sexta-feira, 30 de maio de 2014

2ª temporada - Capítulo 3: And party and bullshit!

O sol da manhã esquentava o meu rosto suavemente e eu nem sentia calor com aquela brisa gostosa e cheia de maresia assoprando em mim. Nick já tinha ido para a faculdade.
Ele estava cursando administração, como é a vontade de seu pai. Ele hesitou um pouco em mudar de curso porque tinha medo de Paul recusar a pagar uma faculdade por aqui e mandá-lo de volta para Los Angeles. Consequentemente, teríamos que nos separar. Quer dizer, eu já conversei várias vezes com o Nicholas sobre isso. Não quero ser o motivo dele desistir dos seus objetivos e metas para a sua vida. É sobre vida profissional dele que estamos falando. Não quero que ele seja forçado a fazer uma coisa que nunca quis por minha causa. Ele deveria fazer o que quer e o resto é o resto. Daríamos um jeito. Nicholas deixou claro para mim que ainda vai fazer o que quer. Finalmente ele achou uma solução dos seus problemas. Nick decidiu abrir uma gravadora musical. Assim, ele poderia trabalhar com o que sempre quis. Eu simplesmente achei genial. Ele é inovador como um empreendedor moderno e tem a sensibilidade de um músico.
Porém nesse momento, não era Nick que estava ao meu lado.
Chad e eu conversávamos sentados na areia, observando o mar sem fim a nossa frente. Ás vezes nós saímos juntos para conversar um pouco ou apenas para fazer companhia ao outro. E com certeza, hoje eu tinha muito que falar sobre a experiência de ontem.
-E o que você disse? – perguntou Chad, surpreendentemente feliz por mim. Quer dizer, eu pensei que ele fosse ficar com um pouco de ciúmes pelo fato de ser uma surpresa que o Nick fez para mim. Felizmente, Chad agiu com maturidade.
-Nada. Eu simplesmente fiquei estática quando os vi no primeiro momento. – eu disse me inclinando pra trás e me apoiando sobre minhas mãos na areia. – Eu nunca esperaria por aquilo. Na minha cabeça, se eu tivesse ainda alguma chance de reencontrá-los seria só daqui a muitos anos, depois de tomar alguma coragem.
Eu contava com um sorriso entusiasmado no rosto. Seus olhos verdes se apertaram quando retribuiu o sorriso, dividindo a minha animação.
-É bom saber que você matou saudade deles. Você sabe, durante todos esses anos de golpe e outros crimes, você não havia só perdido o seu pai.
-Eu sei. Eu tentava agir como se eu não tivesse mais família nenhuma. Como se eles também tivessem partido. – eu balancei a cabeça. – Foi tão bom abraçá-los de novo e poder conversar com eles... A Noah já é uma adolescente linda e cheia de estilo. Você se lembra daquela irmãzinha pequena que eu te falava? - Chad balançou a cabeça em afirmação. – E por mais estranho que pareça, eu tive que admitir que ela estava muito parecida comigo quando eu tinha a mesma idade. A Brandi também está bem diferente. Ela continua com aquele jeito tímido, mas ela tem se cuidado e está uma gata! Você acredita que ela está ruiva?
-Desculpa, Miley, mas eu não a conheci para saber como ela era morena. – ele respondeu rindo.
-Ah é mesmo! Foi mal. – eu me desculpei. – Eu queria que você estivesse lá com a gente ontem. Você ia gostar muito de conhecê-los. – eu disse um pouco chateada por ele não ter ido. Ele já tinha me avisado que tinha a possibilidade de não me ver, mas eu sabia que ele queria estar lá naquele momento.
-Eu sei. Me desculpa. Eu pensei que só seria você e o seu namorado. Bom... Você já sabe o resto. – ele disse com um tom de voz meio desanimado, o que já me deu a entender o porquê. Eu bufei já com a paciência esgotada.
-Eu não acredito que você deixou de passar o meu aniversário comigo por causa de ciúmes! – Eu entendo o que ele sente, mas simplesmente não posso aceitar que estamos nos afastando por causa disso.
-Já imaginava que você ficaria brava por causa disso, mas seria pior se eu estragasse tudo.
Eu sacudi a minha cabeça para espantar o meu nervosismo com ele. Tenho sempre que lembrar que não é fácil não ser correspondido no amor. Tentei procurar alguma coisa melhor para falar para melhorar o clima. Respirei fundo e mantive a calma.
-Eu amei o presente. Obrigada. – eu disse quebrando o silêncio.
-Mesmo? – ele perguntou. – Ainda dá tempo de se arrepender para eu poder comprar alguma coisa melhor...
Eu virei para ele e respondi convicta. – Eu gostei mesmo. Não quero que troque.
Nesse mesmo momento que me virei para o seu lado, percebi o quão perto ele estava de mim.  Eu não me importaria com a distância pequena entre nós, se ele não estivesse encarando tanto a minha boca.
-Até mesmo da última música? – ele perguntou baixo, quando desviou os seus olhos da minha boca para os meus.
Ok. Agora ele me deixou numa situação ainda mais complicada. Eu amo aquela música, mas não é por isso que eu amo o contexto que ela se encaixa. Não quero que meu melhor amigo esteja apaixonado por mim enquanto eu amo outro. Nick é quem eu quero. Mas eu sei também que não é justo Chad receber apenas um sentimento de amizade quando está apaixonado.
-Olha, Chad. Não vamos compli... – eu tentei dizer, mas fui bruscamente interrompida quando minha boca foi calada. Quando me dei conta, Chad já estava inclinado sobre mim, com os seus lábios nos meus. Tentei me afastar para quebrar o beijo, mas os seus braços me puxaram para si, mantendo meu corpo bem perto do seu, praticamente colado. Sem conseguir manter o equilíbrio, caí deitada na areia junto com ele. Numa tentativa de dizer algo, as únicas coisas que saíram foram sons abafados, nisso, eu estupidamente abri os meus lábios. Sua língua invadiu minha boca e tocou a minha. Minhas mãos foram para o seu peito, tentando empurrá-lo. Sua língua explorou toda a minha boca, deixando-a com o seu gosto. Uma de suas mãos passeou pela minha coxa descoberta pelo short, lentamente. Eu simplesmente estava odiando. Não porque ele beijava mal, ou porque ele era feio. Chad faz o tipo de qualquer mulher. Eu já sabia como ele sabe seduzir alguém, porque bêbada ou não, já passei e estou passando por isso. É isso que me mata por dentro! Ele sabia o que fazer e como fazer para usar a sua sensualidade como uma arma. E eu simplesmente não quero ser mais uma vítima dela.
Consegui empurrá-lo com bastante força, e como se tivesse acordado de uma hipnose, Chad se sentou novamente sobre a areia ofegante, como eu. O único som que podia ouvir eram as nossas respirações descompassadas e o barulho das ondas. Eu o encarava com raiva, enquanto ele esperava alguma reação minha, sem saber como agir.
