Gente, já coloquei o grupo visivel pra vocês participarem. Só as publicações que vão ser privadas, combinado?
o link : https://www.facebook.com/groups/425378457566373/
sexta-feira, 18 de outubro de 2013
Grupo de leitoras e escritoras Niley!
Se você curte ler e/ou escrever Niley, não ignore essa postagem, por favor! Eu acabei de criar um grupo no Facebook para escritoras e leitoras Niley. Isso mesmo! Eu estava pensando um dia desses como existe leitoras e escritoras Niley espalhadas em outros sites e blogs e nem conhecem as nossas fics. Já sabemos que não existe muitas por aí, por isso achei legal a ideia de criar um grupo só pra isso. Eu tirei essa ideia quando comecei a part
icipar de um grupo de leiotras de fanfics só de Jogos Vorazes. Lá tinham divulgações, spoilers de fics (ui ui! AMO), conversas entre leitoras e escritoras... Me pareceu bastante legal fazer isso com as fics Niley também! Eu já até conversei com a Amy e a Lívia sobre isso e elas adoraram a ideia também.
Eu estou com um novo perfil só pra criar esse grupo (o meu está lotado de notificações rs). Anyway, se quiserem participar, entrem nesse link aqui:
Part
https://www.facebook.com/groups/425378457566373/
icipar de um grupo de leiotras de fanfics só de Jogos Vorazes. Lá tinham divulgações, spoilers de fics (ui ui! AMO), conversas entre leitoras e escritoras... Me pareceu bastante legal fazer isso com as fics Niley também! Eu já até conversei com a Amy e a Lívia sobre isso e elas adoraram a ideia também.
Eu estou com um novo perfil só pra criar esse grupo (o meu está lotado de notificações rs). Anyway, se quiserem participar, entrem nesse link aqui:
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quarta-feira, 16 de outubro de 2013
Capítulo 33 - Titanium
Trilha sonora: Titanium
Você grita alto
Mas eu não ouço
uma palavra do que você diz
Eu estou falando
alto sem dizer muita coisa
Fui criticada,
mas as suas balas ricocheteiam
Você atira em
mim, mas eu levanto
Sou à prova de
balas, não tenho nada a perder
Atire, atire
Ricocheteia,
mire
Atire, atire
Você atira em
mim, mas eu não caio
Sou feita de
titânio
Você atira em
mim, mas eu não caio
Sou feita de
titânio
Pode acabar
comigo
Mas você é quem
terá mais para sofrer
Cidade fantasma,
amor mal-assombrado
Erga a voz, paus
e pedras podem me quebrar os ossos
Estou falando
alto, mas não estou dizendo muita coisa
Sou à prova de
balas, não tenho nada a perder
Atire, atire
Ricocheteia,
mire
Atire, atire
Você atira em
mim, mas eu não caio
Sou feita de
titânio
Você atira em
mim, mas eu não caio
Sou feita de
titânio
Sou feita de
titânio
Sou feita de
titânio
Dura como pedra,
metralhadora
Atirando
naqueles que se erguem
Dura como pedra, como vidro à prova de balas
Nicholas Narrando
Era impossível de acreditar no que está acontecendo. Não
havia mais outra saída. Mas eu não queria aceitar os fatos. A Miley não vai ser
presa. Porra, ela não pode ser presa! Só de imaginar longe dela, incapaz de
fazer qualquer coisa para reverter a situação, era insuportável. Não queria nem
pensar nas coisas terríveis que fariam com ela na prisão.
-Você não pode se entregar. – eu disse firme sem largar
as suas mãos. – Invente qualquer coisa! Eu confirmarei para os policiais a sua
mentira.
-Mas a sua família, não. – ela respondeu certa do que
aconteceria. Os seus olhos azuis se desviaram dos meus e engoliu em seco. –Confirme o golpe. Fale que eu te manipulei
por todo esse tempo. Por favor, Nick. Não fale sobre o passado entre eu e seu
pai. Eu não quero que me olhem como uma coitadinha. Nós sabemos muito bem que
seu pai é um homem influente e que farão tudo a seu favor. Não posso deixar que
vejam a fragilidade em mim. Naquele lugar, não. Faça o que eu estou falando.
