segunda-feira, 26 de outubro de 2015

2ª temporada - Capítulo 12: Suspicious

Demi Narrando

Eu saí do bar com o meu celular insistentemente tocando. A minha vontade é de quebrá-lo aqui mesmo na rua de tão irritada que eu estava, mas eu sabia que não ia passar de uma mera vontade. Eu sabia muito bem o que me aguardava aquela ligação. Mais uma missão. Teria que estar presente na casa do Petrova agora mesmo. Eu não aguentava mais essa vida de capanga ridícula que faz absurdos para agradar o "chefe". Ao menos que eu morra antes, aquela maldita dívida não vai ser quitada tão cedo, então para que eu quisesse me ver livre desse traste ainda tenho que trabalhar muito para a máfia.

Ouvi alguns passos apressados na calçada, mas não me preocupei. Pelo menos, até que me tocasse que os passos eram em minha direção. Quando finalmente me toquei que era alguma coisa relacionada a mim, não deu tempo de me esquivar. Senti uma mão forte me segurar rudemente pelo braço e me puxar em sua direção. Nem mesmo me dei ao trabalho de verificar quem era e me livrei do seu aperto agilmente e o ataquei, finalmente ficando de frente com o homem que me perseguia, logo depois o jogando com brutalidade contra a parede suja da rua. Joe? É aquele americano? O que ele quer comigo há essa altura? O virei de costas, pressionando o seu rosto contra a parede, com um golpe que paralisava o seu braço.

-Você é louco ou o que? - o perguntei. -Por que você estava me seguindo e me puxou daquele jeito? Não me diga que você é um louco que ficou obcecado por mim?

-Eu não estou obcecado por você! Aliás, entre nós dois não sou eu aqui que está se metendo da vida do outro sem ser chamado, não é?

-O que? O que você quer dizer com isso? Nós não combinamos que depois daquela noite cada um seguia com a sua vida e pronto? Eu não estou me metendo na sua vida, seu perturbado! Eu tenho muita coisa pra me preocupar.

-Sim, inclusive o meu irmão, não é?

-O que o seu irmão... Você está drogado?

-Para de fazer joguinho. O que você quer com o meu irmão e a namorada dele? - ele quase rosnou contra aquela parede rústica.

-Seja lá quem for o seu irmão, eu não o conheço. E não entendo o porquê de você ter me procurado.

-É claro que você o conhece! - ele gritou furioso. Eu estava confusa com o que ele estava falando, mas pelo seu tom de voz a coisa era muito séria. - Dá pra me soltar e me explicar direito o que você está querendo fazer!?

Suspirei e o soltei, o dando uma chance de conversar frente a frente comigo para deixar claro qualquer tipo de confusão.

-Primeiramente, -eu cruzei os braços. - quem é o seu irmão? E porque te faz pensar que eu estou metida com o que está acontecendo com ele?

Joe ainda estava nervoso e com a respiração pesada. Ele ainda cheirava bem como no dia em que o conheci e estava impecável assim como eu lembrava. Apesar de todo o charme e sex appeal que ele carrega, ele não estava mais adotando o jeito debochado e descontraído como antes. Alguma coisa realmente séria está acontecendo e por algum motivo ele acha que eu estou envolvida nisso.

-Meu irmão é Nicholas Jonas. Ele estava naquele bar no dia em que nos conhecemos. Ele era um dos universitários que estava por lá. Eu sei que você está metida com aquele Bruno e foi ele que dopou a Miley, não foi?

As informações foram se juntando em minha mente como um quebra-cabeça e tudo fez sentido. Minha boca se abriu em surpresa e foi o suficiente para responder sua pergunta. Eu não acredito que isso está acontecendo.

-Eu não fazia ideia que você era irmão dele. Eu...

-O que você quer com eles? Porque vocês estão mandando aquelas mensagens?

-Mensagens? Eu não sei de mensagem nenhuma!  A única coisa que fui mandada para fazer é ficar de olho no inútil do Bruno. Eu mal conheço os dois e não faço ideia do que fizeram depois de doparam a namorada do seu irmão.  E quer saber? Eu não tenho nada a ver com isso e não vai ser agora que vou me meter. - eu virei as costas para ele e segui meu caminho. Eu não quero me ver envolvida numa missão em que eu nem mesma fui chamada para fazer e que envolva a família rica de um cara que transei há menos de uma semana.

-Espera! - ele me puxou pela mão, sendo menos bruto do que antes. - Isso é tudo o que realmente sabe?

-Sim, e é tudo o que sou permitida falar. Se a máfia souber que eu estou passando detalhes deles para um estranho eu sou morta antes mesmo de pensar em fugir.