-Me desculpa. – ele disse. – Droga, eu... eu sou louco por você!
Eu pensei nas possibilidades de coisas que poderiam ter acontecido se eu não o empurrasse. E se... e se eu fosse fraca o suficiente para ceder? Eu carregaria aquela maldita culpa de traição e não teria como esconder de Nick.  Eu estava possessa de raiva.
Eu me sentei rapidamente sem tirar os olhos furiosos sobre Chad, mas ele segurou a minha mão. Bruscamente, a puxei para mim de volta.
                -Eu poderia te fazer muito mais feliz do que ele. – Chad disse mais seguro de si. – Você me desse uma chan...
-Vai pro inferno! – eu me levantei e virei as costas.
                Caminhei marchando sobre a areia fofa o caminho de volta para a casa sem nem mesmo olhar para trás. Eu poderia ter agido de uma maneira menos grosseira, eu sabia disso. Mas aquele ato ousado dele me deu nos nervos. Me despertou raiva. Ele queria que eu traísse Nick com ele! Eu pensei que Chad tivesse pelo menos o mínimo de respeito comigo e com a minha escolha. Meus lábios inchados ainda tinham a sensação da sua boca na minha. Fechei os olhos fortemente. Eu não acredito que ele fez isso!
                Cheguei em casa  e a encontrei vazia, como o esperado. Nick ainda ia levar algumas horas para chegar. Fui tomar um banho para eu poder relaxar. O meu celular começou a tocar, mas eu o ignorei e fingi que não escutava nenhum som. Deve ser Chad querendo pedir desculpas. Minha cabeça está quente demais para poder conversar alguma coisa com ele agora. Se tivermos que nos acertar, que seja com mais calma.  Arranquei minha roupa e fui para o banho.
                Algumas horas depois...

                Mais tinta vermelha caiu em minha blusa, enquanto eu dava algumas pinceladas brutas. Sim, eu estava pintando um quadro. Ainda não achei algum trabalho que combinasse comigo e sem a possibilidade de me expor. Ainda é um pouco arriscado para procurar algum trabalho por aqui porque exige muitos documentos, ainda mais para mim que sou estrangeira. Achei melhor ainda não arriscar. Por isso, tive que procurar algum hobbie para poder passar o tempo. Eu simplesmente não consigo ficar de bobeira nessa casa enorme sem ter ideia do que fazer. Então eu aprendi um pouco de técnicas de desenho com o Nick e comecei a me interessar. Entrei num curso rápido de artes por um tempo e quando me dei conta, a casa já estava cheia de quadros, com paisagens praianas, abstratos, de rostos....
                Acabei me identificando aos poucos com a arte de pintar. Quando me sinto feliz, insegura, entediada, triste, apaixonada ou até mesmo com raiva eu espelho tudo no quadro. E agora não é uma situação diferente.
 Uma palpitação em meu peito dizia que não levaria muito tempo para Nick perceber o que realmente está acontecendo e que uma hora eu vou ter que contar.
                Sua chegada me pegou de surpresa, me acordando dos devaneios. Ele parecia um pouco cansado dos estudos puxados, mas animado.  Nick sorriu a me ver e eu fiz o esforço de fingir uma tranquilidade, sorrindo de volta. Desviei os meus olhos dos seus e voltei minha atenção para o quadro.
                -Hum... Já está inspirada, é? – ele disse, deixando sua mochila de lado no sofá e se sentando sobre o braço da poltrona, me observando. – Isso aí é o que?
                -É uma pintura abstrata. – eu respondi, tentando disfarçar o meu nervosismo e fingindo que estava muito atenta nos traços e nas pinceladas repetitivas.
                -Eu sei, mas ela é sobre o que? – perguntou curioso.
                -Sobre várias coisas. – eu respondi seca.
                -Vai manter o mistério, é?
                -Vou deixar que você mesmo interprete. – eu disse puxando os lábios em um sorriso.
                Eu me virei para ele e o vi querendo interpretar cada cor e cada traço meu naquela tela, concentrado em desvendar o mistério do quadro.
                -São cores fortes... Traços brutos... – Nick dizia quanto analisava a tela. -É uma pintura um pouco confusa. –Então ele voltou a olhar para mim com intensidade, como se eu fosse a continuação do quadro e como ele quisesse me desvendar também. - Sei lá, parece ser um sentimento complexo, como raiva ou confusão. – então ele ficou quieto, ainda me fitando sem parar.
                -O que? – eu perguntei, sem entender o porquê dele estar me olhando tanto.
                -Você está estranha.
                -Eu, estranha? – eu repeti, tentando fingir que não havia acontecido nada de fora do normal.
                -O que tá acontecendo, Miley? Você está esquisita. – Nick cruzou os braços e franziu a testa.
                -Não é nada demais, Nick. – eu insisti colocando as mãos sujas de tinta sobre a cintura.
                -Meu Deus. – ele arregalou os olhos assustado, como se tivesse descoberto algo chocante. Meu coração disparou. Merda. –Você está grávida? – ele perguntou assustado.
                -O que? Não! – eu respondi de imediato. Sacudi a cabeça, espantando os meus pensamentos de alguma possibilidade futura de gravidez. Não. Eu não nasci para ser mãe. – De onde você tirou essa ideia?!
                -Eu sei lá. Você está estranha, como se estivesse nervosa e confusa. Foi a primeira coisa que me surgiu na mente. Você não está mesmo não, né? – ele perguntou um pouco inseguro da minha resposta.
                -Não, Nick, eu não estou. – eu respondi num tom de voz mais estridente, como se a resposta fosse óbvia.
                -Então o que é? – ele perguntou um pouco mais baixo, se aproximando de mim com um olhar preocupado. Sua mão passeou pelo meu cabelo solto. Diante daqueles olhos castanhos tão protetores e acolhedores, eu senti como se fosse o pior dos absurdos mentir agora.
                -Eu briguei com o Chad. – eu disse baixinho por causa da nossa distância pequena.
                -Por quê?
                Eu desviei o olhar e tentei voltar atenção para a minha tela. Molhei um pouco o pincel na tinta laranja. –Eu fiquei um pouco chateada porque ele não veio aqui no meu aniversário. Aí uma discussãozinha boba foi aumentando e acabou numa briga. Mas não precisa se preocupar, não é nada muito grave. Não é a primeira vez que brigamos e nem a última. – eu voltei a preencher a tela com mais cor.
                -Tem certeza que está tudo bem? – ele perguntou hesitante.
                Eu assenti. – Tenho. Eu só quero esfriar um pouco a cabeça para depois me acertar com ele.
                -Mesmo? Você sabe que agora que eu conheço alguns golpes eu posso ir lá e bater nele até ele pedir desculpas pelas besteiras que falou para você. – ele brincou enquanto me puxava pela cintura, me afastando da tela e me obrigando a olhar para ele. Eu soltei uma risada.