Pelo nosso bem. – não era pelo seu bem. Ela só queria que a atenção dos
investigadores se desviasse de mim.
-Miles, eu vou fazer de tudo para que você seja
inocentada. – eu disse lutando contra o nó em minha garganta e a minha visão
marejada. Pude ver que a Miley também tentava segurar as lágrimas. – Eu te amo.
E você sabe muito bem que faria qualquer coisa por você.
Ela respirou fundo enquanto tirava o colar que eu tinha
dado de presente para ela.
-Já era de se imaginar que alguma coisa nos impediria. Eu
tentei ignorar, Nick. Mas somos de mundos completamente diferentes. Eu só quero
que você seja feliz. Então, por favor, não faça nenhuma loucura por minha
causa. Só... me esquece. – Miley pegou a minha mão e colocou o colar nela. –
Você não merece lutar por alguém como eu. – falou em um fio de voz. Eu não
mereço. Eu preciso lutar por ela.
Antes que eu pudesse falar mais alguma coisa diante de
toda aquela merda que a Miley acabou de falar, ouvi passos e vozes dos
policiais próximos. Puxei Miley para perto de mim, tão rápido que ela foi pega
de surpresa, e beijei a seus lábios. Como um sinal que eu nunca desistiria
dela. Miles retribuiu com as mãos sobre a minha nuca, causando arrepios na
minha pele. Meu Deus, como eu vou sentir falta dessa boca! Nos beijamos
suavemente para poder sentir detalhadamente o gosto de cada um. Merda, aquilo
não pode ser um beijo de despedida. Ela se afastou com alguns selinhos. Eu não
queria soltar os meus braços ao redor do seu corpo, mas eu tinha que fazê-lo.
Nos
distanciamos um pouco quando os policiais finalmente chegaram no cômodo. Eles
apontaram as suas armas para direção da Miley.
-Parada!
Coloque as mãos sobre a cabeça. – um deles gritou, autoritário. – Alguém nos
ligou, denunciando sobre um golpe.
-Por acaso
esse homem é da família. – outro perguntou, se referindo ao corpo do Steve.
-Não, ele
é o tio dela. Um dos golpistas. – meu pai pronunciou. – Ela mesma que o matou.
– acusou a Miley sem nem mesmo parar para pensar. Eu sei que estava meio óbvio,
mas isso me deixou irado. Meu pai queria se livrar o mais rápido possível dela.
Desgraçado!
- Ok, nos
resolvemos na delegacia . Mandem buscar o corpo. – o tal policial ordenou para
os demais colegas.
Quando eu
voltei a minha atenção à Miley, ela estava sendo revistada por outro policial.
Ele já carregava a arma que a minha namorada levava na calça e logo achou o seu
celular que se encontrava em seu bolso. Droga, irão revistar o chip!
-Esse
celular é meu. – eu me pronunciei. – Ela pegou para levar embora quando
fugisse.
Miley
olhou para mim aliviada. Mesmo um pouco desconfiado, o tal policial me entregou
o aparelho. Eu o peguei e guardei no bolso. Sabia que quanto menos eles
soubessem, menos crítica seria a situação.
Enquanto o
policial algemava seus pulsos atrás de seu corpo, ele dizia todos os seus
direitos diante da lei de Califórnia. Eu me sentia péssimo em assistir essa
cena. Mas se eu fizesse alguma coisa agora, só pioraria.
Quando
levaram a Miley daquele quarto cercada de policiais, senti uma batida falhar em
meu coração e apertei o cordão entre meus dedos. Não vou deixar que fique só
por isso. Não, mesmo.