-Máfia? Não é o tráfico? -ele perguntou confuso e eu ri com a sua ingenuidade.

-E quem você acha que comanda o tráfico de drogas por aqui, gato? - respondi  debochada. – Eu não sei como funciona na América, mas por aqui são as máfias que estão no poder.

-O que mais você sabe? O que essas pessoas querem? - ele perguntava nervoso.

-Isso é tudo o que posso falar para você e, sinceramente, eu não tenho muita informação sobre o que estão planejando que seja útil para você ou para o seu irmão.

-Mas se ele estiver correndo perigo com isso? Eu tenho que saber!

-Isso não é problema meu. - eu respondi seca. Minha paciência já estava se esgotando. Eu já estava encrencada demais para entrar em mais uma roubada. Eu tinha que ser impessoal para salvar a minha pele.

-Ah droga! – Joe comentou olhando alguma coisa atrás de mim.

-O que está acontecendo? – eu perguntei sem olhar para trás. Vai que é alguém da máfia que está nos vigiando?

-Meu irmão e a namorada dele. Eles estão chegando ali. Finja que nada de errado está acontecendo, ok?

-Por quê? Eles não sa- eu minhas palavras foram interrompidas pelos lábios carnudos do moreno calando a minha boca.

Ok, isso foi bem inesperado! E abusado, também. Mas não posso negar que foi pra lá de bom. Seus braços fortes me puxaram para perto de seu corpo e eu aproveitei o teatrinho para acariciar os músculos dos seus braços e ombros, que estavam ao meu alcance. Percebi que a coisa foi além do fingimento, quando sua língua ardilosa ultrapassou a linha entre meus lábios e passou a explorar a minha boca.  Mas esse cara é muito sem vergonha! Mordi a sua língua de propósito e ele gemeu baixinho de dor. Separamos os nossos lábios o suficiente para olhar nos olhos um do outro. Eu abri um pequeno sorriso irônico e dei um selinho em sua boca de deboche.

-Joe? – uma voz masculina soou atrás de mim num tom de divertimento.

O americano safado afastou o rosto do meu para desviar o seu olhar para o dono dessa voz. –Nick? O que está fazendo aqui?

Eu dei meia volta para encará-lo, também. O mesmo casal que estava se desentendendo naquela noite no bar, hoje estavam de mãos dadas. Aparentemente estavam bastante tranquilos, diferentemente do que os encontrei pela primeira vez. Os dois me olhavam com olhar de curiosidade. O irmão do Joe parecia bastante animado, mas a moça ao seu lado não parecia muito feliz.

-Sinceramente, eu amava o fato dessa cidade ser pequena, mas agora eu não posso dizer o mesmo.  – ela rolou os olhos. – Já não basta eu ter que ver a sua cara o dia inteiro dentro de casa? – ela reclamou com uma cara de poucos amigos. Ops, acho que alguém não se dá muito bem com a cunhada.

-Compartilho o mesmo sentimento em te ver, Miley. – respondeu o Joe igualmente mal humorado com as palavras da tal Miley.

-Joe, você não vai apresentar? – perguntou o simpático rapaz, ignorando a troca de farpas dos dois. Provavelmente já deve estar acostumado.

-Essa é a Demi. – ele apontou para mim. – Demi, esse é o meu irmão caçula, Nick.

-Prazer. – eu cumprimentei o Nick educadamente com um sorriso.

-O prazer é todo meu. – ele abriu um sorriso e seus olhos escuros e amendoados se apertaram de uma maneira adorável. Ele não tinha aquele ar de sem vergonhice e sarcasmo do Joe. Nick parecia ser um rapaz bastante simpático e fofo. Mas carregava a genética da beleza inegável que o seu irmão também tinha. Os dois eram bastante diferentes, mas igualmente atraentes.

-E essa é a namoradinha de estimação dele, a Miley. – Joe apontou para a sua cunhada com um olhar de desdém e ela na mesma hora fechou a cara.

-Prazer. – fui igualmente educada e simpática com ela, mas a Miley não fez questão de mostrar muita animação em me conhecer. Ela me cumprimentou num aperto de mãos e ainda teve a indelicadeza de me olhar de cima a baixo e continuar fitando a minha cara.

