merece o melhor de mim.

Minutos mais tarde...
Miley Narrando
Minutos depois de terminar o meu café da manhã maravilhoso e conversar mais um pouco com o Nick, decidi abrir o presente de Chad. Eu estava ansiosa para saber o que é.
-Enquanto isso, eu vou dar uma saída. Não vou demorar muito, então esteja pronta quando eu voltar.
Eu assenti entusiasmada com um sorriso no rosto. Alguma coisa me diz que essa surpresa vai ser ótima. Dava para perceber em seus olhos brilhantes. É tão apaixonante esse seu jeito de querer me mimar com coisas simples, como um café da manhã. Mas eu sentia que dessa vez não é uma coisa tão simples, assim. Era algo grande.
-Eu vou abrir o presente do Chad depois eu vou correndo tomar banho. - eu assegurei.
-Tá bom. - Nick deu um beijo no topo da minha cabeça, carinhosamente. - Feliz aniversario, minha encrenqueira.
Ele me lançou um sorriso encantador e foi embora,  indo em direção às escadas.
Logo depois, me lembrei de Chad. Levantei da cama e fui até o closet e peguei a caixa de embrulho azul, a minha cor favorita, com um laço vermelho.  Me sentei na cama macia e puxei o laço para abrir. Arranquei o embrulho com afobação, cheia de curiosidade. A caixa não era grande. Era mais ou menos do tamanho de uma caixa de sapato, ou menor, só que em formato cúbico. Tirei a tampa e vi um cd e alguma coisa plana embrulhada com papel. Primeiro eu peguei a coisa embrulhada e tirei o papel em volta. Deixei um sorriso tomar conta do meu rosto. Era um porta-retratos com uma foto minha e dele em frente ao Big Ben, no dia que eu tive que fazer aquelas compras todas para depois partirmos para Madrid. Eu nem lembrava que essa foto existia. Ele deve ter guardado na memória do celular esse tempo todo.  Me levantei e coloquei o porta-retratos em cima da mesinha que tinha encostada a parede.
Eu voltei para a caixa de presente e vi que dentro da caixinha do cd tinha um cartão. E abri e li o que tinha escrito.
“Eu demorei um tempão pensando no que eu poderia te dar de presente. Acho que agora você pode ter de tudo, então eu pensei em entregar para você umas coisas mais especiais. Acho que você vai gostar, principalmente desse cd. Eu gravei as músicas que com certeza tem tudo a ver com você. Ninguém tem um igual ;D. Feliz aniversário, Miles.”
Eu guardei o cartãozinho na minha gaveta e peguei um pequeno rádio e botei no banheiro. Vou deixar tocando enquanto eu me arrumo. Assim, eu não me atraso e ainda consigo ouvir o meu presente. Coloquei o CD dentro do aparelho e tirei a roupa para tomar meu banho.
A primeira música era “Bad Reputation”. Eu sempre gostei de Joan Jett, e bom, acho que sou meia “foda-se” até hoje. Com certeza essa música tem a ver comigo. Conforme as músicas tocavam, eu ia me identificando ou me lembrando de algum momento específico, enquanto eu me arrumava.
Fui para o espelho preparar uma maquiagem leve. Eu não fazia ideia de onde o Nick me levaria, mas como é o meu aniversário, e ele deixou claro para que eu fique bem bonita, é porque tem alguma coisa mais especial. Então tocou mais uma faixa do CD. Só pela introdução, eu reconheci a música e o meu coração se apertou em culpa.



“My life is brilliant.
My life is brilliant
My love is pure.
I saw an angel.
Of that I'm sure.
She smiled at me on the subway.
She was with another man.
But I won't lose no sleep on that,
'Cause I've got a plan.

You're beautiful. You're beautiful.
You're beautiful, it's true.
I saw your face in a crowded place,
And I don't know what to do,
'Cause I'll never be with you.

Yes, she caught my eye,
As we walked on by.
She could see from my face that I was,
Flying high,
And I don't think that I'll see her again,
But we shared a moment that will last 'till the 
end.

You're beautiful. 
You're beautiful.
You're beautiful, it's true.
I saw your face in a crowded place,
And I don't know what to do,
'Cause I'll never be with you.

La la la la la la la la la

You're beautiful. You're beautiful.
You're beautiful, it's true.
There must be an angel with a smile on her face,
When she thought up that I should be with you.
But it's time to face the truth,
I will never be with you.”