Miley Narrando
Os passos
ecoavam pelo corredor frio e silencioso. Uma policial me levava pelo braço para
um caminho óbvio. Odeio quando me seguram assim. Mais dois nos acompanhavam
mais atrás. Isso é ridículo. O que eu faria no estado em que estou? Bem, não
significa que eu obedecerei todo fardado de merda. Eu estou entrando em um
universo em que tem que se impor para conseguir espaço. E com toda certeza eu
não vou ficar para trás.
Voltando
ao ponto, depois de passar por toda aquela palhaçada da imprensa me perturbando
em frente à delegacia, me encaminharam para cá.
Um dos
guardas abriu a porta da sala do delegado. Mas ele não estava lá, como eu
imaginava, e sim um homem engravatado. Lá vem! Eu já sabia muito bem do que se
tratava e o melhor que eu poderia fazer agora é bater de frente sem medo. Eu
sei que não ganharia muito com isso, mas pelo menos eu não perderia mais nada.
Se eu der algum sinal de acuamento, sobraria para mim mais tarde no presídio.
Eu sei que aquele lugar pode ser um pedacinho do inferno para mim, mas tudo
isso dependerá de minhas atitudes. Eu sei que se eu mentir e disser que sou
inocente, irão rapidamente descobrir o contrário.
Respirei fundo. É o melhor a fazer, repeti
para minha própria consciência. Encarei o homem a minha frente direta e
seriamente. Dois dos guardas que me acompanhavam permaneceram do lado de fora
da sala que era irritantemente iluminada, enquanto a policial me empurrou para
baixo, para me sentar na cadeira a frente do homem curioso. A infeliz voltou
para a o seu lugar, ao lado da porta.
-Miley Cyrus... - pronunciou o meu nome
lentamente e com ar pensativo, me analisando sem pressa.
-Eu sei que você é um daqueles imbecis de
agência secreta. Se quiser tirar alguma informação de mim, você vai ter que me
soltar dessas algemas. - eu disse com um tom de voz seguro. - Essa merda
machuca, sabia? E já estou com dor nos ombros.
-Você sabe
que não pode ficar sem algemas.
-E você
sabe que não pode me forçar a falar nada. - eu rebati.
Ele parou um pouco para pensar e suspirou.
-Você é espertinha demais pro meu gosto. - resmungou. -Vamos fazer o seguinte:
eu mando tirarem as algemas de você só enquanto estiver aqui comigo e você
responderá as minhas perguntas. De acordo?
Dei de
ombros como resposta. O investigador mandou a policial abrir as algemas.
- Eu não
sou autorizada a isso, senhor Peterson. - ela respondeu.
-Não vai acontecer nada demais. Eu me
responsabilizo em nome da FBI por ela. Os assuntos que eu tenho a conversar com
a Miley é de extrema importância. Será que não dá pra soltar logo? - perguntou,
puxando um pouco mais a gravata apertada do pescoço. Peterson é de altura
moderada, tem cabelos bem cortados pretos com poucos fios brancos espalhados.
Tem uma aparência elegante. Até demais para situação que está.
A policial
cedeu e soltou as algemas que me incomodavam. Massageei meus pulsos doloridos e
relaxei os ombros que antes estavam tensos. Bem melhor agora.
-Eu sabia que algum dia encontraria você por
aqui. Soube que você já é bem famosa na Europa. Bom, eu sei que você não usava
seu verdadeiro nome lá, mas foi fácil juntar as peças depois de tantas
pistas...
-Vocês são
patéticos. Só descobriram agora porque me denunciaram para a polícia. Isso
qualquer um poderia fazer! - eu ironizei. Mas o engravatado não se deixou
abalar pelo meu comentário.
-Devo mesmo confessar que fomos falhos nisso.
Se não fosse por aquela denúncia anônima, você já teria matado toda aquela
família e acabado com uma das mais importantes empresas do estado. Você nunca
fez uma coisa tão grande assim, não é? Eu soube de alguns misteriosos
assassinatos e alguns golpes em que uns dos principais suspeitos eram você e o
seu falecido pai. Estou certo?
-Ele era meu tio. - corrigi. - Meu pai também
está morto.
