Demi Narrando
Eu saí do bar com o meu
celular insistentemente tocando. A minha vontade é de quebrá-lo aqui mesmo na
rua de tão irritada que eu estava, mas eu sabia que não ia passar de uma mera
vontade. Eu sabia muito bem o que me aguardava aquela ligação. Mais uma missão.
Teria que estar presente na casa do Petrova agora mesmo. Eu não aguentava mais
essa vida de capanga ridícula que faz absurdos para agradar o
"chefe". Ao menos que eu morra antes, aquela maldita dívida não vai
ser quitada tão cedo, então para que eu quisesse me ver livre desse traste
ainda tenho que trabalhar muito para a máfia.
Ouvi alguns passos apressados
na calçada, mas não me preocupei. Pelo menos, até que me tocasse que os passos
eram em minha direção. Quando finalmente me toquei que era alguma coisa
relacionada a mim, não deu tempo de me esquivar. Senti uma mão forte me segurar
rudemente pelo braço e me puxar em sua direção. Nem mesmo me dei ao trabalho de
verificar quem era e me livrei do seu aperto agilmente e o ataquei, finalmente
ficando de frente com o homem que me perseguia, logo depois o jogando com
brutalidade contra a parede suja da rua. Joe? É aquele americano? O que ele
quer comigo há essa altura? O virei de costas, pressionando o seu rosto contra
a parede, com um golpe que paralisava o seu braço.
-Você é louco ou o que? - o
perguntei. -Por que você estava me seguindo e me puxou daquele jeito? Não me
diga que você é um louco que ficou obcecado por mim?
-Eu não estou obcecado por
você! Aliás, entre nós dois não sou eu aqui que está se metendo da vida do
outro sem ser chamado, não é?
-O que? O que você quer dizer
com isso? Nós não combinamos que depois daquela noite cada um seguia com a sua
vida e pronto? Eu não estou me metendo na sua vida, seu perturbado! Eu tenho
muita coisa pra me preocupar.
-Sim, inclusive o meu irmão,
não é?
-O que o seu irmão... Você
está drogado?
-Para de fazer joguinho. O que
você quer com o meu irmão e a namorada dele? - ele quase rosnou contra aquela
parede rústica.
-Seja lá quem for o seu irmão,
eu não o conheço. E não entendo o porquê de você ter me procurado.
-É claro que você o conhece! -
ele gritou furioso. Eu estava confusa com o que ele estava falando, mas pelo
seu tom de voz a coisa era muito séria. - Dá pra me soltar e me explicar
direito o que você está querendo fazer!?
Suspirei e o soltei, o dando
uma chance de conversar frente a frente comigo para deixar claro qualquer tipo
de confusão.
-Primeiramente, -eu cruzei os
braços. - quem é o seu irmão? E porque te faz pensar que eu estou metida com o
que está acontecendo com ele?
Joe ainda estava nervoso e com
a respiração pesada. Ele ainda cheirava bem como no dia em que o conheci e
estava impecável assim como eu lembrava. Apesar de todo o charme e sex appeal
que ele carrega, ele não estava mais adotando o jeito debochado e descontraído
como antes. Alguma coisa realmente séria está acontecendo e por algum motivo
ele acha que eu estou envolvida nisso.
-Meu irmão é Nicholas Jonas.
Ele estava naquele bar no dia em que nos conhecemos. Ele era um dos
universitários que estava por lá. Eu sei que você está metida com aquele Bruno
e foi ele que dopou a Miley, não foi?
As informações foram se
juntando em minha mente como um quebra-cabeça e tudo fez sentido. Minha boca se
abriu em surpresa e foi o suficiente para responder sua pergunta. Eu não
acredito que isso está acontecendo.
-Eu não fazia ideia que você
era irmão dele. Eu...
-O que você quer com eles? Porque
vocês estão mandando aquelas mensagens?
-Mensagens? Eu não sei de
mensagem nenhuma! A única coisa que fui
mandada para fazer é ficar de olho no inútil do Bruno. Eu mal conheço os dois e
não faço ideia do que fizeram depois de doparam a namorada do seu irmão. E quer saber? Eu não tenho nada a ver com
isso e não vai ser agora que vou me meter. - eu virei as costas para ele e
segui meu caminho. Eu não quero me ver envolvida numa missão em que eu nem
mesma fui chamada para fazer e que envolva a família rica de um cara que
transei há menos de uma semana.
-Espera! - ele me puxou pela
mão, sendo menos bruto do que antes. - Isso é tudo o que realmente sabe?
