sexta-feira, 18 de outubro de 2013

Grupo leitoras e autoras niley +1 rs

Gente, já coloquei o grupo visivel pra vocês participarem. Só as publicações que vão ser privadas, combinado?
o link : https://www.facebook.com/groups/425378457566373/

Grupo de leitoras e escritoras Niley!

Se você curte ler e/ou escrever Niley, não ignore essa postagem, por favor! Eu acabei de criar um grupo no Facebook para escritoras e leitoras Niley. Isso mesmo! Eu estava pensando um dia desses como existe leitoras e escritoras Niley espalhadas em outros sites e blogs e nem conhecem as nossas fics. Já sabemos que não existe muitas por aí, por isso achei legal a ideia de criar um grupo só pra isso.  Eu tirei essa ideia quando comecei a part
icipar de um grupo de leiotras de fanfics só de Jogos Vorazes. Lá tinham divulgações, spoilers de fics (ui ui! AMO), conversas entre leitoras e escritoras... Me pareceu bastante legal fazer isso com as fics Niley também! Eu já até conversei com a Amy e  a Lívia sobre isso e elas adoraram a ideia também.
Eu estou com um novo perfil só pra criar esse grupo (o meu está lotado de notificações rs). Anyway, se quiserem participar, entrem nesse link aqui:



Part
https://www.facebook.com/groups/425378457566373/

quarta-feira, 16 de outubro de 2013

Capítulo 33 - Titanium


Trilha sonora: Titanium

 

Você grita alto

Mas eu não ouço uma palavra do que você diz

Eu estou falando alto sem dizer muita coisa

Fui criticada, mas as suas balas ricocheteiam

Você atira em mim, mas eu levanto




Sou à prova de balas, não tenho nada a perder

Atire, atire

Ricocheteia, mire

Atire, atire

Você atira em mim, mas eu não caio

Sou feita de titânio

Você atira em mim, mas eu não caio

Sou feita de titânio




Pode acabar comigo

Mas você é quem terá mais para sofrer

Cidade fantasma, amor mal-assombrado

Erga a voz, paus e pedras podem me quebrar os ossos

Estou falando alto, mas não estou dizendo muita coisa




Sou à prova de balas, não tenho nada a perder

Atire, atire

Ricocheteia, mire

Atire, atire

Você atira em mim, mas eu não caio

Sou feita de titânio

Você atira em mim, mas eu não caio

Sou feita de titânio

Sou feita de titânio

Sou feita de titânio




Dura como pedra, metralhadora

Atirando naqueles que se erguem

Dura como pedra, como vidro à prova de balas

 

Nicholas Narrando

 

            Era impossível de acreditar no que está acontecendo. Não havia mais outra saída. Mas eu não queria aceitar os fatos. A Miley não vai ser presa. Porra, ela não pode ser presa! Só de imaginar longe dela, incapaz de fazer qualquer coisa para reverter a situação, era insuportável. Não queria nem pensar nas coisas terríveis que fariam com ela na prisão.

            -Você não pode se entregar. – eu disse firme sem largar as suas mãos. – Invente qualquer coisa! Eu confirmarei para os policiais a sua mentira.

            -Mas a sua família, não. – ela respondeu certa do que aconteceria. Os seus olhos azuis se desviaram dos meus e engoliu em seco.  –Confirme o golpe. Fale que eu te manipulei por todo esse tempo. Por favor, Nick. Não fale sobre o passado entre eu e seu pai. Eu não quero que me olhem como uma coitadinha. Nós sabemos muito bem que seu pai é um homem influente e que farão tudo a seu favor. Não posso deixar que vejam a fragilidade em mim. Naquele lugar, não. Faça o que eu estou falando. Pelo nosso bem. – não era pelo seu bem. Ela só queria que a atenção dos investigadores se desviasse de mim.

            -Miles, eu vou fazer de tudo para que você seja inocentada. – eu disse lutando contra o nó em minha garganta e a minha visão marejada. Pude ver que a Miley também tentava segurar as lágrimas. – Eu te amo. E você sabe muito bem que faria qualquer coisa por você.

            Ela respirou fundo enquanto tirava o colar que eu tinha dado de presente para ela.

