sábado, 11 de maio de 2013

Capítulo 24 - Troublemaker

Oi genteeeee! Finalmente, né? haha Apesar da demora, acho que vocês vão gostar desse capítulo, porque tem momento Niley ~le spoiler~ e tá grandão, né? Bora combinar! kkkkkk Agradeço pela paciência de vocês e espero que gostem! Por favor, não deixem de comentar. Esse capítulo me deu um trabalhão e mereço bastante comentários de vocês, né? Não custa nada! ~le carinha fofa~
Espero que gostem!!
Boa leitura :D
Beijos!

Trecho de Troublemaker - Olly Murs (feat Flo Rida)

"You're a troublemaker
You're a troublemaker...
You ain't nothing but a troublemaker girl

You had me hooked again from the minute you sat down
The way you bite your lip
Got my head spinnin' around
After a drink or two
I was putty in your hands
I don't know if I have the strength to stand

Oh oh oh...
Trouble troublemaker yeah
That's your middle name
Oh oh oh...
I know you're no good but you're stuck in my brain
And I wanna know

Why does it feel so good but hurt so bad
Oh oh oh...
My mind keeps saying
Run as fast as you can
I say I'm done but then you pull me back
Oh oh oh...
I swear you're giving me a heart attack
Troublemaker!

It's like you're always there in the corners of my mind
I see a silhouette every time I close my eyes
There must be poison in those fingertips of yours
Cause I keep comin' back again for more

Oh oh oh...
Trouble troublemaker, yeah
That's your middle name
Oh oh oh...
I know you're no good but you're stuck in my brain
And I wanna know

Why does it feel so good but hurt so bad
Oh oh oh...
My mind keeps saying
Run as fast as you can
I say I'm done but then you pull me back
Oh oh oh...
I swear you're giving me a heart attack
Troublemaker"


  Ouvi passos se distanciarem do nosso pequeno esconderijo. E como se um sinalzinho de alerta tivesse acabado de soar em minha mente, eu acordei para a realidade. Agora é a nossa chance de fugir! Um deles tinha acabado de dizer que tem possibilidade de nós dois estarmos nas casas abandonadas lá fora. Pelo menos a maioria deles deve estar por lá nos procurando. Esse é o melhor momento para sairmos daqui.
   -A gente tem que sair daqui agora mesmo. - eu sussurrei para ele.
   -Você pelo menos tem alguma coisa para se defender além daquela faca? - ele perguntou no mesmo tom de voz do que eu. - Aqueles homens lá fora estão armados! - ele pensa que aqueles outros sequestradores simplesmente caíram no chão do nada?
    -Só para constar, eu tenho capacidade de me defender, e muito bem, só com uma faca. Mas para sua tranquilidade, eu trouxe duas armas. - com dificuldade, por conta do espaço apertado, eu puxei da minha mochila dois revolveres carregados. Entreguei um deles para o Nick com cautela. - Cuidado para não acertar isso em mim. - eu adverti. Nick assentiu em compreenção.
   -Pronta? - ele perguntou um pouco ansioso.
   -Pronta! - respondi com a minha pequena mochila nas costas e a arma a postos, preparada para qualquer coisa.
   Nicholas empurrou as portas do armário silenciosamente e saímos de dentro daquele móvel apertado. Olhamos em volta e confirmamos que não tinha ninguém, pelo menos não naquele quarto. Com cuidadosos passos, eu e Nick avançávamos para a sala. Também vazio. Porém, daqui era possível ver um deles na varanda vigiando o meu carro, provavelmente esperando nós aparecermos por lá para nos atacar. Eu voltei meu olhar para Nicholas. Silenciosamente, eu gesticulei, mostrando que vou atirar nele e que nós teremos que correr logo em seguida. Ele entendeu a minha mímica e balançou a cabeça em afirmação.
   Sem muito esforço, mirei na minha nova vítima e atirei. O barulho do tiro deu um eco que, com toda certeza, todos ouviram. Obviamente, o homem baleado caiu na hora. Eu e Nicholas não perdemos tempo. Corremos para a saída imediatamente.
   Antes que pudéssemos chegar ao carro, mais um deles apareceu correndo em nossa direção, apontando a sua arma para nós. Antes que eu pudesse raciocinar alguma coisa, ouvi um tiro vir de trás de mim, que pegou certeiro nele. Surpresa, me virei para trás para ter certeza de quem atirou num alvo tão longe daquele jeito era realmente o Nicholas.
  -Que foi? - ele perguntou se referindo a minha cara de espanto.
  -Aquele tiro dentro da casa foi sorte, mas isso?! Por acaso você já atirou na vida?
   Ele deu de ombros.
  -Acho que é efeito da adrenalina. - respondeu pensativo.
   Não havia tempo para conversa. Desviamos de mais balas indo em nossa direção. Puxei Nick pela mão, corri abaixada até o carro e ele fez o mesmo. Abri a porta do veículo rapidamente junto com o Nicholas. Eu me sentei no banco do motorista. Uma bala acertou a lataria do carro que me fez pular de susto no banco.
   -Vai me dando cobertura até sairmos daqui. - eu pedi para Nick, que rapidamente atendeu ao meu pedido retrucando tiros para afastar os bandidos de nós dois.
   Com uma irritante demora, finalmente o motor do carro ligou. Mais um tiro acertou o automóvel, quebrando a janela da porta trazeira. Cacos de vidro se espalharam pelo banco. Steve vai me matar! Bom, antes ele do que esses caras. Dei ré o mais rápido possível e depois de uma curva de quase queimar o pneus, pisei fundo no acelerador.
   Em questão de segundos a maldita casinha e os sequestradores sumiram do meu campo de visão. A monótona paisagem da estrada de Califórnia tomou conta do ambiente.
   -Miley, você está indo para o sentido contrário de L.A. - Nick me avisou quando leu a placa que tínhamos acabado de passar.
  -Eu sei. - respondi sem reação nenhuma.
   -Por que você está fazendo isso? - perguntou ele confuso.
   -Se você fosse um daqueles bandidos, para que lugar você iria para nos procurar? - perguntei já sabendo a sua resposta.
   -Los Angeles. - ele respondeu como se fosse algo óbvio.
   -Acho que já respondi a sua pergunta. - eu disse sem tirar os olhos da estrada e dos meus retrovisores para verificar se ninguém estava nos seguindo.
   -Por quanto tempo nós vamos viajar para o sentido contrário?
   -Acho que vamos seguir em frente até anoitecer. A gente se hospeda em algum lugar para dormir. Vou ligar para o Steve para saber como as coisas estarão por lá, e se der tudo certo, voltaremos amanhã. Está tudo bem para você? - eu perguntei.
   -Fazer o que, né? - ele deu de ombros com certo descaso. -Estar com você e com aqueles caras dá no mesmo para mim. Pelo menos, a diferença é que você não me amarra numa cadeira.
  Apertei os meus dedos em volta do volante para conter minha alteração de humor. Ingrato! Eu deveria ter enrolado mais um pouco para Nicholas apanhar mais daquele cara. Talvez um pouco mais machucado, ele seria mais agradecido pela minha ajuda.
No momento do resgate, talvez seja pela adrenalina, eu não percebi alguns poucos sinais da agressão nele. Durante esse pouco tempo de viagem, percebi por uma olhada de esguela um leve corte na sua têmpora e uma marquinha roxa na sua bochecha. Não eram marcas muito relevantes. Poderia muito bem ter aguentado mais um dia lá.
   -Que bom que já sabe disso. E já estou pensando em colocar aquela fita na sua boca se você continuar falando e me chateando muito durante essa viagem. - retruquei.
   -Nossa, essa viagem vai ser ótima! - ironizou. Sua voz soou entediada e logo em seguida bufou, fazendo questão de demonstrar como a minha presença o incomodava.
  Para não ouvir mais suas respostas inconvenientes, achei melhor não dizer mais nada. Eu sabia que de alguma forma, ele responderia rudemente para testar a minha paciência. Então, apenas me dei o trabalho de prestar atenção na estrada e na paisagem ao redor. O ambiente rustico e rodeado de campos dourados, constratava com a calmaria e a pouca movimentação. É uma pena que nem o motivo dessa viagem e nem a minha companhia sejam agradáveis o suficiente para me deixar com alguma animação de viajante.
  Não demorou muito para um silêncio sufocante pesar sobre nós. Com apenas o barulho do motor e do vento tomando conta do ambiente, nenhum de nós fazíamos questão de puxar conversa. Eu sentia alguns olhares dele sobre mim descaradamente, como se a visão a minha frente me prendesse tanto a minha atenção que eu seria incapaz de perceber Nick me secando. Minha bochechas ruborizaram levemente. Mas logo a timidez deu lugar a um sorriso debochado que tomou conta do meu semblante.
   -Gosta do que vê, Nicholas? - perguntei sem tirar os olhos da estrada soltando uma risada. Se ele tem o direito de me intimidar desse jeito,eu também tenho.
   -Hã? Do que você está falando? - questionou dando um de inocente. Sonso.
   -Depende do que você estava prestando mais atenção. Nas minhas pernas ou no meu decote? - eu perguntei me divertindo com o seu embaraço. Tirei minha atenção da estrada para olhar para ele. Nick tentava disfarçar suas bochechas coradas com uma expressão impenetrante.
   -Alguém já te falou que você não é tudo isso que você pensa? Só porque suas roupas de biscate me chamaram atenção, não quer dizer que eu esteja te achando atraente. - roupas de biscate!? Estúpido!
   -Ah, claro! Esqueci que eu sou tão sem graça que você nunca quis namorar comigo. - disse sarcástica, o fazendo lembrar do nosso namoro um tanto polêmico.
  -Eu só queria levar a novata para cama, só isso. E acho que eu poderia até ter escolhido algo melhor. A Leven, aquela loira da festa, sempre esteve a fim de mim. Ela é muito mais bonita do que você, e advinha? Nunca quis me dar algum golpe! Mas não, eu tinha que ser estúpido e querer ficar com uma vigarista. Pena que eu não tinha percebido que ela valia mais a pena antes do nosso namoro, se aquilo pode ser considerado namoro. - ele respondeu amargo.
  Acho que lembrá-lo sobre o meu falso romance com ele não o trouxe boas lembranças... Problema é dele! Como se ele fosse o único aqui a se sentir ofendido. Será que o que eu penso e sinto não conta nem uma vez? Eu sei que o decepcionei e o enganei. Eu não me arrependo disso. Mas partir para ofença já é demais! Ainda mais me comparando àquela loira azeda. Eu revirei os olhos só de lembrar daquela vaca beijando o Nicholas na frente de todo mundo. Um quase engolindo o outro, como se fizessem questão que todo mundo tenha visto, principalmente eu. O sangue subiu para o meu rosto, mas conti a minha raiva.
   -Lamento por você. Tem muito cara por aí que daria de tudo para namorar comigo e faria qualquer loucura por mim. - eu disse com ar mais confiante. - Pode ficar aí se lamentando pelo nosso "quase relacionamento".
   Nick me lançou um olhar debochado para mim. - Esses caras quem? Os otários ricos que caem na sua conversinha? Porque se te conhecessem de verdade... Acho que não sobraria ninguém para essa sua infinita fila de pretendentes. - disse rindo. Falou "o conquistador".
   -Não, não estava falando sobre otários como você. Eu estava dizendo de homem de verdade, entendeu? Não é qualquer moleque, não. - eu disse com a voz carregada de desdém. Espero que essa indireta, que mais parecia direta, o faça lavar a boca antes de ficar me torrando a paciência, se achando o galã. Antes que ele pudesse me responder, eu o interrompi. - Ah, se você se incomoda tanto assim comigo, eu posso te dar uma sugestão. Faz o seguinte. - eu o fitei de volta com um sorriso irônico - Eu paro o carro, e você vai a pé até LA para fazer uma declaração de amor para essa Leven. Aposto que ela vai achar super romantico você andar daqui até lá por ela e eu não vou ter que te aturar durante a viagem.
   -Quem me dera se eu pudesse sair de perto de você nem que seja voltando para casa a pé. Mas eu não tenho poder de escolha, mesmo...
   -Claro que não tem. - eu respondi quase de imediato, olhando para os quilômetros que ainda tinhámos que percorrer.
   -Miley, faz um favor? Cala a boca. Aquele silêncio de antes estava ótimo, não quero mais ter que perder o pouco de forças que me restam com você.
   -Se você não me chatear mais, talvez eu pense nessa possibilidade.
   -Feito. Você finge que eu não estou aqui e eu finjo que você não está aqui.
   -Ok.
   O ambiente entre nós aquietou novamente. Mas o silêncio não era tão desconcertante assim como antes. Pelo alívio da nossa discurssão ter acabado, esse silêncio chegava a ser confortável. Porém, só agora ouvindo meus prórprios pensamentos, me toquei do quão grande era o ódio que Nicholas nutria por mim. Senti um aperto no peito. Quer saber? Tomara que continue assim. Cada um em seu devido lugar. Nunca quis que ele se simpatizasse comigo quando se aliou à nossa gangue. Que ele continue assim, me odiando e me evitando apenas o seu papel de nos ajudar na missão. Seria muito mais difícil se déssemos bem. É... Talvez isso seja algo bom.