-Sim, e é tudo o que sou
permitida falar. Se a máfia souber que eu estou passando detalhes deles para um
estranho eu sou morta antes mesmo de pensar em fugir.
-Máfia? Não é o tráfico? -ele
perguntou confuso e eu ri com a sua ingenuidade.
-E quem você acha que comanda
o tráfico de drogas por aqui, gato? - respondi
debochada. – Eu não sei como funciona na América, mas por aqui são as
máfias que estão no poder.
-O que mais você sabe? O que
essas pessoas querem? - ele perguntava nervoso.
-Isso é tudo o que posso falar
para você e, sinceramente, eu não tenho muita informação sobre o que estão
planejando que seja útil para você ou para o seu irmão.
-Mas se ele estiver correndo
perigo com isso? Eu tenho que saber!
-Isso não é problema meu. - eu
respondi seca. Minha paciência já estava se esgotando. Eu já estava encrencada
demais para entrar em mais uma roubada. Eu tinha que ser impessoal para salvar
a minha pele.
-Ah droga! – Joe comentou
olhando alguma coisa atrás de mim.
-O que está acontecendo? – eu
perguntei sem olhar para trás. Vai que é alguém da máfia que está nos vigiando?
-Meu irmão e a namorada dele.
Eles estão chegando ali. Finja que nada de errado está acontecendo, ok?
-Por quê? Eles não sa- eu
minhas palavras foram interrompidas pelos lábios carnudos do moreno calando a
minha boca.
Ok, isso foi bem inesperado! E
abusado, também. Mas não posso negar que foi pra lá de bom. Seus braços fortes
me puxaram para perto de seu corpo e eu aproveitei o teatrinho para acariciar
os músculos dos seus braços e ombros, que estavam ao meu alcance. Percebi que a
coisa foi além do fingimento, quando sua língua ardilosa ultrapassou a linha
entre meus lábios e passou a explorar a minha boca. Mas esse cara é muito sem vergonha! Mordi a
sua língua de propósito e ele gemeu baixinho de dor. Separamos os nossos lábios
o suficiente para olhar nos olhos um do outro. Eu abri um pequeno sorriso
irônico e dei um selinho em sua boca de deboche.
-Joe? – uma voz masculina soou
atrás de mim num tom de divertimento.
O americano safado afastou o rosto do meu para desviar
o seu olhar para o dono dessa voz. –Nick? O que está fazendo aqui?
Eu dei meia volta para
encará-lo, também. O mesmo casal que estava se desentendendo naquela noite no
bar, hoje estavam de mãos dadas. Aparentemente estavam bastante tranquilos,
diferentemente do que os encontrei pela primeira vez. Os dois me olhavam com
olhar de curiosidade. O irmão do Joe parecia bastante animado, mas a moça ao
seu lado não parecia muito feliz.
-Sinceramente, eu amava o fato
dessa cidade ser pequena, mas agora eu não posso dizer o mesmo. – ela rolou os olhos. – Já não basta eu ter
que ver a sua cara o dia inteiro dentro de casa? – ela reclamou com uma cara de
poucos amigos. Ops, acho que alguém não se dá muito bem com a cunhada.
-Compartilho o mesmo
sentimento em te ver, Miley. – respondeu o Joe igualmente mal humorado com as
palavras da tal Miley.
-Joe, você não vai apresentar?
– perguntou o simpático rapaz, ignorando a troca de farpas dos dois.
Provavelmente já deve estar acostumado.
-Essa é a Demi. – ele apontou
para mim. – Demi, esse é o meu irmão caçula, Nick.
-Prazer. – eu cumprimentei o
Nick educadamente com um sorriso.
-O prazer é todo meu. – ele
abriu um sorriso e seus olhos escuros e amendoados se apertaram de uma maneira
adorável. Ele não tinha aquele ar de sem vergonhice e sarcasmo do Joe. Nick
parecia ser um rapaz bastante simpático e fofo. Mas carregava a genética da
beleza inegável que o seu irmão também tinha. Os dois eram bastante diferentes,
mas igualmente atraentes.
-E essa é a namoradinha de
estimação dele, a Miley. – Joe apontou para a sua cunhada com um olhar de
desdém e ela na mesma hora fechou a cara.
-Prazer. – fui igualmente
educada e simpática com ela, mas a Miley não fez questão de mostrar muita
animação em me conhecer. Ela me cumprimentou num aperto de mãos e ainda teve a
indelicadeza de me olhar de cima a baixo e continuar fitando a minha cara.