                Eu sabia muito bem o que ele queria dizer nessa música. Ela falava sobre o seu amor não correspondido por mim. O rádio parou de tocar. Essa era a última faixa. Eu suspirei pesadamente. Pois é, eu também não sabia mais o que fazer.

Nick Narrando

Peguei o meu celular e disquei um número. Não demorou muito para eu ser atendido.

-Alô? -disse a voz feminina do outro lado da linha.

-Oi, é o Nick. Já estou te esperando aqui em baixo.

-Já estou descendo. - disse com a voz entusiasmada.

Não foi difícil reconhecê-la. Seus olhos azuis eram idênticos aos da Miley. Grandes e expressivos. Era uma mulher loira por volta de quarenta e poucos ou cinquenta anos, mas era muito bonita e bem arrumada. Ela caminhou até mim com um sorriso radiante no rosto.

-Você é o Nicholas, não é? - ela me perguntou só para confirmar.

Eu assenti. -Aham. - fiquei meio sem jeito agora de como tratá-la pessoalmente. - Prazer em conhecer a senhora. - eu estendi a mão para cumprimentar.

Ela ignorou a minha mão estendida e me puxou para um abraço. - Obrigada. - ela disse baixinho. No abraço, eu pude sentir seu coração disparado.

-Não tem de que. - eu respondi quando me separei dela.

-Ah, e não precisa me chamar de senhora e nem dona Letícia. - ela rolou os olhos. - Já basta o namorado da Brandi que cismou de me chamar assim. Me chame só de Tish.

-Tá bom.

Eu tinha procurado saber o telefone de Tish para ligar para ela. Não foi uma coisa muito difícil. O mais complicado mesmo foi conseguir convencê-la de toda a loucura sobre a fuga da Miley e que ela não tinha morrido. Eu tive que mandar algumas fotos por email que tirei da Miley sem ela perceber, para que Tish acreditasse no que eu dizia. Quando ela finalmente descobriu a verdade, ficou tão feliz que chegou a passar mal comigo no telefone. Eu lembro bem que um dos irmãos da Miley atendeu enquanto os outros a acudiam. O tal Braison começou a fazer tantas perguntas para mim que até mesmo eu fiquei confuso. Isso foi há um pouco mais de dois meses atrás. Então eu convidei Tish para vir aqui no dia do aniversário da Miles fazer uma surpresa para ela. Ela disse que traria seus outros filhos, mas eles ainda não estão aqui.

-Onde estão os outros? - perguntei olhando em volta.

-Eles estão pegando os presentes que trouxeram. Bom, o Trace não trouxe presente. - ela suspirou. - Ele veio pra cá pra conversar pessoalmente com a Miley sobre tudo o que aconteceu nesse meio tempo, mas ele sente um pouco de rancor. Ele acha que ela não quis saber mais de nós e nos abandonou.

-Mas não é bem assim... É muito complicado. - eu tentei argumentar.