                -Não precisa disso. Vai ficar tudo bem, ok? – eu disse antes de sujar o seu nariz de tinta e dar um selinho em seus lábios.
                -Mudando de assunto... Eu arranjei um programa para gente na sexta. Vai ter um festa daquelas no campus. Topa ir?
                -Hum... Isso me soa bom! Estava mesmo precisando de uma festa.
Autora Narrando
Horas depois em Los Angeles...
                Brian apertou a campainha da enorme e luxuosa casa cujo som ecoou por todo o interior. Prontamente, John, o eficiente mordomo, atendeu a porta. O empregado já havia se acostumado com a presença do jovem que ultimamente visitava com frequência a família. Ou melhor, Christine. Obviamente, achava estranho Brian estar tão presente mesmo que seu melhor amigo esteja do outro lado do mundo. Porém, John acreditava que não era necessário se preocupar com detalhes desse tipo depois de tantas coisas fora do normal acontecerem nessa família.
                -Boa noite, Brian. Como vai o senhor? – cumprimentou educadamente o mais velho.
                -Vai tudo bem, John. Boa noite para você também. – disse Brian adentrando a casa com aquele seu jeito mais afobado. – Onde Christine está? – perguntou apressado.
                -Estou bem aqui. – disse a loira interrompendo a conversa. Os dois se cumprimentaram em um abraço amigável. – E aí, Brian? Pronto para a novidade? – perguntou entusiasmada, ainda com as delicadas mãos sobre os ombros dele.
                -Fala logo!
                -Conseguimos um horário ótimo para você e Joe visitarem o Nick daqui a poucos dias. O nosso piloto anda com a agenda ocupada, mas conseguimos um voo com ele.
                -Está brincando? – ele perguntou mais do que animado. Chris reforçou assentindo com a cabeça. – E por que você não vai?
                -Paul cismou que eu só vou poder ir com a presença dele. – ela rolou os olhos azuis. – Bom, depois que ele ficou sabendo de uns caras que ficaram dando em cima de mim numa viagem a Londres que eu fui com algumas amigas, ele não quer mais que eu vá sem ele por perto. – ela fez um biquinho. Brian odiava isso. Ele já sabia que o Paul não era o melhor marido do mundo, mas nesses últimos meses que se aproximou mais de Christine, ele percebeu o quanto ele a controlava.
                -Ele não pode te privar de ficar sozinha em casa. – ele protestou chateado. – Aliás, o que tem demais? Você só vai visitar seu enteado.
                -Foi exatamente o que eu disse... Mas ele não quer ceder. Enfim, eu vou outro dia. – ela deu de ombros já com um sorriso no rosto. - Não tem problema. O que importa é que vocês vão fazer uma visita surpresa pro Nick. Aposto minhas joias que ele vai amar! – ela bateu palminhas animadamente, o que fez o seu amigo rir.
                -Com certeza ele vai! – Brian concordou.

               

Miley Narrando

Trilha Sonora: http://www.youtube.com/watch?v=VRuoR--LdqQ

De longe já conseguimos avistar o campus da universidade cheio de luzes no meio da escuridão da noite. O som era alto e animador. Viemos com o Ashton Martin preto de Nick justamente para fazer algumas gracinhas com ele essa noite. Digamos que eu não sou uma pessoa lá muito humilde e sempre gostei de uma chegada triunfal nas festas. Nick topou mais por diversão, mesmo.
Trocamos olhares cúmplices e eu abri um sorriso sapeca para ele. Então o Nicholas acelerou a velocidade do automóvel e fez uma manobra radical. A parada brusca nos sacudiu dentro do automóvel e os pneus cantaram quentes no chão cimentado. Foi tão preciso que se fosse um pouco mais além poderia atropelar algumas pessoas. Aquilo chamou atenção de todos no estacionamento perto da entrada da festa. Era dia de racha e um pouquinho de exibicionismo no começo da noite não faz mal.
Nick e eu saímos do carro ainda sob olhares curiosos e alguns até um pouquinho carregados de inveja. O meu vestido curto puxou a atenção masculina para mim. Meu namorado já fez questão de colocar seu braço ao redor da minha cintura e me manter mais perto de seu corpo para espantar alguns interessados de perto. Eu ri do seu ato de ciúmes. Não acho exagero, até porque ás vezes eu também sinto um pouquinho quando algumas garotas da universidade ficam cheias de gracinha para cima dele.
Caminhamos até a festa que acontecia dentro da grande estrutura da universidade. Estava cheio de jovens daquela universidade e alguns até de fora. Sinceramente, eu não fazia ideia que existia tanto jovem assim nessa cidade.
-Hey Nick! - um amigo da faculdade dele pronunciou, chamando a nossa atenção. Gabriel era um cara bem simpático. Me lembro do Nicholas ter me contado que ele foi a sua primeira amizade por aqui.
-E aí? - os dois fizerem um cumprimento masculino. -Preparado para a noite de rachas? Dizem que hoje o negócio vai ser quente. - Nick disse animado.
-Essa eu quero ver! Hoje vai dar no que falar. Só não vale você entrar na competição com aquele possante. - brincou, apontando em direção ao estacionamento.
-Ainda não sei se vou entrar. Estou pensando ainda. Vai depender da minha sobriedade até lá também, né? - nós três rimos.
-Se você estiver bêbado demais, eu entro na competição por você. - comentei. - Faria todo mundo comer poeira.
-Então quer dizer que a senhorita Miley é competitiva? Por essa eu não esperava... - o moreno de barba mal feita disse.
-Mais do que você imagina! - respondi.
Enquanto os rapazes conversavam animadamente, dei uma checada ao redor de todo o local. Hum... Boas música, luzes legais, bar cheio... Até agora tudo está em ordem... Até minha visão encontrar quem eu não queria. Revirei os olhos. E ainda tinha esperanças de não achar essa cara de pau. Só o que me faltava. Lá estava Selena Gomez, amiguinha atirada do Nick, do outro lado da festa tomando um drinque vermelho.
Os dois fazem o curso de administração juntos. Nick a trata simpaticamente, e diz que não há nada demais entre os dois e que ela sempre respeitou o fato dele estar namorando. Homens. Como sempre não percebem nada. A tal Selena vive se insinuando para ele, até mesmo na minha frente. Eu sei que eu não deveria ficar com tantos ciúmes dessa amiga dele, até porque Chad é apaixonado por mim e nesse tempo todo escondi de Nick. Ainda mais depois daquele beijo... Ah, esquece!
Quer saber? Eu vim aqui para relaxar e não para ficar pensando besteira sobre ciúmes e o beijo do Chad. Foda-se.
-Nick, vou pegar uma bebida para mim, você quer também? – eu aproximei do seu ouviu e perguntei.