Pelo visto o Nick sugou todo
tipo de simpatia que a sua namorada já teve algum dia. Ela tinha um jeito rude
e arrogante. Não sei se estava assim por causa do Joe ou se ela é sempre assim,
mas eu não posso negar que eu não já não vou com cara dessa abusada. Apesar de
sua antipatia, Miley é irritantemente linda. O azul dos seus olhos expressivos
é ainda mais intenso quando visto de perto. Traços do rosto bem desenhados e um
corpo esbelto e sensual. Aproveitei já falta de delicadeza entre nós duas e não
me dei o trabalho de ser discreta em encará-la, também. O que ela tinha que a
máfia tanto queria? O que esses dois aprontaram para que chamassem a atenção de
Petrova?
Eu lembro que Bruno chegou a
comentar que o Nick se mudou para cá para ficar longe de sua cidade de Los
Angeles, que foi palco de algum escândalo que envolve a sua família. Será que a
família do Joe e do Nick tinha alguma pendência com a máfia daqui? Estranho. Se
eles realmente tivessem algum problema com o Leonardo Petrova, aqui seria o
último lugar que o herdeiro mais novo de uma empresa milionária fugiria. Talvez
seja isso! Ele é um dos herdeiros de uma propriedade absurdamente rica. Uma
galinha dos ovos de ouro para o Leonardo.
-Pelo seu sotaque, você é
britânica, estou certo? – Nick me acordou do meu raciocínio que se enrolava em
teorias. Eu forcei um sorriso e balancei a cabeça afirmativamente. – O que faz
por aqui?
Eu dei de ombros, fingindo que
o motivo de eu estar aqui não era importante. – Mudança de ares. Aqui é um
lugar adorável de se viver. Não aguentava mais viver na Inglaterra. E vocês?
Joe me disse que está de passagem por aqui, vocês também?
-Eu e Miley moramos aqui há um
ano. – ele respondeu.
-Por
qual motivo? – eu perguntei fingindo naturalidade.
-Mudança
de ares. – respondeu a Miley, um tanto seca e com um tom de sarcasmo ao repetir
a minha desculpa. Suas orbitas azuis me fitavam desconfiadas.
-Ah,
sim... – eu balancei a cabeça em
concordância.
O
contato visual nada agradável entre eu e Miley foi quebrado, quando meu celular
tocou.
-É...
só um instante. – eu me afastei dos três o suficiente para que pudesse atender
o telefone com privacidade. –Alô?
-Demetria!
– a voz imponente de Leonardo soava impaciente. – Onde você está? Eu preciso
que você venha aqui. Temos mais um problema para resolver. Já estou te
esperando tempo demais e você não me atende.
Eu
rolei os olhos. Odeio quando tentam me controlar o tempo todo. – Já estou a
caminho.
-Então
venha logo! – ele respondeu rude e desligou.
Joe
caminhou até a mim, aproveitando a pouca distância entre nós e o casal
problema.
-Desculpa
estragar a sua diversão, mas o teatrinho acabou por aqui. Eu preciso ir embora
agora mesmo. – eu o avisei antes que ele tivesse alguma ideia estúpida de me forçar
a ir a um encontro duplo ou sei lá.
-Demi...
– ele começou a falar.
-Tudo
o que eu podia de contar, você já sabe! – eu o interrompi. – Só se garanta que
eles dois tomem cuidado. Muito cuidado. – eu falei dando alguns passos para
longe dele, pronta para ir embora. Mas ele me puxou novamente.
-Me
prometa que você vai ajudar meu irmão. Você vai nos ajudar para que nada grave
aconteça. – ele pediu sério.
-Eu
não posso te prometer nada. – eu respondi rápido e puxei o meu braço de sua mão
firme.
-Mas
eu preciso de uma confirmação. Eu sei que o não conseguiria convencer o Nick a
ir embora daqui, eu não sei mais em quem confiar...
-Você
sabe de alguma coisa e tem medo de me contar, não é? O motivo de o seu irmão
estar aqui na Itália. E parece que você teme que seja o mesmo motivo dessa
confusão toda do celular roubado e dessas mensagens. – eu o olhei no fundo dos
seus olhos e ele não pareceu nem mesmo pensar em negar o que eu disse.
Suspirei. – Eu tenho que ir. Talvez não seja tão grave assim. Petrova adora
dinheiro é só dar uma quantidade boa para ele e talvez ele os deixe em paz.
-Ou
não. – ele respondeu pessimista.