            -Já era de se imaginar que alguma coisa nos impediria. Eu tentei ignorar, Nick. Mas somos de mundos completamente diferentes. Eu só quero que você seja feliz. Então, por favor, não faça nenhuma loucura por minha causa. Só... me esquece. – Miley pegou a minha mão e colocou o colar nela. – Você não merece lutar por alguém como eu. – falou em um fio de voz. Eu não mereço. Eu preciso lutar por ela.

            Antes que eu pudesse falar mais alguma coisa diante de toda aquela merda que a Miley acabou de falar, ouvi passos e vozes dos policiais próximos. Puxei Miley para perto de mim, tão rápido que ela foi pega de surpresa, e beijei a seus lábios. Como um sinal que eu nunca desistiria dela. Miles retribuiu com as mãos sobre a minha nuca, causando arrepios na minha pele. Meu Deus, como eu vou sentir falta dessa boca! Nos beijamos suavemente para poder sentir detalhadamente o gosto de cada um. Merda, aquilo não pode ser um beijo de despedida. Ela se afastou com alguns selinhos. Eu não queria soltar os meus braços ao redor do seu corpo, mas eu tinha que fazê-lo.

Nos distanciamos um pouco quando os policiais finalmente chegaram no cômodo. Eles apontaram as suas armas para direção da Miley.

-Parada! Coloque as mãos sobre a cabeça. – um deles gritou, autoritário. – Alguém nos ligou, denunciando sobre um golpe.

-Por acaso esse homem é da família. – outro perguntou, se referindo ao corpo do Steve.

-Não, ele é o tio dela. Um dos golpistas. – meu pai pronunciou. – Ela mesma que o matou. – acusou a Miley sem nem mesmo parar para pensar. Eu sei que estava meio óbvio, mas isso me deixou irado. Meu pai queria se livrar o mais rápido possível dela. Desgraçado!

- Ok, nos resolvemos na delegacia . Mandem buscar o corpo. – o tal policial ordenou para os demais colegas.

Quando eu voltei a minha atenção à Miley, ela estava sendo revistada por outro policial. Ele já carregava a arma que a minha namorada levava na calça e logo achou o seu celular que se encontrava em seu bolso. Droga, irão revistar o chip!

-Esse celular é meu. – eu me pronunciei. – Ela pegou para levar embora quando fugisse.

Miley olhou para mim aliviada. Mesmo um pouco desconfiado, o tal policial me entregou o aparelho. Eu o peguei e guardei no bolso. Sabia que quanto menos eles soubessem, menos crítica seria a situação.

Enquanto o policial algemava seus pulsos atrás de seu corpo, ele dizia todos os seus direitos diante da lei de Califórnia. Eu me sentia péssimo em assistir essa cena. Mas se eu fizesse alguma coisa agora, só pioraria.

Quando levaram a Miley daquele quarto cercada de policiais, senti uma batida falhar em meu coração e apertei o cordão entre meus dedos. Não vou deixar que fique só por isso. Não, mesmo.

Miley Narrando

Os passos ecoavam pelo corredor frio e silencioso. Uma policial me levava pelo braço para um caminho óbvio. Odeio quando me seguram assim. Mais dois nos acompanhavam mais atrás. Isso é ridículo. O que eu faria no estado em que estou? Bem, não significa que eu obedecerei todo fardado de merda. Eu estou entrando em um universo em que tem que se impor para conseguir espaço. E com toda certeza eu não vou ficar para trás.

Voltando ao ponto, depois de passar por toda aquela palhaçada da imprensa me perturbando em frente à delegacia, me encaminharam para cá.

Um dos guardas abriu a porta da sala do delegado. Mas ele não estava lá, como eu imaginava, e sim um homem engravatado. Lá vem! Eu já sabia muito bem do que se tratava e o melhor que eu poderia fazer agora é bater de frente sem medo. Eu sei que não ganharia muito com isso, mas pelo menos eu não perderia mais nada. Se eu der algum sinal de acuamento, sobraria para mim mais tarde no presídio. Eu sei que aquele lugar pode ser um pedacinho do inferno para mim, mas tudo isso dependerá de minhas atitudes. Eu sei que se eu mentir e disser que sou inocente, irão rapidamente descobrir o contrário.

 Respirei fundo. É o melhor a fazer, repeti para minha própria consciência. Encarei o homem a minha frente direta e seriamente. Dois dos guardas que me acompanhavam permaneceram do lado de fora da sala que era irritantemente iluminada, enquanto a policial me empurrou para baixo, para me sentar na cadeira a frente do homem curioso. A infeliz voltou para a o seu lugar, ao lado da porta.