-Claro. - aproveitou a aproximação e deu um beijo na minha nuca.
-Não demoro.
Atravessei a massa dançante e animada até chegar à parte do bar. Pedi dois drinques ao barman e esperei o meu pedido ficar pronto. Enquanto isso, senti um perfume feminino bastante próximo de mim. E eu conhecia este cheiro de algum lugar. Quando virei para o lado, avistei a morena com um vestido colado no corpo pedindo mais outra bebida.
-Dessa vez vai ser a última. Eu prometo! – Selena brincou com o barman. Rolei os olhos. Ha-ha, sempre muito engraçadinha.  – Hoje eu não posso embebedar. Você sabe, garotas bêbadas não seduzem muito. – ela deu risadinha.
-Gomez. – eu a chamei com uma falsa animação. Ela virou para mim. Pelo visto ela também me reconheceu debaixo das luzes coloridas. – Finalmente a gente se encontrou de novo, né?
-Miley... – ela me olhou de cima a baixo e abriu outro sorrisinho sínico. – É mesmo. Há quanto tempo! Nossa, eu fiquei tanto tempo sem te ver que pensei até que Nick e você tinham terminado... Ele não tem falado muito de você pra mim. – ela deu de ombros, com uma carinha triste.
Paguei ao barman e ri para ela.
-Imagina! Eu e Nick estamos ótimos. Melhor impossível! – fiz questão de dar ênfase a nossa excelente relação. Eu peguei as duas bebidas e tomei um gole da minha.
-Ah, que bom! Sempre achei vocês tão fofos... – mentirosa. Eu retribui o seu sorriso. – Ele está aqui com você?
-Está. Você acha que ele ia perder a racha do século?
-Ah, como eu fui me esquecer! Obvio que não! – ela respondeu. Ela avistou alguma coisa, ou melhor, alguém atrás de mim. O sorriso de Selena se abriu, se mostrando, pela primeira vez na noite, verdadeiro.  – Nick!
-E aí? Estou atrapalhando alguma conversa de mulheres super confidencial? – ouvi o divertimento da voz de Nick por trás de mim, que me abraçou pela cintura.
-Não. Estávamos falando da sua participação na racha. – respondi.
-Eu ainda estou pensando se participo ou não... Estou mais preocupado em curtir a festa.
-Ah, Nick! Você tem que participar. Qual é a graça de ver o mesmo pessoal de sempre competindo? – disse Selena. – Eu só vou assistir a corrida se você estiver nela!
Nossa, que fofa!
Nicholas soltou uma risada. – Tudo bem, tudo bem. Eu participo!
-Isso aí! E eu vou junto com você na carona. Quero estar do lado do meu campeão quando ganhar essa racha. – eu disse me virando para encará-lo.
-Já está tão otimista assim, é?
-Você deveria estar. – eu respondi. – Para os campeões, o prêmio no final da noite é sempre o melhor. – minha voz estava carregada de ambiguidade e Nicholas sacou no mesmo instante, deixando um sorriso mal intencionado brincar em seu rosto. Então eu continuei.
-Você joga sujo, garota! – eu ri da sua resposta.
-Eu sei que você não resiste. – eu brinquei.
Quando me dei conta, Selena ainda estava na nossa frente me encarando séria. Opa, ponto pra mim.
-Algum problema, querida? – ousei a provocar. Nick deve ter percebido o clima entre nós duas e soltou os seus braços do meu corpo, se limitando em apenas ficar ao meio lado.
-Não há problema algum, por quê? Você tem? – ela respondeu. Ela estava puta. Eu abri um sorriso satisfeito.
-Nenhum! O único que vi foi o seu repentino mal humor... – eu apontei para o copo em sua mão. -Deve ser o excesso de drinques. – eu disse puxando o Nick para outra direção. -Bom, aproveite a festa, mas cuidado com a bebida!
Então deixamos Selena para trás e fomos para a pista de dança, mesmo com o Nick meio desconfiado. Enquanto eu me soltava, entrando no ritmo da música, Nick me encarava com os braços cruzados.
-O que foi? – eu perguntei o óbvio.
-O que foi, digo eu! – ele tentou falar mais alto que a música que ecoava por todo o ambiente. – O que foi aquilo entre vocês duas? Vocês brigaram antes de eu chegar?
Eu coloquei as mãos sobre o seu rosto, o fazendo olhar nos meus olhos. – Nick, aquilo que você viu só uma confirmação do que eu sempre dizia para você. Ela tem ciúmes de nós dois. Agora deixa para lá e vamos curtir um pouquinho, ok?
-Selena é minha amiga, ok? – ele puxou minhas mãos do seu rosto. – Como você quer que eu sinta que vocês duas brigam, me obrigando a tomar partido disso?
-Você não tem que tomar partido nenhum. Você me escolheu como namorada, ela sente ciúmes, mas você não tem nada a ver com isso.
-Não é questão de tomar partido, Miley. Mas conviver com provocações entre vocês duas por minha causa.
-O que você quer que eu faça?  A garota dá super mole para você e eu tenho que a tratar como minha amiguinha?
-O que você quer que eu faça? - Nick enfatizou a palavra eu. - Você quer que eu abra mão da nossa amizade por causa de sua implicância?
Então me veio Chad a minha cabeça. Eu detestaria ter que terminar a nossa amizade por causa de ciúmes, por causa da nossa complicação. Eu detesto admitir isso, mas senti um pouco de peso na consciência. De certa forma, eu estava sendo egoísta. Mas convenhamos, está pra nascer uma Miley que abaixa a guarda.
-Quer saber, Nick? Não preciso de seu sermão agora. Vou aproveitar a festa sozinha. - eu deixei o assunto morrer quando eu virei às costas e caminhei em direção à multidão que dançava no ritmo da música cheia de batidas.
Senti a sua mão me segurar forte pelo braço e me puxando de volta para si. Ele sabe como eu odeio que me segurem assim. Eu bufei.
-Você não vai me deixar falando sozinho.
-Droga, Nick! Eu não vou forçar a barra para ser amiguinha dela.  – eu protestei, tentando me soltar de sua pegada firme em meu braço em vão, é claro. – Tá, ok. – eu revirei os olhos, na tentativa de me livrar de mais sermões. – Eu entendendo que você não quer abrir mão da sua amizade por minha causa e nem estragar o nosso namoro por causa dela e blá blá blá. Eu entendi! Agora me solta que você já está me irritando.