-Ou
não. – eu concordei. – Isso eles vão ter que descobrir sozinhos. Eu já te disse
que eu não posso me envolver no problema de vocês. –Tchau. – dei um beijo nos
seus lábios, remetendo ao nossa troca de carinhos forçada. –Boa viagem. – Dei
as costas e fui embora.
Joe
Narrando
Chegamos
em casa de alguns minutos que a Demi foi embora. Nick se animou por mim, por eu
estar pegando uma gata que nem ela. Miley, não parecia tão animada assim. Na
verdade, eu nem mesmo prestava muita atenção no que eles falavam. Minha mente
estava martelando em preocupação. Será que devo avisá-lo sobre a máfia? Mas se
eu avisar, talvez eu possa piorar a situação, não é? Ainda não sabemos quem
está por trás disso. Na verdade a única informação realmente útil para eles
nesse momento era sobre o Bruno, e isso eles já sabiam. Por enquanto é melhor
deixar a Demi de fora dessa confusão.
Não quer dizer que eu esteja
querendo protegê-la, mas por enquanto não era útil e se eu contasse só traria
mais confusão. Ela realmente não parecia saber do que realmente está
acontecendo em relação às mensagens, então não seria justo envolvê-la agora.
-Então você viu que mulherão
ele pegou, Nick? - a conversa sobre Demi ainda rendia e isso chamou a minha
atenção. Pra que o Nick foi comentar? Quando o assunto é mulher, Brian é capaz
falar até amanhã de manhã! - Até hoje eu não entendi como ela ficou com ele
agora depois do fora feio que ele levou no dia que se conheceram. - Nick riu
junto com o seu amigo.
Miley estava entretida
assistindo a conversa dos dois de uma distância, assim como eu.
Mas a sua atenção foi desviada
quando eu desastradamente esbarrei num porta retratos, que caiu da estante, mas
com sorte eu consegui salvá-lo de espatifar no chão.
-Presta atenção, Joe! – ela
disse irritada.
-Ufa, foi por pouco! -
comentei comigo mesmo.
-Tenha mais cuidado com as
coisas! Senão daqui a pouco você vai acabar quebrando toda decoração da sala. -
a Miley chamou a minha atenção, irritada e exageradamente. Ela pegou o porta
retratos da minha mão, como se eu fosse quebrá-lo de propósito e colocou com
cuidado no mesmo lugar onde estava.
Agora entendi o porquê de
tanto cuidado com o objeto. Nele estava uma foto, aparentemente nova, dela com
algumas pessoas sorridentes. Essas pessoas tinham alguns traços parecidos com
os dela. Era a família Cyrus. Lá estava a Miley, a mãe e provavelmente os
irmãos. O pai obviamente não estava presente na foto, pois parecia ser de um
dia bem recente. Pelo jeito, eles já vieram visitar a Miley aqui na Itália.
-Então eles já sabem de tudo?
- eu perguntei apontando para a fotografia, me referindo a sua família.
-Souberam há pouco tempo.
-respondeu Miley sem muitos detalhes. -Foi muito bom revê-los.
-Eles não faziam ideia do que
você fazia por aí, não é? - eu perguntei sem me segurar na curiosidade.
-Não. Só souberam do que eu
fazia quando eu fui presa e enfim... Teve aquela repercussão toda. Eu não tive
contato com eles durante aqueles anos.
-Então como eles vieram para
cá?
-Nick. - ela deixou que um
sorriso escapasse. -Ele queria me dar um presente de aniversário. Então eles
vieram para cá. Matamos saudades um do outro. Foi... Renovador ver eles de
novo. Todo mundo junto... Só faltava papai. - a última frase foi o suficiente
para impor um silêncio pesado entre nós dois. Nick e Brian ainda conversavam ao
fundo.
Eu sei bem como é perder
alguém que ama, como um pai ou uma mãe. É irreparável. E dava pra sentir isso
quando ela encarava o retrato da sua família junto com ela, mas sem a presença
do seu pai. Por culpa do meu pai. Senti um peso na consciência me deixou desconfortável
demais para disfarça alguma coisa.
-Eu sinto muito. Pelo seu pai.
-eu respondi, encarando o retrato também, para evitar olhar para ela. -Eu perdi
minha mãe e sei como é a sensação.
-Obrigada. -ela respondeu meio
sem jeito.
A voz do Brian chamou nossa
atenção de novo. Dessa vez, eu ouvi o meu nome e o clima meio esquisito entre
eu e Miley foi quebrado.
-Christine me ligou essa
semana e me avisou que está planejando uma grande festa em Los Angeles e que
faz questão que nós três estejamos lá. – ele avisou com uma cara não muito boa.