-Você
também o matou? - ele perguntou com certa surpresa.
-Claro que não! - eu respondi horrorizada. -
Não chego a esse ponto!
-Eu não
sei... Você acabou de matar o próprio tio.
-Ele era um filho da puta. Steve ia fazer o
golpe sem me avisar. Acabamos discutindo e eu o matei por motivos financeiros.
Fiquei sabendo que ele pegou o dinheiro da conta no exterior do Paul e ficaria
toda para ele. Enfim, ele queria me passar a perna. E cá entre nós, ele não era
uma flor que se cheire. - eu precisava contar desse jeito para não desconfiarem
de nenhum vínculo entre eu e Nick. Se eu dissesse que fiz aquilo por ele,
obviamente eu teria o empurrado para uma cilada. A família Jonas certamente
confirmará a minha afirmação. Nenhum deles teria coragem de envolver mais o
Nick do que ele já está.
O homem balançou a cabeça, em sinal que estava
entendendo. Numa tentativa falha em parecer impassível, ele me olhava com
espanto pelo meu discurso. Não é para menos. Apesar do nervosismo por dentro,
minha voz soava despreocupada e até indiferente. Com toda a certeza, a minha
capacidade de manipulação não pode ser subestimada.
-Bom, é
meio óbvio dizer isso, mas você e o seu tio não fizeram tudo isso sozinhos.
Quero saber quem trabalhou com vocês em todos esses golpes.
-Estou cansada. Não quero mais ser
investigada. - mudei de assunto, entediada.
-Não fuja
da minha pergunta. Quem mais está envolvido nisso? Você não tem mais nada a
perder. Você já foi pega em flagrante, não vai ter nem um centavo daquela
família e provavelmente não vai sair dessa prisão tão cedo. Então vamos
descomplicar logo isso.
-Eles já
estão bem longe há uma hora dessas. Vai ser inútil eu falar alguma coisa.
Agora, eu quero sair daqui.
O investigador bufou impaciente. -Isso aqui
não é uma brincadeira, Cyrus. Nesse lugar, você estará longe de ditar as
regras. - me advertiu já perdendo aquela calma de antes. Eu revirei os olhos em
resposta.
-Eu não vou falar. E nem adianta insistir
comigo outras vezes.
Com apenas
uma mão, Peterson me pegou pelo maxilar e o puxou para cima para eu poder
encarar seus olhos acinzentados e sérios. -Você não é uma bandida qualquer. E é
por isso que eu estou aqui, te acompanhando de perto. Mas saiba também que FBI
não é como uma simples equipe de policiais. Não brinque com fogo.
-Eu estou pouco me fodendo se vocês são a FBI
ou não. Se eu não quiser contar, eu não vou contar!
Ele apertou mais o meu maxilar e fiz uma
careta de dor. - Fale antes que...
-Antes que
o que? - eu o interrompi, me atrevendo em provocá-lo. - Que me torture? Que me
bata? Ou que me abuse? Já ouvi histórias interessantes sobre presídios. Mas
nunca ouvi falar sobre o que os engomadinhos da elite policial podem fazer
comigo. O meu advogado vai adorar saber disso. Ele encarou um pouco hesitante a
guarda que ainda estava a postos na porta, e que provavelmente nos assistia
atenta. Ele me lançou um olhar de desprezo e soltou o meu rosto.
-Mande-a para a sua cela. - ele ordenou à
mulher atrás de mim, aparentemente impaciente. Eu sei que eu posso estar
encrencada com ele. Mas eu também sei me colocar em meu lugar. Pelo menos
agora, Peterson e seus coleguinhas sabem que eu não sou do tipo que me submeto
a policiais. Sejam de onde for.
A policial
me algemou novamente, depois de eu ter levantado da cadeira por espontânea
vontade. Levei mais uma vez o olhar para o agente antes de sair da sala.
Intrigado, Peterson me observava com intensidade, analisando cada movimento
meu. Aposto que estava pensando em o que fazer comigo antes que eu vá ao
julgamento. Mas ele tem muito tempo para isso. Pelo jeito, ainda há muito que
investigar e analisar sobre os fatos.