 -Miley Cyrus... - pronunciou o meu nome lentamente e com ar pensativo, me analisando sem pressa.

 -Eu sei que você é um daqueles imbecis de agência secreta. Se quiser tirar alguma informação de mim, você vai ter que me soltar dessas algemas. - eu disse com um tom de voz seguro. - Essa merda machuca, sabia? E já estou com dor nos ombros.

-Você sabe que não pode ficar sem algemas.

-E você sabe que não pode me forçar a falar nada. - eu rebati.

 Ele parou um pouco para pensar e suspirou. -Você é espertinha demais pro meu gosto. - resmungou. -Vamos fazer o seguinte: eu mando tirarem as algemas de você só enquanto estiver aqui comigo e você responderá as minhas perguntas. De acordo?

Dei de ombros como resposta. O investigador mandou a policial abrir as algemas.

- Eu não sou autorizada a isso, senhor Peterson. - ela respondeu.

 -Não vai acontecer nada demais. Eu me responsabilizo em nome da FBI por ela. Os assuntos que eu tenho a conversar com a Miley é de extrema importância. Será que não dá pra soltar logo? - perguntou, puxando um pouco mais a gravata apertada do pescoço. Peterson é de altura moderada, tem cabelos bem cortados pretos com poucos fios brancos espalhados. Tem uma aparência elegante. Até demais para situação que está.

A policial cedeu e soltou as algemas que me incomodavam. Massageei meus pulsos doloridos e relaxei os ombros que antes estavam tensos. Bem melhor agora.

 -Eu sabia que algum dia encontraria você por aqui. Soube que você já é bem famosa na Europa. Bom, eu sei que você não usava seu verdadeiro nome lá, mas foi fácil juntar as peças depois de tantas pistas...

-Vocês são patéticos. Só descobriram agora porque me denunciaram para a polícia. Isso qualquer um poderia fazer! - eu ironizei. Mas o engravatado não se deixou abalar pelo meu comentário.

 -Devo mesmo confessar que fomos falhos nisso. Se não fosse por aquela denúncia anônima, você já teria matado toda aquela família e acabado com uma das mais importantes empresas do estado. Você nunca fez uma coisa tão grande assim, não é? Eu soube de alguns misteriosos assassinatos e alguns golpes em que uns dos principais suspeitos eram você e o seu falecido pai. Estou certo?

 -Ele era meu tio. - corrigi. - Meu pai também está morto.

-Você também o matou? - ele perguntou com certa surpresa.

 -Claro que não! - eu respondi horrorizada. - Não chego a esse ponto!

-Eu não sei... Você acabou de matar o próprio tio.

 -Ele era um filho da puta. Steve ia fazer o golpe sem me avisar. Acabamos discutindo e eu o matei por motivos financeiros. Fiquei sabendo que ele pegou o dinheiro da conta no exterior do Paul e ficaria toda para ele. Enfim, ele queria me passar a perna. E cá entre nós, ele não era uma flor que se cheire. - eu precisava contar desse jeito para não desconfiarem de nenhum vínculo entre eu e Nick. Se eu dissesse que fiz aquilo por ele, obviamente eu teria o empurrado para uma cilada. A família Jonas certamente confirmará a minha afirmação. Nenhum deles teria coragem de envolver mais o Nick do que ele já está.

 O homem balançou a cabeça, em sinal que estava entendendo. Numa tentativa falha em parecer impassível, ele me olhava com espanto pelo meu discurso. Não é para menos. Apesar do nervosismo por dentro, minha voz soava despreocupada e até indiferente. Com toda a certeza, a minha capacidade de manipulação não pode ser subestimada.

-Bom, é meio óbvio dizer isso, mas você e o seu tio não fizeram tudo isso sozinhos. Quero saber quem trabalhou com vocês em todos esses golpes.

 -Estou cansada. Não quero mais ser investigada. - mudei de assunto, entediada.

-Não fuja da minha pergunta. Quem mais está envolvido nisso? Você não tem mais nada a perder. Você já foi pega em flagrante, não vai ter nem um centavo daquela família e provavelmente não vai sair dessa prisão tão cedo. Então vamos descomplicar logo isso.

-Eles já estão bem longe há uma hora dessas. Vai ser inútil eu falar alguma coisa. Agora, eu quero sair daqui.