-Festa? De que? – Miley
perguntou com um tom de estranhamento.
-Aniversário de casamento dela
com o Paul. – respondeu Brian entediado. Isso explicava o desanimo dele ao
falar de festa, ou melhor, de uma festa com a Chris. – Ela disse que você vai
ter que estar lá. – ele se dirigiu ao Nick. -Você sabe. Faz um ano mais ou
menos que você não aparece por lá, não dá muitas notícias... Ela quer você por
perto. Bom, assim como o seu pai, né?
Nick trocou olhares hesitantes
com a Miley. Ele não queria ir pra Los Angeles por causa dela.
-Você vai ter que ir. Se você
não aparecer por lá, mais cedo ou mais tarde, Christine e meu pai vão vir te
fazer uma visita por aqui. Imagino que vocês não querem que isso aconteça, né?
– eu me pronunciei.
-É verdade, Nick. Uma hora vai
você ter que aparecer. – Miley reforçou.
– Não vai ter problema nenhum me deixar sozinha aqui por uns dias...
Aliás, eu já to bem grandinha, né? – ela sorriu.
-Mas e toda essa confusão? Eu
não posso deixar você sozinha aqui sabendo que tem gente te perseguindo por aí.
– ele contestou. – A gente ainda nem faz ideia de quais são as intenções deles.
-Não se preocupe, ok? Até lá
nós vamos dar um jeito. Vá pra Los Angeles e fique o tempo que precisar. Eu vou
ficar bem. – Miley caminhou até o Nick e deu um beijo na sua bochecha
carinhosamente. – Você fica uma gracinha quando fica preocupado comigo. – ela
disse e Nick sorriu. Ela deu mais um beijo no seu pescoço.
Eu revirei os olhos. Não estou
com paciência pra ficar segurando vela e ouvir a Miley cheia de grude com o meu
irmão. Vou dar o fora logo.
-Vou arrumar minhas malas. –
eu falei entediado enquanto caminhava para o quarto em que eu estava hospedado.
Amanhã de manhã eu e Brian
vamos voltar para Los Angeles e voltar com as nossas rotinas de antes. A
sensação é que esses dias se passaram muito rápido e nem chegamos a conhecer
muito a cidade direito. Mas como seria possível passar esse tempo se divertindo
com tudo que aconteceu nesses últimos seis dias?
No dia seguinte...
Miley
Narrando
O barulho alto de tiros tomava
conta da enorme casa de praia. Nick mirava concentrado nos alvos, enquanto eu o
assistia orgulhosa e o instruía. Já era noite e estávamos no lado de fora da
casa. A falta de luz era um obstáculo a mais para ele acertar os alvos, mas
estava indo muito bem. Decidi voltarmos com os treinos que eu planejava antes,
mas dessa vez com muito mais frequência e intensidade. Com toda essa confusão
de gente má intencionada nos me vigiando e chantageando, já estava mais do que
na hora do Nick estar preparado para qualquer tipo de ameaça.
Joe
e Brian já voltaram para Los Angeles. Hoje de manhã eu e Nick os levamos para o
aeroporto para nos despedirmos. Finalmente a sós novamente! Eu já estava
sentindo falta da nossa privacidade e paz aqui em casa. Antes de ir embora
Brian o avisou que logo, logo chegaria o convite da festa da Chris e para ele
se preparar. Eu sei que Nick não estava muito animado para aparecer por lá, mas
ele precisava ir. E sinceramente? O que de mal poderia acontecer com ele um
tempo longe? Eu sempre soube me virar.
Voltei
meus pensamentos para o Nick e abri um sorriso satisfeito. Ele estava indo
muito bem, ele aprendia rápido todos os truques e acho que estou fazendo um bom
trabalho em prepará-lo. Eu também treinei um pouco hoje para não enferrujar,
mas foquei em ensiná-lo o que eu aprendi a diferentes situações para atirar.
Os
tiros se cessaram e percebi que acabaram a ultima leva de balas pra serem
gastas hoje. Ele se virou para mim com um sorriso satisfeito com o seu
rendimento hoje. Ele parecia bastante
cansado e com motivos para isso. Acordamos cedo para deixar Joe e Brian no
aeroporto, ele passou uma boa parte do seu dia na faculdade cada vez mais
difícil e ainda o fiz gastar o que restava das suas energias em treinos
intensos de tiro e luta de noite.
-Estou
liberado, professora Cyrus? – ele perguntou debochado.