Me
segurando pelo braço, a policial me guiava pelos corredores monótonos da enorme
prisão até finalmente chegar uma sequencia de grades após grades de segurança
que levariam aos corredores das celas. A cada passo que eu dava em direção
aquele lugar, minha consciência gritava para eu dar meia volta e correr. Eu
deveria estar preparada para isso. Por dentro, eu sempre me conformava com a
possível possibilidade de ser presa. Desde que eu conseguisse me vingar do Paul
Jonas. Eu não via muitas coisas a perder. Não até agora. Não agora em que eu
achei algum motivo para fugir disso tudo. Eu quero me socar. Eu poderia muito
bem ter evitado tudo isso sendo corajosa o suficiente para contar para o meu
tio, sem medo da sua reação. Mas eu fui covarde demais para fazer isso. Pisquei
forte, tanto espantar esses pensamentos. Chega! Esse é o lugar onde eu devo
estar por tudo o que fiz. Nick nunca poderia ficar comigo de qualquer jeito.
Ignorei o aperto que senti no coração. Uma hora eu teria que abrir os olhos de
novo para realidade.
Finalmente chegamos ao extenso corredor das
celas. Mulheres estranhas me encaravam de todos os lados por trás daquelas
grades. Algumas me viam como uma nova refeição. Ou como um novo saco de
pancadas. Quero saber quem foi o imbecil que achava que a prisão feminina é
melhor do que a masculina. Só quem é realmente envolvido com crimes sabe que é
bem pior. Homens são mais violentos, mas as mulheres conseguem ser muito mais
manipuladoras, calculistas e maldosas. Bom, eu sou um exemplo disso. Agora eu
vou ter que lidar com várias versões feiosas de mim pelo resto da vida. Que
ótimo!
Tentei não
demonstrar muita preocupação em relação a isso. Minha expressão estava vazia,
talvez possa parecer até um pouco arrogante pela minha imparcialidade. Fingi
não escutar as provocações que diziam para mim.
-O que a
Miss Califórnia está fazendo por aqui? Por acaso roubou a bolsinha Chanel da
sua amiga? – uma mulher alta com um piercing na sobrancelha fez piadinha. As
outras ao seu redor riram acompanhadas dela. Bando de vacas. Era evidente que a
maioria delas me subestimavam pela minha aparência. Comparada às outras, eu era
bem menor e delicada. Além da questão da beleza, já que a maioria delas estão
muito mais descuidadas por causa das drogas ou pelo tempo em que estão aqui.
Elas me viam como um bichinho fofinho e indefeso no meio de uma selva. Eu não
posso deixar de me assustar um pouco com isso. Mas é claro que não vai ser
necessário demonstrar esse medo.
Todas
estavam com as roupas parecidas com as minhas. Uma calça azul de malha e uma
camiseta branca simples. Como o restante das presidiárias, meus cabelos longos
estavam presos em um rabo de cavalo. Poucas têm o cabelo tão comprido quanto o
meu. Acho que são novas. Ouvi falar que há um dia do ano em que cortam o nosso
cabelo por questão de higiene.
A policial
parou o seu caminho e eu parei junto. Ela verificou o seu molho de chaves e
identificou uma pelo número. Abriu uma das celas e antes de me dar passagem
para entrar, soltou as minhas algemas. Eu caminhei para dentro do pequeno
espaço e ouvi a grade se fechar atrás de mim. Não posso chamar de um ovo. Sei
que existem celas bem piores do que isso. Lá tinha alguns beliches, uma mesinha
com revistas e livros velhos e logo no canto tinha um espacinho isolado,
provavelmente para aliviar as necessidades. Pelo menos o essencial, né? Vi que
havia uma cama na parte de cima do beliche que tinha roupa de cama nova, ainda
dobrada. Acho que essa é a minha.