-Eu sei, meu querido. Eu sei disso. Eu entendo porque que ela fez isso, apesar de não concordar. Mas Trace parece que não quer entender. Acho que ele sente raiva pela dor que sentiu quando recebeu a notícia da suposta morte e ela não avisou a ninguém.
Logo depois, os quatro irmãos da Miley chegaram. Eu voltei a olhar pro meu carro que só tinha capacidade para cinco pessoas.
-Ok, acho que vocês vão ter que se apertar aqui dentro. - eu disse apontando para o meu Ashton Martin.
-Uau. Esse carrão é seu? - Braison perguntou admirado olhando pra mim. Eu sorri e quando eu estava prestes a responder, fui interrompido.
-É obvio que é dele. Esqueceu que ele é um Jonas? - o mais velho, provavelmente o Trace, pronunciou o meu sobrenome com um tom de voz que não me soou bom. -Eles são cheios do dinheiro.
-Menos Trace, menos. Ele não tem nada a ver com o motivo da sua revolta. – respondeu a ruiva de óculos, que me parece a mais tranquila e tímida dos irmãos.
-Apenas o ignore. Ele está meio atacado, mas insistiu em vir ver a irmã. Ele sente falta dela também, apesar de não demonstrar sua animação. - Tish me disse enquanto os outros começavam a se sentarem no banco.
-Sem problemas. - eu balancei a cabeça. Ele lidou comigo bem melhor do que a Miley. Sabe, pelo fato de eu ser da família Jonas.
Tish riu um pouco sem graça. Ela sabia o que eu queria dizer com isso.
-Você é o namorado da Miles? - perguntou a mais nova que era única dos irmãos que ainda não tinha entrado no carro. Tinha mais ou menos uns trezes anos. Ela também tinha os olhos idênticos aos da Miley.
-Sou. Estamos juntos há mais ou menos um ano. - respondi.
A garota me analisou de cima a baixo e sorriu. - Você é gato. – foi impossível não rir com a sinceridade da garota.
-Noah, deixa de ser cara de pau! - Tish repreendeu. - Como ele mesmo disse, ele está NAMORANDO a sua irmã. Agora vai entrando logo no carro, porque nós vamos partir agora.
-Ele não se ofendeu. - Noah deu de ombros antes de entrar no carro e se sentar no colo da outra irmã, para economizar espaço.
-Noah está ficando cada vez mais parecida com a Miley. - Tish disse balançando a cabeça. -Bom, com a Miley eu conhecia. Eu não sei como que ela se comporta agora.
Eu não poderia dizer para Tish que ela não mudou, ou o quanto a Miley mudou. Eu não a conheci na época que ela morava em Nashville. E depois de tudo o que ela viveu, seria impossível não mudar.
-Vamos logo. - eu disse. - Miley deve estar me esperando em casa para gente sair. -Tish me encarou, confusa. - Ela acha que eu vou a levar para algum lugar.
-Então vamos logo, antes que ela comece a te ligar para te apressar.
Minutos depois...
                Quando eu cheguei em frente a casa, estacionei o carro e fomos todos para a entrada. Abri a porta e todos nós adentramos a sala, fazendo o mínimo de barulho possível. Miley não estava no primeiro andar. Eu apontei para cima, querendo dizer que ela estava no quarto. Tish assentiu.
                -Nick? – Miley perguntou lá de cima. Ela deve ter me ouvido abrir a porta.
                -Já cheguei. – eu disse subindo as escadas.
                -Agora você pode me contar para onde você foi? – perguntou quando eu cheguei ao segundo andar.
                Quando eu pedi para se arrumar e ela caprichou! Miley estava muito gata. Seus olhos claros foram destacados com uma leve maquiagem, ela usava uma blusa branca bem leve e solta, enquanto usava uma calça jeans mais apertada que valorizava suas pernas.