-Não,
vai que ter que fazer umas cem sessões de flexões. – eu respondi e ele
arregalou os olhos. Depois ele percebeu que eu estava de brincadeira quando eu
soltei uma risada. –Eu não sou louca de te matar de exaustão.
Ele
me entregou o revolver e entramos em casa. Deixei o revolver numa mesinha
qualquer e o segui até o sofá. Ele caiu exausto sobre o assento e eu me sentei
perto dele.
-Você
sabia que o Joe estava todo preocupado comigo hoje? Ele está bem esquisito.
–Nick comentou e eu ouvi atenta.
-Ah
é? Por quê? Ele te disse alguma coisa?
-Ele
chegou para mim e disse para eu tomar muito cuidado e para estar atento. – ele
se virou para mim e comentou pouco mais relaxado. Eu ri. –Acho que ele ficou
realmente assustado com toda essa história de gente nos vigiando.
-Na verdade, eu acho que ele
está mais preocupado com você estando perto de mim vinte quatro horas por dia.
- comentei com sinceridade. - Talvez esse pedido de cuidado seja em relação a
mim, mesmo. Mesmo ele passando alguns dias aqui, a ideia de que eu me redimi
ainda não convenceu completamente o seu irmão.
-Independente sobre quem seja
essa preocupação toda, essa história do Bruno ainda me está muito mal contada.
- ele respondeu sério. -Quando vamos averiguar melhor isso?
-Logo, logo. - eu suspirei. -
Vamos esquecer isso um pouco? Estou cansada de pensar nesse suspense todo...
Além do mais não consigo pensar em muita coisa quando há pouco tempo você tava
roçando esse corpo gostoso no meu enquanto lutávamos. - eu passeei a minha mão
pelo seu peitoral e abdômen por cima da camisa. Nick soltou uma risada sem
vergonha por causa da minha mudança brusca de assunto. - E você ainda atirou
hoje. Não sei se você já percebeu, mas descobri que tenho um certo tesão quando
vejo você atirar com aquela cara sexy de concentração que você faz.
-Eu não tinha notado isso.
Agora me deu mais ânimo de treinar tiros mais vezes. - seus olhos castanhos
varreram o meu corpo antes de se concentrarem na minha boca.
-Eu sei que você está morto de
cansado, mas você ainda tem aquela lista de exigências para cumprir, lembra? -
eu acariciei a sua coxa grossa e torneada. Deslizei minha mão para a parte
interna, numa parte específica que eu sei que é mais sensível nele e o faz
arrepiar, perigosamente perto de sua virilha. Sua respiração começou a ficar
mais pesada. - E eu quero agora, mesmo.
-Tudo que você quiser. - ele
sussurrou extremamente sexy enquanto roçava os seus lábios nos meus. Senti os
seus dentes morderem a minha boca. Eu já estava estupidamente excitada só com
essas provocações.
Senti os seus braços fortes me
puxarem para o seu colo e me sentei de frente para ele. Ao sentir a minha
intimidade já sensível exatamente em cima da sua ereção eu o puxei para um
beijo urgente antes que começasse a gemer palavrões. Eu rebolava em cima do seu
colo enquanto sua língua explorava a minha boca habilidosamente. Senti a minha
blusa sendo levantada e tive que quebrar o beijo para que ele tirasse a peça
rapidamente.
Suas duas mãos apertaram meus
seios por cima do sutiã. Ele os encarava com os olhos famintos e a sua boca
gostosa entreaberta, dando passagem para sua respiração ofegante. Ele continuou
a massagear e apertar os meus peitos. Beijou o topo deles que estavam
valorizados pelo decote do sutiã antes de decidir tirar a peça de vez. Eu
adorava o jeito que ele apreciava o meu corpo a cada peça que eu tirava. Joguei
a lingerie para longe e tirei a sua camisa. Eu não aguentava mais ficar mais um
segundo com esse homem completamente vestido.
-Já estava sentindo saudade da
gente transando nesse sofá, sabia? – eu disse enquanto tateava cada centímetro
do seu tronco musculoso com as mãos. – Já estava contando as horas para ter
essa casa inteirinha pra gente de novo. – eu arranhei o seu abdômen e ele gemeu
baixinho de dor.
-Como se privacidade fosse
algum impedimento para nós dois transarmos. – ele comentou naquele tom de voz
excitante. Suas mãos passearam pelas minhas coxas até chegarem à minha
bunda. - Já que a safada aqui adora foder
em lugares inapropriados.
Eu abri um sorriso malicioso
em concordância com que ele disse. – E você adora a minhas safadezas, não
importa onde for. – eu comecei a espalhar beijos em seu pescoço.
