Demi Narrando
-Está
aqui. – eu entreguei o pacote cheio de dinheiro pessoalmente ao Petrova. Mais
uma quantia a menos na minha dívida. Mas ainda falta bastante para me ver livre
desse cara.
Ele
verificou rapidamente a quantidade de dinheiro dentro no pacote e logo depois o
largou em cima da mesa. – Contarei melhor mais tarde. – ele continuou me
observando e acendeu o seu charuto. –Como conseguiu tanto dinheiro, mi bella? –
a fumaça de cheiro forte tomou conta do luxuoso escritório de sua mansão.
-Eu
consigo me virar quando posso. – eu disse sem querer detalhar muito como
consegui essa grana extra. Mas com certeza ele já deve ter notado que foi de
forma ilegal. Pelo menos ele não fez questão de querer saber detalhes para não
se aborrecer, talvez.
Descolei
uma boa grana enganando um antigo apostador. Suas apostas sempre são infalíveis
e lhe rendem muito dinheiro. Na sua grande aposta na noite passada, eu estava
presente no glamoroso cassino da cidade vizinha, obviamente a espreita para
conseguir passar a perna em um apostador rico e bêbado. O dinheiro que consegui
não chega aos pés da sua conta bancária, mas era uma boa quantia.
-Muito
bem... – ele balançou a cabeça. – Vejo que tem conseguido bons extras além dos
seus serviços para mim. Mas agora
preciso de uma ajuda sua. Ajuda não, trabalho.
-O que
você quer dessa vez, Petrova? - eu suspirei cansada e cruzando os braços.
-Preciso
que você substitua Mateo por tempo indeterminado. – ele puxou mais fumaça
daquele charuto e depois o soltou. – Será melhor para você. Vai gostar.
-O que
houve com Mateo? – perguntei curiosa.
-Ele e
outros homens irão se dedicar a um serviço especial. – ele respondeu com o seu
ar de mistério.
-Deixa
eu adivinhar: o tal serviço especial tem alguma coisa a ver com a tal louca que
matou o Bruno e o seu namorado rico? – perguntei irônica.
Não tem o porquê de ficar
escondendo mais de mim. É o que mais se fala entre os seus funcionários. Entre
murmúrios, fiquei sabendo sobre o tal amigo do Leandro que está fazendo sabe-se
lá o que com esses dois, mas que está recrutando homens do sistema do Petrova
para se meter nisso. A coisa tem ficado cada vez pior para esses dois e a minha
curiosidade só cresce para descobrir qual é o motivo por ter atraído tanta
confusão pro lado deles.
-Sim. Isso mesmo. Mateo agora
estará dedicando a outros serviços e alguns setores estão faltando algumas
pessoas para gerenciar. Preciso de você em uma delas. Estou confiando a você um
cargo importante. Espero que não me
decepcione outra vez. Ainda estou de olho na senhorita. E se me aprontar de
novo, não terá segundas chances. Me ouviu bem?
-Ouvi. – rolei os olhos.
Minha curiosidade estava me
matando pra perguntar coisas sobre essa confusão e o que ele ganharia com isso.
Mas saberia muito bem que ele não me responderia e me daria um fora por não ser
da minha conta. E ele teria razão. Não é da minha conta.
Miley Narrando
Larguei o estilete em cima da
mesa mesmo, e pulei para um abraço apertado. Pulei literalmente, dando impulso
para envolver minhas pernas em seu quadril e me agarrar a ele com a intenção de
largá-lo nunca mais. Nick riu da minha
reação e apertou o abraço ao meu redor.
-Pelo visto, você nem sentiu
tanta falta de mim assim. - ele brincou.
-Não mesmo. - eu beijei a ponta
do seu nariz e sorri a poucos centímetros do seu rosto. - Mas por algum motivo
desconhecido, eu não vou desgrudar de você tão cedo.
Nossas bocas se juntaram num
beijo lento e gostoso, que me fez lembrar muito bem o porque de pensar tanto
nesses lábios, antes mesmo me descobrir apaixonada por ele. Os lábios macios
deslizando entre os meus e o seu delicioso perfume fazendo presença, me fez
sentir realmente que estou em casa.
-Apesar de ter estragado todo o
meu plano de recepção pra amanhã, eu adorei você ter vindo mais cedo.
-Você tava planejando alguma
coisa, é?
-É, principalmente esconder o
amassado do seu carro que bati. - eu respondi. Sua boca se abriu em horror e
seus olhos estreitos estavam preparados para me fuzilarem, mas eu soltei uma
risada e Nicholas se tocou que era uma brincadeira.
-Isso é algum tipo de vingança
pelo susto que eu te dei? Porque se for, você conseguiu, porque quase me fez
morrer e voltar agora.
-Agora estamos quites! - eu
respondi, dando uma piscada de olho. -
Eu realmente estava pensando em fazer alguma coisa. - eu desci do seu colo.