                -Você vai descobrir quando descer comigo para a sala. – eu disse sorrindo.
                -Para sala? O que tem lá embaixo?  - ela perguntou ainda cheia curiosidade. – Nick eu não aguento mais o seus segredinhos. Isso está me deixando nervosa. – Miley disse cheia de ansiedade.
                -Feche os olhos que eu te levo lá embaixo, mas não vale espiar. – ela assentiu e fechou os olhos. Eu peguei a sua mão para guiá-la até a escada.
                Eu a puxei com cuidado para que ela não caísse, guiando a trajetória da escada até ficar frente a frente com Tish.
                -Pode abrir. – eu disse.
                No momento em que Miley abriu os olhos e viu Tish em primeiro plano e todos os seus irmãos logo atrás, a sua reação me surpreendeu. Foi absolutamente nada. Miley os encarava atônita com a boca entreaberta, sem nenhum movimento.  A loira não esperou mais nenhum segundo e agarrou a sua filha ainda em choque para um abraço. Eu fiquei um pouco preocupado de como Miley poderia se comportar. E se ela reagisse mal? E se ela não quisesse que sua família soubesse que estava viva, morando aqui comigo depois de todo o que aconteceu? Miley piscou os olhos mais algumas vezes, desacreditada com o que via a sua frente.
                -Oh Meu Deus, você está tão linda! – Tish dizia em meio a lágrimas, segurando o rosto de sua filha entre as mãos. A mãe soluçou e abraçou forte a Miley de novo.
                -Mãe. – Miley balbuciou. Pela sua expressão, ela ainda estava confusa. Acho que todas aquelas pessoas a sua frente eram surreais demais.
                Quando eu me dei conta, todos estavam em lágrimas, com exceção de Trace que tentava continuar com a sua postura de durão. Mas ele encarava Miley com um brilho nos olhos, que era possível perceber o quanto que estava feliz em revê-la.
                Algumas lágrimas escaparam dos olhos de Miles. – Como você sabe? Como você sabia que eu... – ela perguntou, quando retomou do seu estado de choque.
                Tish olhou cúmplice para mim com um sorriso no rosto. Miley levou seus olhos azuis para mim ainda marejados.
                -Eu não fiz mal, né? – eu perguntei.
                Negou com a cabeça e puxou os lábios em um sorriso. – Da próxima vez que você me falar que tem uma surpresa para mim, me diga a proporção dela, tá bom?
                Eu ri. – Está bem. Eu vou tentar não te chocar tanto da próxima vez.
                -Ei! Você se esqueceu de mim? – a mais nova protestou cruzando os braços, o que chamou a atenção da Miley.
                -Noah? É você mesma? – Miley perguntou olhando sua irmã de cima a baixo. – Você está uma mocinha! A última vez que te vi, você era um pinguinho de gente!  - então ela abraçou a irmã caçula forte.
                Aos poucos, eles iam matando a saudade em abraços. Apesar da hesitação do Trace, ele também abraçou a irmã, mas não tão calorosamente quanto os outros. Eu me sentia tão satisfeito em ver a Miley feliz desse jeito. Eu sabia que ela sentia falta deles e simplesmente não achava justo ela viver às escondidas da sua própria família. Aliás, eles sofreram tanto quanto ela. Ou talvez até mais depois da sua “morte” na prisão.
                Todos foram se sentar nos sofás para poder conversar melhor, porque pelo que eu saiba ainda há muito que conversar.