Algumas horas depois...

  A noite já tinha chegado e o céu agora escuro, estava iluminado com um cobertor de estrelas impossível de ser visto na cidade grande cheia de luzes e fumaça de carros. Eu acharia essa visão linda, se o Nick não estivesse reclamando de fome durante meia hora. Isso realmente eu não posso o culpar. Ele ficou sequestrado durante tanto tempo, que duvido que ele se alimentou de verdade. Talvez os bandidos devem ter dado uma coisinha ou outra para não passar mal, mas nada que realmente o saçaciasse. Percebi isso quando ele devorou as minhas duas e únicas barrinhas de cereal que eu tinha guardado para urgência. Pelo jeito, para ele aquilo era baita de uma urgência. Eu adoraria passar direto por um posto de gasolina, só para o ver se descabelando de desespero, só por diversão. Mas o meu estômago também estava reclamando.
   Por sorte, depois de uns cinco quilômetros, encontrei um posto aberto. Pedi para o frentista encher o tanque e logo depois de feito, estacionei em frente à loja de conveniencias, e saltamos do carro.
   Compramos algumas coisas que precisaríamos para o resto da viagem e lanchamos por lá mesmo. Enquanto Nick ainda terminava de comer,  eu fui até o carro, e guardei as sacolas com as coisas que eu tinha acabado de comprar. Peguei um masso de cigarro de uma das sacolas antes de fechar a mala. Eu detesto o cheiro disso, mas não posso negar que me relaxa e às vezes é muito bem-vindo em situações críticas.
   Me reencontrei na lateral do carro, enquanto acendia o meu cigarro. Puxei a fumaça pela boca e senti meus musculos tensos relaxarem lentamente e ficarem menos pesados. Tanta coisa para me preocupar, e ao mesmo tempo tão pouca... De vez em quando eu não consigo compreender eu mesma. Está certo que tenho ou tinha alguns motivos para ficar me preocupando. Como por exemplo, o sequestro do Nick, esses bandidos disputando a fortuna dos Jonas conosco, dúvida de como as coisas estão se resolvendo em Los Angeles com a ausência do Nick, o desfeche do tão esperado golpe... Pelo menos o problema " Nick sequestrado" já foi resolvido. Por mais que eu quisesse que ele apanhasse mais um pouquinho por causa da sua ingratidão, foi um alívio saber que nada de grave aconteceu com o Nicholas.
   É impressionante que eu não posso invocar nem essa criatura por pensamento, que ele já aparece na minha frente, me fazendo acordar dos meus devaneios e com um careta no meio da cara. Eu soltei mais um pouco de fumaça que eu tinha inalado durante a minha linha de raciocínio e levantei minhas sobrancelhas, com uma expressão do tipo "qual é o motivo dessa cara feia?".
   - Desde quando você fuma? - ele me perguntou.
   -Desde quando você se mete na minha vida? - eu retruquei de saco cheio.
   Como se tivesse algum tipo de moral sobre mim, ele puxou o cigarro que estava entre os meus lábios e jogou no lixo. Estupefata com a sua cara de pau, eu o encarei não acreditando no seu abuso.
   -Que merda você pensa que está fazendo? - eu perguntei cruzando os braços.
   -Eu não vou acompanhar você fedendo a cigarro. - ele puxou a caixa de cigarros da minha mão.
   -Ei, ei. Me devolve isso! - eu tentei o impedir de jogar o resto dos meus cigarros fora. Mas Nicholas se esquivou de mim e jogou o pouco de tranquilidade que eu tinha na lixeira.  -Qual é o seu problema, hein? - eu empurrei com força, mas o máximo que aconteceu foi o Nick desequilibrar uns dois passos.
   -Qual é o seu problema? - ele perguntou me segurando pelos pulsos antes que eu pudesse o empurrar de novo. - Aquilo deixa os seus pulmões podres.
   -E você está deixando os meus nervos podres! - eu levantei a voz quase gritando com o Nick na frente de todo mundo. Eu não sou obrigada a aturar o Nick me chateando desse jeito só porque está revoltadinho comigo.
   -Ei, calma. Só foi um masso de cigarro. - ele soltou um risada. Ah, agora estái achando gracinha?
   -Um masso de cigarro? Só um masso de cigarro? Eu quase pirei quando soube que você foi sequestrado, pensando que tinham feito alguma coisa com você. Ninguém se dispôs a me ajudar e vim sozinha te resgatar. Aí para compensar, você está a viagem inteira me tratando com ignorância. Você acha que eu estou assim só por causa de um cigarro? - eu desabafei ainda exaltada. -Eu estou exausta! Para mim já chega!
   Acho que exaltei demais. Mas não é por menos, né?
 - Está bem, está bem... Eu prometo não te perturbar mais se você não me chatear e nem fumar perto de mim, ok? - ele perguntou calmamente.
   Eu puxei meus pulsos das suas mãos. Eu balancei a minha cabeça em afirmação.
 Nicholas continuou me fitando com um sorrisinho querendo se formar em seus lábios.
   -Já se acalmou? - ele perguntou em tom de divertimento.
   -Já. - eu disse.
   -As sacolas com as minhas coisas estão aí com as suas, né?
   -Aham.
   -Eu vou ao banheiro, aí a gente vai embora, ok?
   -Vai logo. - eu disse séria.
    Enquanto ele estava a caminho do banheiro, dei uma espiada na lata de lixo para ver se eu conseguia salvar alguma coisa. Esquece! Não tem jeito. Ou o cigarro, ou a paz no resto da viagem. O cigarro uma hora vai acabar. Levei um susto com um cara com o braço todo tatuado encostado no meu carro me olhando dos pés a cabeça. Me afastei da lixeira para não pensar que sou maluca e o encarei, estranhando o seu modo de olhar. Ele era alto e forte, tinha um cabelo curto e castanho. A sua barba para fazer dava ar menos certinho, combinando com o seu estilo de se vestir. Até que o cara não era de se jogar fora, não. Porém, eu não gostei do seu jeito invasivo e grosseiro que me olhava.
    -Oi. - ele me lançou um sorriso.
    -Oi. - eu respondi seca, tentando o ignorar.
    -O que uma gostosa dessa está fazendo sozinha aqui?
    -Olha só, eu não estou com paciência para cantandas baratas hoje, não. Então desiste e dá o fora. - eu cortei o seu barato, desviei meu olhar para outro lugar. Talvez o ignorando, o desanime.
    -Por que está fazendo de difícil, hein? Só estou sendo legal. Ah, vamos! Que tal a gente adiantar as coisas e sermos diretos? - ele aproximou de mim, abaixando o seu tom de voz.
    -Lamento, mas eu não sou do tipo que dá facil assim para qualquer um. Fui direta o bastante para você?  - eu cruzei os braços e ele rolou os olhos.9
    -Eu não aceito não como resposta. - ele levantou uma das suas sobrancelhas. Percebi um brilho diferente nos seus olhos. Não só um brilho de desejo ou coisa parecida. Era mais... ameaçador.
    -Problema é seu! - eu o empurrei para longe de mim. - Eu já disse que não quero conversinha com você. Não venha me pressionar desse jeito, porque minha paciência já está se esgotando e não quero ter que tomar atitudes drasticas com ninguém! - eu o avisei com o indicador apontando para sua direção. Virei de costa para ele, evitando ao máximo olhar para seu rosto.
    -Nervosinha, é? Adoro garotas selvagens. - Por trás de mim, ele sussurrou no meu ouvido. E se não fosse abuso o suficiente, o engraçadinho apertou minha bunda sem nenhuma timidez. No primeiro instante, arragalei os olhos e puxei o ar com força de tão surpresa que fiquei. Mas não demorou muito para o sangue subir a minha cabeça junto com uma raiva descomunal.
  
