quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

Capítulo 6 - Welcome to Jonas' house

Oi genteeeeeee! Desculpa pela demora pra postar aqui no blogger. Eu confesso que acabei esquecendo de postar aqui hahahaha Desculpa, mesmo! Bom, espero que gostem desse capítulo! Ah, pra quem estiver lendo. Bom, eu peço para divulgarem minha fic nos seus blogs. Ainda tenho poucos seguidores e não sou muito experiente com blogs hahaha Então, eu ficaria muito feliz se me fizessem esse favor! 
Boa leitura
Comentem!!
----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------

Á noite...
Nick Narrando
–Não sei por que essa necessidade de conhecer sua namorada com tanta formalidade. Parece até que vão casar... – Joe disse estirado no sofá da sala principal com a voz carregada de tédio. – Eu estava doido para comemorar minha volta pra LA aproveitando uma boate que meus amigos me chamaram. Mas não... Tenho que ficar aqui pra conhecer a garota que conquistou o coração do pirralho.
–Quer saber? Então vai pra merda da boate. É melhor assim, pois ela não vai conhecer o babaca que tenho como irmão. – levantei-me do sofá.
–Agora que já cancelei tudo, eu vou continuar aqui em casa... – falou enquanto brincava com seu Rolex de platina desanimadoramente.
–Então vai se foder Joe. - peguei meu Ipod que estava em cima da mesinha de centro e subi pro meu quarto.
–Vai você, seu baitola!
–Será que vocês em algum momento podem parar de brigar e agir como verdadeiros homens? – ouvi meu pai nos censurando antes que fechasse a porta.
Acho que nunca pararíamos de brigar. Ele é um retardado, e não tenho paciência pra ficar aturando Joseph o tempo todo. Seu orgulho e egoísmo são grandes demais até pra uma mansão como essas.
E será que nem um pingo de consideração comigo ele tem pra conhecer a Miley, como todo membro de família normal? Mas eu me esqueci de um detalhe. A palavra normal não se encaixa muito bem nessa casa...
Miley Narrando
Diante do espelho da sala, dei uma ultima checada no visual. Meus longos cabelos estavam caindo em cascata sobre meus ombros com leves ondas feitas por babyliss, uma maquiagem leve e o delicado vestido transmitiam uma imagem de uma menina inocente. E era exatamente o que eu esperava.
– Você está ótima, Miles. – ao lado do meu reflexo, surgiu o rosto do Steve sorrindo. – Agora, se não for muito difícil, vamos logo? Não quero que você se atrase para o jantar com a família Jonas! – disse animadoramente, como uma criança prestes a ir a um parque de diversão. Me puxou pelo braço e fomos para o carro.
Meu tio não iria ficar comigo na mansão. Apenas me deixaria na porta. Por um simples motivo: confusão. Imagina se fizessem perguntas demais com nós dois ao mesmo tempo. E se nos pegassem de surpresa e respondêssemos de forma diferente? Melhor prevenir.
Peguei o papel em que estava escrito o endereço da mansão que o Nick me deu dentro da minha bolsa. Nós já sabíamos onde ficava, mas era sempre bom garantir. Nunca se sabe quando se é uma fonte de informações falsa ou não, né? Só então, e meu tio deu partida.
Admirada. Abismada. Encantada. Insignificante. Pequena. Qual seria a melhor palavra que me descreveria diante da imponente entrada da mansão? Bem iluminada e cercada por um belo e bem cuidado jardim, com uma entrada sustentada por enormes colunas, como as antigas construções gregas. Parecia uma das mais belas obras feita por um arquiteto. Já tinha visitado grandes e belas casas (geralmente das minhas antigas vítimas), mas nunca tinha visto nada igual.
– Uau! – exclamou meu tio. – De noite isso aqui fica ainda mais bonito.
Enquanto eu estava na escola, ele já tinha passado aqui em frente para conhecer a mansão, seguindo o endereço que nós pesquisamos. Mas não tínhamos muita certeza se era mesmo essa casa. Confirmamos agora de acordo com o endereço escrito por Nicholas.