Minha
atenção desviou da mobília mínima ao meu redor quando eu percebi alguns olhares
sobre mim. Eu tinha três novas colegas de cela. Uma delas é uma baixinha
gordinha que me lembrava uma tia que eu tinha no Tennessee, mas a diferença é
que ela não tinha uma tatuagem de tigre no braço. A outra me lembrava uma
corredora de maratonas. Tinha a pele cor de café, era alta e tinha um corpo
magro, mas forte. A outra parecia só mais uma drogada punk. A baixinha era a
única que me olhava estranho, como se eu estivesse roubando algo seu. As outras
me encaravam com curiosidade.
-Bem-vinda,
novata. – a garota punk quebrou o silêncio. – O que você fez?
-Essa é
sempre a primeira coisa que vocês perguntam? – eu perguntei. Fala sério, isso é
tão clichê.
-É um dos
únicos assuntos interessantes que tem por aqui. – a baixinha falou. – Ou você
acha que nós vamos perguntar qual é o nome da cor do seu esmalte?
-Por que
todo mundo acha que eu sou uma patricinha? – eu cruzei os braços. – Por acaso
você me viu carregando um poodle de vestido rosa?
A mais
alta riu. – Garota você parece uma Barbie marrenta. É obvio que nós vamos
pensar isso.
-Eu sou
uma criminosa. – falei o obvio.
-Não te
impede de ser uma patricinha fora da lei. – a punk deu de ombros. Ok, essa
conversa não está mais fazendo sentido...
-Enfim,
vai contar ou não? – a morena perguntou curiosa.
-Eu sou
uma golpista. Bom, eu me infiltrava em algumas famílias ricas da Europa para
roubar dinheiro ou joias muito caras. Mas quando eu vim fazer o meu ultimo
golpe aqui em Los Angeles, me pegaram. – falei enquanto subia no beliche para
me sentar na ponta da minha cama.
-Espera
aí, você é a tal ladra de corações? – a mesma mulher alta, me perguntou
entusiasmada. – Ei, eu já ouvi falar de você! Não sabia que você tinha vindo
para cá.
-Como você
sabe de mim? – eu perguntei mais interessada.
-Eu
trabalhava para uma gangue daqui. Nós tínhamos contato com outras gangues
internacionais. E bom, muitos deles falavam de você.
-Em quem
você queria fazer o golpe aqui? – a punk questionou.
-Na
família Jonas.
-Qual dos
irmãos você deu o bote? – perguntou a morena com um sorrisinho malicioso.
-O mais
novo.
-Por que
você não pegou aquele modelo? – a gordinha questionou indignada. – Ah se eu
tivesse a chance de agarrar aquele moreno gostoso! – eu ri, imaginando a cena
cômica daquela cinquentona pequenininha atacando o Joe. Meu Deus!
-Você não
viu o mais novo? Eu sei que ele é muito pirralho para mim, mas eu não teria
problema nenhum em ser chamada de pedófila se eu estivesse com aquele deus
grego na cama! - a morena disse. Pelo visto os Jonas também tinham fama por
aqui. Pode ter sido até uma brincadeira, mas eu senti um pouquinho só de ciúmes
em pensar que não só ela, mas como muitas outras mulheres de Los Angeles devem
ter esse desejo.
A punk
rolou os olhos. – Vocês e seu fogo interminável... Será que vocês não conseguem
não pensar em um minuto sobre homens?
Resumindo
o resto da conversa. As três continuaram a discutir quais jovens ricos elas
dariam o golpe só para tirar uma casquinha. Quer dizer, menos a Tiffany, a
punk, que era lésbica. Ela fazia a sua lista feminina de possíveis vítimas. A
Tiffany, como eu imaginava era envolvida com o tráfico de drogas. Mais
especificamente de Molly, que é uma droga muito popular em Los Angeles. A
baixinha mais marrenta era a Cassie. Ela também se envolveu com o tráfico, mas
foi presa porque foi pega em flagrante numa cena de assassinato da namorada do
seu ex-marido. E por fim, a Catherine que trabalhava para uma gangue bastante
conhecida foi pega junto com três parceiros de crime em um dos golpes de um
banco. Apesar de não serem agressivas comigo, as três me advertiram sobre certos
grupos de presidiárias daqui que não prestam nenhum pouco e que eu devo ficar
na minha se não quiser confusão. Como se a confusão já não andasse do meu lado
por vontade própria.