-Olha para mim. – Nicholas me puxou mais forte para ele, me forçando a olhar diretamente para os seus olhos escuros. Então meu corpo rígido foi relaxando sob a hipnose do seu olhar firme. Eu sempre gostava de ter o controle de tudo.  Mas o infeliz conseguia simplesmente me enfeitiçar. Nenhum homem nesse mundo conseguiu me domar, mas Nick chega bem perto disso. Ás vezes a faísca que solta entre nós dois é tão tentadora, que me faz esperar deliciada pelo calor da chama. – Você é quem eu amo. Ponto final. Miley, você não tem motivos para se incomodar tanto com a minha amizade com Selena. Nunca aconteceu e nem vai acontecer alguma coisa entre nós dois. Você sabe o quanto eu sou louco por você e que faria qualquer coisa por sua causa. E você ainda vê alguma chance de eu te trair com outra?
-Eu não disse que você iria me trair! – eu rebati. – O problema não é você. E sim, ela.
-Eu converso depois com ela, ok?
-Ok... Fazer o que, né?
Sua expressão rígida suavizou e um pequeno sorriso começou a se formar. Sua mão soltou o meu braço e deslizou até a minha cintura. Sorri em derrota. Caralho, Nick, você me tem bem em suas mãos. Enterrei meus dedos em seus cachos, os puxando de leve. Então acabei com a distância entre nossos lábios e o beijei.
Autora Narrando
O homem por volta de cinquenta anos, estava com a sua cabeça em seus negócios, enquanto esperava por um encontro marcado no restaurante de um hotel luxuoso. No mesmo momento, lembrou-se de algo importante e ligou para um dos seus capangas.
“Alô?” – a respondeu o homem do outro lado da linha.
-Aqui é o Petrova. – ele respondeu. – Estou ligando só para lembrar para sua turma que hoje está liberado. É noite de festa dos universitários. Eles voltarão tarde.
“Já fomos avisados, senhor Petrova. Está tudo bem planejado.”
O alívio tomou conta do homem poderoso. Era óbvio que aquela pessoa já teria cuidado de tudo. Além do mais é ela que está mais interessada em toda essa história. Bom, menos uma coisa para se preocupar.
-Tudo bem. Bom trabalho, Tiago. Amanhã eu vou querer saber como foi.
“Pode deixar, senhor.”
Então o homem desligou a ligação. Vida de mafioso não é tão tranquilo quanto nos filmes, pensou Leonardo.
Seus pensamentos foram dispersos quando seus olhos se encontraram na morena que caminhava até a sua mesa. As suas roupas não se adequavam às pessoas pomposas a sua volta, mas mesmo assim era elegante do seu jeito. Sua expressão impassível a deixava ainda mais charmosa aos olhos do mafioso. Ele achou graça do jeito que ela não demonstrava nem um pouco de medo tendo todos os motivos para senti-lo.
Demi se sentou na cadeira à sua frente e apoiou seus braços sobre a mesa, indo direto ao ponto.
-Então, estou aqui como você pediu. O que você quer? - o sotaque britânico era um pouco evidente.
-Quero o meu dinheiro de volta. – ele respondeu o óbvio. – Com juros.
Demetria começou a rir ironicamente. – Você me vê com cara de podre de rica? De onde eu vou tirar esse dinheiro todo?
-Pegue de volta com o seu namoradinho.
-Wilmer deu o fora! – ela levantou a voz, perdendo a paciência que lhe restava. Será que Petrova não entendia que ela estava perdida? – Eu não faço ideia para onde aquele desgraçado foi. Provavelmente deve estar bem longe daqui.
-Eu não quero saber das circunstâncias, mas de alguma forma você vai ter que devolver o que me pertence. Não sei quem teve a ideia de roubá-lo, mas sei que a senhorita não é tão inocente quanto a sua carinha de anjo aparenta. – ele continuou com o tom de voz inalterado, transmitindo sua confiança. – Se você mesma não me apresentar uma solução, eu arranjo uma.
-Você vai me matar?
-Não acho que sua morte me traria tanto dinheiro. Você viva pode trazer muito mais lucro.
A mulher suspirou sem encontrar muitas saídas. Ela estava encurralada. Não havia mais como e para onde fugir. Pensou mais um pouco para uma solução.
-Eu posso trabalhar para você por um tempo. O lucro que eu trouxer para você é um saldo a menos na minha dívida. O que acha?
-Era exatamente o que eu estava pensando.

Nick Narrando
Os roncos dos motores se exibiam enquanto faziam a contagem regressiva. Miley esperava inquieta ao meu lado para a largada, enquanto a maior parte do pessoal da festa agora gritava animado para a competição do lado de fora. Alguns até já tinham o seus preferidos que gritavam os nomes dos motoristas, inclusive o meu.
Quando a contagem chegou em zero, uma garota loira balançou a bandeirinha. E na mesma hora os carros aceleraram.
Enterrei meu pé no acelerador e o carro disparou. Nessa disparada, já consegui deixar alguns para trás, mas um ainda me acompanhava e outro estava a nossa frente. Teríamos que dar duas voltas no quarteirão, então não demorou muito para que eu tivesse que fazer a curva.  Os pneus chiaram alto no asfalto. A manobra brusca fez Miley gritar de entusiasmo, o que me faria rir se eu não estivesse tão concentrado em ultrapassar o carro branco. No meio da curva, a parte de trás do Ashton Martin limitou o carro que me acompanhava até a agora, o obrigando a ficar para trás.
Dei mais um volta um pouco atrás do carro branco. Marcel, o dono do carro, sempre ganhava as rachas. Exatamente: ganhava.
-Acelera mais Nick! – insistiu Miley. – Depois da próxima curva.
Fiz exatamente isso. Fiz a primeira curva da segunda volta do quarteirão. A paisagem a nossa volta era como um grande borrão e o barulho dos motores era tão alto que mal dava para escutar o grupo de pessoas do lado de fora que nos assistia. Então eu pisei ainda mais fundo no acelerador. O vento entrava pelas janelas com força conforme o carro corria ferozmente. 
Então, eu finalmente consegui ultrapassar Marcel. Eu e Miley comemoramos antes mesmo de passarmos da chegada. Ela rapidamente soltou do seu cinto, ainda com o carro correndo.
-Engasguem fumaça, seus imbecis! – eu gritei.
E finalmente ultrapassei a chegada.
Miley se colocou para fora da outra janela, só para provocar mais um pouco, mostrou os dedos do meio para os caras que estavam atrás de mim.  – Quem é o perdedor agora? – gritou ainda com o tronco para fora da janela. Eu ri da sua cara de pau em esfregar na cara dos meus adversários. Sempre exibicionista!
Me aproveitei da sua pose e dei um tapa na sua bunda, o que a fez soltar um gritinho de susto seguido por uma risada de moleca. Miley voltou para dentro do carro.
-Mal ganhou e já quer pegar o seu prêmio, campeão? – sua voz deslizou como um veludo para os meus ouvidos.
  O seu jeito mais rebelde e livre de ser chegava a ser ardente. Ela oscilava entre uma mulher sedutora que sabe o que quer entre uma garota irreverente e indomável.