-Você sabe que eu ainda vou
aceitar de muito bom grado essa recepção. Posso até fingir que vou chegar amanhã,
se quiser.
-Agora não dá mais, Nick. - eu
disse rindo.
Nicholas me abraçou pela cintura
e me deu alguns beijos carinhosos pelo pescoço. - Vamos andar na praia um
pouco?- balancei a cabeça positivamente, ainda sentindo meu corpo completamente
relaxado em resposta aos seus carinhos. Sabia o quanto ele adora a praia daqui
e estar nesse lugar para ele é tão necessário quanto água.
Fomos juntos pra lá caminhando de
mãos dadas. Estava ansiosa pra saber o que aconteceu em Los Angeles enquanto
Nick esteve por lá e torci para que ele não perguntasse com muitos detalhes
sobre as coisas que aconteceram aqui na Itália nesse meio tempo.
O vento úmido, frio e carregado
com o cheiro do mar bateu em minha pele de uma maneira agradável. O céu
encoberto não mostrava nenhuma estrela hoje, dando sinal que a chuva estava por
vir.
-Então, como foi lá em LA? -
perguntei curiosa.
- Por incrível que pareça, foi tudo
muito tranquilo. - ele respondeu, enquanto caminhávamos pela areia macia. - Meu
pai continua esquisito. Mas um esquisito bom... Você acredita que quando eu
disse provavelmente não me veria como presidente da empresa, ele disse que eu
não deveria sentir pressionado por ele
com isso e que eu deveria ser feliz?
-Isso não é muito a cara dele. -
eu comentei.
-Pois é. Ele está bem diferente,
até agora eu não entendi muito bem o motivo, mas ele está diferente.
-E o Brian? Continua apaixonado
por Christine?
-Tanto ele, quanto ela. -Nick
respondeu sorrindo.
-Como assim?
-Brian se declarou pra ela. E
pelo jeito, ela retribuiu. Eles estão saindo escondidos. - Uau! Ok, essa é uma
novidade e tanto! Nick percebeu minha expressão de surpresa e riu.- Eu sei,
também fiquei surpreso.
Nos sentamos na areia, de frente
para o mar, enquanto ele me contava todas as novidades, mas não durou muito
tempo. Nick logo tentou mudar o assunto para a situação daqui.
-Onde está o Chad? - ele
perguntou, só se tocando agora da ausência do meu amigo. -Quando cheguei em
casa não tinha ninguém.
-O Chad foi embora mais cedo. -
eu disse, tentando parecer mais neutra possível.
-Por quê? O combinado não era ele
estar presente até que eu voltasse?
-Ele tinha algumas coisas para
resolver e como eu sabia que você viria amanhã, eu meio que liberei ele. Além
do mais, ele tem a vida dele para cuidar, também, né? - eu desconversei. - As
coisas estão tranquilas por aqui. Não tinha necessidade em ficar o prendendo em
casa.
-Miles, - ele me disse num tom
sério e eu já imaginava o que iria falar a seguir. - Você tem certeza que não
aconteceu nada? Por quanto tempo você está sozinha na casa? - ele perguntou
preocupado.
-Está tudo bem! É sério.
-Miley, olha nos meus olhos e me
diz que não aconteceu nada envolvendo você e Petrova. - ele continuou a
insistir. Seus olhos escuros me fitaram firmes. Droga! Odeio mentir pra ele.
-Não foi nada demais... Eu apenas
procurei resolver alguma coisa, mas acabou não dando em nada. O Chad estava
comigo no dia.
-O que aconteceu?
-Eu procurei uns capangas dele
por aí... Para tentar fazer um acordo com Petrova. Não deu em nada. Só em mais
suspense. Nem o nome do tal amigo que está por trás disso eu consegui.
-Eu te pedi para que ficasse na
sua, pra que não se arriscasse. - seu tom de voz era reprovador.
-Uma hora a gente vai ter que
resolver isso, Nick. Mais cedo ou mais tarde. - eu apoiei minha mão sobre sua
bochecha carinhosamente. - Eu sei que você se importa comigo e tem medo de que
alguma coisa aconteça. E eu te amo por isso. - eu dei um beijo na sua boca e
afastei meu rosto para dizer –Mas eu não conseguia ficar parada esperando o tempo
passar, sem conseguir saber de nada, sem conseguir resolver nada... Eu tinha
que fazer alguma coisa.
-Nós vamos resolver isso. Juntos.
- ele respondeu, um pouco mais calmo. Mas ainda estava um pouco chateado por eu
ter arrumado confusão enquanto ele esteve fora, a última coisa que ele
queria.