 O investigador bufou impaciente. -Isso aqui não é uma brincadeira, Cyrus. Nesse lugar, você estará longe de ditar as regras. - me advertiu já perdendo aquela calma de antes. Eu revirei os olhos em resposta.

 -Eu não vou falar. E nem adianta insistir comigo outras vezes.

Com apenas uma mão, Peterson me pegou pelo maxilar e o puxou para cima para eu poder encarar seus olhos acinzentados e sérios. -Você não é uma bandida qualquer. E é por isso que eu estou aqui, te acompanhando de perto. Mas saiba também que FBI não é como uma simples equipe de policiais. Não brinque com fogo.

 -Eu estou pouco me fodendo se vocês são a FBI ou não. Se eu não quiser contar, eu não vou contar!

 Ele apertou mais o meu maxilar e fiz uma careta de dor. - Fale antes que...

-Antes que o que? - eu o interrompi, me atrevendo em provocá-lo. - Que me torture? Que me bata? Ou que me abuse? Já ouvi histórias interessantes sobre presídios. Mas nunca ouvi falar sobre o que os engomadinhos da elite policial podem fazer comigo. O meu advogado vai adorar saber disso. Ele encarou um pouco hesitante a guarda que ainda estava a postos na porta, e que provavelmente nos assistia atenta. Ele me lançou um olhar de desprezo e soltou o meu rosto.

 -Mande-a para a sua cela. - ele ordenou à mulher atrás de mim, aparentemente impaciente. Eu sei que eu posso estar encrencada com ele. Mas eu também sei me colocar em meu lugar. Pelo menos agora, Peterson e seus coleguinhas sabem que eu não sou do tipo que me submeto a policiais. Sejam de onde for.

A policial me algemou novamente, depois de eu ter levantado da cadeira por espontânea vontade. Levei mais uma vez o olhar para o agente antes de sair da sala. Intrigado, Peterson me observava com intensidade, analisando cada movimento meu. Aposto que estava pensando em o que fazer comigo antes que eu vá ao julgamento. Mas ele tem muito tempo para isso. Pelo jeito, ainda há muito que investigar e analisar sobre os fatos.

Me segurando pelo braço, a policial me guiava pelos corredores monótonos da enorme prisão até finalmente chegar uma sequencia de grades após grades de segurança que levariam aos corredores das celas. A cada passo que eu dava em direção aquele lugar, minha consciência gritava para eu dar meia volta e correr. Eu deveria estar preparada para isso. Por dentro, eu sempre me conformava com a possível possibilidade de ser presa. Desde que eu conseguisse me vingar do Paul Jonas. Eu não via muitas coisas a perder. Não até agora. Não agora em que eu achei algum motivo para fugir disso tudo. Eu quero me socar. Eu poderia muito bem ter evitado tudo isso sendo corajosa o suficiente para contar para o meu tio, sem medo da sua reação. Mas eu fui covarde demais para fazer isso. Pisquei forte, tanto espantar esses pensamentos. Chega! Esse é o lugar onde eu devo estar por tudo o que fiz. Nick nunca poderia ficar comigo de qualquer jeito. Ignorei o aperto que senti no coração. Uma hora eu teria que abrir os olhos de novo para realidade.

 Finalmente chegamos ao extenso corredor das celas. Mulheres estranhas me encaravam de todos os lados por trás daquelas grades. Algumas me viam como uma nova refeição. Ou como um novo saco de pancadas. Quero saber quem foi o imbecil que achava que a prisão feminina é melhor do que a masculina. Só quem é realmente envolvido com crimes sabe que é bem pior. Homens são mais violentos, mas as mulheres conseguem ser muito mais manipuladoras, calculistas e maldosas. Bom, eu sou um exemplo disso. Agora eu vou ter que lidar com várias versões feiosas de mim pelo resto da vida. Que ótimo!

Tentei não demonstrar muita preocupação em relação a isso. Minha expressão estava vazia, talvez possa parecer até um pouco arrogante pela minha imparcialidade. Fingi não escutar as provocações que diziam para mim.