Nicholas Narrando

   Parece que é até de propósito, mas achei graça da Miley dando um ataque de nervos por causa de um cigarro. Ok, eu também não fui muito legal com ela durante a viagem (e ela não merece nenhuma simpatia, mesmo), mas não vejo um bom motivo para aquele piti. Ainda mais eu que já estou acostumado com a Miley simplesmente me ignorar ou rebater a altura, jogando na minha cara coisas bem piores.
   E o que mais me intriga é a minha fraqueza diante dela. Depois de me fazer de idiota, ela não merece nem uma palavra minha destinada a ela, nem um olhar. Eu tento tratá-la do modo que eu deveria, mas ela tem um tipo de persuação sobre mim que às vezes não resisto e acabo agindo feito um imbecil na sua frente.
   Eu tinha acabado de sair do banheiro. Caminhei até o carro que estava estacionado em frente à loja, e onde eu imagino que a Miley ainda esteja. Ela realmente estava lá, e para minha surpresa, com uma nova companhia. Eu não gostei nem um pouco  do modo que aquele cara a olhava, quase a comendo com os olhos. Miley estava agora deu um empurrão nele e deu de costas, o ignorando. Senti um certo alívio quando percebi que a Miley aparentemente não quer nada com aquele homem. O tatuado se aproximou dela por trás e disse algo em seu ouvido de um forma íntima. O ódio que começou a crescer em mim era incontrolável. Vi a sua mão repugnante apertar a bunda dela sem nnhum pudor. Chega! Essa palhaçada vai acabar agora mesmo! Esse abusado vai se arrepender de ter feito isso pelo resto da vida.
   Apressei meus passos com o intuito de já partir para cima dele sem mesmo a permissão da Miley. Estou nem aí para o que ela vai pensar. Nenhum homem pode tocá-la desse jeito. Parei meus passos bruscamente quando presenciei a reação dela. Miley virou para o direção do cara  com os olhos flamejantes de raiva e levantou o seu pequeno punho contra o rosto dele. O soco foi tão violento que a cabeça dele foi jogada para trás. Ele apoiou a mão sobre o nariz que já dava sinal de ferimento quando um fio de sangue surgiu escorrendo entre seus dedos.
   Abri um sorriso satisfeito ao ver a cara de idiota que ele fez quando se deu conta do que acabou de acontecer. Miley surpreendeu não só ele, mas também a mim. E devo confessar que fez muito bem!
  -Vai apertar a bunda mole da sua mãe, seu sem noção! - Miley gritou para ele ainda com os punhos fechados. Pela primeira vez, agradeço aos céus pelo seu mal humor e agrassividade.
  Vi a forma raivosa que ele encarava a Miley agora. Não duvido que ele retrucaria o soco. Achei melhor interferir logo nisso.
  -Sua vadia... - ele resmungou se preparando para se aproximar dela mais uma vez, provavelmente para machucá-la. Antes que ele pudesse dizer mais alguma coisa ou fazer qualquer tipo de movimento, eu o empurrei para longe dela.
  -Com quem você pensa que está mechendo, hein? Por acaso perdeu a noção do perigo, seu imbecil? - eu disse o provocando com mais um empurrão.
  -Não se mete onde não é chamado. - ele retrucou apontado o dedo para mim. - Eu tenho que me resolver é com essa aqui. - ele indicou a Miley com um balanço de cabeça.
   -É Nicholas, eu sei me virar sozinha. - ela respondeu de uma forma entediada com os braços cruzados.
   -Cala a boca, Miley. - eu retruquei sem paciencia para sua teimosia e orgulho. - E você, - voltei para o cara sem vergonha que tinha acabado de limpar o sangue que caía do seu nariz com as costas da mão. - vai tomar vergonha na cara e vai se meter com alguém do seu tamanho, covarde.
   Com o punho fechado, levei com toda a minha força para o seu estômago. Ele gemeu de dor na hora. Mas como não é nenhum fracote, ele não demorou muito para se defender. Mesmo ainda sentindo um pouco de dor no seu abdomém, ele se jogou para cima de mim, me levando no chão. Tentei impedir algum tipo de agressão, segurando os seus braços, mas um deles se desvencilhou de mim e deu um soco no maxilhar. Senti o local recém ferido pulsar enquanto a dor queima a minha pele.
   -Isso é por se achar o espertinho para cima de mim, seu viado. - ele grunhiu levando o cotovelo para me acertar mais uma vez.
   Mas antes que eu fosse atingido mais uma vez, rolei no chão junto com aquele filho da puta e fiquei por cima dele. Eu o puxei pela gola da camiseta e dei mais um soco nele, dessa vez no olho.
   -Isso é por ter você ter dado em cima da mulher errada. - enterrei mais um soco em seu rosto. - E isso por ter a xingado de vadia, porque ela não te deu confiança para isso. E nem se desse, você poderia ter feito isso, você me ouviu bem?
  -Vai se foder. Não estou nem aí, para respeitar a sua namoradinha. Ela é gostosa e você deveria ser menos egoísta e dividir essa vagabunda com os outros.
    Antes que eu pudesse o socar e chutar até que a minhas juntas doessem, ele meu deu uma joelhada entre as pernas. Puta que pariu! Soltei um grito de dor. Isso já é jogo sujo. Ouvi alguns tiros ecoarem pelo ambiente. O idiota saiu de baixo de mim e se afastou, assustado com os barulhos de tiro. Algumas pessoas que eu não pude ver, mas que estava ao redor deram um grito de susto. Tentei levantar com um pouco de dificuldade, mas depois de muita força de vontade e orgulho masculino, consegui me levantar ainda sentindo uma dor insuportável dentro das minhas calças. Pronto, agora eu já sei que eu nunca vou ser pai.
     A Miley estava sentada para fora da janela, apoiando um dos braços sobre o teto do carro e o outro sustentando uma arma para o alto.
    -Já chega! - ela gritou. - Vai embora antes que eu atire bem no meio da sua bunda! Mas antes peça desculpas a mim e ao Nick. - ela disse agora, apontando a sua arma para ele que estava quase tremendo de medo ao meu lado. Aposto que não imaginava que a gostosona carregava uma arma por aí.
    -Ta bom, ta bom! - ele levantou suas mãos para o ar. - Desculpa.
    -Acho bom. - ela o lançou um olhar de superioridade.
    Ela guardou a arma no cós do seu short logo depois do cara ter ido embora rapidinho com o seu carro daqui. Caminhei até o carro ainda com mal humor. Eu poderia muito bem dar o ponto final naquela briga por mim mesmo. Mas não... A Miley tinha que ser orgulhosa para se fazer de macho e acoar o cara. Eu poderia feito isso! Se pelo menos ela desse realmente um tiro nele, eu teria ficado satisfeito.
  Sentei no banco do carona e coloquei o cinto de segurança.
   -Vê se na próxima vez, seja mas esperta e tome cuidado com esse tipo de cara. - eu disse com um tom grosseiro.
   - Eu sei me defender, ta bom? Falando nisso eu gostei do "Isso por você ter dado em cima da mulher errada". - ela disse com um sorrisinho debochado. - Para quem me odeia tanto, chegou até a me surpreender me defendendo desse jeito.
   Eu rolei os olhos. Ela agora está se divertindo com minha cara. Para que eu fui defendê-la mesmo? Ah é, porque eu ainda ainda sou um imbecil apaixonado!
    -Eu faria isso por qualquer uma. Só porque você não está acostumada com homens cavalheiros de verdade, não quer dizer que eu esteja te tratando de maneira especial. Odeio qualquer tipo de covardia, e não iria deixar que aquele cara desrespeitasse nem uma garota desconhecida.
    Seu sorriso sacana foi dando à uma expressão mais séria. Eu acho que ela se sente atingida com as respostas indiferentes. Que se incomode mesmo. Ela merecia coisas bem piores do que alguns foras.
    -Você mente mal. - ela disse enquanto dirigia de volta para a estrada.
    -Por que eu mentiria? Nós dois sabemos que eu te odeio que tenho muitos motivos para isso. Não faria sentido me importar com você. - não faria sentido mesmo, mas o pior de tudo é que eu me importo.
    -Tá bom, tá bom... Eu já entendi! Olha só, acho que está mais do que óbvio que não temos nenhum sentimento harmonioso entre nós, mas manera aí no seu rancor, ok? - Miley disse tirando a arma do cós do seu short e me entregou. - Guarda para mim no  porta-luvas.
    Assim que eu guardei, mais nenhum assunto foi abordado entre nós. Não tínhamos mais nada para falar um com o outro além de provocações e ofenças. Não existia nenhum tipo de ambiente discontraído entre nós, porque não tínhamos motivo para isso. Eu sou o filho do seu maior inimigo, ela é o motivo da minha vida se tornar um inferno. Nada além disso. Simples assim.
   -Já está na hora de nos hospedar em algum lugar. - ela pronunciou me acordando dos meus próprios pensamentos. - Já estou ficando com sono, e você?
   Com tantas coisas vindo a tona ao mesmo tempo na minha cabeça que nem percebi o cansaço que tomava conta de mim. Mesmo que eu tenha dormido durante o sequestro, toda aquela tensão e a confusão para fugir me exaustou. Sem contar agora com a briga de agora no posto.
   -Acho melhor parar em algum lugar mesmo. Também estou cansado.
   