-Sim, nós vamos. - O vento jogava
o meu cabelo para o lado oposto do Nick e tentei colocar algumas mechas atrás
da orelha para que não fiquem no meu rosto. -Só não fica bravo comigo. Eu te
ajudo a pagar as multas do carro, prometo. - eu mudei de assunto, o fazendo
quebrar o semblante sério e abrir um sorriso.
-Ele está inteiro, pelo menos,
né? - ele perguntou mais relaxado. Eu assenti. -Que bom, porque eu vou adorar
ver você correr um dia desses. Não é justo eu não estar aqui quando isso
aconteceu. - ele disse olhando para o horizonte. – Você só se diverte assim com
o Chad.
-Está com ciúmes? - eu perguntei brincando.
Ele desviou o seu olhar para mim,
de lado. Ele tentou disfarçar expressão que já o entregava. - Não.
-Uhum. - eu ri e ele abriu um
sorriso tímido, sem conseguir disfarçar direito.
-E aí? O que mais aconteceu por
lá? Alguém novo na parada? - eu perguntei sem muito interesse.
-O que? - Nick voltou o olhar pra
mim, sem parecer entender a minha pergunta.
-Estou perguntando se apareceu
alguém de fora por lá. Alguma novidade de fora. Não sei, talvez tenha a ver com
o comportamento do seu pai.
-Não. -ele respondeu prontamente.
- Só um amigo antigo dele que voltou pra cidade. Nada demais.
Ele voltou o olhar para o horizonte.
As gaivotas voavam agitadas pra longe da praia, já prevendo a chuva que virá em
breve. Ele pegou a minha mão e a entrelaçou entre os seus dedos. Era uma
sensação boa. Estar com ele de novo. Nem que seja sem falar nada por um tempo,
só curtindo a presença do outro. Nick durante esses meses não se tornou só o
meu namorado, masmeu amigo, confidente, receio dizer que meu lar também. Como
era estranha a sensação de tê-lo de volta por perto. Não quero soar boba, mas parece que tudo
muda.
As palavras de Chad voltaram para
minha mente.
"Se ele confia
tanto em você, por que você acha que ele não deve saber? Ele já sabe de tanta
coisa sobre você. "
Eu deveria contar, eu
deveria confiar nele pra que eu pudesse cobrar alguma confiança. Quanto mais
tempo que guardo isso comigo, mas receosa fico com a sua reação. Nick merece
saber, mas elevai achar que escondi por tanto tempo por algum motivo. Já o
magoei outras vezes, já quebrei o seu coração com todas aquelas mentiras. E se
ele não estiver mais preparado pra lidar com mais uma?
"Você nem
deveria ter ficado com Nick para começo de conversa. Aliás, por quanto tempo você acha que isso
que você tem com ele vai durar?"
Eu apertei a sua mão e
deitei minha cabeça no seu ombro, ainda mais próxima do seu perfume, tentando
me aconchegar mais ao seu corpo. Senti a sua mão me soltar e o seu braço me
envolver, me puxando mais pra perto de si.
-No que está pensando?
- ouvi sua voz soar baixa.
-Não quero perder você.
- escolhi responder sinceramente dessa vez.
-Você não vai. -
surpreendentemente ele não questionou o motivo de eu estar pensando nisso e foi
um alívio. - Você me tem, você sabe disso. Só... Seja mais cuidadosa. A gente
não vai perder o outro se não me metermos em encrenca. - ele beliscou meu braço
e eu ri da sua indireta sobre minha impetuosidade.
-Tudo bem.
Eu inclinei minha
cabeça para olhar para cima e encontrar seus olhos me encarando. Ele não
parecia querer adivinhar o porque daquilo. Não era nenhum de tipo de invasão,
talvez um pouco de curiosidade? Mas principalmente segurança. Carinho e
segurança. Era isso que Nick representava para mim, além de todos os nossos
conflitos, história e desejos incontroláveis. Uma combinação perfeita pra mim
que sou o caos ambulante.
-E no que você está
pensando? - disse tão próxima do seu rosto, que meus lábios de roçaram nos seus
quando eu falei.
-Que eu amo você. Gosto
quando você se abre pra mim assim. - Talvez ele falaria um pouco mais se nossas
bocas não estivessem prestes a se beijarem.
Não nos beijamos por muito
tempo. O vento começou a ficar mais intenso e senti algumas gotas grossas
caírem isoladas. Ele olhou pra cima e percebeu mais gotas caírem no seu rosto.
-Acho que já está na
hora de ir pra casa. - ele comentou se preparando pra levantar.
Me levantei também. O
céu se iluminou com um relâmpago. E logo a seguir, o trovão ressoou alto. As gotas começaram a cair com mais
intensidade e quantidade e percebi que não daria tempo de chegar à casa seca.
Nós começamos a correr em direção a casa.