Quando os guardas perceberam nossa presença, nos pediram identificação. Logo depois que respondemos, eles permitiram a abertura dos enormes portões cor de bronze. O carro passou por um caminho de paralelepípedos que atravessava o vasto verde do quintal até chegar à escadaria. E sua continuação era uma trajetória semelhante, mas obviamente, levava os veículos de volta ao portão de entrada.
Steve estacionou o carro em frente à escadaria daquela grande casa.
–Vê se não abre a boca para falar besteira, hein! – advertiu com seu jeito mandão.
– Pode ficar tranquilo, Steve. Estou atenta em tudo. – falei sorrindo. – Até mais tarde, “papai”. – falei com um sorriso ironicamente meigo e saí do carro. Ele soltou uma risada. Deu partida segundos depois e foi embora.
Subi a escadaria admirando cada detalhe que alcançasse minha visão. Só então, toquei a campainha e um empregado (talvez um mordomo ou governante da casa) abriu a porta de um modo convidativo.
–Boa noite, senhorita.
–Boa noite. – falei sorrindo. Adentrei a casa e agradeci ao tal empregado.
–Olá! Você deve ser a Miley, de quem o Nick tanto fala. – me virei em direção ao interior da sala, à procura da origem desta voz, e o encontrei. Sim, o próprio Paul Jonas.
Com um sorriso cordial, ele caminhava até mim. Engoli em seco, mas logo abri o mais adorável sorriso que pude. Ele estendeu sua mão para mim.
–Prazer em conhecê-la. – disse ele.
–O prazer é todo meu. – apertei sua mão. Respirei fundo tentando acumular o máximo de calma possível.
–Miley! Até que em fim você chegou! – disse Nick animado descendo as escadas sem o mínimo de cuidado.
Ele vestia um jeans escuro e uma camisa polo azul escura que se destacava ainda mais na sua pele. Sorridente, como sempre, carregava nos olhos e no sorriso a imensa felicidade em me ver. Quando chegou até mim, não se importou nenhum pouco com seu pai por perto e deu um beijo em meus lábios.
–Oh, por favor, deixem os beijos pra depois quando estiverem sozinhos. – disse Paul um pouco sem jeito.
–Desculpa. – disse Nick rindo um tanto sem graça.
–Ai Meu Deus! Como ela é linda! – uma voz fina e exageradamente animada vinda do outro lado da sala gritou. Me virei para encarar uma loira de aproximadamente trinta anos, com um sorriso de orelha à orelha com um jeito no mínimo, de perua.
–Sua irmã? – perguntei ao Nicholas. Ele só havia me contado que tinha um irmão.
–Não! Ela é minha madrasta. – respondeu.
– O que? – arregalei os olhos. Aquela mulher deve ter quase a metade da idade do Paul!
–Pois é, né? – falou rindo da minha cara de surpresa. O que o dinheiro não faz hein!
Minha expressão de surpresa foi interrompida com um abraço caloroso da perua. Eu soube que o Paul estava casado de novo, mas não sabia quem era. Muito menos alguém tão nova. Está bem... Uma própria golpista como eu, já deveria imaginar uma biscate casada com ele por causa da fortuna, mas por incrível que pareça eu descartei essa possibilidade. E, além disso, essa mulher não me pareceu alguém... ruim. Como o próprio Nicholas disse, ela é muito simpática. E parece gostar muito dela. Talvez seja o próprio Paul Jonas que foi atrás dela e quis conquistá-la com algumas joias e ela aceitou. Quem não aceitaria? Ou pode ser estranhamente amor. Mas a porcentagem de chances de ser realmente algum sentimento sincero está entre um e zero.
–O Nick fala tanto de você! – ela se afastou de mim para encarar meu rosto. – Você é uma boneca. Olha só! – puxou meu braço e me fez rodar para exibir todo o meu visual.
– E a senhora é uma simpatia. – respondi meigamente. Fala sério, ás vezes eu sou tão fingida que até me surpreendo.
–Meu nome é Cristine, muito prazer! – deu dois beijinhos em cada bochecha.
–Me chamo Miley. – disse me afastando um pouco e voltando para o lado do Nick.
–Bom, fique à vontade. Sente-se! – Paul disse apontando para os sofás mais a frente.