Nick
Narrando
Depois de
voltarmos da delegacia para o depoimento de todo mundo da família, voltamos
para casa num silêncio esmagador. Todo mundo disse o que já era de se esperar.
Fomos pegos de surpresa por eles, pois ninguém desconfiava de nada. Inclusive
eu e o Joe mentimos. A minha vontade era de jogar toda a verdade de uma vez,
mas seria burrice minha fazer algo assim. Meu pai é milionário. Todo mundo
faria o que ele bem quisesse, independentemente da sua inocência ou não. Eu
estava com tanta raiva dele, que eu nem conseguia olhar para sua cara.
Ninguém se
deu o trabalho de falar alguma coisa comigo também. Acho que a tensão entre nós
era bem perceptível, então cada ficou em seu canto. Nem mesmo Christine quis
dizer um pio ao meu pai, Acho que ela ainda está chocada demais sobre a verdade
que o Steve contou para toda a família. Ela está certa. O homem com quem ela
deita toda noite já foi responsável por aquela covardia. Pelo menos agora eu
sei que ela não é comprada assim tão facilmente.
-Nick,
eu... – ouvi a voz do meu pai falar e senti sua mão pousar em meu ombro. Eu nem
mesmo me virei. Ignorei o que tinha para dizer e segui o caminho para o meu
quarto. Eu quero discutir mais nada hoje. Preciso botar minha cabeça no lugar.
Preciso pensar no que fazer.
Três dias
depois...
Bati
algumas vezes na porta de seu quarto. Antes mesmo de uma resposta, passei a mão
no cabelo, um pouco desconsertado. Bom, eu não sei exatamente como eu posso
falar isso. Acho que o melhor jeito é falar tudo de uma vez.
-Pode
entrar. – ouvi a resposta do meu pai.
Abri a
porta que estava encostada e avistei meu pai terminando de amarrar seu sapato
para jogar golfe. Como é que ele consegue ter cabeça para jogar golfe no meio
disso tudo que aconteceu?
-Nick! –
ele se surpreendeu com a minha presença e abriu um sorriso. Bom, ultimamente o
tenho falado o mínimo possível com ele. Então apenas o fato de eu estar
interessado em conversar sobre alguma coisa já é uma novidade.
-Preciso
que você contrate um advogado. – eu fui direto. – Dos bons.
-Ah... –
vi a sua expressão facial murchar. Era óbvio que eu não tinha muita coisa
interessante para conversar com ele. – Mas você tem um, lembra? Fique tranquilo
pois ele é um ótimo advogado!
-Você não
entendeu. – eu disse me recostando numa mesa que tinha debaixo de um espelho de seu quarto. - Eu não quero
um para mim. Eu estou falando de um para a Miley. E ela precisa de um excelente
advogado.
-O que?! –
ele levantou a voz, perplexo demais com o meu pedido. – Você enlouqueceu? Você
viu o que essa garota e aquele Steve fizeram com a nossa família? Se não fosse
por aquela briga entre os dois nós estaríamos mortos.
-Se não
fosse por ela,– eu aumentei meu tom de voz também, me aproximando de Paul. –
nós estaríamos mortos. A Miley escolheu matar o próprio tio para salvar a minha
família porque ela me ama! E eu a amo também.
-Não é
possível, você tem sérios problemas. – o meu pai disse com as mãos sobre a
cabeça. – Ela não te ama, Nicholas! Coloca isso na sua cabeça. Ela é uma
assassina. A Miley nos enganou esse tempo todo. O amor dela não era sincero.
Uma pessoa como ela não é capaz de amar alguém! E se já não bastasse essa ideia
estúpida, você acha que eu vou pagar um advogado para aquela vigarista só
porque ela matou o tio?