Não dava pra correr
muito rápido naquela areia fofa. A chuva se intensificava enquanto nós dois nos
encharcávamos. O vento forte jogou uma boa quantidade de areia em nós e Nick
riu da situação quando eu xinguei alto. Mas logo após a boa quantidade de água
lavou a areia embora até entrarmos na enorme varanda na entrada da casa.
Chegamos em casa
encharcados. Abri a porta rapidamente e entramos logo para a parte de dentro
para nos livrar da forte chuva lá fora. Ali estava mais quentinho e
aconchegante, apesar de eu ainda estar com a pele gelada e arrepiada. Apoiei
minhas costas na porta atrás de mim, terminando de recuperar o ar e abri um
sorriso pra Nick que rapidamente retribuiu o sorriso. Nick espalmou uma das
mãos na porta atrás de mim, me colocando entre e ele e a porta.
-Choveu assim no último
dia seu aqui antes da viagem e agora quando você chegou. Acho que não é
coincidência - comentei.
-Acho que o tempo daqui
não está muito ao meu favor. - ele disse ainda com um sorriso charmoso no
rosto. Próximo demais de mim.
-Ou talvez esteja. -
sussurrei observando o quão sexy ele estava. Ele não fazia ideia o quanto
estava terrivelmente irresistível. Não fiz questão de disfarçar a varredura que
meu olhar fez por ele inteiro.
Uma troca de olhares
intensa tomou conta daquele momento. Uma
tensão entre nós, deixando o ar cada vez mais denso. A água da chuva caia em
gotas do seu cabelo molhado pra o seu rosto, delineando os seus traços e
fazendo que eu fique cada vez mais atraída pelo Nick. O único som que se ouvia
eram nossas respirações ainda entrecortadas pela corrida e a chuva caindo lá
fora.
Aquele olhar torturante
sobre mim.
As gotas de água
correndo pelo seu rosto e corpo.
Aquela boca maldita me
convidando para mais de seu gosto.
Sua respiração batendo
em mim.
Sabia que Nick também
estava gostando da visão a sua frente e aquele ambiente não estava ajudando
nenhum pouco a resistir um pouco mais. Não aguentamos esperar por mais tempo.
O beijo veio de supetão
e urgência. Juntei meu corpo com o dele, quando ele me puxou pela cintura para
perto de si e eu o abracei forte. Sua pele também estava gelada, mas eu sabia
que não era por muito tempo. Um beijo intenso o suficiente para compensar todos
esses dias longe da sua boca.
Sua pele fria junto à
minha igualmente gelada não me incomodava nenhum pouco. Mas aquelas roupas...
Ah, aquelas roupas eu vou ter que me livrar delas agora mesmo! O beijo era
desesperado pelo gosto e textura de sua boca, o mesmo era a sua situação. Ainda
durante o beijo, senti ele tirar o meu cabelo de cima dos meus ombros, deixando
minha nuca livre. Nicholas quebrou o beijo para se preparar para dar mais
atenção ao meu pescoço, mas eu troquei as nossas posições, o jogando contra a
parede e o encurralando dessa vez.
Lambi a sua mandíbula
dos dois lados, sentindo o gosto salgado da água da chuva em sua pele, com uma
lentidão que o estava deixando cada vez mais excitado e impaciente. Ele apertou
as laterais do meu quadril com força. Mordi o seu queixo, o lambi logo depois,
fazendo uma trilha de volta para a sua boca avermelhada, levemente inchada e
convidativa. Ele logo enfiou suas mãos
para dentro do meu short para conseguir apertar minha bunda com vontade.
Só ali tomei
consciência do quanto estava sentindo falta de cada pedacinho de seu corpo, do
seu gosto, textura e cheiro. Contornei seus
lábios com a língua com a mesma lentidão e voltamos ao beijo por mais alguns
minutos.
Dessa vez, Nick
conseguiu tomar o controle e me puxar pelo cabelo, para que finalmente pudesse
se deliciar com o meu pescoço. Aquele gesto bruto e ousado fez minha respiração
descompassar e minha intimidade latejar. Seus lábios e língua quentes em
contraste com a minha pele ainda gelada me fizeram fechar os olhos
instantaneamente quando entraram em contato. Ele distribuía beijos molhados,
lambidas e mordidas tão sutis que me faziam arrepiar e às vezes mais fortes, me
provocando gemidos e me fazendo imaginar afoita o que ele faria comigo daqui a
alguns minutos.
Puxei sua camisa ainda
grudada no seu corpo para cima e Nick se afastou para que eu pudesse tirá-la,
finalmente. Admirei seu tronco e braços expostos e molhados por alguns
segundos, enquanto já me adiantava em desabotoar a sua calça. Parece que eu nunca ia conseguir me cansar
desse corpo. E o safado sabia disso. Ele sabia o quanto esse corpo me deixava
atraída.
-Gostou? - ele perguntou com um sorriso
cafajeste no rosto, enquanto chutava os seus sapatos pra longe e terminava de
descer sua calça.