Miley Narrando

                Eu não acredito que o Nick foi capaz de contar toda essa loucura da fuga para eles e ainda trazê-los para cá para me ver. Eu nunca teria coragem de revelar tudo isso a eles e me preparar para encarar quando qualquer tipo de reação ou pergunta. Eu não queria que eles vissem que a Miles de Nashville se foi para sempre e que no lugar dela estaria alguém com uma mente sádica e um passado sujo de sangue. Eu nunca quis decepcioná-los.  Mas não posso negar que eu precisava dessa vizita mais do que o próprio ar. Só me dei conta disso agora, aqui, com eles todos comigo.
Ninguém nunca faria isso por mim. Nick é muito mais do que eu mereço ter. Enquanto uns conversavam com os outros, eu o encarei. Meu coração disparou quando seu o meu olhar foi retribuído. Eu mordi meu lábio inferior e não pude evitar que um sorriso escapasse de minha boca. Um sorriso torto estampou seu rosto.
-Foi por causa dele, não é? – ouvi a voz de minha mãe sussurrar ao meu lado. Eu me virei para ela.
-O que?
-Foi por causa dele que você desistiu do golpe? Que você desistiu de tudo? – ela me perguntou com um brilho nos olhos.
Eu nunca imaginei que minha mãe fosse me perguntar uma coisa dessas para mim. Eu senti aquele calorzinho confortável se espalhar por dentro de mim.
-Foi. – eu disse balançando a cabeça afirmativamente.
-Eu não passei muito tempo com vocês, mas já deu para perceber que ele te faz bem. – mais lágrimas ameaçaram cair. - Estou tão feliz por você, filha.
Meu sorriso se desmanchou, quando eu me dei conta que o assunto golpe veio à tona e que não tinha como escapar disso.  -Então você sabe? Sabe que eu tentei dar o golpe neles?
-Sei, filha. Seus irmãos também sabem. Era impossível não saber. Passou no noticiário.
-Ah, já estão falando sobre aquele assunto? - Trace perguntou se sentando ao meu lado. -Acho que eu preciso saber também sobre algumas coisas.
Eu olhei para Noah e Braison, os meus irmãos mais novos, que conversavam numa roda animada com o Nick e a Brandi.
-Eu não quero que eles saibam desses detalhes. Não agora. Eu nem você, Trace. Que eu saiba vocês vieram para comemorar meu aniversario comigo, não para me julgarem. Eu não quero estragar esse clima, ok?
-Miley, você foi presa. Você matou o Steve! Nós fizemos um velório para você. Eu só quero que você me dê explicações. - ele sussurrou. - Como que um cara, que é filho do Paul Jonas, nos liga e diz simplesmente que a nossa irmã estava viva, que enterramos outra pessoa e que isso tudo fazia parte do plano? Já não bastava nos abandonar uma vez? - ele continuou falando baixo. Apesar de Trace ser o mais duro e sincero da família, eu sei que não estava falando só por ele, e sim pelos outros irmãos também e a nossa mãe.
-Trace, eu pedi para não pegar pesado. - Minha mãe pediu baixo para que os outros não ouçam. - Isso é para ser um momento especial.
-Não, mãe. Ele está certo. Se ele quer detalhes, eu vou dar detalhes. Se ele quer explicações, eu vou dar explicações. - eu me virei para Trace. - Mas eu prefiro falar com você lá em cima. Não quero que ouçam.
Ele assentiu e fomos em direção ao segundo andar. Trace ainda carregava o seu estilo roqueiro de antes, com roupas escuras, seu cabelo claro pintado de preto, além das suas tatuagens que cobriam o seu braço.
Eu respirei fundo e abri a porta do meu quarto para ele entrar. Com uma expressão séria, ele entrou e fechou a porta. Apesar do seu estilo meio rebelde de ser, Trace tem espírito de liderança e sempre teve tendência a ser protetor com a família, principalmente com os irmãos mais novos. Eu sabia que ele seria capaz de ouvir os piores detalhes sobre mim. Ele queria uma explicação, queria saber e entender tudo o que fiz quando estive longe a procura da vingança. Chega de me esconder. Não vou mentir. Ele quer a verdade? Então ele vai ter a verdade.
-Eu não quero acreditar nisso, Miley. Mas se você foi capaz de matar Steve... - ele começou com um tom um pouco decepcionado na voz.
-Eu matei outras pessoas, Trace. Muitas eram inocentes. - eu joguei as palavras como um balde de água fria. -As pessoas que vocês viram no noticiário não mentiam quando diziam que eu era uma golpista. Porque eu realmente era. Eu enganava as pessoas, eu roubava e matava.
                -E o que o Paul tem a ver com essas pessoas? -perguntou indignado.
-Eles eram o caminho até o golpe perfeito. Se eu fizesse golpes naquelas pessoas ricas e influentes, como o Jonas, eu ganharia mais experiência e conhecimento sobre isso. Além do dinheiro. Era o único modo de nos sustentar e sustentar uma fachada de família boa pinta. - Trace passou as mãos pelo rosto e depois puxou seu cabelo para trás, em nervosismo. Eu o entendo. Ter que ouvir da própria irmã que matou pessoas inocentes deve ser como uma facada no peito. Por mais que ele soubesse que eu estava metida em coisa que não presta, eu sabia que o decepcionaria.