Pelo visto o Nick sugou todo tipo de simpatia que a sua namorada já teve algum dia. Ela tinha um jeito rude e arrogante. Não sei se estava assim por causa do Joe ou se ela é sempre assim, mas eu não posso negar que eu não já não vou com cara dessa abusada. Apesar de sua antipatia, Miley é irritantemente linda. O azul dos seus olhos expressivos é ainda mais intenso quando visto de perto. Traços do rosto bem desenhados e um corpo esbelto e sensual. Aproveitei já falta de delicadeza entre nós duas e não me dei o trabalho de ser discreta em encará-la, também. O que ela tinha que a máfia tanto queria? O que esses dois aprontaram para que chamassem a atenção de Petrova?

Eu lembro que Bruno chegou a comentar que o Nick se mudou para cá para ficar longe de sua cidade de Los Angeles, que foi palco de algum escândalo que envolve a sua família. Será que a família do Joe e do Nick tinha alguma pendência com a máfia daqui? Estranho. Se eles realmente tivessem algum problema com o Leonardo Petrova, aqui seria o último lugar que o herdeiro mais novo de uma empresa milionária fugiria. Talvez seja isso! Ele é um dos herdeiros de uma propriedade absurdamente rica. Uma galinha dos ovos de ouro para o Leonardo.

-Pelo seu sotaque, você é britânica, estou certo? – Nick me acordou do meu raciocínio que se enrolava em teorias. Eu forcei um sorriso e balancei a cabeça afirmativamente. – O que faz por aqui?

Eu dei de ombros, fingindo que o motivo de eu estar aqui não era importante. – Mudança de ares. Aqui é um lugar adorável de se viver. Não aguentava mais viver na Inglaterra. E vocês? Joe me disse que está de passagem por aqui, vocês também?

-Eu e Miley moramos aqui há um ano. – ele respondeu.

                -Por qual motivo? – eu perguntei fingindo naturalidade.

                -Mudança de ares. – respondeu a Miley, um tanto seca e com um tom de sarcasmo ao repetir a minha desculpa. Suas orbitas azuis me fitavam desconfiadas.

                -Ah, sim...  – eu balancei a cabeça em concordância.

                O contato visual nada agradável entre eu e Miley foi quebrado, quando meu celular tocou.

                -É... só um instante. – eu me afastei dos três o suficiente para que pudesse atender o telefone com privacidade. –Alô?

                -Demetria! – a voz imponente de Leonardo soava impaciente. – Onde você está? Eu preciso que você venha aqui. Temos mais um problema para resolver. Já estou te esperando tempo demais e você não me atende.

                Eu rolei os olhos. Odeio quando tentam me controlar o tempo todo. – Já estou a caminho.

                -Então venha logo! – ele respondeu rude e desligou.

                Joe caminhou até a mim, aproveitando a pouca distância entre nós e o casal problema.

                -Desculpa estragar a sua diversão, mas o teatrinho acabou por aqui. Eu preciso ir embora agora mesmo. – eu o avisei antes que ele tivesse alguma ideia estúpida de me forçar a ir a um encontro duplo ou sei lá.
               
                -Demi... – ele começou a falar.

                -Tudo o que eu podia de contar, você já sabe! – eu o interrompi. – Só se garanta que eles dois tomem cuidado. Muito cuidado. – eu falei dando alguns passos para longe dele, pronta para ir embora. Mas ele me puxou novamente.

                -Me prometa que você vai ajudar meu irmão. Você vai nos ajudar para que nada grave aconteça. – ele pediu sério.

                -Eu não posso te prometer nada. – eu respondi rápido e puxei o meu braço de sua mão firme.

                -Mas eu preciso de uma confirmação. Eu sei que o não conseguiria convencer o Nick a ir embora daqui, eu não sei mais em quem confiar...

                -Você sabe de alguma coisa e tem medo de me contar, não é? O motivo de o seu irmão estar aqui na Itália. E parece que você teme que seja o mesmo motivo dessa confusão toda do celular roubado e dessas mensagens. – eu o olhei no fundo dos seus olhos e ele não pareceu nem mesmo pensar em negar o que eu disse. Suspirei. – Eu tenho que ir. Talvez não seja tão grave assim. Petrova adora dinheiro é só dar uma quantidade boa para ele e talvez ele os deixe em paz.

                -Ou não. – ele respondeu pessimista.

                -Ou não. – eu concordei. – Isso eles vão ter que descobrir sozinhos. Eu já te disse que eu não posso me envolver no problema de vocês. –Tchau. – dei um beijo nos seus lábios, remetendo ao nossa troca de carinhos forçada. –Boa viagem. – Dei as costas e fui embora.