Fomos os quatro sentarmos nos assentos macios e confortáveis do sofá. Eu e Nick nos sentamos em um que fica de frente para o seu pai.
–Então, soube que você é do Tennessee, certo?
–Sim. Mas passei a maior parte da minha vida em Londres depois que meus pais se separaram quando era criança. Mas meu pai veio para Los Angeles por causa de seu trabalho, e eu sempre quis conhecer esse lugar, então nos mudamos.
–Londres é uma ótima cidade! Deve gostar muito de lá. – falou.
–Não acredito que você viveu em Londres! Tudo lá é tão chique. Sou simplesmente apaixonada pela cultura europeia. – exclamou a loira sonhadora.
–Não se preocupe, querida. Nossa próxima casa será lá! – disse Paul cheio de si.
–Estou ansiosa por isso! – comemorou Christine.
Depois de muita conversa, percebi que a Christine é o tipo de mulher que tem uma vida totalmente concentrada em roupas e festas. Comporta-se de uma forma tão animada e inocentemente fútil que parece até que tem uns catorze anos de idade. Mas o Paul, por mais que quisesse parecer simpático transmitia superioridade e um pouco de arrogância. Sempre tentando mostrar um pouco do seu poder. Talvez esteja sendo legal comigo só porque sou namorada de seu filho. Será que ele é assim com as pessoas comuns?
–Nicholas, por que não mostra a casa para sua namorada, enquanto o jantar não fica pronto? Já que é a nossa futura norinha, deve conhecer bem a casa pra vir mais frequentemente, não é mesmo? – disse Cristine. Nossa, essa aí é tão animada que parece que ganhou na loteria.
Ah é, ela faz parte da família Jonas! Está explicado.
Sorte a dela... ou não.
–Claro. – Nicholas disse. Se levantou já me segurando pela mão pra me puxar até à escada. – Vem, Miles. Vou te mostrar cada canto dessa casa. E modéstia à parte, você vai adorar.
–Tenho certeza que sim! – disse sinceramente animada e ansiosa.
–Eu já não sou mais considerado parte dessa família, nem para ser apresentado à sua namorada, Nick? – uma voz masculina ecoou pela sala.
Virei-me para ver quem estava se referindo a mim. Exatamente quem eu esperava. Com seu corpo bem definido de tirar o fôlego e um sorrisinho um tanto sarcástico, Joe Jonas caminhava até nós dois. Devo admitir que ele é bem mais sexy pessoalmente.
–Ah é! Esse aí é meu irmão mais velho. – sua expressão e seu tom de voz não expressavam nenhum pingo de animação. Será ilusão minha, ou eles brigaram? Dificilmente minha sensibilidade erra, não vou duvidá-la logo agora. –Pronto. Agora que já conheceu, vamos lá pra cima. – Nick me puxou pela mão novamente, mas dessa vez com menos delicadeza.
–Nicholas, deixe de infantilidade com o Joe e ajam como pessoas civilizadas pelo menos na frente da sua namorada.
–Você não queria trazer ela aqui para conhecer sua família? Queira ou não eu faço parte dela.
–Então, por favor, não me faça ficar envergonhado dessa realidade, ok? – Nick disse ainda mal humorado.
–Não liga não, Miley. Desde que eu conheço os dois, eles são assim. Brigam, brigam, mas no fundo se gostam.- falou a loira tentando quebrar o clima tenso entre os dois. Joe balançou a cabeça negativamente rolando os olhos, em sinal que não concordava com as palavras da madrasta. - Você tinha que ver o abraço que eles deram quando Joe chegou hoje. Mas horas depois voltaram à velha rotina. – ela piscou pra mim rindo.
Acompanhei sua risada igualmente ao Paul. Irmãos sempre brigam. Lembro como se fosse ontem cada implicância e briga com meus irmãos. Realmente é quase impossível não brigar por uma semana!
–Prazer em conhecer, Joe. Sou a Miley. – falei apertando sua mão simpaticamente.
–Prazer. – ele abriu um sorrisinho.
–Então, vamos conhecer a casa? – Nick falou mais tranquilo.