-Se você continuar me provocando desse jeito, eu vou ter que ser obrigado a te agarrar no meio dessa gente.
-Não seria nada mal. – ela piscou antes de sair do carro.
Quando eu saí do Ashton Martin, finalmente prestei atenção nos comentários e comemorações sobre a racha aqui do lado de fora. Rapidamente fui cercado de gente e um turbilhão de elogios. Todos diziam que foi a melhor racha já feito. Por um momento me esqueci das pessoas a minha volta e olhei para o lado. Para ela.
Miley me retribuiu o olhar intenso. Como se tudo que precisássemos dizer pro outro sobre o que realmente queríamos agora fosse o suficiente com uma troca de olhares. Um sorrisinho travesso brincou em seu rosto.  
Horas depois...
Autora Narrando
Os homens desconhecidos pela vizinhança passaram de carro pelos arredores. Estava deserto, como era o esperado para àquela hora da madrugada.  E de longe podia avistar a grande casa praiana no escuro. Não havia ninguém ali.
-Precisamos ir logo. Ninguém faz ideia a que horas eles vão voltar. – o motorista disse analisando o local, conforme se aproximava da casa do Nicholas.
-Relaxa, eles vão voltar bem tarde. E sinceramente, duvido que algum dos dois vai voltar sóbrio. – o que estava no banco de trás comentou. – Vai ser tranquilo.
Enquanto isso na festa...
Miley arrancou a garrafa da mão de seu namorado. Achou graça quando ele fez uma expressão brava e riu. Na verdade ela ria de qualquer coisa. Os dois tinham perdido a conta da quantidade de álcool que beberam ou que ainda bebem. O casal estava sentado sobre o capô do carro numa parte mais isolada do quarteirão. Nick assistiu a sua namorada entornar um grande gole da garrafa de rum.
-Chega de rum por hoje, Miles. – ele tirou a garrafa da sua mão.
-Tudo bem, papai. – ela respondeu debochada. Ele achou graça.
 - Um último gole para fechar. – ele tomou mais um pouco e então deixou a garrafa cair do lado do carro.
Quando se deu conta, percebeu que Miley o encarava intensamente com um pequeno sorriso no rosto. Nicholas a encarou de volta e a deu um beijo nos seus lábios cheios, mesmo sem saber o porque que ela tanto o olhava. Miles deitou as costas sobre o vidro do Ashton Martin.
-O que foi? – Nick perguntou.
-Eu quero parar no tempo. – ela respondeu. – Ficar aqui com você para sempre, sabia? – ela falou com uma voz um pouco arrastada, mas extremamente sexy para Nick.
-Você não precisa disso. Você pode me ter a qualquer hora, em qualquer momento.
-Você é só meu agora, é?
- Todinho seu. – Nicholas foi diminuindo a distâncias entre os dois. – Da mesma forma que você é minha.
-Metido! – ela deu um tapa no seu ombro.
-Só estou sendo sincero. – piscou para a mulher de olhos azuis. – Vai dizer que é mentira?
                -Não me faça admitir. - protestou de brincadeira. - Mas é verdade.  – ela disse rindo, enquanto se sentava no colo dele, frente a frente. –Agora vamos mudar de assunto!
                -Que assunto?
                -O fato que, por acidente, eu me esqueci de vir de calcinha. – Miley disse num tom de voz que carregava a sua falsa inocência. Ela deixou um sorriso sem vergonha estampar no seu semblante. A simples frase já foi capaz de fazer Nick sentir o calor crescer por dentro de suas calças. Miles foi capaz de perceber isso pela sua expressão de surpresa.
                - Não me diga que é brincadeira... – Nick suplicou. – Mentir desse jeito para mim é maldade.
                Miley espalhou beijos pelo seu pescoço masculinamente cheiroso, até a trilha de selinhos chegar à orelha, e sussurrar. – Tire suas próprias conclusões.
                Rapidamente, depois dessa provocação, a mão dele entrou por baixo do vestido e tateou o sexo nu da sua namorada. No mesmo momento, seu pênis começou a endurecer e ficar cada vez mais apertado dentro das suas calças.
                -Puta merda, Miles! – ele exclamou, prazerosamente surpreso com a travessura da Miley.
Nick fechou os olhos, se concentrando na carícia, e tentou respirar fundo diante de tanta tentação. Depois abriu os olhos, querendo assistir as expressões de prazer da sua namorada. Seus dedos exploraram toda a intimidade úmida e quente de Miley, fazendo-a suspirar profundamente. Roçou a ponta dos dedos no clitóris, ouvindo a mulher arfar sofregamente ainda em seu colo. Até que finalmente dois desses dedos foram penetrados para dentro dela. Miley soltou um gemido longo e extremamente erótico em reação.Enterrou-os ainda mais fundo. Aquilo tudo só o torturava, enquanto sentia seu membro cada vez mais pulsante. Mas era uma tortura tão boa!
-Por favor, faça. – suplicou Miley, não aguentando mais os dois dedos de Nick parados dentro de seu sexo. Ela queria que ele movimentasse rápido, de preferência, para que a levasse ao ápice que tanto precisava.
                Mesmo com o pedido de Miley, Nick ainda insistiu em demorar um pouco mais, ao ver sua Miley rebolar sobre os dedos buscando por mais fricção. Aquilo era absurdamente excitante para ele.
                -Droga, Nick! Movimente esses dedos e me faça gozar de vez!  - protestou Miley.
                Nick puxou Miley pela nuca com a mão livre, fazendo os seus lábios roçarem. Aqueles lábios vermelhos, o cheiro de gim do seu hálito... Tudo daquela boca era atraente para ele.  – Você não acha que está querendo demais, não, sua safada? – ele perguntou provocante, quase em um sussurro. A voz rouca e atiçadora de Nick, fez todo o corpo de Miles se arrepiar e a sua vagina se apertar.
                -Não. Eu quero que você me foda só do jeito que você sabe fazer. -Ah, como ele amava essa boquinha suja!
Nicholas finalmente juntou as suas bocas em um beijo. Miley sugou o lábio inferior do seu namorado com vontade. Aqueles lábios a tiravam do sério. Aquele homem a tirava do sério! Atendendo aos seus pedidos, Nick começou a movimentar seus dedos na intimidade dela.  
                Ele tirava e botava os dedos em seu sexo molhado rapidamente, levando Miley à loucura. A cada balanço de quadril que ela fazia contra a sua mão, a cada gemido fazia Nick ficar cada vez mais necessitado de estar dentro dela para valer. Miley se segurou nos ombros do namorado, os apertando conforme o seu orgasmo chegava perto.  