Meus beijos e chupões desceram
do seu pescoço e passei dar atenção ao seu peitoral, me deliciando em
aproveitar cada centímetro do seu corpo irresistível. Depois de espalhar o
local de beijos, massageei um dos seus mamilos com a língua e senti que ele
gostou quando forçou o seu quadril contra a minha virilha num roçar excitante
do seu pau duro contra o meu sexo, me deixando ainda mais molhada. Dei uma
mordida de leve e ele repetiu o gesto de antes, seguido por um suspiro de
prazer. Nicholas puxou o meu rosto na altura do seu me beijou com intensidade e
desespero. Minha mão se aventurou para
baixo da sua cueca e apertei o seu membro duro. Ele em resposta apertou o meu
seio na mesma intensidade enquanto ainda me beijava urgentemente. Puxei um
pouco as suas calças, o suficiente para a sua ereção saísse. Quebrei o beijo
para que pudesse apreciar melhor. A visão era tão fodidamente sexy e que eu não
resisti e passei a masturbá-lo.
-Oh
merda, Isso é tão bom! Continua, Miles, continua. - ele comentou com os olhos
semiabertos de tanto tesão. Estimulada pela sua reação apertei mais a minha mão
ao redor de seu membro e aumentei a velocidade da masturbação. Ele jogou a
cabeça para trás e soltou um gemido rouco e gostoso.
-Você
gosta quando eu faço isso? – eu sussurrei no seu ouvido e ele balançou a cabeça
em afirmação, concentrado no prazer que eu estava lhe dando. Minha mão
deslizava rapidamente e sem parar ao redor do seu pênis, que estava inchado e
pulsante de tanto tesão.
–Eu não vou me segurar por muito tempo. –ele
comentou ofegante, mas eu ignorei e continuei a estimulá-lo rapidamente. Queria
ver até que ponto ele conseguiria se segurar, mas fui interrompida.
Nicholas puxou a minha mão, me
impedindo que eu o fizesse gozar, e me empurrou deitada no sofá sem nem um
pouco de delicadeza. Tirou de uma vez a
sua bermuda e a sua cueca para logo depois arrancar o que me restava de
roupa. Antes que ele decidisse ficar no
comando, eu me sentei e o empurrei contra o encosto do estofado. Me posicionei
no seu colo e abri um sorriso safado para ele.
-Eu estou no comando hoje,
gostoso. – como punição eu puxei hostilmente o seu cabelo curto entre os meus
dedos, que o fez olhar para cima, diretamente nos meus olhos. Dei um beijo em
seus lábios avermelhados de tanto beijar.
-Então vem sentar aqui logo, vem.
Não quero mais esperar pra te foder bem gostoso. – ele disse enquanto esfregava o seu pau no
meu clitóris.
Meus olhos por um momento se
fecharam e tive que puxar o ar com força. Ok, quem não aguenta mais segurar
agora sou eu.
Aproveitei
que ele já segurava o seu membro pela base e encaixei os nossos sexos. Desci o
meu quadril lentamente, sentindo aquela dorzinha deliciosa que eu já conhecia
muito bem. Eu já sentia o suor começar a brotar em minha pele, o calor entre
nós era enorme. Nick mordeu o seu lábio com força quando sentiu que estava por
completo dentro de mim. A partir daí, eu apoiei minhas mãos no encosto do sofá
atrás de Nick e passei a me mover de cima para baixo num ritmo que ganhava cada
vez mais velocidade. Meus gemidos já ecoavam por toda a sala.
Nick escorregou o seu tronco
um pouco mais pra baixo, mas eu me recusei a parar de quicar em seu colo para
seja lá o que for o motivo dele ter se movido. Conforme eu me movimentava sobre
o seu pau, Nick gemia e respirava cortadamente. Então finalmente percebi o que
ele tinha em mente. Seu rosto estava agora exatamente na altura dos meus
seios. Nicholas abriu um sorriso safado ao observa-los tão de perto, não perdeu
tempo e abocanhou um deles.
-Nick! -foi minha reação. Ele
alternava em chupar e lamber meu mamilo, como se estivesse se deliciando com
isso. Eu estava a ponto de enlouquecer!- Oh, assim. Eu adoro quando você faz
isso.