Miley Narrando

   Por que ele não poderia ficar calado e simplesmente manter a sua imagem de um cara legal? Sinceramente, eu achei que ele apenas ficaria parado, assistindo eu me encrencando com aquele tarado. Mas indo contra qualquer expectativa minha, Nicholas foi para cima daquele cara para me defender. Ele bateu e apanhou só porque eu fui desrespeitada por um abusado qualquer.  Confesso que eu gostei e isso inflou ainda mais o meu orgulho. Até que o idiota do Nick dar o ar da sua estupidez novamente e me diz que faria por qualquer uma. Qualquer uma? Eu não sou qualquer uma! Essa indiferença já está me esgotando. Eu sei, soa egoísta da minha parte que eu dei bons motivos para isso. Mas eu ainda não me sinto acostumada com esse novo Nick revoltado e indiferente. Eu deveria estar. Eu nem sei porque eu me importo com isso!
   Demoramos mais uma hora para achar algum motel que pareça descente no meio da estrada. Graças à Deus não era um daqueles moteis bregas com temática romantica e erótica. Era apenas um motel para pessoas dormirem durante uma longa viagem. Estacionei o carro num pequeno estacionamento que tinha em frente e seguimos para a recepção.
    -Oi, queremos um quarto para cada um. - eu pedi para a recepcionista.
    Ela encarou nós dois com uma expressão de estranheza.
    -Para cada um? - ela perguntou desconfiada.
    -É, para cada um. - Nicholas confirmou entediado.
    -Só um minutinho. - ela conferiu no seu computador. -Só tem um quarto disponível.
    -Ah, não é possível. Essa estrada está deserta! Como este motel está cheio? - perguntou Nick dividindo a mesma indignação que eu.
    -Senhor, está deserto porque já são meia noite. No verão, muitas pessoas viajam de carro pela Califórnia. Lamento. - lamenta coisa nenhuma! - Olha, o quarto tem um cama de casal. Os dois podem dividir. Vocês são namorados, então não tem problema, né?
   Voltei meu olhar de nojo para o Nicholas. Ele me fitou da mesma maneira.
    -Nem morta! - eu resmunguei.
    -Você está louca? Estamos longe de ser namorados! - ele sacudiu a cabeça de um modo exagerado, demonstrando horror.
     A recepcionista suspirou desanimada.
    -Mas, infelizmente, só temos este quarto disponível. O motel mais próximo daqui é daqui a duas horas e meia de viagem.
    -Merda. - eu xinguei baixinho. Eu não vou aguentar dirigir por mais dua horas e meia e nem amarrada deixaria o Nick pilotar o carro. Tenho que lembrar que ainda é meu inimigo e não vou dar mole para ele me dar uma rasteira.
   Ele bufou derrotado. Não tínhamos escolha.
   -Fazer o que, né? - ele deu de ombros.
   -Vocês não têm nem um colchão extra para botar lá no quarto? - eu perguntei, com esperanças de manter a  maior distância possível do Nick. Pelo menos para dormir. Imagina só: no meio da madrugada esse cara me xingando, falando das possibilidades de eu matar ele durante a noite? Porque isso é bem a cara dele.
   -Não temos, senhora. - ela balançou a cabeça negativamente.
   -Tá, não temos mais escolha nenhuma. - Nicholas disse.
    Convenci a ele de pagar a hospedagem para nós dois. Relutou, mas aceitou. Fala sério, ele tem um cartão de créditos sem limites e vai ficar de mão de vaca para mim? Eu só tenho um pouquinho de dinheiro que sobrou para comer alguma coisa no resto da viagem, não vou fazer favor de pagar hospedagem para um cara rico. Muito menos para ele!
   A moça nos entregou a chave do quarto. Rapidamente encontramos a suíte e entramos. Antes mesmo que eu prestasse atenção ao meu redor, joguei minha mochila para qualquer lugar e arranquei minhas botas sem salto dos pés. Eu estava exausta. Fiz um coque no alto da cabeça, na tentativa de me livrar do calor do verão da California. Verão é uma estão ótima, mas eu detesto esse tempo abafado!
   Falando em quente, me perdi na minha linha de raciocínio quando Nicholas levantou a barra da sua camisa, livrando a peça de seu corpo. Parei um pouco o que estava fazendo involuntáriamente, o que eu nem lembro mais o que era, fiquei apreciando suas costas nuas e largas na minha frente. Ele jogou a camisa em cima do seu ombro e olhou ao redor para analisar a suíte. Sem a camisa para esconder, o cós baixo da sua calça jeans escura um pouquinho caída parava começo do relevo da sua bunda, deixando a sua cueca um pouco a mostra. Será que esse cara não cansa de ser gostoso, não?
   -Até que não é tão ruim assim. - ele comentou se virando para mim. Eu desviei o meu olhar um tanto malicioso para o cômodo, me fingindo de interessada no lugar ao meu redor.
   -É, parece aconchegante. - eu concordei.
   -Eu vou tomar banho agora. Liga pro Joe para dar notícias. - ele falou caminhando em direção ao banheiro.
   -Nick. - eu o chamei, ele se virou de volta pra mim. - Na loja tinham algumas roupas basicas, eu comprei algumas para gente. Sabe, para não ter que dormir com essas roupas sujas.
    -Para mim? - ele perguntou um pouco desconfiado.
    -É, para você também. - eu peguei uma das sacolas que estavam no chão e entreguei o short e uma camisa branca para ele. - Espero que sirva. Eu não sei se o short vai entrar com essa bunda toda. - eu comentei rindo, acompanhada por ele.
    -Tomara que entre! - ele comentou. - Obrigado. - um pouco envergonhado, ele agradeceu rapidamente e voltou em direção ao banheiro, fechando a porta logo atrás de si.
   Sentei na cama, relativamente confortável, e peguei meu celular do bolso. Liguei o aparelho que tinha deixado ligado desde do momento em que fui resgatar o Nick. Ainda bem que o Nicholas me lembrou. Eu precisava ligar para o Joe e para o Steve para dar notícias. Primeiro, eu liguei para o Joe, o avisando que eu e Nick já tínhamos fugido e estavámos bem e que voltaríamos amanhã. Mais aliviado, ele me informou que todos tinham acreditado na sua história sobre termos viajado. O que não é uma mentira, em parte. Eu até estranhei um pouco ele não ter me provocado com as suas piadinhas sarcásticas e indiretas. Acho que estava um pouco afetado por causa da preocupação.
  Suspirei profundamente e decidi ligar para o meu tio. Durante todo esse tempo evitei atender às suas ligações. Ele não faz ideia do que eu fiz e onde eu estou. Com certeza, Steve está em uma pilha de nervos. O telefone chamou poucas vezes antes de ser atendido.
   -Miley Ray Cyrus, onde você está? - ele disse com uma voz firme e alta, só faltava um pouquinho para ele começar a gritar.
   -Eu estou em um motel. - eu respondi normalmente.
   -E onde fica esse motel e o que você está fazendo aí? Como é que você some desse jeito sem avisar, ainda mais com o Nicholas sequestrado? Você perdeu completamente o juízo? - ele aumentou a voz. Acho que pelo simples fato de ouvir minha voz, o fez ficar ainda mais irritado.
   -Eu busquei o Nicholas. Conseguimos fugir, e estamos hospedados num motel no meio da estrada. Agora dá para você abaixar o tom de voz comigo? Ñão sou nenhuma criancinha.
   -Você não é, mas age como uma! Você foi resgatá-lo sozinha? - ele perguntou descrente.
   -Claro, não tive ninguém para pelo menos demonstrar algum interesse ou apoio. Achei melhor me virar por minha conta. E nem vem me dar uma lição de moral, não, porque eu sei que você só está desse jeito por causa do seu carro.
    -Ás vezes eu me pergunto porque você é tão sem noção. Por acaso isso é só para pagar de rebelde ou é para me atingir, mesmo? Sorte sua que conseguiu, mesmo sozinha, escapar com ele. Mas nunca se faz esse tipo de coisa sozinha contra um bando de sequestradores. 