-Você sabe que sim,
gostoso. - eu dei mais um beijo em seus lábios quando ele se voltou de pé,
finalmente, apenas de cueca. Senti suas mãos alcançarem a minha blusa.
-Como eu quero você agora, Nick. - a frase
saiu como um gemido de minha boca e dei mais outro beijo forte em sua boca
antes dele tirar minha blusa e jogá-la longe pra desabotoar o meu sutiã com
rapidez.
-Eu to viciado em você,
encrenqueira. - ele sussurrou distribuindo beijos no meu pescoço e colo,
enquanto desabotoava o meu short. Suspirei sentindo a maciez dos seus lábios na
minha pele. Empurrou minha calcinha pra baixo junto com a peça jeans, me
deixando completamente nua, e sua boca encontrou meus seios. Afastou a boca por
um momento e encarando meus olhos. - Eu não conseguia parar de pensar em você.
Eu não conseguia parar de pensar no que eu faria quando tivesse você por perto.
- Ele lambeu e chupou um dos meus mamilos. -Eu sou louco por você, Miles. Eu
tenho fome de você. -Eu não pude evitar
um suspiro. Puxou com os lábios e sugou mais uma vez, colocando máximo do meu
seio que podia na boca. Sugando com desespero e voracidade. Eu gemia,
apreciando a sua boca deliciosa trocar de seio e dessa vez ser menos bruto, me
estimulando mais com as suas habilidades com a língua.
Essa fome era
recíproca. Meu corpo e minha mente imploravam por ele de uma forma que não dava
mais pra controlar.
Ele finalmente largou
os meus seios. Consegui respirar com mais controle, pelo menos por poucos
segundos. E tudo o que eu conseguia pensar era no bendito momento que estarei
sentando nesse homem. Esperei Nick se levantar para, finalmente, eu conseguir
arrancar aquela sua cueca, mas ele aproveitou a posição e continuou
distribuindo beijos e mordidas pela minha barriga. Ele levantou uma das minhas
pernas e a colocou por cima do seu ombro.
-Oh, merda. - eu deixei
escapar, quando ele aproveitou a minha posição mais exposta agora e aventurou a
sua língua safada por entre os meus lábios, alcançando em cheio o meu clitóris.
Ele chupou e eu tive certeza que eu não ia aguentar ficar em pé assim por muito
tempo. Nick continuou a me chupar e os meus gemidos foram aumentando e minhas
pernas foram fraquejando cada vez mais. - Nick, por favor...
Ele atendeu meu pedido
finalmente se levantou na altura do meu olhar, com suas mãos correndo pelo meu
corpo. Uma parte de mim se arrependeu por não ter esperando até cair no chão,
enquanto aproveitava sua boca deliciosa me fazendo ir à loucura.
Deitamos no tapete
mesmo e rolei sobre o seu corpo pra ficar em cima dele. Dei mais outro beijo
quente e desesperado em Nick e ele retribuiu igualmente afoito. Não enrolei
mais e me posicionei sobre o seu pau. Sentei nele lentamente e meus olhos se
fecharem em exctasy no mesmo momento, quando eu deixei um gemido arrastado sair
de minha boca. Comecei a me movimentar com mais frequência e abri os olhos para
encarar o Nick observando com um olhar safado o meu corpo e como eu estava me
movimentando no seu colo, mordendo seu lábio inferior como se dependesse sua
vida disso. Aumentei a velocidade dos meus movimentos, enquanto aumentava os
meus gemidos.
-Ah, Miles. Assim você
acaba comigo. - ele disse com sua voz arrastada de prazer. Pendeu sua cabeça
pra traz e continuou mordendo o seu lábio.Nick tentou olhar para outra direção
e eu sorri. Ele sempre faz isso para se concentrar e controlar o seu orgasmo.
Continuei a sentar mais rápido para provocá-lo.
-Está planejando me
foder mais de uma vez seguida, amor? - a palavra amor conquistou um sentido
muito mais erótico com a minha voz depravada.
-Até você não aguentar
mais. - ele respondeu ofegante. - Quero compensar tudo de uma vez.
Deixei de sentar em cima
dele e passei a cavalgar sobre o seu membro, já pulsante dentro de mim. -Duvido
que você consegue se segurar nessa. - desafiei, em movimentos rápidos e gemi
logo em seguida. – Você está tão perto de gozar, não vai aguentar
por muito tempo. – continuei o atiçando. Senti uma das suas mãos apertarem meu
peito, enquanto a outra segurava com força a lateral do meu quadril.
-Quer apostar? - ele
segurou meu quadril e passou a movimentar também, tirando e botando o seu pau
dentro de mim enquanto eu rebolava em seu colo. Eu já estava bem perto, mas ele
também não estava tão longe assim de gozar.