Depois de eu ter conhecido todo o primeiro andar, subimos para o segundo. Aquela casa mais parecia um palácio! Do lado de trás da mansão havia um adorável jardim de flores, e logo mais atrás uma grande piscina. Aquele lugar parecia não ter mais fim!

–Bom, logo ali tem dois banheiros, o quarto do Joe e o escritório e do outro lado... – Animado, Nicholas mostrava os lugares como se fosse um guia turístico que já conhece cada canto de uma cidade.
Opa! Ele falou escritório?
–Escritório? Será que posso entrar pra ver? – o interrompi.
–Pode. – respondeu meio confuso. – Mas por que você quer ver um escritório?
–Adoro escritórios! E o do seu pai parece ser legal. – falei rindo tentando disfarçar qualquer suspeita.
–Você não é muito normal, sabia? – falou em tom brincalhão.
–Tudo bem, eu já sabia.
Antes de entrarmos, certifiquei-me discretamente se não tinha mais ninguém por perto. Já basta um cheio de perguntas complicadas e mentiras para contar.
O cômodo como todos os outros, tinha móveis sofisticados e bem organizados. Inclusive uma enorme cadeira em frente a uma escrivaninha. Saí correndo para sentar e logo depois girar, feito uma criança boba que nunca viu uma cadeira dessas na vida. Nick riu da minha ação.
–Sempre desconfiei que as quietinhas sempre têm um jeito de louca. – disse.
–Não sou louca! Fugi do hospício por causa disso, ninguém acreditava em mim... – disse me levantando enquanto o Nick balançava a cabeça ainda sorridente. Continuei analisando o local detalhadamente...
Tinha vários quadros de bicicletas. Obviamente, por causa da empresa que é a fábrica de bicicletas (principalmente as esportivas) mais modernas e velozes do mundo. Não é à toa que essa família é tão rica. Fiquei observando os quadros imersa em meus devaneios, até o Nick me chamar atenção.
–Sabe, às vezes dá raiva de só olhar para essas imagens. – disse ele pensativo com olhos vidrados nas figuras a sua frente.
–Por quê? – perguntei.
–Me lembra que terei que trabalhar com isso pelo resto da vida. – disse sério. – Eu estou sendo praticamente obrigado a ser presidente dessa empresa quando meu pai deixar o comando.
–E por que você não pode ter outra escolha?
–Simplesmente porque meu pai não gosta de confiar a presidência da Jonas Cicles em ninguém a não ser seus herdeiros. – disse se sentando na cadeira azul-marinha em que eu estava há alguns segundos. – Joe não teria vocação nenhuma pra isso. E meu pai nem o forçou muito. Ele sabia que se deixasse a empresa em suas mãos, faliria em poucos meses. O meu outro irmão mais velho nem sei mais seu paradeiro, depois de uns problemas que tivemos na família. O único que resta sou eu.
–Mas ele não pode te forçar a nada. O único que deve decidir seu próprio futuro é você. – fui até ele e sentei de lado em seu colo, para ver melhor seu rosto. –Você sabe que não precisa ficar desse jeito, né? Você ainda tem escolha. – falei enquanto afagava seu cabelo.
–Eu quero acreditar que sim. – disse. Logo depois fechou os olhos sorrindo. – Isso é tão bom. – mudou de assunto, se referindo ao carinho que ainda lhe fazia. Ri com a mudança drástica de assunto.
Com olhos ainda fechados aproveitando a carícia, disse:
–Você é a melhor namorada que alguém poderia ter, sabia?
Não falei mais nada. Por aquele momento optei por não contar mais uma mentira, pelo menos não agora. Falar que eu sabia que era a melhor namorada que alguém poderia ter seria ironia demais por um dia só. Envolvi seu pescoço com meus braços e beijei-o. Ele retribuiu o beijo lenta e suavemente com as mãos calorosamente na minha cintura.
Eu sei, eu não presto nada. Estar fingindo ser uma boa pessoa e conquistar sentimentos de alguém inocente para depois roubá-lo e talvez assassiná-lo se for necessário, não é lá uma atitude nobre. Mas quem disse que eu ligo? Não sinto pena de ninguém, não tenho consideração por ninguém e muito menos amo alguém. Isso não quer dizer que nunca senti isso. Claro que senti. Mas às vezes a vida te obriga a abrir mão de algumas coisas. E na minha, tive que abrir mão dos sentimentos.