                Joe Narrando

               
                Chegamos em casa de alguns minutos que a Demi foi embora. Nick se animou por mim, por eu estar pegando uma gata que nem ela. Miley, não parecia tão animada assim. Na verdade, eu nem mesmo prestava muita atenção no que eles falavam. Minha mente estava martelando em preocupação. Será que devo avisá-lo sobre a máfia? Mas se eu avisar, talvez eu possa piorar a situação, não é? Ainda não sabemos quem está por trás disso. Na verdade a única informação realmente útil para eles nesse momento era sobre o Bruno, e isso eles já sabiam. Por enquanto é melhor deixar a Demi de fora dessa confusão.

Não quer dizer que eu esteja querendo protegê-la, mas por enquanto não era útil e se eu contasse só traria mais confusão. Ela realmente não parecia saber do que realmente está acontecendo em relação às mensagens, então não seria justo envolvê-la agora.

-Então você viu que mulherão ele pegou, Nick? - a conversa sobre Demi ainda rendia e isso chamou a minha atenção. Pra que o Nick foi comentar? Quando o assunto é mulher, Brian é capaz falar até amanhã de manhã! - Até hoje eu não entendi como ela ficou com ele agora depois do fora feio que ele levou no dia que se conheceram. - Nick riu junto com o seu amigo.

Miley estava entretida assistindo a conversa dos dois de uma distância, assim como eu.
Mas a sua atenção foi desviada quando eu desastradamente esbarrei num porta retratos, que caiu da estante, mas com sorte eu consegui salvá-lo de espatifar no chão.

-Presta atenção, Joe! – ela disse irritada.

-Ufa, foi por pouco! - comentei comigo mesmo.

-Tenha mais cuidado com as coisas! Senão daqui a pouco você vai acabar quebrando toda decoração da sala. - a Miley chamou a minha atenção, irritada e exageradamente. Ela pegou o porta retratos da minha mão, como se eu fosse quebrá-lo de propósito e colocou com cuidado no mesmo lugar onde estava.

Agora entendi o porquê de tanto cuidado com o objeto. Nele estava uma foto, aparentemente nova, dela com algumas pessoas sorridentes. Essas pessoas tinham alguns traços parecidos com os dela. Era a família Cyrus. Lá estava a Miley, a mãe e provavelmente os irmãos. O pai obviamente não estava presente na foto, pois parecia ser de um dia bem recente. Pelo jeito, eles já vieram visitar a Miley aqui na Itália.

-Então eles já sabem de tudo? - eu perguntei apontando para a fotografia, me referindo a sua família.

-Souberam há pouco tempo. -respondeu Miley sem muitos detalhes. -Foi muito bom revê-los.

-Eles não faziam ideia do que você fazia por aí, não é? - eu perguntei sem me segurar na curiosidade.

-Não. Só souberam do que eu fazia quando eu fui presa e enfim... Teve aquela repercussão toda. Eu não tive contato com eles durante aqueles anos.

-Então como eles vieram para cá?

-Nick. - ela deixou que um sorriso escapasse. -Ele queria me dar um presente de aniversário. Então eles vieram para cá. Matamos saudades um do outro. Foi... Renovador ver eles de novo. Todo mundo junto... Só faltava papai. - a última frase foi o suficiente para impor um silêncio pesado entre nós dois. Nick e Brian ainda conversavam ao fundo.

Eu sei bem como é perder alguém que ama, como um pai ou uma mãe. É irreparável. E dava pra sentir isso quando ela encarava o retrato da sua família junto com ela, mas sem a presença do seu pai. Por culpa do meu pai. Senti um peso na consciência me deixou desconfortável demais para disfarça alguma coisa.

-Eu sinto muito. Pelo seu pai. -eu respondi, encarando o retrato também, para evitar olhar para ela. -Eu perdi minha mãe e sei como é a sensação.

-Obrigada. -ela respondeu meio sem jeito.

A voz do Brian chamou nossa atenção de novo. Dessa vez, eu ouvi o meu nome e o clima meio esquisito entre eu e Miley foi quebrado.

-Christine me ligou essa semana e me avisou que está planejando uma grande festa em Los Angeles e que faz questão que nós três estejamos lá. – ele avisou com uma cara não muito boa.

-Festa? De que? – Miley perguntou com um tom de estranhamento.

-Aniversário de casamento dela com o Paul. – respondeu Brian entediado. Isso explicava o desanimo dele ao falar de festa, ou melhor, de uma festa com a Chris. – Ela disse que você vai ter que estar lá. – ele se dirigiu ao Nick. -Você sabe. Faz um ano mais ou menos que você não aparece por lá, não dá muitas notícias... Ela quer você por perto. Bom, assim como o seu pai, né?

Nick trocou olhares hesitantes com a Miley. Ele não queria ir pra Los Angeles por causa dela.