   Todo esse lengalenga já estava me tirando a paciência. Já me basta o Nicholas me apurrinhando durante a viagem. Não quero ter que aturar o meu tio me dando bronca no telefone. Impaciente, não consegui ficar por mundo tempo sentada na cama e passei a caminhar pelo cômodo. Já com a voz exaltada, eu o interrompi, o fazendo calar a boca por pelo menos um instante.

   -Pelo menos eu dei a iniciativa, não é? Sem a sua ajuda eu consegui achar o paradeiro do Nick e ainda resgatá-lo. Coisa que você e aquele traficante patético iriam demorar dias pra conseguir.

   -Deixe de ser estúpida e confesse. Você se arriscou demais só por causa dele. Poderia ter esperado mais um pouco. Mas como você é mais teimosa do que uma pedra no sapato, você insistiu em ir para aí só para  me contrariar.-ele disse do outro lado da linha com aquele mesmo tom de voz acusador.

   -Foda-se se foi arriscado ou não. Você sabe quanto tempo mais eles levariam para anunciar o sequestro? Você sabe quanto mais tempo levaria para o Nick não ser torturado? Porque quando eu cheguei lá, eles já não faziam cerimônia nenhuma em machucá-lo. Se acontecesse alguma coisa de grave, com certeza eu daria a lição em cada responsável por isso! E você seria culpado por isso também com esse seu descaso.

   -E daí se ele fosse torturado? Não tenho nada haver com isso. O máximo que iria acontecer é inventramos mais uma desculpa para a família Jonas e ele continuaria calado, pois poderíamos fazer coisas piores. Se ele sofrer ou não, não é problema meu. Ele não passa de um filhinho de papai mimado, mesmo.

   Eu não sei porque mas ouvir aquilo deixou furiosa. Então não faria diferença nenhuma para ele? Eu fico insana de raiva só de saber que para o Steve, Nick tem a mesma importância do que de um animal qualquer. Arrisco até a pensar que ele deve ter ficando muito satisfeito quando soube que Nicholas foi sequestrado.

   -Você é um imbecil, sabia? - soltei a primeira coisa que me veio a cabeça. - Quer saber? Por que você não vai fazer alguma coisa de útil em vez de ficar me ligando para me chatear. A minha paciência hoje já está no limite!

   -Por acaso você está defendendo o Nicholas ou isso é só coisa da minha imaginação? -ele disse sarcástico. Ele sabia que uma observação dessas iria me constranger e me deixar furiosa.

   -Eu estou defendendo ele, sim. E você vai fazer o que em relação a isso? -rebati usando um tom de voz desafiador.

   Dei as costas para a janela aberta, que mostrava a paisagem quieta, para voltar a andar pelo quarto quando dou de cara com o Nick apenas de short e com os seus cachos úmidos. Ele pareceu se surpreender no momento em que percebi a sua presença. Não posso negar que ele também me pegou de surpresa. Será que nem disfarçar ele sabe para ouvir as conversas dos outros? As reclamações e argumentos de Steve foram ignorados por mim que ainda segurava o telefone colado ao meu ouvido. Será que o Nick sabe que eu estava falando sobre ele? Que pergunta! Claro que sim. Sobre quem mais eu estaria discutindo com o meu tio? Ele levou olhar ligeiramente para baixo e logo se deu ao trabalho de pronunciar alguma coisa. Ele voltou a olhar para mim.

   -Se quiser usar o banheiro...Já está livre.- apenas uma frase comum. Nada além disso. Nenhuma pergunta provocativa foi feita, nenhum comentário sarcástico ou carregado de rancor.

   -Ta bom. -eu assenti sem saber muito como agir. Eu queria perguntar para ele do que ele entendeu da minha conversa com Steve, mas receio em ele responder o óbvio e me fazer sentir uma idiota. Em seguida me toquei que o meu tio ainda estava do outro lado da linha. -Alô?

   -Finalmente me respondeu! O que você estava fazendo? Pensei que estivesse me ignorando.

   -Seria uma boa ideia, mas gastaria os créditos do meu celular. Enfim, me dé notícias de Los Angeles na próxima ligação. -sem me despedir de maneira devida, desliguei o celular rudemente na cara do meu tio.

    Encarei Nicholas de volta que se sentou na cama e ligou a televisão a sua frente. Ele se deitou e me encarou de volta quando percebeu meu olhar sobre si. Ele estava tão tentador sem camisa deitado daquele jeito irreverente na cama... Ei, Miley! Acorda! Tentei disfarçar os meus pensamentos sujos que provavelmente estavam estampados no meu modo de olhar quando lembrei que ele estava me fitando.

   -Você conseguiu falar com o Joe? - quebrou o silêncio e o ambiente um pouco desconfortável entre nós.

   -Liguei... Ele disse que estava tudo bem por lá. Ele mentiu dizendo que nós dois fomos viajar juntos e que pedimos para ele dar o recado. Enfim, todos acreditaram. - eu dei ombros de uma forma tranquila.

    -Menos mal... - ele comentou. - Miley, - ele chamou meu nome com uma curiosidade carregada em sua voz. -Quando eu acabei de sair do banho, você estava...

     Antes que ele pudesse formular a sua pergunta, eu o interrompi drasticamente, evitando ter que responder qualquer coisa sobre o meu desentendimento com Steve.

    -Nossa, eu estou me sentindo imunda! Eu vou tomar um banho. - peguei minha mochila e entrei quase correndo no banheiro sem deixar o Nicholas falar alguma coisa.