–Sabia que esse “tour pela casa” sozinhos daria nisso. Pelo menos fecha a porta ou avisa né? – a nossa troca de beijos foi interrompida drasticamente quando nós olhamos em direção à porta. Joe estava parado de braços cruzados e com um sorrisinho sínico pra nós dois.
–Joe! – Nicholas chamou atenção.
–Nick! – o mais velho imitou. – Só estou falando que poderiam ser mais discretos na hora da pegação né. E no escritório do papai? Ele ficaria uma fera se descobrisse. – olhou para mim. – Olha só docinho, se você tiver algum tipo de fantasia com escritórios, você vem aqui com o Nick depois da escola. Quando ninguém estiver por perto, ta bom?
–Agente não estava fazendo nada demais! Só estávamos beijando. - reclamei.
– Eu já tive a idade de vocês. – ele disse como se fosse um ancião. – Já fiz coisas desse tipo e até piores. Não precisa ter vergonha ou mentir pra mim. E desculpa se eu atrapalhei alguma coisa. – Joe falou saindo da sala e fechando a porta. Então ele abriu a porta novamente. – Ah! Eles estão pedindo lá embaixo pra não demorarem muito porque o jantar vai ser servido daqui a pouco.
–Não liga pra ele, não. Joe gosta de esse tipo de brincadeira estúpida com qualquer um. É obvio que percebeu que nós só estávamos nos beijando. – disse Nick enquanto eu me levantava.
–Mas ele está certo. Se nós estivéssemos nos atracando aqui, seria muita falta de consideração com sua família. – falei enquanto rodava a sala novamente.
–Vamos esquecer meu irmão chato e os meus problemas no futuro. – se levantou e chegou até mim. - Onde estávamos mesmo?
–Os quadros.- falei encarando-os tentando adivinhar se atrás de algum deles teria um cofre.
–São legais, né?
–Essa sala era para ser mais espaçosa, não é?
–O que?- perguntou Nick não entendo nada.
–Essa parede aqui é mais pra frente do que deveria ser. É mais grossa.
–Nossa, você é bastante observadora! – admirou.
–Tenho parentes que trabalham com arquitetura e coisas do tipo, então já percebo de cara algo diferente.
– Ela é assim porque meu pai esconde um cofre atrás de um desses quadros. – sabia! Sempre com truques previsíveis e tradicionais para esconder bens. Até parece que algum bandido teria dificuldade em achar um cofre num lugar desses.
–Como nos filmes! – disse com um tom de admiração. – Nunca imaginei que escondessem mesmo atrás de quadros.
–Pois é, meu pai acha por ser um lugar muito comum seria o ultimo lugar que um bandido ou algum inimigo pudesse achar.
É por isso que nunca se pode ignorar as coisas obvias demais.
–Hum... Muito legal esse escritório, Nick. Que tal eu conhecer seu quarto antes de descermos? – perguntei.
Pedir pra ver como o cofre é e tentar sugar mais informações de Nick já poderia dar suspeito. Então fingi dar atenção à outra coisa agora, para que ele não desconfie mais de nada. Mas com certeza eu voltaria para esse escritório e descobrir o que escondem dentro daquele cofre, mas não necessariamente hoje, mas ainda veria. Sem dúvida nenhuma!
– Bem lembrado! Vem comigo. – ele me acompanhou abraçando minha cintura.
Adentrei o local e não pude negar que era um quarto muito bem decorado e a cara do Nicholas.
–Seu quarto é incrível! – falei adentrando e observando o local a minha volta.
–Obrigado. – disse entrando no cômodo logo atrás de mim.
Percebi que havia um local para fotos. Nas imagens tinha o Nick se divertido com seus amigos (mais precisamente o Brian, seu melhor) e algumas garotas. Entre elas estavam algumas amigas daquela ruiva enjoada da festa. Devem ser todas patricinhas que adoram exibir seus corpos para os garotos. Aspirantes a putas. Aposto que foi uma delas que tirou a virgindade do Nicholas. Ele me falou que não era mais virgem. Qual quer garota do tipo “Miley fofa e adorável Cyrus” ficaria morrendo de ciúmes. Na verdade, estou me lixando pra isso.