-Você vai ter que ir. Se você não aparecer por lá, mais cedo ou mais tarde, Christine e meu pai vão vir te fazer uma visita por aqui. Imagino que vocês não querem que isso aconteça, né? – eu me pronunciei.

-É verdade, Nick. Uma hora vai você ter que aparecer. – Miley reforçou.  – Não vai ter problema nenhum me deixar sozinha aqui por uns dias... Aliás, eu já to bem grandinha, né? – ela sorriu.

-Mas e toda essa confusão? Eu não posso deixar você sozinha aqui sabendo que tem gente te perseguindo por aí. – ele contestou. – A gente ainda nem faz ideia de quais são as intenções deles.

-Não se preocupe, ok? Até lá nós vamos dar um jeito. Vá pra Los Angeles e fique o tempo que precisar. Eu vou ficar bem. – Miley caminhou até o Nick e deu um beijo na sua bochecha carinhosamente. – Você fica uma gracinha quando fica preocupado comigo. – ela disse e Nick sorriu. Ela deu mais um beijo no seu pescoço.

Eu revirei os olhos. Não estou com paciência pra ficar segurando vela e ouvir a Miley cheia de grude com o meu irmão. Vou dar o fora logo.

-Vou arrumar minhas malas. – eu falei entediado enquanto caminhava para o quarto em que eu estava hospedado.

Amanhã de manhã eu e Brian vamos voltar para Los Angeles e voltar com as nossas rotinas de antes. A sensação é que esses dias se passaram muito rápido e nem chegamos a conhecer muito a cidade direito. Mas como seria possível passar esse tempo se divertindo com tudo que aconteceu nesses últimos seis dias?

               
No dia seguinte...

                Miley Narrando

                O barulho alto de tiros tomava conta da enorme casa de praia. Nick mirava concentrado nos alvos, enquanto eu o assistia orgulhosa e o instruía. Já era noite e estávamos no lado de fora da casa. A falta de luz era um obstáculo a mais para ele acertar os alvos, mas estava indo muito bem. Decidi voltarmos com os treinos que eu planejava antes, mas dessa vez com muito mais frequência e intensidade. Com toda essa confusão de gente má intencionada nos me vigiando e chantageando, já estava mais do que na hora do Nick estar preparado para qualquer tipo de ameaça.

                Joe e Brian já voltaram para Los Angeles. Hoje de manhã eu e Nick os levamos para o aeroporto para nos despedirmos. Finalmente a sós novamente! Eu já estava sentindo falta da nossa privacidade e paz aqui em casa. Antes de ir embora Brian o avisou que logo, logo chegaria o convite da festa da Chris e para ele se preparar. Eu sei que Nick não estava muito animado para aparecer por lá, mas ele precisava ir. E sinceramente? O que de mal poderia acontecer com ele um tempo longe? Eu sempre soube me virar.

                Voltei meus pensamentos para o Nick e abri um sorriso satisfeito. Ele estava indo muito bem, ele aprendia rápido todos os truques e acho que estou fazendo um bom trabalho em prepará-lo. Eu também treinei um pouco hoje para não enferrujar, mas foquei em ensiná-lo o que eu aprendi a diferentes situações para atirar.

                Os tiros se cessaram e percebi que acabaram a ultima leva de balas pra serem gastas hoje. Ele se virou para mim com um sorriso satisfeito com o seu rendimento hoje.  Ele parecia bastante cansado e com motivos para isso. Acordamos cedo para deixar Joe e Brian no aeroporto, ele passou uma boa parte do seu dia na faculdade cada vez mais difícil e ainda o fiz gastar o que restava das suas energias em treinos intensos de tiro e luta de noite.

                -Estou liberado, professora Cyrus? – ele perguntou debochado.

                -Não, vai que ter que fazer umas cem sessões de flexões. – eu respondi e ele arregalou os olhos. Depois ele percebeu que eu estava de brincadeira quando eu soltei uma risada. –Eu não sou louca de te matar de exaustão.

                Ele me entregou o revolver e entramos em casa. Deixei o revolver numa mesinha qualquer e o segui até o sofá. Ele caiu exausto sobre o assento e eu me sentei perto dele.

                -Você sabia que o Joe estava todo preocupado comigo hoje? Ele está bem esquisito. –Nick comentou e eu ouvi atenta.

                -Ah é? Por quê? Ele te disse alguma coisa?

                -Ele chegou para mim e disse para eu tomar muito cuidado e para estar atento. – ele se virou para mim e comentou pouco mais relaxado. Eu ri. –Acho que ele ficou realmente assustado com toda essa história de gente nos vigiando.