    Fechei a porta atrás de mim e a tranquei. Respirei fundo depois de rolar os olhos. Foi por pouco! Parei um pouco para refletir sobre o que acabou acontecer. Isso foi tão patético da minha parte!

    Encarei meu reflexo no espelho. O mesmo rosto, o mesmo cabelo, o mesmo corpo, mas eu não me reconheço. Desde quando a Miley que eu estou acostumada a ser teria medo de confessar que defendeu alguém quando realmente fez isso? Desde quando ela seria solidária à vítima do seu próprio golpe? Ela nunca faria isso. Ela nunca se sentiria mal ao ouvir o Nicholas a tratando com indiferença. Ela nunca se importaria com ele! Ela nunca perderia o foco da sua missão como eu perdi. Estúpida!

     Por mais que eu tente, às vezes eu esqueço completamente o que eu devo fazer e pensar. Ações e pensamentos que eu nunca imaginaria ter. Tomara que isso seja apenas temporário. Coisa do estresse, é claro. Nada além disso, porque não existe mais outro motivo. Toda essa pressão está me deixando mais frágil e sensível. Nada demais. Agora a única coisa que preciso é tomar um bom banho e dormir para me recuperar.
 

    Nicholas Narrando
 

  Faziam poucos minutos que a Miley entrou no banheiro. Ou melhor, correu para o banheiro. Francamente, eu acho que eu vou morrer sem entender essa mulher. Quer dizer, porque ela iria me evitar só por causa de uma pergunta? Eu tinha certeza que ela falava de mim para o Steve e sem dúvidas ela estava me defendendo. Será que ela teve vergonha de confessar para mim? Não! Ela nunca teria vergonha de nada. Aliás, eu estou falando da Miley. Aquela que me enganou e que a única coisa que a importa de mim é o dinheiro. Para que ela iria me defender? Talvez ela esteja falando sobre outro cara, ou até mesmo falando de mim de um modo debochado e decidiu brincar com a cara do Steve, fingindo que se importa comigo só para irritá-lo. Pode ser qualquer possibilidade, menos a mais absurda.

    Eu tenho que controlar mais essa vozinha esperançosa que às vezes me perturba. Eu não posso mais me dar ao luxo de imaginar que ela me quer bem. Eu sou filho do homem que destruiu a sua vida. Ela só tem motivos para me odiar.

   Mas quem eu posso enganar? Eu ainda não a esqueci. Miley ainda mexe comigo de uma forma que não consigo explicar e muito menos controlar. Seu corpo tão irresistível, seus olhos magnetizantes, sua voz encantadora e seu sorriso inconfundível me fazem perder a razão. Ela é tão maravilhosa mas mesmo tempo tão imprestável... É a mais perigosa combinação para uma pessoa.

    Falando no meu carma, ela finalmente saiu do seu banho. Com a sua mochila na mão e seus cabelos úmidos... Não é possível! Por que ela faz isso comigo? Miley apenas vestia uma blusa larga e a sua calcinha. Isso mesmo. Só isso! Eu a encarei desacreditado na sua cara de pau. O que ela quer? Que eu morra de tesão acumulado ou que eu a agarre para a dar um motivo para me bater? Ela deixou a mochila em cima da cadeira e pegou de lá um pente para desembaraçar o seus cabelos longos. Quando ela percebeu a minha atenção sobre ela e a minha expressão de surpresa, Miley se virou para mim ainda penteado suas ondas carameladas.

   -O que foi? - ela perguntou com naturalidade.

   -Você esqueceu de colocar a parte de baixo da sua roupa. - eu respondi o óbvio.

   -E você a sua parte de cima! - ela rebateu como se o seu argumento. -Não enche, Nicholas.

   -Isso por acaso é o que? Uma tentativa de chamar a minha atenção? Você está tão desesperada assim? - eu não pude perder a oportunidade de provocá-la. Ela quer me atingir de algum modo desse jeito. Ela sabe o quanto a desejo. Miley não quer deixar de tirar sarro de mim e da minha paixão cega por ela.

   -Olha só, garoto, o mundo não gira a sua volta, ok? Só porque você é o galãzinho do seu universo, não quer dizer que tudo o que faço é por sua causa. - ela guardou o pente na sua mochila. -Eu não vou usar um short jeans para dormir só porque você está aqui, né? Eu também quero me sentir confortável.

   -Claro, vou fingir que acredito. - respondi rolando os olhos.

   -Pense o que quiser, eu não estou nem aí. E cá entre nós, não há nada aqui que você já não tenha visto. - disse enquanto se abaixava para ligar o ar condicionado. Aquele movimento fez que a sua blusa escorregasse um pouco e me desse uma visão privilegiada da sua bunda com apenas o pano fino da sua calcinha a escondendo parcialmente. Me ajeitei sobre o colchão, e apertei rapidamente o meu membro sobre o short antes que ela visse, na tentativa de controlar a excitação que começou a dar seu sinal de vida.

   Por um momento, eu até tinha esquecido que ela teria que dormir na mesma cama que eu, até que Miley engatinhou sobre o colchão até ela chegar a um ponto logo atrás do seu travesseiro para apoiar as costas. Aquelas pernas todas a amostra bem perto de mim são uma tortura para qualquer um . Senti um calor crescer dentro de mim conforme ela se aproximava mais. Ela um dia me paga por isso!

    Ela se sentou ao meu lado, pegou o seu celular e começou a entrar na internet normalmente, enquanto eu tentava me concentrar em qualquer coisa não relacionada a ela, mas era impossível com aquela criatura infeliz e extremamente gostosa do meu lado numa cama.

   -Acho que vai chover bastante amanhã. -ela comentou comigo sem tirar os olhos da tela do celular. - Acabei de ver na internet.

   -Legal, mas eu não te perguntei nada. Eu não sei porque voce ainda faz questão de convesar comigo. Não quero conversa com você. Fica na sua calada que é o melhor que você faz. - eu respondi ríspido. Eu estava com raiva dela. Muito mais do que antes. Eu sentia raiva por ser tão imbecil perto dela e por ela me obrigar a resistir à sua sensualidade tentadora. E o pior de tudo é parar para pensar que nenhum homem normal estaria apaixonado por uma golpista dissimulada e tão perigosa, como eu estou por ela.  

   Miley me lançou um olhar de desagrado, quase me estrangulado com os olhos. -Acho que alguém está de TPM hoje.

   -Agora eu que sou o irritadinho? -ironizei.
   -É! Durante a viagem inteira eu não fiz nada pra te irritar sem motivo do jeito que você agiu.

   -Verdade, você é uma ótima pessoa e nunca me deu motivo nenhum para te tratar mal. Você está certa. - cruzei os braços me virando para ela.  

   -Ai, você não consegue superar, hein! Que cara chato! - ela desligou o seu celular e o deixou em cima do criado mudo. -Cansei, vou dormir. E vê desliga essa porcaria de televisão logo. - ela puxou o cobertor e deitou.


   Tempo depois...


   Me revirei mais uma vez na cama tentando achar uma posição confortável, mas como já era esperado, sem sucesso. Eu simplesmente não conseguia dormir. Estava um pouco cansado, mas eu estava agitado demais para cair no sono. Tudo por culpa dela, é claro. Não conseguia parar de pensar em como era bom sentir o calor que seu corpo radiava ao meu lado, do seu cheiro único já se impregnando nos lençóis, e de como eu queria aquela Miley de volta. Aquela que era carinhosa e amorosa, mas irreal. Eu sentia falta de como me sentia feliz com ela, mesmo agkra sabendo que era tudo por vingança. Pelo menos essa de agora existe, por mais que seja uma manipuladora egoísta. Essa é mais pura verdade. Por mais que eu queira uma Miley de mentira que me dizia que me amava de volta, é essa Miley ao meu lado que eu amo. Esse amor que destroi por dentro e só me trás sofrimento, mas eu ainda a amo.


   Eu fico imaginando como ela seria antes de toda a reviravolta na sua vida. Miley, com toda a certeza, seria totalmente diferente se nada daquilo tivesse acontecido com ela. Acho até meio impossível imaginá-la assim. Senti uma pontada de angústia.


   Miley se mexeu ao meu lado e virou de barriga para cima, me fazendo acordar dos meus pensamenos. Ela ainda dormia profundamente. Iluminado pela luz não muito forte do abajur ao meu lado, seu rosto angelical me atraiu a atenção. Ela é tão linda...


   Aproveitando que ela estava inconsciente, observei cada traço e cada detalhe seu. Eu não deveria estar fazendo isso, alimentando o meu amor por ela desse jeito, me deixando levar pelos seus encantos enquanto dorme. Amanhã ela vai acordar, e esse mesmo rosto vai dar lugar um sorrisinho cínico enquanto se diverte com a minha cara.