-Não, você
tem que pagar um advogado para ela porque é o mínimo que você tem que fazer
depois de toda a merda que você fez na vida dela. Ou você acha que todos nós
nos esquecemos da história de como você conseguiu essa empresa?
Vi que ia
puxar o ar para dizer mais alguma coisa antes de eu ter rebatido. Mas ele
engoliu todas as suas palavras diante das minhas. Ele sabia que eu tinha razão.
-Se ela é
uma vigarista assassina, você é o culpado por isso. – eu continuei. – Você não
acha que ela simplesmente poderia contar todo o motivo dela estar naquela
prisão para os investigadores? Se eu fosse ela, seria a primeira coisa que eu
faria. Mas ela não disse. E então?
-Não. – ele
respondeu baixo. – Não vou fazer nada por ela. Se a Miley escolheu essa vida de
crimes, foi por escolha dela. Eu não a obriguei a fazer nada do que ela já fez.
Eu o
encarei intensamente. Ele sabia muito bem o quanto de magoa que eu sentia.
-Você não é
obrigado a amá-la só porque sente pena dela. – ele continuou. Cretino.
-Eu não
sinto pena dela. Ela não é uma pobre coitada para eu sentir pena. A Miley é a
mulher que eu amo. E só porque você não aceitou o meu pedido de ajuda, não quer
dizer que eu desisti de fazer alguma coisa por ela.
-Tudo bem.
Pode fazer o que quiser, mas sem nenhum tostão meu. Eu não vou te dar mais
mesada nenhuma.
-Ok,
foda-se. Eu me viro. Não preciso do seu dinheiro podre. – eu disse saindo do
quarto.
-Então o
que vai fazer? Roubar do jeito que a sua namoradinha ensinou? – ele perguntou
transbordando ironia.
-Talvez.
Quem sabe eu encontre um imbecil rico que nem você para assaltar? – eu rebati sarcástico
um pouco antes de bater a porta atrás de mim.
Eu não
faço ideia do que eu posso fazer. Preciso encontrar uma solução rápida. Alguém
que possa me ajudar. Eu sei que estou prestes a fazer uma loucura, mas preciso
de alguma solução. Essa é a única que consigo ver. Desci as escadas correndo até
chegar à garagem. Peguei as chaves que estavam em meu bolso e desativei o
alarme do meu Ashton Martin. Se eu não me engano eu me lembro de uma conversa
da Miley e do Steve em quais pontos os parceiros do Black Bull estão
espalhados. É melhor que algum deles esteja naquele lugar.
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Oi
genteeeeee! Mil desculpas pela demora, desculpa mesmo! Eu sei que demorei bastante
para postar e fiquei por um bom tempo sem comentar em alguns blogs. Eu e minhas
amigas tínhamos montado um grupo de dança para poder apresentar no festival de
dança lá do colégio. O tempo também ficou super apertado até para os ensaios e
ficou tudo para cima da hora. Então faltando uma semana para o festival, a
gente usou o máximo do nosso tempo livre ensaiando. Quando eu chegava em casa,
eu já estava mortinha! E ainda teve logo depois a semana de provas (que por
sinal todo mundo deixou para estudar na ultima hora por causa da dança). Ou
seja, tempo livre zero! Só agora nesse feriadão que eu consegui terminar de
escrever esse capítulo e me atualizar em alguns blogs (não todos ainda). Então
desculpa qualquer coisa, ok? :D Espero não deixar mais vocês na mão! Espero que
tenham gostado do capítulo. E oh, atenção aí! Falta bem pouquinho para
temporada acabar. O capítulo 36 será o final. Mas fiquem de boas que vou logo
postar o ultimo capítulo com a sinopse ou até mesmo um prólogo da segunda
temporada, mas o prólogo vai depender do meu bom humor. E vocês sabem que
quantos mais comentários, melhor o meu humor fica ;D haha Então não deixem de comentar!
Beijos!!!
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