-O que a Miss Califórnia está fazendo por aqui? Por acaso roubou a bolsinha Chanel da sua amiga? – uma mulher alta com um piercing na sobrancelha fez piadinha. As outras ao seu redor riram acompanhadas dela. Bando de vacas. Era evidente que a maioria delas me subestimavam pela minha aparência. Comparada às outras, eu era bem menor e delicada. Além da questão da beleza, já que a maioria delas estão muito mais descuidadas por causa das drogas ou pelo tempo em que estão aqui. Elas me viam como um bichinho fofinho e indefeso no meio de uma selva. Eu não posso deixar de me assustar um pouco com isso. Mas é claro que não vai ser necessário demonstrar esse medo.

Todas estavam com as roupas parecidas com as minhas. Uma calça azul de malha e uma camiseta branca simples. Como o restante das presidiárias, meus cabelos longos estavam presos em um rabo de cavalo. Poucas têm o cabelo tão comprido quanto o meu. Acho que são novas. Ouvi falar que há um dia do ano em que cortam o nosso cabelo por questão de higiene.

A policial parou o seu caminho e eu parei junto. Ela verificou o seu molho de chaves e identificou uma pelo número. Abriu uma das celas e antes de me dar passagem para entrar, soltou as minhas algemas. Eu caminhei para dentro do pequeno espaço e ouvi a grade se fechar atrás de mim. Não posso chamar de um ovo. Sei que existem celas bem piores do que isso. Lá tinha alguns beliches, uma mesinha com revistas e livros velhos e logo no canto tinha um espacinho isolado, provavelmente para aliviar as necessidades. Pelo menos o essencial, né? Vi que havia uma cama na parte de cima do beliche que tinha roupa de cama nova, ainda dobrada. Acho que essa é a minha.

Minha atenção desviou da mobília mínima ao meu redor quando eu percebi alguns olhares sobre mim. Eu tinha três novas colegas de cela. Uma delas é uma baixinha gordinha que me lembrava uma tia que eu tinha no Tennessee, mas a diferença é que ela não tinha uma tatuagem de tigre no braço. A outra me lembrava uma corredora de maratonas. Tinha a pele cor de café, era alta e tinha um corpo magro, mas forte. A outra parecia só mais uma drogada punk. A baixinha era a única que me olhava estranho, como se eu estivesse roubando algo seu. As outras me encaravam com curiosidade. 

-Bem-vinda, novata. – a garota punk quebrou o silêncio. – O que você fez?

-Essa é sempre a primeira coisa que vocês perguntam? – eu perguntei. Fala sério, isso é tão clichê.

-É um dos únicos assuntos interessantes que tem por aqui. – a baixinha falou. – Ou você acha que nós vamos perguntar qual é o nome da cor do seu esmalte?

-Por que todo mundo acha que eu sou uma patricinha? – eu cruzei os braços. – Por acaso você me viu carregando um poodle de vestido rosa?

A mais alta riu. – Garota você parece uma Barbie marrenta. É obvio que nós vamos pensar isso.

-Eu sou uma criminosa. – falei o obvio.

-Não te impede de ser uma patricinha fora da lei. – a punk deu de ombros. Ok, essa conversa não está mais fazendo sentido...

-Enfim, vai contar ou não? – a morena perguntou curiosa.

-Eu sou uma golpista. Bom, eu me infiltrava em algumas famílias ricas da Europa para roubar dinheiro ou joias muito caras. Mas quando eu vim fazer o meu ultimo golpe aqui em Los Angeles, me pegaram. – falei enquanto subia no beliche para me sentar na ponta da minha cama.

-Espera aí, você é a tal ladra de corações? – a mesma mulher alta, me perguntou entusiasmada. – Ei, eu já ouvi falar de você! Não sabia que você tinha vindo para cá.

-Como você sabe de mim? – eu perguntei mais interessada.

-Eu trabalhava para uma gangue daqui. Nós tínhamos contato com outras gangues internacionais. E bom, muitos deles falavam de você.

-Em quem você queria fazer o golpe aqui? – a punk questionou.

-Na família Jonas.

-Qual dos irmãos você deu o bote? – perguntou a morena com um sorrisinho malicioso.

-O mais novo.

-Por que você não pegou aquele modelo? – a gordinha questionou indignada. – Ah se eu tivesse a chance de agarrar aquele moreno gostoso! – eu ri, imaginando a cena cômica daquela cinquentona pequenininha atacando o Joe. Meu Deus!