Como resposta, apertei com
força o meu sexo ao redor do seu pau e ele gemeu contra o meu seio. Ele levou
suas mãos até a minha bunda e a apertou, como estímulo. Então o apertei mais
uma vez e aumentei a velocidade, sentando cada vez mais rápido em seu colo, até
o máximo que eu pudesse. Meus gemidos já estavam bem altos e eu já sabia que
estava perto de gozar. Ele continuava a me chupar sem parar. O dedo indicador
de umas das mãos que estavam apertando a minha bunda se atreveu a massagear o
meu ânus. Tudo aquilo estava tão bom que eu não pude mais me segurar. Poucos
segundos depois o orgasmo me atingiu em cheio.
Dei mais um último gemido alto
e logo depois de mim, Nick gozou. O seu líquido quente me invadiu e ele jogou a
cabeça pra trás, relaxado e com um sorriso de satisfação. Ele voltou a se
sentar direito, ficando na minha altura novamente. Eu retribui o sorriso e o
beijei mais uma vez. Nós dois ainda estávamos ofegantes e suados. Agora sim, eu
poderia dizer que estávamos exaustos!
-Uau. Isso tudo é tesão em me
ver atirando? - ele brincou e eu ri. Ele me abraçou carinhoso e eu deixei minha
cabeça cair em seu ombro.
Demi Narrando
Cheguei atrasada mais uma vez na majestosa mansão de
Petrova. A minha má vontade é tão frequente que a maioria daqui já se acostumou
com os meus atrasos. Um dos seus seguranças permitiu que eu passasse pela
imponente porta de entrada e caminhei rapidamente para a sala onde geralmente
Leonardo me esperava. A casa hoje estava
cheia e movimentada. Provavelmente estão planejando algum transporte de drogas
ou algo desse porte.
Entrei na sala de negócios do Leonardo e o encontrei
conversando com o Bruno. Senti que a minha chegada tinha interrompido as
palavras do dono da casa.
-Eu estou atrapalhando alguma coisa? – perguntei.
-Não. – respondeu Petrova, fazendo um gesto de mão
para eu não me preocupar. – Logo, logo preciso conversar com você também. – ele
voltou a sua atenção para o Bruno. – Como eu ia dizendo, você vai continuar a
rondar a área. Quero que você fique bem próximo daqueles dois. Preciso que você
me traga informações novas assim que tiver.
-Mas, chefe, e se eles desconfiarem de mim? –
perguntou Bruno receoso.
-Faça que eles não percebam. E principalmente uma
coisa: Não quero nem sonhar em saber que você deixou que eles saibam alguma
pista sobre nós ou sobre qualquer coisa que seja do nosso plano, estamos
entendidos?
Puxei o ar com força e tive dificuldade para soltá-lo
quando me toquei sobre o que se tratava aquela conversa. Ele estava falando
sobre o caso do Nick e da Miley. Ele quer continuar vigiando os dois.
-Mas e se eles descobrirem? – ele perguntou
hesitante.
-Se descobrirem, eu acho melhor que não seja através
de você. Esse caso é muito importante e se eu souber que você sentiu qualquer
tipo de vontade de se redimir e contar tudo pro seu amiguinho de faculdade, eu
vou ter que tomar algumas providências. – essa ultima parte, a sua voz soou
ainda mais sombria e ameaçadora. Eu já conhecia a fama que Petrova tinha com os
seus traidores e foi por isso que simplesmente entrei em pânico quando ele
descobriu do meu golpe e o Wilmer me deixou pra trás. Eu fui uma exceção, a
maioria termina morto por motivos bem torpes.
Então eu lembrei. Joe sabia sobre o Bruno! Eu lembro
que me perguntou sobre ele, de alguma forma ele sabe que ele está metido nisso.
Será que o seu irmão e a namorada dele sabem também? E souberem... Eles vão
querer tirar satisfações com Bruno. Esse cara está bem fodido!
Bruno terminou de acertar algumas coisas sobre drogas e em pouco tempo
já tinha ido emboré com um semblante pra lá de preocupado. Leonardo olhou para
mim e parece que ele percebeu que eu
estava um pouco tensa.
-O que houve, Demetria? – ele perguntou curioso.
-O que de tão importante você planeja para aqueles dois? – eu fui direto
ao ponto. – Quer dizer, alguma coisa de muito grave eles fizeram, não é?
-Primeiramente, esse caso não é de interesse só meu. Estou apenas
fazendo favores alguém. – ele respondeu sério. – E segundo, mia bella,
você não está permitida a se meter nessa história. Não posso te contar detalhe
nenhum a você. – ele caminhou até mim com um sorriso ardiloso. – Aliás, nós
dois sabemos que a senhorita não é alguém para se confiar, não é? – e deu um
leve aperto no meu queixo, como se eu fosse uma menina arteira. Odeio quando
ele me trata assim.