-Steve te forçou a isso? - ele perguntou.
-Não. Quer dizer, eu sabia que faríamos coisa do tipo, mas eu insisti para ele me ajudar nisso. Eu queria ver o sofrimento do Paul de qualquer jeito. Eu não ligava para o que teríamos que fazer para chegar ao meu objetivo. eu olhei nos seus olhos carregados de decepção. Eu estava cega de raiva. Eu achava que eu poderia fazer qualquer coisa para conseguir o que eu quero, mesmo que fossem coisas injustas. Eu estava cansada em ser a que sempre sofre, Trace. Acho que esse tempo aqui na Itália me fez rever algumas coisas que eu pensava e fazia. eu sentei no colchão macio da cama, enquanto Trace continuava em pé de braços cruzados ouvindo tudo o que eu dizia. Eu tinha uma visão distorcida da justiça.
Ele demorou um pouco para absorver tudo o que eu disse e balançou a cabeça. Miley, você tem noção do que você fez? Você fez exatamente o que o Paul fez com a gente. Você causou sofrimento nas pessoas para conseguir chegar ao poder, como ele fez. Em nenhum momento você parou para pensar que você causou sofrimento a famílias da mesma proporção que todos nós sofremos? o seu tom de voz era agressivo, deixando claro a sua indignação. Isso me fez sentir ainda pior, com um peso absurdo de culpa sobre os meus ombros.
-Eu sei. eu admiti olhando para o nada. Agora eu sei.
Trace caminhou até mim e abaixou para olhar nos meus olhos.
-Então quer dizer que você se arrepende? De tudo que você fez? perguntou com os olhos marejados.
Eu engoli em seco. Algumas coisas.
-Como assim algumas coisas?
Eu puxei o ar e o soltei com força. Eu me arrependo em fazer mal a pessoas inocentes. Eu admito que eu fui cruel demais nessa parte, mas... eu tomei coragem e encarei intensamente os seus olhos. Têm coisas que se eu tivesse oportunidade, eu faria de novo. eu murmurei.
-Como o que? – ele perguntou com hesitação.
-Como a morte do xerife. – eu disse. – Eu o mataria novamente, se pudesse. Não me arrependo por isso.
-E a morte do tio Steve?
Lembrei o quanto de culpa que eu sentia por isso, por eu mesma matar o meu tio Steve. Mas em nenhum momento senti arrependimento por isso. Eu me arrependia por deixar chegar àquela situação, mas eu se eu voltasse no tempo e voltasse para aquela mansão, com toda a família do Nick de refém do Steve. Eu não hesitaria em atirar de novo.
-Foi um sacrifício necessário. – eu respondi, tentando manter o tom de voz frio como gelo.
-O que? Você o mataria por causa de uma maldita briga? – ele se levantou, não acreditando na minha resposta. – Mas que merda que você está pensando?!
-Briga? Não havia mais briga nenhuma! – dessa vez, fui eu que aumentei o tom de voz. – Ele estava prestes a matar o Nick na minha frente! Não tinha mais acordo nenhum, discussão nenhuma.  Ele estava com raiva por eu escolher desistir de todo o golpe e de todo o dinheiro que ele ganharia, pelo Nicholas. Nada o impediria de matar todas aquelas pessoas. Eu prefiro morrer do que assistir alguém matar o Nick. O meu Nick! Eu sou capaz até de matar por ele. Como eu fiz.  – quando eu me dei conta, eu estava praticamente gritando com as lágrimas correndo pelo meu rosto.
-E o seu plano de fuga?
-Acho que o Nick deve ter explicado para vocês, não é? Que houve uma grande rebelião dentro da prisão e que muitas fugiram e uma mulher morreu no meu lugar, para que me considerassem morta. Assim eu poderia fugir sem ser perseguida. Chad e Nick pensaram em tudo.
-Em nenhum momento você pensou em nos avisar ou nos procurar?
-Não. Sinto muito, Trace. Eu sabia que vocês não achariam isso certo. Eu não procurei por vocês porque eu tinha medo. Tinha medo de como vocês iriam reagir diante da “nova Miley”, diante do sofrimento que eu causei a vocês com a minha falsa morte e da decepção que eu causaria. Vocês não merecem se decepcionar ainda mais.
Ele continuou a me encarar calado, então eu continuei.
-Eu me arrependo de muitas coisas, mas eu nunca mais vou ser aquela garota inocente que nunca faz mal a ninguém. Sinto muito se a sua Miles não existe mais. É irreversível.
Ele secou rapidamente as lágrimas do seu rosto e abriu os braços, me chamando para um abraço. Eu me levantei e o abracei forte. Seus braços me envolveram com carinho.
-Eu te amo, Miles. Independente do que você é ou deixa de ser, você ainda é a minha irmãzinha.
-Eu também te amo. – falei ainda abraçada a ele. Ele passou os dedos pelo meu rosto, secando as minhas lágrimas. – Eu senti sua falta.
Nos afastamos do abraço. Trace ia dizer alguma coisa, mas foi interrompido, quando minha mãe abriu a porta e adentrou o quarto.
-Está tudo bem por aqui? – ela perguntou hesitante. Droga, eles devem ter escutado a gente discutindo.
-Estamos nos acertando... – eu respondi e Trace balançou cabeça em concordância.