    Me deitei de lado e apoiei minha mão sobre a minha cabeça, sem conseguir tirar os olhos dela. Poucos minutos depois, percebo a sua respiração não tão calma quanto antes. Ela acelerada demais para alguém dormindo. Suas sobrancelhas se contraíram, formando uma pequena ruga entre elas.

   -Não... - ela gemeu baixinho, como se fosse uma súplica. -Não...

   Suas mãos se fecharam em punho e pude perceber uma lágrima solitária descer pelo seu rosto. Ela estava tendo um pesadelo. Será que eu devo a acordar? Ela continuava murmurando coisas desconexas quase inadiáveis. Aquilo me assustava. Miley nunca foi de sentir medo de alguma coisa, muito menos de ser frágil. Ela sofrendo com um pesadelo para mim, parecia até uma visão fora da realidade.

   Senti meu coração se apertar ao cair a ficha. Havia apenas uma coisa que a fragilizava: seu passado. Me dei ao trabalho de acordá-lá logo. Não suportava a assistir sofrer em silêncio. Toquei em seu braço e tentando não ser muito bruto, a balancei.

   - Miley. - chamei seu nome num tom calmo.

   -Não, por favor. - ela disse quase que um sussurro e tentou puxar seu braço do meu toque.

   -Miley, acorda. - eu a chamei de novo, a sacudindo com um pouco mais de força. -É só um pesadelo, acorda!

    Depois de oitras poucas tentivas, ela abriu os olhos com urgência e levantou o seu tronco, se sentando, rapidamente em alerta. Sua respiração estava pesada. Ela ainda parecia assustada. Eu me sentei ao seu lado. Levei a minha mão a suas costas de um modo reconfortante.

    -Você está legal? - perguntei. Ela balançou a cabeça positivamente, sem olhar para mim. Chad tem razão. Ela se recusa deixar que vejam a sua fraqueza. Provavelmente, com esse episódio do pesadelo, ela deve ter se sentido envergonhada de eu ter visto.

    -Eu te acordei? - ela perguntou de um modo hesitante.

    - Não, eu estava acordado do mesmo jeito. -eu respondi. Mas não pude deixar de me controlar e perguntei. -Miley, sobre o que era?

   -O que? -ela perguntou desconfiada, e tomou coragem de se virar para mim.

   -O seu sonho, ou melhor, pesadelo. Você parecia tão... assustada.

   -Nada! - ela balançou a cabeça negativamente, se levantando da cama. -Nada demais. É um pesadelo bobo como todo mundo tem.

   Eu levantei as sobrancelhas, desacreditado e fiquei a encarando sem responder mostrando que a sua resposta era obviamente uma mentira para mim. Ela rolou os olhos.

   -O que foi? Estou falando a verdade! -eu continuei na mesma postura, mas não insisti. -Quer saber? Vamos acabar com essa conversa sobre pesadelos, ok? Deixa pra lá. -Miley disse impaciente.

   Eu dei de ombros, tentando não parecer muito interessado. -Ok, tanto faz.

   -Você não conseguiu dormir até agora? -ela perguntou, enquanto se ajeitava sobre a cama. Ela se deitou novamente olhando para mim.

   -Não. - eu falei me deitando de lado, ficando na mesma altura.

   -Por que? Está com medo de mim? -ela perguntou debochada, dando uma breve risada.

   Não, apesar da minha insônia ser por sua causa. - Eu estou agitado demais para dormir. Acho que estou ansioso por causa dessa confusão toda. E não, não estou com medo de você. -respondi um pouco reprovador.

   Ela balançou a cabeça em compreensão. Seus olhos azuis refletiam a tímida iluminação do abajur. Eles são tão intrigantes e encantadores... A cada segundo que passo com a Miley, eu fico cada vez mais atraído por ela. Por mais estranho que pareça, ela também me fitava silenciosamente com um olhar distante.

   Xinguei mentalmente quando ouvi o meu celular quebrar o silêncio entre nós e nos acordar para a realidade. O meu celular estava no criado-mudo do lado da Miley, então eu estiquei meu braço, ficando com o tronco sobre ela para alcançar o telefone. Tentei ignorar a aproximação de nossos corpos para atender o telefone. Senti um calor contrastante com o ambiente gelado do ar, quando percebi um olhar demorado da Miley sobre o meu abdômen e peitoral descoberto. Peguei o celular e vi no identificador o nome "Paul".

   -É o meu pai. - comentei desanimado.

   -Deixa tocar. -ela disse com uma voz aveludada e sexy.

    Eu voltei a minha atenção para a Miley. Ela pegou o telefone da minha mão sem a minha resistência. Seus dedos delicados quase acariciava os meus para segurar o aparelho. Ela o desligou e deixou de volta sobre o móvel. Eu não fiz nada, pois eu também não estava com a mínima paciência de atender. Ela mantida um contato visual comigo tão intenso que era quase um pecado ser quebrado. Me deixei aproximar ainda mais, a encurralando com os meus braços. A distância entre nós era tão pequena e tentadora, que eu podia sentir os seios da Miley roçarem em mim quando subiam e desciam, conforme a sua respiração.

    A poucos centímetros do seu rosto, senti o seu cheiro que estava ainda mais forte e convidativo de perto. Seus lábios carnudos entre abertos, disputavam a minha atenção com os seus olhos intrigantes e profundos que me atraíam cada vez mais. Eu não conseguia mais resistir, era impossível! Levado pelos pedidos gritantes do meu instinto, levei meus lábios aos seus.

   Eu não queria saber se eu ia me arrepender depois, eu precisava sentir seus lábios mais uma vez. Eu me resolvo depois com as consequências. Fechei os olhos e a beijei com suavidade apenas sentindo seus lábios macios. Ela não reagiu contra, pelo contrário. Ela percorreu suas mãos macias e pequenas pelos meus braços que estavam ao seu lado e abriu sua boca, dando passagem para a minha língua sentir o seu gosto. Joguei o lençol que estava ainda a cobrindo para o lado, juntando ainda mais nós dois.

   Miley entrelaçou seus dedos no meu cabelo e me puxou mais para si. Nossas línguas se roçavam deliciosamente, de um modo lento, aproveitando cada detalhe daquele beijo. Como eu sentia falta desses lábios! Eu senti um dos efeitos que ela provocava mim quando percebi meu coração disparado. Quando o ar nos faltou, separamos nossas bocas. Eu encostei minha testa na sua sem tirar meus olhos das suas órbitas azuis.

   -É realmente isso que você quer? Depois não vá me culpar no dia seguinte. - ela falou baixinho.

   Sem pensar duas vezes, respondi. - É o que eu mais quero agora. Preciso mais uma noite com você. A última, eu prometo.

    Ela suspirou profundamente. - A última noite.

   Depois podemos fingir que nada aconteceu, podemos brigar feito gato e rato, ela pode até me humilhar. Eu estou pouco me importando com o que vai acontecer a partir do dia seguinte. Eu não só queria, como tinha que ter mais uma noite com ela. Está seria a última lembrança de como é bom tocar e possuir o seu corpo. O único momento que eu tinha certeza que provocava boas sensações nela.

    Miley encostou seus lábios de volta a minha boca, em um breve beijo. Ela mordeu o meu lábio inferior, o puxou de leve com os dentes e logo depois ela sugou demoradamente. Ela me envolveu com uma perna, na altura do meu quadril. A ouvi soltar um gemido abafado pelo beijo quando sentiu minha ereção contra a sua intimidade quente, apenas coberta pela calcinha. Isso só me fez ficar ainda mais excitado. Minha mão passeou pora toda a sua perna lentamente, sentindo a testura macia da sua pele e tentando gravar com o tato cada curva e cada detalhe. Sorri durante o beijo quando percebi Miley se arrepiar com o meu toque. Imaginei como ela reagiria com as carícias mais ousadas.
"Você e eu pegamos pesado
Um no outro como se estivéssemos indo para a guerra
Você e eu somos rudes
Continuamos jogando coisas e batendo as portas
Você e eu ficamos tão
Disfuncionais que paramos de contar o placar
Você e eu somos doentesSim, eu sei que não podemos mais fazer isso, eh"

    Aos poucos o nosso beijo detalhista e demorado, se tornou feroz e urgente. O ar estava cada vez mais difícil de respirar, e não era só por causa do beijo. O meu tesão por ela aumentava descontroladamente, me deixando ainda mais ansioso. Eu apertava a sua coxa sem nenhum cuidado mais, ela puxava meu cabelo e de vez em quando rebolava, para roçar na minha excitação e me deixar louco. Eu mordi o seu maxilar enquanto a minha mão subiu da sua coxa até o seu seio coberto pela maldita blusa que ainda a cobria. Ouvi Miley arfar sôfrega, tão tentada quanto eu.
"Mas querida, aí vai você de novo, aí vai você de novo
Me fazendo te amar
Sim, eu parei de usar minha cabeça, usar minha cabeça
Deixei tudo para lá
Tenho você presa no meu corpo, no meu corpo
Como uma tatuagem
E agora eu me sinto estúpido, me sinto estúpido
Rastejando de volta para você"

    - Gostosa. - eu sussurrei em seu ouvido. -Mal posso esperar pra te ver se contorcendo de prazer.