-Na verdade, eu acho que ele está mais preocupado com você estando perto de mim vinte quatro horas por dia. - comentei com sinceridade. - Talvez esse pedido de cuidado seja em relação a mim, mesmo. Mesmo ele passando alguns dias aqui, a ideia de que eu me redimi ainda não convenceu completamente o seu irmão.

-Independente sobre quem seja essa preocupação toda, essa história do Bruno ainda me está muito mal contada. - ele respondeu sério. -Quando vamos averiguar melhor isso?

-Logo, logo. - eu suspirei. - Vamos esquecer isso um pouco? Estou cansada de pensar nesse suspense todo... Além do mais não consigo pensar em muita coisa quando há pouco tempo você tava roçando esse corpo gostoso no meu enquanto lutávamos. - eu passeei a minha mão pelo seu peitoral e abdômen por cima da camisa. Nick soltou uma risada sem vergonha por causa da minha mudança brusca de assunto. - E você ainda atirou hoje. Não sei se você já percebeu, mas descobri que tenho um certo tesão quando vejo você atirar com aquela cara sexy de concentração que você faz.

-Eu não tinha notado isso. Agora me deu mais ânimo de treinar tiros mais vezes. - seus olhos castanhos varreram o meu corpo antes de se concentrarem na minha boca.

-Eu sei que você está morto de cansado, mas você ainda tem aquela lista de exigências para cumprir, lembra? - eu acariciei a sua coxa grossa e torneada. Deslizei minha mão para a parte interna, numa parte específica que eu sei que é mais sensível nele e o faz arrepiar, perigosamente perto de sua virilha. Sua respiração começou a ficar mais pesada.  - E eu quero agora, mesmo.

-Tudo que você quiser. - ele sussurrou extremamente sexy enquanto roçava os seus lábios nos meus. Senti os seus dentes morderem a minha boca. Eu já estava estupidamente excitada só com essas provocações.

Senti os seus braços fortes me puxarem para o seu colo e me sentei de frente para ele. Ao sentir a minha intimidade já sensível exatamente em cima da sua ereção eu o puxei para um beijo urgente antes que começasse a gemer palavrões. Eu rebolava em cima do seu colo enquanto sua língua explorava a minha boca habilidosamente. Senti a minha blusa sendo levantada e tive que quebrar o beijo para que ele tirasse a peça rapidamente.

Suas duas mãos apertaram meus seios por cima do sutiã. Ele os encarava com os olhos famintos e a sua boca gostosa entreaberta, dando passagem para sua respiração ofegante. Ele continuou a massagear e apertar os meus peitos. Beijou o topo deles que estavam valorizados pelo decote do sutiã antes de decidir tirar a peça de vez. Eu adorava o jeito que ele apreciava o meu corpo a cada peça que eu tirava. Joguei a lingerie para longe e tirei a sua camisa. Eu não aguentava mais ficar mais um segundo com esse homem completamente vestido.

-Já estava sentindo saudade da gente transando nesse sofá, sabia? – eu disse enquanto tateava cada centímetro do seu tronco musculoso com as mãos. – Já estava contando as horas para ter essa casa inteirinha pra gente de novo. – eu arranhei o seu abdômen e ele gemeu baixinho de dor.

-Como se privacidade fosse algum impedimento para nós dois transarmos. – ele comentou naquele tom de voz excitante. Suas mãos passearam pelas minhas coxas até chegarem à minha bunda.  - Já que a safada aqui adora foder em lugares inapropriados.

Eu abri um sorriso malicioso em concordância com que ele disse. – E você adora a minhas safadezas, não importa onde for. – eu comecei a espalhar beijos em seu pescoço.

Meus beijos e chupões desceram do seu pescoço e passei dar atenção ao seu peitoral, me deliciando em aproveitar cada centímetro do seu corpo irresistível. Depois de espalhar o local de beijos, massageei um dos seus mamilos com a língua e senti que ele gostou quando forçou o seu quadril contra a minha virilha num roçar excitante do seu pau duro contra o meu sexo, me deixando ainda mais molhada. Dei uma mordida de leve e ele repetiu o gesto de antes, seguido por um suspiro de prazer. Nicholas puxou o meu rosto na altura do seu me beijou com intensidade e desespero.  Minha mão se aventurou para baixo da sua cueca e apertei o seu membro duro. Ele em resposta apertou o meu seio na mesma intensidade enquanto ainda me beijava urgentemente. Puxei um pouco as suas calças, o suficiente para a sua ereção saísse. Quebrei o beijo para que pudesse apreciar melhor. A visão era tão fodidamente sexy e que eu não resisti e passei a masturbá-lo.