-Quero. - adoro
desafiá-lo. Isso só o fazia ficar ainda mais selvagem comigo. - Se conseguir me
fazer gozar duas vezes seguidas, eu dou minha bunda pra você.
-Ah é? - ele continuou
firme, com estocadas rápidas e fortes. Ele abriu um sorriso sem vergonha pra
mim.
-Todinha sua. - eu disse
já ofegante. E continuei gemendo.
Seus olhos me encararam
mais escuros que o normal antes de se fecharem. Ele continuou numa mesma
velocidade constante do que eu estava.
Nick já tinha percebido que era velocidade perfeita pra mim e que assim
eu não aguentaria por muito tempo. O orgasmo estava chegando e eu sei que vai
ser intenso, me queimando de dentro para fora até eu me incendiar por inteiro.
Nick abriu os olhos para me encarar novamente. Meus gemidos foram ficando cada
vez mais frequentes. E o clímax chegou.
Mal tive tempo para
retomar a minha respiração, Nick me colocou deitada no chão. Se colocou em cima
de mim e penetrou mais uma vez na minha boceta encharcada, resultado do orgasmo
recente. Nick levantou minhas coxas, o suficiente para facilitar seus movimentos,
estocou forte e rápido. Ele xingou baixinho, enquanto franzia sua testa. Ele
estava louco para gozar, mas ele não ia sossegar até cumprir o meu
desafio. Minhas pernas tremiam com o
estímulo na minha intimidade ainda tão sensível. Meu corpo inteiro estava sensível demais,
qualquer movimento e carícia eram explosivos em mim. E puta merda, como estava
bom!
Eu já estava percebendo
que esse orgasmo viria mais cedo do que o primeiro. E a minha teoria se
confirmou quando minha intimidade latejava forte junto com o pau incansável e
firme de Nick, que não diminuía a velocidade e força das suas penetrações nem
se o mundo acabasse. E ele estava acabando ali mesmo pra mim, que não aguentava
mais conciliar a respiração com os gemidos altos. Me agarrei às costas largas
do meu namorado e arranhei até perder as forças num orgasmo que me fez os meus
músculos do corpo inteiro se contraírem tão forte que eu senti até os dedos do
meus pés se fecharem. Em seguida um
delicioso relaxamento.
-Nick…- gemi ainda
fraca. Ele continuava sem parar e eu já sentia que não aguentaria mais. -Goza
pra mim. Vem, amor. - pedi em gemidos manhosos.
Mas ele não parou até que em poucos segundos
senti o orgasmo chegar, mas dessa vez menor e menos intenso. Mais outro e mais
outro. Três de uma vez só, Nicholas sorriu com resultado. Ele finalmente
relaxou e depois de poucas estocadas soltou um gemido de alívio e prazer. Senti
seu líquido quente me invadir e, finalmente, Nick chegou ao seu ápice também.
Logo depois ele veio de encontro a minha boca pra mais um beijo intenso, mas
dessa vez mais lento e paciente. Depois que separamos o beijo, o maldito abriu
um sorriso vitorioso com a sua conquista de orgasmos múltiplos, quase
esfregando na minha cara.
-Quem você disse que
não ia aguentar, mesmo? - perguntou provocativo.
-Pode parar com esse
sorrisinho metido. - eu coloquei a mão sobre a sua boca, que o fez rir ainda
mais, afastando minha mão do seu rosto.
-É só me aguardar que
no banho eu quero o meu premio, ok?
-Ok. Foi merecido. -eu
pisquei e beijei o canto da sua boca.
-Merecido, não. Muito
mais que merecido. - ele continuou convencido. Rolei os olhos de brincadeira.
-Cala boca e me beija,
Jonas. - o puxei pra perto de mim.
Já algum tempo depois,
eu e Nick tomamos o nosso banho. Nunca vi o Nick tão ansioso para tomar um
banho quanto hoje. Depois de algumas preliminares debaixo do chuveiro, Nick
finalmente teve o seu “prêmio” da aposta que eu fiz. Apesar de ter sido bem
prazeroso pra mim, dessa vez quem ficou tonto de tesão foi ele. Ficamos tanto
tempo distraídos um com o outro durante o banho, que só saímos de lá quando
percebemos nossos dedos enrugados por causa da água. Desculpa, Mãe Natureza,
mas eu precisava compensar muito bem as saudades do meu Nick.
Coloquei logo a minha
camisola e Nick vestiu sua calça de moletom que gosta usar pra dormir. Nicholas
se jogou na cama ao meu lado, me puxou pra sua direção, encostando seu tronco
nu em minhas costas. Cheirou o meu pescoço e me deu um beijo ali. Ri do modo
que ele não conseguia me largar. Ele se aproximou do meu ouvido.
-Não ta merecendo
muito, mas eu trouxe presente pra você. –ele disse ainda me abraçando pela
cintura.