–Essas fotos são das férias que passamos esse ano na Austrália. – disse sorridente, provavelmente se lembrando dos melhores momentos da sua viagem.
–Hum, legal. – disse sem transparecer animação e me virei para ver outra coisa.
–O que houve, Miley? – perguntou. – Não me diga que está com ciúmes das garotas da foto?
–Não estou com ciúmes. – falei fingindo estar mal humorada.
Ele riu. – Está falando sério? – ele se pôs na minha frente para olhar nos meus olhos. –Não vejo motivos pra ficar ciúmes. Eu gosto é de você.
–Hum, vou fingir que acreditei. – disse em tom já descontraído dando um tapinha em seu braço e caminhando até sua guitarra.
–Então você toca? – peguei-a e me sentei em sua cama para arriscar algumas notas. Obviamente sem sucesso.
–Toco, eu amo música. – falou se sentando ao meu lado.
–Tem mais algum hobby ou talento que você tenha que eu não sei? Tipo culinária? – perguntei.
–Com certeza culinária não! – falou humoradamente horrorizado. – O máximo que sei fazer na cozinha é comer. – eu ri imaginando a cena dele tentando cozinhar algo. Um desastre! – Mas sei desenhar, quer ver?
Assenti com a cabeça e ele foi buscar uma pasta transparente cheia de folhas avulsas. Se sentou novamente ao meu lado e abriu a mesma. Botei a guitarra no lugar de origem e voltei para ver melhor seus desenhos. Então Nicholas me entregou. Analisei alguns e tive que confessar que ele tinha talento.
–Dá uma olhada no ultimo. – disse entusiasmado, o que me provocou curiosidade.
Não pude deixar de me espantar com sua ultima obra. Entre traços bem detalhados de cor cinza-grafite, lá estava eu sorrindo.
–Isso é da foto que você me tirou terça-feira. - falei
–Eu precisava de uma imagem para copiar. Mas só me bastou copiar uma só vez. Agora que já te desenhei, já sei quase todos os seus traços de cor.
–Você desenha muito bem. – disse ainda apreciando o desenho. – Seus desenhos são incríveis!
–Obrigado. –sorriu. – Se quiser, pode ficar pra você. Com certeza vou fazer muitos outros.
–Vou guardar com muito carinho, Nick. – falei sorridente. Logo depois, dobrei e guardei dentro de minha bolsinha. Deixa o Steve saber que o Nicholas está tão apaixonado a ponto de eu ser uma de suas mais novas inspirações. Eu sempre consigo fisgá-los!
–Meus pombinhos... – uma voz fina nos chamava do corredor. Christine deu umas três batidinhas na porta e a abriu. – Desculpa atrapalhar, mas o jantar já será servido. E é melhor se apressarem, pois o Joe está quase enlouquecendo de fome. –soltou uma risadinha.
–Tudo bem. Obrigada por avisar, senhora Jonas! –levantei-me da cama e ajudei o Nicholas a guardar suas criações dentro da pasta novamente e descemos.
Fomos para a sala de jantar que o Nick já havia me mostrado. Só que desta vez, a mesa já estava arrumada com os talheres de prata bem alinhados e postos nos devidos lugares, segundo as regras de etiqueta. Além, é claro, das duas taças de cristal para cada um: um para o vinho, outro para a água. Que por sinal, era a única coisa já servida. No local onde deveria estar os pratos, havia um lugar vazio. Provavelmente, os empregados estão esperando todos se sentarem à mesa para começar a servir. Se não estivesse acostumada, juro que ficaria totalmente envergonhada diante de tanta formalidade e sofisticação.
Como se estive lendo minha mente, Nicholas sussurrou. – Eu sei que é muita formalidade, mas eu tentei fazer algo mais descontraído, prometo que tentei. Mas a Christine cismou de se meter nisso.
–Sem problemas, Nick. Acho que vou sobreviver. – seguramos o riso.