-Você não viu o mais novo? Eu sei que ele é muito pirralho para mim, mas eu não teria problema nenhum em ser chamada de pedófila se eu estivesse com aquele deus grego na cama! - a morena disse. Pelo visto os Jonas também tinham fama por aqui. Pode ter sido até uma brincadeira, mas eu senti um pouquinho só de ciúmes em pensar que não só ela, mas como muitas outras mulheres de Los Angeles devem ter esse desejo.

A punk rolou os olhos. – Vocês e seu fogo interminável... Será que vocês não conseguem não pensar em um minuto sobre homens?

Resumindo o resto da conversa. As três continuaram a discutir quais jovens ricos elas dariam o golpe só para tirar uma casquinha. Quer dizer, menos a Tiffany, a punk, que era lésbica. Ela fazia a sua lista feminina de possíveis vítimas. A Tiffany, como eu imaginava era envolvida com o tráfico de drogas. Mais especificamente de Molly, que é uma droga muito popular em Los Angeles. A baixinha mais marrenta era a Cassie. Ela também se envolveu com o tráfico, mas foi presa porque foi pega em flagrante numa cena de assassinato da namorada do seu ex-marido. E por fim, a Catherine que trabalhava para uma gangue bastante conhecida foi pega junto com três parceiros de crime em um dos golpes de um banco. Apesar de não serem agressivas comigo, as três me advertiram sobre certos grupos de presidiárias daqui que não prestam nenhum pouco e que eu devo ficar na minha se não quiser confusão. Como se a confusão já não andasse do meu lado por vontade própria.

Nick Narrando

Depois de voltarmos da delegacia para o depoimento de todo mundo da família, voltamos para casa num silêncio esmagador. Todo mundo disse o que já era de se esperar. Fomos pegos de surpresa por eles, pois ninguém desconfiava de nada. Inclusive eu e o Joe mentimos. A minha vontade era de jogar toda a verdade de uma vez, mas seria burrice minha fazer algo assim. Meu pai é milionário. Todo mundo faria o que ele bem quisesse, independentemente da sua inocência ou não. Eu estava com tanta raiva dele, que eu nem conseguia olhar para sua cara.

Ninguém se deu o trabalho de falar alguma coisa comigo também. Acho que a tensão entre nós era bem perceptível, então cada ficou em seu canto. Nem mesmo Christine quis dizer um pio ao meu pai, Acho que ela ainda está chocada demais sobre a verdade que o Steve contou para toda a família. Ela está certa. O homem com quem ela deita toda noite já foi responsável por aquela covardia. Pelo menos agora eu sei que ela não é comprada assim tão facilmente.

-Nick, eu... – ouvi a voz do meu pai falar e senti sua mão pousar em meu ombro. Eu nem mesmo me virei. Ignorei o que tinha para dizer e segui o caminho para o meu quarto. Eu quero discutir mais nada hoje. Preciso botar minha cabeça no lugar. Preciso pensar no que fazer.

Três dias depois...

Bati algumas vezes na porta de seu quarto. Antes mesmo de uma resposta, passei a mão no cabelo, um pouco desconsertado. Bom, eu não sei exatamente como eu posso falar isso. Acho que o melhor jeito é falar tudo de uma vez.

-Pode entrar. – ouvi a resposta do meu pai.

Abri a porta que estava encostada e avistei meu pai terminando de amarrar seu sapato para jogar golfe. Como é que ele consegue ter cabeça para jogar golfe no meio disso tudo que aconteceu?

-Nick! – ele se surpreendeu com a minha presença e abriu um sorriso. Bom, ultimamente o tenho falado o mínimo possível com ele. Então apenas o fato de eu estar interessado em conversar sobre alguma coisa já é uma novidade.

-Preciso que você contrate um advogado. – eu fui direto. – Dos bons.

-Ah... – vi a sua expressão facial murchar. Era óbvio que eu não tinha muita coisa interessante para conversar com ele. – Mas você tem um, lembra? Fique tranquilo pois ele é um ótimo advogado!

-Você não entendeu. – eu disse me recostando numa mesa que tinha debaixo  de um espelho de seu quarto. - Eu não quero um para mim. Eu estou falando de um para a Miley. E ela precisa de um excelente advogado.

-O que?! – ele levantou a voz, perplexo demais com o meu pedido. – Você enlouqueceu? Você viu o que essa garota e aquele Steve fizeram com a nossa família? Se não fosse por aquela briga entre os dois nós estaríamos mortos.