-Por que não estou
merecendo?
-Você quebrou a
promessa de não se meter em confusão, enquanto eu estivesse em LA, lembra? –
ele brincou com o meu cabelo.
-Ah, mas nem foi tanta
confusão assim... Na maioria dos dias eu me comportei. – eu ouvi ele rir baixo.
– Eu mereço, sim.
-Ta bom, ta bom... Vamos fingir que sim. Quer ou não quer ver
meus presentes?
Me virei em sua direção
e sorri entusiasmada. – O que você trouxe? – perguntei curiosa.
-Espera aí. - ele levantou da cama e foi buscar o que
tinha comprado pra mim. Esperei ansiosa como uma criança, enquanto ele
arrastava uma das suas malas de viagem e me toquei que aquela mala que ele
trazia em minha direção era nova.
Ele abriu a mala e vi
várias sacolas e coisas embrulhadas lá dentro. Dei um grito de animação e ele
riu da minha reação. Uma das sacolas tinha vários doces e guloseimas americanas
que eu sentia falta de comer e vivia lamentando que não vendia por aqui. Não
acreditei que ele se lembrou disso. Achei muito fofo o modo que lembrou desses
detalhes para trazer para mim.Trouxe algumas roupas pra mim, artigos de sex
shop para usarmos juntos, alguns cosméticos para mim e lembrancinhas bobas que
eu adorei. Eu o abracei e o enchi de beijos, depois de agradecer pelos
presentes.
Ele tirou a capa preta
de dentro da mala. E imaginei que fosse o terno que usou na festa. –Só falta um pouco de álcool pra me embebedar
de terno pra você. – Nick piscou pra mim antes de guardar em seu closet. Sorri,
lembrando da nossa ligação quando ele estava na festa.
Ficamos conversando
mais sobre as coisas que sobre a sua volta em Los Angeles, até que ouvi seu
estômago roncar.
- Esquecemos da comida!
– eu disse, me tocando de que também estava com fome. Fiquei com pena do Nick
quando lembrei que ele devia estar há algum tempo sem comer, já que acabou de
voltar da viagem.
Descemos pra preparar
alguma coisa para comer e depois voltamos para o quarto.
Demi Narrando
Já era
final da tarde, quase de noite quando separava algumas coisas na minha bolsa
pra descer para o bar. Não tinha muito que fazer nesse lugar e a última coisa
que quero arrumar é vínculos aqui. Pelo menos beber, mesmo que sozinha, não me
mataria de tédio enquanto não estava trabalhando como uma escrava de dívida
para Petrova.
Não
vejo a hora de quitar essa maldita dívida para dar o fora daqui. Essa
cidadezinha, com todo o seu charme e beleza só consegue me dar nojo com todas
as lembranças e momentos que ainda vivo aqui. Quero ir para um lugar bem longe
que não me traga mais nenhuma lembrança do maldito Wilmer e o meu amor cego por
ele, de preferência uma cidade grande, e recomeçar a minha vida do zero.
Ouvi a campainha do meu
apartamento tocar. Estranhei, pois não recebo visitas aqui, graças à minha
falta de vínculo com qualquer um dessa cidade e, pelo horário, certamente não é
alguém do correio. Fui atender a porta e me deparo com um rosto familiar.
Mateo. Eu não tenho muito contato com ele, mas eu o conhecia de vista. Era um rosto
comum que perambulava pela grande mansão do Petrova frequentemente.
Puxei o ar, na esperança de puxar
um pouco mais de paciência junto com ele e o soltei num suspiro de tédio. - Me
diz que você só veio dizer um alô e que não é nada a ver com trabalho.
-Olá, Demetria. Obrigado por
receber tão bem em sua casa. Estou muito bem, obrigado por perguntar. - ele disse irônico, adentrando a minha sala
de estar, sem se importar em esperar uma permissão minha.
-Eu vou descer agora mesmo pra
beber e relaxar. Então acho bom isso ser rápido, seja lá o que você queira me
dizer.
Ele se sentou no meu sofá e tirou
do bolso do seu casaco um envelope. O estendeu para mim, assim que me aproximei
dele. - Senhor Petrova me mandou entregar isso para você. Uma quantia extra
para você pagar as contas e manter a casa.
Eu franzi a testa. -Por que ele
me entregaria dinheiro para me manter, se eu que estou devendo a ele? - eu já
retirava uma parcela do dinheiro que conseguia para pagar a ele pra mim. E ele
sabia muito bem disso.
-Ele é um homem justo e tem
maneiras inteligentes para manter seus funcionários. - ele respondeu.
-Eu não sou funcionária dele. -
eu respondi, enquanto verificava rapidamente a quantidade modesta de dinheiro
que tinha no envelope. Não era muito, mas me ajudaria bastante.