Paul e Joe já estavam em seus devidos lugares ostentando poder e puro ego. Meu Deus, como esses dois são parecidos! Já percebi em que toda vez que me admirava com algo dessa casa ou algo relacionado à sua fortuna, Paul tentava disfarçar um sorriso de glória. Ele adorava ser admirado. E não era muito diferente com o Joe. Aposto que se tivessem a oportunidade, botariam pessoas para venerá-los o dia inteiro. Para não transparecer nenhuma feição de nojo, tentei direcionar meus pensamentos à outra coisa.
Depois de nos sentarmos, o jantar foi servido.
Minutos depois...
–Miley, como você está namorando o Nick, eu adoraria que você viesse na festa de aniversário da Jonas Cicle! – a loira me convidou animada, enquanto todos nós estávamos concentrados na nossa sobremesa. – Todo ano Paul faz uma grande festa de gala para comemorar. Eu sei que não é uma celebração para pessoas da sua idade, mas aposto que você vai adorar. E eu acho melhor se apressar, pois falta apenas duas semanas! – Hum... Uma festa aqui na mansão? Não perderia de jeito nenhum!
–Se você não quiser tudo bem. Não é lá muito divertido e... – comentou Nicholas.
–Eu adoraria! – o interrompi. – Sempre quis ir a uma festa de gala e nunca tive a chance.
–Ótimo! Será um prazer te receber de novo. – falou Paul.
–Falando em festa... Por que você não vai fazer uma festa depois de amanhã, Nick? – argumentou Joe. Festa depois de amanhã? O que? –Fala sério, é só você chegar em uma casa de festa ou boate qualquer e dizer que você é filho do papai e eles agendam um festão na hora! Não acredito que você vai passar seu aniversário de dezoito anos em branco! Dezoito anos, cara!
–Não estou a fim de fazer alguma festa. Faço todo ano! Talvez eu vá pro boliche, uma pizza com os amigos... Sei lá! – disse Nicholas desanimado.
–Espera aí, você faz dezoito anos depois de amanhã e não me contou? – perguntei para ele.
–Desculpa Miles. Acabei esquecendo de te contar. Faço aniversário no domingo. – disse um pouco sem graça.
–Eu falei que pagaria qualquer festa para ele. Só não deixaria fazer uma festa aqui em casa enquanto eu estivesse em Nova Iorque. Sei que ele chamaria aquela escola inteira e não iria querer todos aqueles selvagens dentro de minha casa. – interferiu Paul.
–Eu simplesmente não quero, será que está difícil de entender? – reclamou Nick.
–Mas querido, eu e seu pai vamos para Nova Iorque amanhã. Além do Joe não parar um minuto em casa. Não queremos que você passe o seu aniversário de dezoito anos sozinho em casa entediado. Queremos que você comemore!
–Não se preocupem. Domingo nós vamos sair juntos, não é Nick? – falei sorrindo para meu namorado.
–Claro que vamos. – abriu aquele inocente sorriso de novo.
–Assim eu fico bem mais aliviado. – respondeu Paul.
Nicholas Narrando
Depois do jantar e de um tempo de conversa, Miley ligou para seu pai para buscá-la. Ela já se despediu da minha família e ficou comigo pelo quintal da casa até que o Steve chegasse. Acho que Miley não gostou muito do meu pai e do meu irmão. Talvez o jeito fechado e um pouco arrogante dos dois não tenha a agradado. Nem eu iria gostar. Mas ela não quis deixar isso claro pra mim, talvez por vergonha ou até por educação. Enfim, deixa pra lá.
Fico feliz por ela ter combinado alguma coisa pro meu aniversário. Eu já estava tão cansado de grandes festas. Não que eu não goste de festas. Eu adoro ir para a farra com os amigos, mas estou cansado de ficarem me bajulando com uma festa toda produzida com todos voltados para mim. Sei lá, eu só queria que pelo menos fosse uma coisa mais simples, mas divertida.
–Espero que tenha gostado de hoje, pelo menos um pouquinho. – falei abraçando sua cintura.
Ela riu. – Eu gostei muito. – entrelaçou seus braços em meu pescoço.