                -Oh merda, Isso é tão bom! Continua, Miles, continua. - ele comentou com os olhos semiabertos de tanto tesão. Estimulada pela sua reação apertei mais a minha mão ao redor de seu membro e aumentei a velocidade da masturbação. Ele jogou a cabeça para trás e soltou um gemido rouco e gostoso.

                -Você gosta quando eu faço isso? – eu sussurrei no seu ouvido e ele balançou a cabeça em afirmação, concentrado no prazer que eu estava lhe dando. Minha mão deslizava rapidamente e sem parar ao redor do seu pênis, que estava inchado e pulsante de tanto tesão.

 –Eu não vou me segurar por muito tempo. –ele comentou ofegante, mas eu ignorei e continuei a estimulá-lo rapidamente. Queria ver até que ponto ele conseguiria se segurar, mas fui interrompida.

Nicholas puxou a minha mão, me impedindo que eu o fizesse gozar, e me empurrou deitada no sofá sem nem um pouco de delicadeza.  Tirou de uma vez a sua bermuda e a sua cueca para logo depois arrancar o que me restava de roupa.  Antes que ele decidisse ficar no comando, eu me sentei e o empurrei contra o encosto do estofado. Me posicionei no seu colo e abri um sorriso safado para ele.

-Eu estou no comando hoje, gostoso. – como punição eu puxei hostilmente o seu cabelo curto entre os meus dedos, que o fez olhar para cima, diretamente nos meus olhos. Dei um beijo em seus lábios avermelhados de tanto beijar.

-Então vem sentar aqui logo, vem. Não quero mais esperar pra te foder bem gostoso.  – ele disse enquanto esfregava o seu pau no meu clitóris.

Meus olhos por um momento se fecharam e tive que puxar o ar com força. Ok, quem não aguenta mais segurar agora sou eu.

                Aproveitei que ele já segurava o seu membro pela base e encaixei os nossos sexos. Desci o meu quadril lentamente, sentindo aquela dorzinha deliciosa que eu já conhecia muito bem. Eu já sentia o suor começar a brotar em minha pele, o calor entre nós era enorme. Nick mordeu o seu lábio com força quando sentiu que estava por completo dentro de mim. A partir daí, eu apoiei minhas mãos no encosto do sofá atrás de Nick e passei a me mover de cima para baixo num ritmo que ganhava cada vez mais velocidade. Meus gemidos já ecoavam por toda a sala.

Nick escorregou o seu tronco um pouco mais pra baixo, mas eu me recusei a parar de quicar em seu colo para seja lá o que for o motivo dele ter se movido. Conforme eu me movimentava sobre o seu pau, Nick gemia e respirava cortadamente. Então finalmente percebi o que ele tinha em mente. Seu rosto estava agora exatamente na altura dos meus seios. Nicholas abriu um sorriso safado ao observa-los tão de perto, não perdeu tempo e abocanhou um deles.

-Nick! -foi minha reação. Ele alternava em chupar e lamber meu mamilo, como se estivesse se deliciando com isso. Eu estava a ponto de enlouquecer!- Oh, assim. Eu adoro quando você faz isso.

Como resposta, apertei com força o meu sexo ao redor do seu pau e ele gemeu contra o meu seio. Ele levou suas mãos até a minha bunda e a apertou, como estímulo. Então o apertei mais uma vez e aumentei a velocidade, sentando cada vez mais rápido em seu colo, até o máximo que eu pudesse. Meus gemidos já estavam bem altos e eu já sabia que estava perto de gozar. Ele continuava a me chupar sem parar. O dedo indicador de umas das mãos que estavam apertando a minha bunda se atreveu a massagear o meu ânus. Tudo aquilo estava tão bom que eu não pude mais me segurar. Poucos segundos depois o orgasmo me atingiu em cheio.

Dei mais um último gemido alto e logo depois de mim, Nick gozou. O seu líquido quente me invadiu e ele jogou a cabeça pra trás, relaxado e com um sorriso de satisfação. Ele voltou a se sentar direito, ficando na minha altura novamente. Eu retribui o sorriso e o beijei mais uma vez. Nós dois ainda estávamos ofegantes e suados. Agora sim, eu poderia dizer que estávamos exaustos!

-Uau. Isso tudo é tesão em me ver atirando? - ele brincou e eu ri. Ele me abraçou carinhoso e eu deixei minha cabeça cair em seu ombro. 