    -Acho que não está muito longe disso acontecer. - ela respondeu em um ronronar e logo em seguida beijou o meu pescoço, deixando rastros molhados e quentes dos seus lábios.
"Então faço uma promessa que espero cumprir até morrer
Que só ficarei com você mais uma noite
E eu sei que disse milhões de vezes
Mas só ficarei com você mais uma noite

Tento lhe dizer "não"
Mas meu corpo continua te dizendo "sim"
Tento lhe dizer que pare
Mas seu batom me deixa sem fôlego
Eu acordaria
De manhã provavelmente me odiando
Eu acordaria
Me sentindo satisfeito, mas culpado para caramba, eh"

    Quando mal percebi, Miley nos fez rolar sobre a cama, ficando por cima de mim. Eu queria estar no controle, mas estava animado e curioso sobre o que ela iria aprontar comigo. Com as pernas em cada lado do meu corpo, ela estava sentada mim. Ela levantou a barra da sua blusa, revelando a sua barriga lisa e logo em seguida seus tão desejados seios. Céus, como ela é sexy! Ela jogou a blusa para trás, sem se preocupar para onde foi parar. Ela não me deu muito tempo para apreciar a vista, pois Miley logo se inclinou para me beijar novamente.

    Durante o beijo, ela sugou minha língua sem pressa, saboreando-a e deixando o ambiente cada vez mais quente e erótico. Gemi sofregamente quando meu pênis pulsar de excitação. Eu forcei o elástico da sua calcinha pra baixo, a forçando a me ajudar a se despir. Miley se levantou um pouco até que a sua única peça de roupa descesse entre seus pés. Aproveitei que ela não estava em cima de mim no momento, e arranquei o meu short e cueca de uma vez. Miley murmurou um xingamento enquanto viu meu membro ereto a mostra, e não pude evitar um sorriso de lado diante da sua admiração. Ela retribuiu com um sorriso malicioso. Miles voltou a ficar em cima de mim, com uma perna em cada lado do meu corpo, um pouco mais abaixo do meu quadril.

   Sua mão percorreu todo o meu abdômen e peito com provocação, quando sua mão chegou perigosamente na altura do meu umbigo, arranhou levemente o caminho até chegar ao lugar certo. Miles me lançou uma piscadela e logo depois voltou a sua atenção a minha ereção. Ela deslizou sua mão sobre o meu membro com um sorriso safado brincando em seus lábios avermelhados. Arfei de prazer. Miley continuou com o movimento de vai vem com a sua delicada e ágil mão em volta de mim. Eu joguei a cabeça para trás, me deliciando com o estímulo. Quando ela percebeu que meus grunhidos e gemidos começaram a aumentar, ela parou com a carícia. Eu gemi contrariado. Ela sempre quer me implorando por mais. Até na cama Miley gosta de  judiar de mim, mas confesso que esse tipo de tortura eu gostaria de sofrer todo dia.

   Eu levei minhas mãos ao seu quadril e a conduzi a uma penetração. Ela sentou sobre mim lentamente e fechou os olhos com os lábios entreabertos soltando um gemido. A sensação era maravilhosa, a visão era maravilhosa e até o som era maravilhoso. A última noite. Eu não vou poder mais me entregar e cair nos encantos dessa bandida, dessa ladra de corações. Mas hoje é a minha última chance de tê-la só pra mim, e como todo idiota apaixonado não pensei duas vezes. Quando se acostumou, Miley começou a se movimentar em cima de mim novamente sem a minha interferência. Suas mãos se apoiavam sobre o meu peito, com as suas unhas de vez em quando me arranhavam quando não se aguentava de prazer. O cavalgar era rápido e alucinante, seus seios balançaram convidativamente diante dos meus olhos enquanto eu sentia entrar e sair do seu sexo. Antes do que eu imaginava, ela diminuiu a velocidade dos seus movimentos. Então, ela rebelou sobre mim e gememos juntos. Puta que pariu! Eu pedi, de um modo picante, para ela fazer de novo. Então ela fez com os seus olhos vorazes me encarando. Dessa vez, mais estimulado do que antes, eu me movimentei para penetrar ainda mais fundo. Miley arqueou as costas gemendo meu nome com sua voz melodiosa e trêmula de prazer. Os meus músculos começaram a se contrair, eu já sabia que estava oscilando entre o céu e o inferno com essa mulher. Cada vez mais vorazes um pelo outro, nos movimentamos juntos, até eu sentir a Miley se apertar ao meu redor e chegarmos ao ápice juntos, eu soltei um murmurou do tipo "Meu Deus" enquanto a Miley soltou seu último gemido.

   Miley caiu sobre mim, suada e ofegante. Eu não estava tão diferente. Não nos atrevemos a falar nada a respeito. Talvez hesitantes em estragar o clima com algum comentário inconveniente.

   Eu não queria que a noite acabasse por aí. E se dependesse de mim, não vai acabar logo agora. Eu quero amar a Miley de até o amanhecer, até que eu não aguente mais e até que caiamos desmaiados de cansaço. A nossa noite apenas começou.

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Então,  depois  desse momento Niley, estou merecendo um montão de comentários e até divulgação, né? hahaha tá, parei u.u
Mas comentem!!!!
Até o  próximo capítulo :D

  
 

11 comentários:

  1. OWWN, Que moment Niley mais lindo, me apaixono mais por essa fic a cada capitulo :), posta looogo, please.
    Bjos

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    1. Own que bom que gostou *-*
      Espero que goste também do novo capítulo!
      Obrigada pelo comentário.
      Beijos!

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    2. Este comentário foi removido pelo autor.

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  2. OMG que perfeito *------------*
    momento hot NIley :)
    amei o capitulo u.u. safadinho heheheheh
    posta logoo
    kiss and bye

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    1. Que bom que você gostou do momento hot, porque tem mais um no novo capítulo! Kkkkkkkkk
      Espero que goste!
      Obrigada pelo comentário
      Beijos

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  3. Esta simplesmente perfeito!
    Adorei o final. mal posso esperar por mais momento desse tipo rsrs.
    Posta logooo!!
    Beijos!

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    1. Obrigada! *-* Se voce gostou do final, vai gostar também do próximo capítulo! Hahaha
      Obrigada pelo comentário!
      Beijos

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  4. Lety, você postou (FINALMENTE)!!!!
    E como sempre o capítulo foi incrível, teve um montão de momentos em que eu morri de ri, uns dois em que eu senti vontade de socar o Nick por ser tão estúpido com a Miles, se bem que ela merece né?!
    E o final, aiai, acho que te ensinei bem demais a sempre terminar os capítulos em momentos como esses só pra deixar a gente com gostinho de quero mais, né?!
    Bom, seria legal se pelo menos dessa vez depois de uma noite juntos eles ficassem realmente juntos porque sinceramente esse negócio de "última" não me pareceu muito sério, ou será que foi?! o.0
    Então, voce não vai me deixar morrendo de curiosidade por muito mais tempo né?!
    Vai postar bem rapidinho dessa vez né?! *-* Diz que sim! rsrsrsrs
    Bjsssss

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    1. Sim, finalmente, né? Hahahaha
      Own, ficou feliz que tenha gostado tanto! Eu sei, o Nick foi um estúpido com a Miley, mas ele tem as razões dele, né?
      Pois é, o feitiço se voltou contra a feiticeira! Hahahaha Vingança por deixar suas leitoras na vontade! Brincadeira Kkkkkkkkk
      Seria legal mesmo, mas será que os dois vão dar o braço a torcer? Acho difícil, principalmente da parte da Miley.
      E eu consegui postar rápido! \o/ Vou sempre tentar manter esse ritmo, mas não sei se sempre vai dar certo.
      Espero que goste do novo capítulo!
      Obrigada pelo comentário.
      Beijos

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  5. Ta muito bom!!! Adorei o momento niley s2
    POSTA LOGO!!!
    divilga o meu blog por favor?
    http://niley-beforethestorm.blogspot.com.br/

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    1. Oooi! Seja bem-vinda! :D
      Que bom que você esteja gostando *-* Espero que eu continue te agradando desse jeito.
      Eu já divulguei o seu blog no novo capítulo!
      Obrigada pelo comentário.
      Beijos!

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