Fiquei fitando seus olhos por um bom tempo. Aquela imensidão de tons azuis me provoca algum tipo de hipnose. Talvez seja o fascínio que tenho pelo seu jeito... um tanto diferente de me olhar. Aqueles olhos carregados de mistério eram simplesmente viciantes.
–Tomara que tenham gostado de mim. – disse, me acordando da “hipnose”.
– Sem dúvida gostaram. E espero que você venha mais vezes aqui.
Miley abriu um sorriso. – Virei quantas vezes você quiser. Só precisa me convidar.
– Então com certeza você virá mais cedo do que imagina! – coloquei uma mecha de seu cabelo que cismava em cair em seu rosto por trás de sua orelha. Parece idiota, mas eu adorava fazer isso nela.
Eu estou me tornando um idiota. Pela primeira vez me toquei o quanto eu estava “bichamente” romântico por causa dela. Será que é assim mesmo que são as pessoas quando estão apaixonadas? Espera aí! Eu estou realmente apaixonado? De acordo com o que eu ouvi falar sobre esses sentimentos estranhos, estou. Sem nem mesmo conseguir processar com a minha nova descoberta, falei em voz alta o que era para ser apenas uma conclusão do meu próprio monólogo.
–Eu te amo.
Primeiramente, seus olhos azuis quase saltaram de seu rosto. Porém, sua expressão de surpresa não demorou muito para suavizar e dar lugar a um enorme sorriso. Não era um sorriso qualquer só por simpatia. Aquele sorriso transmitia pura satisfação.
–Eu também, Nick. Eu te amo muito, como nunca amei ninguém. – Miley falou com tanta facilidade que me parecia que estava guardando essa frase há muito tempo. Provavelmente, ela apenas estava esperando eu me declarar primeiro. Bom, e esse dia chegou.
Sorri feito um idiota para minha namorada.
Ao longe, atrás do portão, vi uma ofuscante luz branca de um carro. Steve acabou de chegar.
–Acho que é o seu pai. – falei.
–É ele mesmo. – disse enquanto o carro já se aproximava de nós.
–Te vejo domingo no boliche. Às sete horas, ok? Depois a gente sai pra comer alguma coisa.
–Combinado.
Miley deu um selinho em meus lábios e entrou no carro. Nos despedimos de longe com um aceno de mão. Em pouco tempo, o carro já se encontrava longe daqui.
Miley Narrando
–Sabe o que eu descobri hoje? – perguntei extremamente animada, quase pulando dentro do carro.
–O que? – perguntou tio Steve concentrado no caminho de volta para casa.
–Eu sei onde fica o cofre do Paul! – gritei já quicando em cima do banco como uma retardada. – Eu sei que não deve ter todos os bens ali, é claro. Mas pode ter coisas muito importantes pra nós lá dentro.
–Você já achou o cofre?! – meu tio arregalou os olhos, sem tirar os olhos da estrada.
–Já! – respondi. – Além de o Nicholas ter se declarado perdidamente apaixonado por mim, e conheci cada canto daquela mansão. Estamos indo muito bem até agora!
–Nem me fale, Miles! – sorriu Steve.
–Bom, talvez eu consiga ir ainda esse fim de semana para lá novamente.
O automóvel já estava entrando na nossa garagem. Mas não parávamos de conversar entusiasmados sobre nosso sucesso até agora.
–Nick vai fazer dezoito anos domingo. Então vamos sair a noite. E talvez ninguém estará em casa. A não ser o seu irmão, mas provavelmente só voltaria pra casa de manhã. Talvez eu arrume um jeito de ir para sua casa. – me soltei do cinto de segurança e saí do carro. Entrei em casa sem parar de falar. – Quem sabe eu consiga abrir o cofre?
– Você não só pode fazer isso, como deve. – disse meu tio largando as chaves na mesinha de centro da sala. – Faça de tudo pra levá-la para sua casa.
Parei de subir as escadas e abri um sorrisinho nada inocente. Então me direcionei ao Steve. – Não precisarei de muito esforço para conseguir convencê-lo.
–Ótimo.
–A família Jonas estará em nossas mãos antes do que imagina.

Nenhum comentário:

Postar um comentário