                Nicholas decidiu dar a ela anda mais prazer ao roçar o polegar no clitóris enquanto penetrava seus dedos dentro dela. As línguas se acariciavam ferozmente naquele beijo quente e urgente. Miley afastou a boca de Nick. Sem agüentar mais, começou a gemer cada vez mais alto, pedindo, ou melhor, implorando para que ele penetrasse mais fundo e mais rápido. E assim foi feito. Os dois se olhavam intensamente, demonstrando o desejo absurdamente grande que eles têm pelo outro. Um pouco depois, Miley chegou ao ápice. Seus músculos receberam pequenos espasmos por alguns segundos, os relaxando quase que imediatamente. Um último suspiro de relaxamento saiu entre os lábios dela.
                -Nem acredito que fizemos isso tão perto de sermos flagrados. – Miley comentou com um sorriso no rosto. – Apesar de lugares públicos não serem uma novidade para nós dois. – ela soltou uma risada logo depois, sem acompanhada pelo namorado.
                -Já que corremos esse risco de sermos pegos agora, vamos aproveitar mais um pouquinho. – Nicholas pediu com um sorrisinho safado.
                -Óbvio que sim! Eu não te prometi o seu prêmio, meu gostoso? – ela respondeu abrindo um sorriso de ponta a ponta, descendo do capô do carro com um pouco de dificuldade por causa da bebida. Ele assentiu em resposta.
                Nicholas a seguiu e desceu do carro preto, aguardando ansiosamente pelo que passava pela mente da namorada. Miley o empurrou delicadamente contra a lateral do carro, fazendo se recostar na lataria. Ela abaixou na sua frente, sem perder o contato visual. Nick arfou só de imaginar sendo sugado por aquela boca quente e pecaminosa. O risco que corriam de serem pegos a qualquer momento por alguém (ou “alguéns”) dava ainda mais emoção, deixando o ambiente para os dois ainda mais excitante.
                Miley abriu a calça com destreza e a abaixou logo de uma vez, junto com a cueca que ele usava. Ela encarou com o membro duro e grande de Nick com desejo. Ela nunca se cansava de apreciar a perdição que tinha como namorado. A sua mão percorreu todo o pênis dele, fazendo um movimento e vai e vem, sem parar. A respiração pesada e ritmada dele era claramente audível. Mas ela parou de acariciá-lo com a mão e segurou o pênis pela base e lambeu a ponta, como se fosse um doce.  Depois chupou a glande, o provocando. Nick, por sua vez, puxou o cabelo a da sua namorada firmemente, sem mais agüentar tanta provocação. Ela estimulou novamente a glande, roçando os dentes nela e recebendo um gemido sôfrego de Nick como resposta. Em seguida, Miley colocou o máximo que pôde na sua boca, tirando e botando. Nick foi à loucura com esse ato, soltando um gemido rouco, deliciado com a sensação.
                Sua mão livre arranhou uma das coxas bem torneadas de Nick, até chegar à virilha. Chegando nela, Miley passou a brincar com os testículos dele, estimulando-o e levando-o cada vez mais próximo do orgasmo. Ela acariciava o local com paciência e luxúria, explorando cada terminação nervosa do lugar.  Nick jogou a cabeça para trás, não resistindo mais o prazer, e começou a movimentar o quadril, ajudando a tirar e colocar o seu membro sensível dentro da boca dela. Miley o sugava fortemente, enquanto sua cabeça se movimentava junto com o quadril dele.
A sensação de tê-la ali, agachada diante dele e se deliciando com o seu membro na boca, era incrível para Nick. Tê-la de qualquer forma, em qualquer lugar e em qualquer hora era maravilhoso. Miley era como uma ninfa criada especialmente para seduzi-lo. Ele nunca conseguia se cansar dela, nem mesmo por sua vontade. O amor e o desejo que sentia por ela era muito mais forte que ele. Ele lembra quando tentava lutar contra esses sentimentos em Los Angeles. Era uma luta interna tão grande que chegava a doer.
Nicholas estava perto de chegar ao seu ápice, quando Miley apertou a sua bunda com as duas mãos e puxou o quadril contra a sua boca. Nick deixou escapar mais um gemido rouco e relaxou o seu corpo quase em seguida. Miley engoliu todo o líquido quente de Nick. O gosto do seu namorado se misturou com o gosto de álcool que já estava em sua boca. Melhor combinação possível, ela pensou jogando um olhar felino para Nick, que retribuiu da mesma forma e sorriu.
Depois da experiência quente do lado de fora do carro, o casal decidiu ir pra casa finalmente. Os dois estavam bêbados e inconsequentes o suficiente para nenhum deles perceber que era perigoso Nick dirigir naquele estado. Quem liga?, pensou Nick. Ele ligou o carro e deu partida. Apesar de não ter muita noção do que acontecia em volta, o moreno de cachos dirigia aparentemente normal. Normal se a velocidade não estiver contando.
-Nick... – Miley o chamou com uma voz manhosa.  Ele riu com o modo de chamá-lo. Ele sabe que ela vai pedir alguma coisa.
-O que você quer, Miles? – ele já foi ao ponto.
-A rua está vazia... Vamos nos divertir um pouco. – ela pediu alisando a sua coxa, quando ele a olhou, Miley piscou um dos olhos azuis.
Nicholas estava um pouco feliz demais, mas entendeu bem o que ela quis dizer.
-Você quer dizer assim? - Então deixou um sorriso maroto brincar em seus lábios e girou o volante bruscamente, fazendo todo o carro girar no seu próprio eixo numa velocidade absurda.
Ela gritou em divertimento e depois soltou uma gargalhada. O seu coração disparado bombeava praticamente adrenalina pura em suas veias. E aquilo era delirante de tão bom para a Miley. Aos poucos o carro foi perdendo velocidade e parou de girar, mas Nick não parou. O carro estava direcionado a direção oposta do seu caminho, mas ele não fez questão de mudar o sentido do carro e afundou o seu pé no pedal de ré.
-Uhuuuul! – ele berrava em êxtase. –É assim que se faz, porra!
-Esse é o meu campeão! – ela gritou em puro entusiasmo.
A paisagem agora passava como um borrão, mas desta vez em sentido contrário a que eles estão acostumados. Era uma loucura ter a sensação de correr em uma velocidade acima cento e vinte por hora para trás sem nem mesmo ter noção do que se espera no meio do trajeto do carro. A sensação era que o universo ia acabar ali naquele momento, com os dois juntos, se amando, se divertindo, donos do seu próprio mundo.
Nick freou quando viu que havia passado da curva do seu caminho pra casa. Retomou o trajeto para a curva no sentido comum, mesmo assim em alta velocidade. Às vezes ele freava várias vezes, sacudindo os dois dentro do automóvel, arrancando ainda mais risos da Miley.
Quando, eles estavam quase em frente a grande e aconchegante casa, Nick e Miley se depararam com um carro bloqueando o seu caminho. O farol estava aceso em suas direções, cegando os dois, e impedindo de enxergar além do carro prateado. Miley perdeu a paciência, se colocou na frente do namorado e apertou com força a buzina, fazendo um barulho estridente e bem alto para saírem da sua frente, mas nada fizeram.