 Ela nos olhou de um modo estranho como um “Está realmente bem?”.
-Ei, eu estou falando a verdade. – eu disse.
-Tá... Eu pensei em preparar um almoço aqui. O que acha? Assim, todo mundo fica mais a vontade aqui dentro para matar saudades do que num restaurante.
Minha boca de encheu d’água ao lembrar os pratos deliciosos e tipicamente interioranos que minha mãe preparava. Eram tão maravilhosos que delirei de fome só em pensar.
-Oh, seria ótimo! – eu falei abrindo um sorriso.
-Só se você fizer uma bandeja do que for só para mim e outra para o resto. – Trace respondeu animado. – Eu estou morrendo de fome!
-É impressionante como só o pensamento sobre comida faz vocês melhorarem tanto de humor. – ela brincou, mais aliviada quando percebeu que o clima ficou menos pesado. – Vou explorar um pouco do seu namorado e pedir para ele comprar umas coisas para mim no supermercado.
-Tudo bem. Ele vai adorar fazer esse favor depois que provar do Baby Back Ribs regado ao molho barbecue com batata inglesa recheada com quatro queijos. – eu disse.
-Como você sabe que é isso o que eu vou fazer? – ela perguntou com as mãos na cintura.
-Mãe, esse é meu prato favorito. – eu disse jogando o cabelo para trás. – Obviamente você não se esqueceu disso e faria só para mim hoje porque é o meu aniversário.
Tish riu. – Tudo bem, você venceu. Não fiquem muito tempo isolados aqui. Noah já está morrendo de ciúmes. – ela disse antes de sair do quarto, nos deixando a sós novamente.
-Ela tem razão, eles devem estar com ciúmes. Acho melhor descermos. – Trace disse colocando as mãos nos bolsos da calça.
-Não conte para eles, tá bom? – eu pedi. Se já foi duro para o Trace, com certeza seria bem pior para meus irmãos e minha mãe de saber sobre alguns detalhes sobre mim. – Eles já sabem o suficiente. Não quero estragar o clima entre nós. Se eles perguntarem alguma coisa, diga que a gente discutiu, mas eu não cheguei a contar detalhes.
-Tá, então o assunto morre aqui e agora.
-Como assim morre agora? Você não queria detalhes? Eu ainda nem contei sobre as minhas experiências sexuais durante esses anos! E não sei porque as pessoas tem preconceitos com sadomasoquismos. É muito bom! – eu comecei a brincar. Trace fez uma careta de nojo e calou minha boca quase tapando o meu rosto com aquela mão enorme.
-Ah, que nojo, Miley! Eu não preciso saber disso! – ele disse fazendo uma careta engraçada.
-Pensei que você suportasse qualquer tipo de detalhe sujo. – debochei.
-Já basta ser uma criminosa, não preciso saber que você é uma pervertida, também. – eu soltei uma risada. – Vamos descer logo. Antes que você me conte coisas piores. – ele me empurrou para fora do quarto.
Horas depois...
Meus pés descalços afundavam na areia enquanto eu caminhava pela praia. Nick estava com um dos braços ao redor da minha cintura, me mantendo bem junto do seu corpo.  Já estava de noite e a minha família já havia voltado para o hotel. Eles não podiam ficar por mais dias aqui, então eles voltariam para os Estados Unidos amanhã de manhã. Eles me prometeram que viriam mais vezes para cá para me visitar.
Depois que eu e Trace descemos, ninguém mais tocou nos assuntos ruins sobre o meu passado. Conversamos apenas sobre lembranças boas e nos conhecendo um pouco mais, nos adaptando com algumas diferenças depois de tantos anos longe.
-Obrigada pela surpresa. – eu disse e paramos de andar. Encarei seus olhos e sorri. - Foi muito além do que eu esperava, com toda a certeza.
- Eu sabia o quanto você precisava disso. – Nick disse, acariciando minha bochecha. O vento arrastou meu cabelo para o rosto e ele tirou, colocando atrás da minha orelha. Senti sua mão roçar em minha pele levemente. Seus olhos castanhos brilhavam em minha direção como as estrelas que nos cobriam. Virei o rosto e beijei a palma de sua mão.

-É você. Você é exatamente o que eu precisava. – eu sussurrei quando me aproximei ainda mais dele. Minhas mãos passearam pelos seus braços fortes, para seus ombros e até a sua nuca. –Você é o melhor presente que eu posso ter.


E aí? Gostaram? Não. Deixem a opinião de vocês nos comentários! Por favorzinho, hoje é meu niver e quero bastante comentários de presente u.u 
Eu sei que a história ainda não está tão agitada assim, mas o Niley merecem um pouco de descanso kkkkkkk Porque quando agitar, o negócio vai pegar fogo! #spoiler ops

Pra quem gosta do jus10, estou divulgando essa fic que acho que vocês vão gostar muito! A autora é belieber e smiler, mas a fic não é Jiley. A principal é uma personagem original. Leiam :
http://socialspirit.com.br/fanfics/historia/fanfiction-justin-bieber-barefoot-cinderella-1548794

Outra fic do animespirit também que é muito fofa é que é Niley.
link: http://socialspirit.com.br/fanfics/historia/fanfiction-jonas-brothers-maybe-youre-right-1455852

É isso, pessoal. Beijão!