-Você tem potencial para ser
quando... bem, quitar as suas dívidas. - ele deu de ombros e continuou a falar.
- Bom, mas não é por isso que estou aqui. O chefe já deve ter te informado
sobre a minha mudança de tarefas e que você vai me substituir no meu antigo
cargo.
-Sim. - eu me sentei ao seu lado.
-Como ele não tem garantia cem
por cento em você ainda, ele quer que você trabalhe acompanhada no começo, por
mim ou por algum dos meus parceiros.
-Eu já imaginava...
-Você é bem inteligente, de
acordo com o senhor Petrova. Ele achou que ocupar o meu lugar temporariamente
seria uma boa ideia. É algo relacionado a repasse de informações e algumas
outras coisas que irei explicar melhor na prática a partir de amanhã, tudo bem?
-Ok.
Ele checou o seu relógio de
pulso. – Droga, já está em cima da hora. Queria mais tempo para te adiantar
algumas coisas, mas tenho alguns problemas pra resolver agora. O chefe quer que
estejamos prontos de noite. – imaginei que ele se referia a alguma coisa do seu
novo serviço.
-Ótimo. Também tenho compromisso
hoje. –eu disse.
-Você não disse que iria descer
para beber e relaxar? – perguntou desconfiado.
-Um compromisso comigo mesma. –
respondi indiferente. Me levantei e caminhei até à porta para abri-la, num
sutil gesto de expulsão da minha casa.
Ele balançou a cabeça
negativamente antes de caminhar para fora do meu apartamento. –Até amanhã,
Demetria. Nos encontramos na mansão.
-Até. – respondi.
Voltei a atenção pra minha bolsa,
me preparando para descer. Mas antes, notei que o meu notebook, que se
encontrava em cima da mesinha de centro, ainda estava ligado. Me sentei no sofá
rapidamente para fechar as janelas do navegador antes de desligar. Fechei a
janela de uma página interessante que tinha esquecido o nome e que ainda não
tinha visto tudo. Decidi verificar rapidamente no histórico para conseguir
salvar a tal página nos favoritos.
Abri a parte do histórico e
então, meu cérebro se iluminou instantaneamente numa ideia. Wilmer também
utilizava esse notebook enquanto morávamos juntos. Talvez, eu encontre alguma pista sobre os
seus planos depois de roubar os quinze milhões de Petrova...
Pesquisei mais a fundo e achei a
parte mais antiga. Páginas que ele visitava, inclusive que visitou
frequentemente na ultima semana antes de me largar. Eu abri um sorriso
satisfeito. Opa, acho que o bar pode me esperar outro dia. Vou descobrir onde
esse desgraçado está.
Miley Narrando
Acordei ouvindo a voz Nick me chamando. Seu tom de voz era baixo, com o
cuidado de me acordar suavemente. Mas ele estava me chamando insistentemente,
então abri os olhos. Seus olhos escuros foram as primeiras coisas que eu vi e
abri um sorriso preguiçoso pra ele.
-Bom dia. - eu disse, esperando que me dissesse o mesmo e abrisse um
daqueles sorrisos encantadores. Mas ao contrário do que eu esperava seus olhos
não estavam transmitindo carinho como ontem. Estavam… aflitos. E isso me causou
estranheza. Abri melhor os olhos e me sentei sobre o colchão. -O que houve,
Nick?
-Tem uma coisa que você precisa ver. Eu detesto chegar pra você assim,
desse jeito, mas... Quanto mais cedo melhor. - ele tentou manter um tom de voz
calmo, pra não me apavorar, mas dava pra notar a sua tensão.
-O que está acontecendo? - perguntei curiosa.
Ele se levantou da cama e estendeu a mão pra mim. -Vem ver isso.
Ele me guiou em direção à sala. O que não tinha a menor necessidade de
me guiar até lá, mas por alguma motivo, acho que ele quer manter sua mão me
segurando.
Foi então que todo o meu calor se esvaiu e coloquei a mão sobre a boca
em perplexidade, ao ver o grande espelho da sala escrito "Killer" em
vermelho. Pela parede que sustentava o luxuoso espelho ainda escrito em vermelho
tinham nomes que eu rapidamente reconheci. Eram nomes de algumas das minhas
vitimas, fatais e não fatais. Mas elas estavam ali, estampadas na parede da
minha casa me assombrando e me lembrando do passado.
-Eu encontrei isso em cima da estante, aquela debaixo do espelho. -
Nick, ainda hesitante, entregou o papel para mim. -Nós vamos acabar com quem
estiver por trás disso, Miles. - ele disse antes de eu ler o que estava
escrito.
"Sei de tudo que te assombra, Cyrus.
Sei os segredos. Sei dos seus próximos passos e dos seus medos.
Com carinho,
O seu pior pesadelo"
Eu não tinha reação. Eu simplesmente não sabia mais como reagir.