Nick repetiu o ato por repetidas vezes. O motor do automóvel a frente apenas roncava, enquanto o carro continuava parado. Os homens de dentro do carro os observavam, esperando alguma reação fora do comum. Não havia mais nenhum deles dentro da casa. Todos estavam dentro daquele carro prontos para ir embora. Bem na hora! , pensou um deles.
-Como é que é? – Nick colocou a cabeça do lado de fora da janela, já irritado. – Vão sair da frente ou eu vou ter que passar por cima?
Nenhum dos quatro que estavam no carro prateado respondeu.
-Ah, chega! Vou ver o que esse caras querem! – Miley abriu a porta e saiu do carro. Como Nicholas estava menos bêbado do que ela, ele conseguiu ser mais rápido e a alcançou antes de se aproximar do motorista misterioso.
-Não, Miley. Deixa que eu resolvo. – Nick colocou um braço na frente da morena, como uma forma de proteção. Por mais que Miley preferisse resolver as coisas da sua maneira, ela gostou daquele ato. Ela gostava de se sentir protegida por ele.
Nicholas, então, foi caminhou até o carro e ficou na frente do automóvel e fez um gesto para o motorista sair do carro e ir conversar com ele. Mais outra vez, nada foi feito. Nick decidiu ir até a janela de qualquer jeito, nem que seja pra enterrar um belo soco na cara desse motorista.
-Sai logo daí.
Antes que ele chegasse até a janela, o carro deu ré, deu meia volta e disparou para longe dali. Tudo muito rápido.
-Babaca. – Nick resmungou.
 Ele voltou para o carro, onde a Miley já o esperava no banco de carona. Colocou o Ashton Martin todo torto na garagem, mas para Nick estava ótimo. Nenhum dos dois estava sóbrio o suficiente para desconfiar de alguma coisa. Apenas achavam que era algum sacana que queria irritar alguém. Nem mesmo desconfiaram que a porta de entrada que estava encostada. Aliás, quem se importa com a porta quando está bêbado e louco para continuar o que começou na festa?
Nick Narrando
Um barulho alto me fez despertar de um sono pesado. Quando abri meus olhos, senti minha cabeça latejar como se tivessem me dado uma martelada na cabeça. Droga de ressaca! O som da campainha tocou mais uma vez. Miley ao meu lado gemeu desanimada. Quando meus olhos se acostumaram mais ou menos com a luz do sol, eu olhei para ela. Miles estava nua ao meu lado, tentando proteger seu rosto da luz com as mãos. Nossa, como ela é linda. Se eu não estivesse com tanta ressaca e não tivesse alguém na porta nos perturbado para ser atendido, eu poderia até tentar um segundo round agora.
-Você chamou alguém para vir hoje? – eu perguntei confuso. Eu não estava sabendo de visita nenhuma.
-Não...  Mas quem seria a essa hora da manhã?– ela se espreguiçou, falando com uma voz de sono.
-Miley, já é uma hora da tarde. – eu apontei pro relógio do criado-mudo.
Insistiram mais uma vez com a campainha. Fechei os olhos com força. Ai, minha cabeça! Peguei uma aspirina que estava no criado-mudo e engoli seco, mesmo. Miley também fez a mesma coisa.
 -Então eu não faço ideia de quem seja. – ela deitou a cabeça no travesseiro olhando para mim e fez biquinho. – Atende para mim.
-Tudo bem. Não deve ser nada de importante, sei lá, deve ser o carteiro. Daqui a pouco eu to de volta.
-Ok, não demora e me traz uma garrafa enorme de água, por favor. – ela sorriu e eu retribui.
Eu desci da cama e me vesti de qualquer jeito. Apertaram a campainha mais algumas vezes quando eu estava descendo a escada.
-Já estou indo! – eu gritei descendo as escadas que nem um morto-vivo. Quando eu finalmente cheguei à porta de entrada, apertaram pela milésima vez a campainha. – Eu já não disse que estou... – eu parei a minha frase quando, me toquei quem realmente estava na porta.
Fui atacado por um abraço de urso do Brian e alguns tapas na cabeça vindas de Joe, que acho que era para parecer um gesto carinhoso.
-Surpresa, seu preguiçoso de merda! – meu melhor amigo gritou. – Será que já estava tão difícil de levantar essa bunda enorme para atender seu parceiro?
-Eu já sabia que eram vocês. Por  que vocês acham que eu demorei? Tava esperando vocês desistirem. – eu falei debochado e Brian me empurrou de brincadeira. – Só que vocês são insuportáveis e tive que atender. – dei de ombros.
-Até parece! Você me ama tanto que chega a ser hetero só para disfarçar. – Brian disse e eu tive que rir. – E aí, cara? Que lerdeza toda foi essa?
-Eu estava dormindo quando vocês chegaram. – eu mandei um olhar reprovador pros dois.
-Dormindo até agora? – Brian estranhou.
-Não está vendo que esse cara só quer saber de festinha de universidade? Olha a cara de ressaca da criança. – Joe apontou para mim e Brian riu.
-Pelo visto a noite ontem foi boa, hein! – meu amigo comentou.
-Nicky... – a voz manhosa de Miley soou pela casa. –Volta logo.
O calor de todo o meu rosto foi embora. Aposto que devo estar branco que nem um papel. Eu tentava falar alguma coisa pra dispersá-los, mas eu não tinha ideia do que falar. Um sorriso malicioso surgiu no semblante de Brian e Joe quase esbugalhou os olhos de surpresa. Quer dizer, Joseph devia achar que até hoje eu não tinha superado o meu relacionamento com a Miley depois da sua “morte”. A presença de uma “nova garota” na minha vida, ou melhor, na cama já seria um motivo de surpresa pra ele que achava que eu ainda me prendia ao passado que ficou em Los Angeles.

Estou perdido.




Heeeeeeey! Eu não morri, gente! kkkkkkkkkkkkk (a não ser que vocês me matem agora).
Eu sei que demorei demaaaaais da conta, mas pré-vest não é mole, muito menos pra mim que estou querendo concorrer pra uma facul absurdamente concorrida daqui do estado :S Ta foda, viu? To sem tempo pra nada e sempre acho que não to estudando o suficiente... Enfim, mas eu não pensei em parar de escrever de jeito nenhum! Escrevi aos pouquinhos, mas escrevi. Desculpa qualquer coisa, mas como eu não to lendo muitos livros e fics e nem tenho escrito tanto, pode ser que a minha escrita não tenha ficado muito legal... Mas eu vou tentar escrever com mais rapidez, organizar muito tempo e etc. Não se preocupem, porque eu não estou com a mínima vontade de desistir desse blog. Eu quero muito terminar essa fic. Muito obrigada pelos comentários e pela paciência!
Beijos