Demi Narrando

                Cheguei atrasada mais uma vez na majestosa mansão de Petrova. A minha má vontade é tão frequente que a maioria daqui já se acostumou com os meus atrasos. Um dos seus seguranças permitiu que eu passasse pela imponente porta de entrada e caminhei rapidamente para a sala onde geralmente Leonardo me esperava.  A casa hoje estava cheia e movimentada. Provavelmente estão planejando algum transporte de drogas ou algo desse porte.

                Entrei na sala de negócios do Leonardo e o encontrei conversando com o Bruno. Senti que a minha chegada tinha interrompido as palavras do dono da casa.

                -Eu estou atrapalhando alguma coisa? – perguntei.

                -Não. – respondeu Petrova, fazendo um gesto de mão para eu não me preocupar. – Logo, logo preciso conversar com você também. – ele voltou a sua atenção para o Bruno. – Como eu ia dizendo, você vai continuar a rondar a área. Quero que você fique bem próximo daqueles dois. Preciso que você me traga informações novas assim que tiver.

                -Mas, chefe, e se eles desconfiarem de mim? – perguntou Bruno receoso.

                -Faça que eles não percebam. E principalmente uma coisa: Não quero nem sonhar em saber que você deixou que eles saibam alguma pista sobre nós ou sobre qualquer coisa que seja do nosso plano, estamos entendidos?

                Puxei o ar com força e tive dificuldade para soltá-lo quando me toquei sobre o que se tratava aquela conversa. Ele estava falando sobre o caso do Nick e da Miley. Ele quer continuar vigiando os dois.

                -Mas e se eles descobrirem? – ele perguntou hesitante.

                -Se descobrirem, eu acho melhor que não seja através de você. Esse caso é muito importante e se eu souber que você sentiu qualquer tipo de vontade de se redimir e contar tudo pro seu amiguinho de faculdade, eu vou ter que tomar algumas providências. – essa ultima parte, a sua voz soou ainda mais sombria e ameaçadora. Eu já conhecia a fama que Petrova tinha com os seus traidores e foi por isso que simplesmente entrei em pânico quando ele descobriu do meu golpe e o Wilmer me deixou pra trás. Eu fui uma exceção, a maioria termina morto por motivos bem torpes.

                Então eu lembrei. Joe sabia sobre o Bruno! Eu lembro que me perguntou sobre ele, de alguma forma ele sabe que ele está metido nisso. Será que o seu irmão e a namorada dele sabem também? E souberem... Eles vão querer tirar satisfações com Bruno. Esse cara está bem fodido!

Bruno terminou de acertar algumas coisas sobre drogas e em pouco tempo já tinha ido emboré com um semblante pra lá de preocupado. Leonardo olhou para mim e parece que ele percebeu  que eu estava um pouco tensa.

-O que houve, Demetria? – ele perguntou curioso.

-O que de tão importante você planeja para aqueles dois? – eu fui direto ao ponto. – Quer dizer, alguma coisa de muito grave eles fizeram, não é?


-Primeiramente, esse caso não é de interesse só meu. Estou apenas fazendo favores alguém. – ele respondeu sério. – E segundo, mia bella, você não está permitida a se meter nessa história. Não posso te contar detalhe nenhum a você. – ele caminhou até mim com um sorriso ardiloso. – Aliás, nós dois sabemos que a senhorita não é alguém para se confiar, não é? – e deu um leve aperto no meu queixo, como se eu fosse uma menina arteira. Odeio quando ele me trata assim. 

2 comentários:

  1. Como você sabe, sou sua fã de carteirinha e amo as partes calientes do capítulo kkkkkkk
    Tô amando a Demizita na história e ainda mais com o Joe <3 <3 <3
    Espero que você poste logo
    Muitos beijos

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  2. ADOREI COMO SEMPRE!
    Preciso dizer que a cada dia que passa eu estou mais apaixonada por essa fic? Pois bem... Eu estou MEGA apaixonada por essa fic rsrs.
    Sobre esse capitulo... Acho que não é só a Miley que fica com um certo tesão quando vê o Nick atirando com aquela cara sexy quando está concentrado. No meu caso eu só pude imaginar o quando o Nick ficaria gostoso nessa cena kkk. Acho melhor eu parar de falar sobre isso. kkkk
    Como assim o Joe já voltou pra Los Angeles?? Pensei que ele ia ficar mais tempo. Quero mais Jemi.
    Miley como sempre é rude. Ela bem que poderia ser mais simpática com a Demi.
    Enfim.... Vc continua me deixando curiosa como sempre. E estou feliz que vc não tenha demorado dessa vez rsrs.
    Posta logo!!
    Bjos!!

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