-Se não fosse por ela,– eu aumentei meu tom de voz também, me aproximando de Paul. – nós estaríamos mortos. A Miley escolheu matar o próprio tio para salvar a minha família porque ela me ama! E eu a amo também.

-Não é possível, você tem sérios problemas. – o meu pai disse com as mãos sobre a cabeça. – Ela não te ama, Nicholas! Coloca isso na sua cabeça. Ela é uma assassina. A Miley nos enganou esse tempo todo. O amor dela não era sincero. Uma pessoa como ela não é capaz de amar alguém! E se já não bastasse essa ideia estúpida, você acha que eu vou pagar um advogado para aquela vigarista só porque ela matou o tio?

-Não, você tem que pagar um advogado para ela porque é o mínimo que você tem que fazer depois de toda a merda que você fez na vida dela. Ou você acha que todos nós nos esquecemos da história de como você conseguiu essa empresa?

Vi que ia puxar o ar para dizer mais alguma coisa antes de eu ter rebatido. Mas ele engoliu todas as suas palavras diante das minhas. Ele sabia que eu tinha razão.

-Se ela é uma vigarista assassina, você é o culpado por isso. – eu continuei. – Você não acha que ela simplesmente poderia contar todo o motivo dela estar naquela prisão para os investigadores? Se eu fosse ela, seria a primeira coisa que eu faria. Mas ela não disse. E então?

-Não. – ele respondeu baixo. – Não vou fazer nada por ela. Se a Miley escolheu essa vida de crimes, foi por escolha dela. Eu não a obriguei a fazer nada do que ela já fez.

Eu o encarei intensamente. Ele sabia muito bem o quanto de magoa que eu sentia.

-Você não é obrigado a amá-la só porque sente pena dela. – ele continuou. Cretino.

-Eu não sinto pena dela. Ela não é uma pobre coitada para eu sentir pena. A Miley é a mulher que eu amo. E só porque você não aceitou o meu pedido de ajuda, não quer dizer que eu desisti de fazer alguma coisa por ela.

-Tudo bem. Pode fazer o que quiser, mas sem nenhum tostão meu. Eu não vou te dar mais mesada nenhuma.

-Ok, foda-se. Eu me viro. Não preciso do seu dinheiro podre. – eu disse saindo do quarto.

-Então o que vai fazer? Roubar do jeito que a sua namoradinha ensinou? – ele perguntou transbordando ironia.

-Talvez. Quem sabe eu encontre um imbecil rico que nem você para assaltar? – eu rebati sarcástico um pouco antes de bater a porta atrás de mim. 

Eu não faço ideia do que eu posso fazer. Preciso encontrar uma solução rápida. Alguém que possa me ajudar. Eu sei que estou prestes a fazer uma loucura, mas preciso de alguma solução. Essa é a única que consigo ver. Desci as escadas correndo até chegar à garagem. Peguei as chaves que estavam em meu bolso e desativei o alarme do meu Ashton Martin. Se eu não me engano eu me lembro de uma conversa da Miley e do Steve em quais pontos os parceiros do Black Bull estão espalhados. É melhor que algum deles esteja naquele lugar.

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Oi genteeeeee! Mil desculpas pela demora, desculpa mesmo! Eu sei que demorei bastante para postar e fiquei por um bom tempo sem comentar em alguns blogs. Eu e minhas amigas tínhamos montado um grupo de dança para poder apresentar no festival de dança lá do colégio. O tempo também ficou super apertado até para os ensaios e ficou tudo para cima da hora. Então faltando uma semana para o festival, a gente usou o máximo do nosso tempo livre ensaiando. Quando eu chegava em casa, eu já estava mortinha! E ainda teve logo depois a semana de provas (que por sinal todo mundo deixou para estudar na ultima hora por causa da dança). Ou seja, tempo livre zero! Só agora nesse feriadão que eu consegui terminar de escrever esse capítulo e me atualizar em alguns blogs (não todos ainda). Então desculpa qualquer coisa, ok? :D Espero não deixar mais vocês na mão! Espero que tenham gostado do capítulo. E oh, atenção aí! Falta bem pouquinho para temporada acabar. O capítulo 36 será o final. Mas fiquem de boas que vou logo postar o ultimo capítulo com a sinopse ou até mesmo um prólogo da segunda temporada, mas o prólogo vai depender do meu bom humor. E vocês sabem que quantos mais comentários, melhor o meu humor fica ;D haha Então não deixem de comentar!

Beijos!!!