quarta-feira, 26 de dezembro de 2012

Capítulo 10 - Getting ready to the party


Miley Narrando
Já eram dez horas da noite e eu ainda estava naquele quarto de hotel. Agora, apenas de lingerie, recuperava minhas energias deitada ao lado do Joe. Tenho que confessar que não foi uma experiência ruim. Foi realmente bom. Mas isso não fazia o Joe ganhar pontos no meu conceito. Eu ainda não gostava dele e ele ainda desconfiava de mim. Entretanto, pacto é pacto. Nós prometemos um pro outro e teremos que cumprir. Bom, só uma parte. A promessa de me deitar com ele já está cumprida, mas me comportar... Com certeza só estou esperando a chance certa de voltar a aquele escritório e finalmente ver o que aquele cofre esconde. Pode não ser uma coisa muito valiosa, mas se está em um cofre é porque é importante. Não sou idiota de me preocupar em obedecer ao nosso trato em vez de adiantar a missão. A minha paciência já estava se esgotando com essa família. Aliás, depois de tanto tempo de planejamento, preciso me livrar deles o mais cedo possível.
– Então, o que você realmente está interessada? Digo, você deve estar com o meu irmão por algum motivo. – Joe falou relaxado enquanto botava as mãos por trás de sua cabeça.
Fiz uma cara de indignação.
– Eu não te disse que faria qualquer coisa pra ele não descobrir? Será que está difícil de perceber que amo o Nicholas? – me sentei me virando para o sedutor homem ao meu lado.
– Você? – ele apontou pra mim com sarcasmo. – Conta outra, Miley. Se amasse de verdade, não aceitaria de jeito nenhum trair ele comigo.
–Mas se eu não fizesse isso, você contaria tudo pra ele. E o Nick nunca mais me perdoaria. Eu não iria suportar se acabássemos tudo. Você não entende. Eu amo o Nick e faria qualquer coisa pra ficarmos juntos.
–Nossa que romântico. – disse ele irônico, enquanto rolava os olhos. – Fica tranquila, Miles. Não te prometi que não contaria pra ele se você cumprisse a sua parte?
–Você nunca vai me compreender. Mas tudo o que disse agora é verdade. – Será que vai ser difícil convencer ele só um pouquinho? – E nem venha com esse sarcasmo todo, não. Você nem está com moral pra isso. – resmunguei.
–Por quê?
–Ele é seu irmão!
–E ele é seu namorado! Acho que estamos quites, né? – ele se sentou também pra ficar na minha altura. Bufei e cruzei os braços. – Que foi? Está irritada comigo porque não acredito em você? Acho que deveria estar bem felizinha depois do que agente teve minutos antes.
Tentei segurar um sorrisinho safado ao lembrar tudo que fizemos. Joe riu. Com certeza ele percebeu que não consegui ficar séria.
–Ok, agora eu tenho que ir. Amanhã ainda tenho aula e as provas de final de semestre estão chegando. Não posso dormir muito tarde. – mudei de assunto. Joe já estava ficando convencido demais. Não vou ficar dando muita corda pra esse cara, não.
Levantei-me da cama e comecei a colocar a minha roupa. Joe pegou uma caixinha de cigarros que estava no seu bolso da calça e um isqueiro. Sem se importar com a minha presença, acendeu um e tragou demoradamente.
–Você como um modelo não é proibido de fumar? Bom, você trabalha com o seu corpo. – indaguei abotoando a minha calça e logo depois calçando o meu par de sapatilhas.
–Eu só fumo de vez em quando. Além do mais, quem se importa com a minha saúde? – Ops, isso soou um pouco solitário. Mas também, com essa arrogância e caráter, quem gostaria de estar perto? Tudo bem, não tenho moral nenhuma pra julgar.
Terminei de me vestir e sentei-me no pé da cama e peguei também um maço da sua caixinha de cigarros. Ultimamente, meu estresse estava no auge. Qualquer coisa que me relaxe será bem-vindo. Inclinei-me até o Joe já com o cigarro entre os lábios para ele acender pra mim. E assim ele fez.
–Para uma moça de família, você não poderia fumar, né? – disse irônico.
Tirei o cigarro da boca e assoprei toda a fumaça em seu rosto para provocá-lo.
– Te vejo por aí. Espero que esteja ciente que essa foi a primeira e última vez entre nós, ok? – falei enquanto ia embora.
No dia seguinte...
Com a cabeça latejando de dor e a vista preguiçosa, mal encontrava forças para sair daquela cama. Já eram quase três horas da tarde, e pra mim agora já era impossível voltar a dormir. Consequentemente faltei aula. Porém, com uma noite mal dormida como essa, não seria louca para acordar cedo e ir para a escola. Fiz minha higiene matinal e decidi procurar alguma coisa pra comer.
Desci as escadas com a animação digna de um funeral e me sentei à mesa já posta. Meu tio Steve se encontrava na cozinha também comendo uma maçã.
– Quantas vezes tenho que te falar pra não ficar enchendo a cara? – perguntou ele sério.
–Pode falar o quanto quiser. Eu não ligo. Você não manda em mim. – rebati mal humorada enquanto passava geleia no meu pão de forma. – E, aliás, eu só bebi aqui dentro de casa. Então não teria nenhuma chance de aprontar. Eu estava precisando, ta bom?
Steve ficou me fitando por um tempo, só então se tocou do que se tratava.
–Mais pesadelos?
–Estão cada vez mais constantes. – suspirei chateada e dei uma mordida no meu pão.
Ás vezes são tão perturbadores que era preciso beber para poder esquecer um pouco e voltar a dormir. Meu tio já está acostumado com isso. Em alguns momentos, eu consigo acordar todos da casa com meus gritos ou quando ele me encontra perambulando de madrugada com uma garrafa de bebida na mão. Steve não se importa com que eu beba em casa desde que não atrapalhe o nosso trabalho. Mas fica enfurecido quando descobre que perdi minha sobriedade na rua. Ainda mais quando estou envolvida em golpes. Depois da história da tatuagem e algumas experiências não muito agradáveis, meu tio me proibiu de ingerir álcool fora de seu alcance.
–Ainda tem um pouco de aspirina no banheiro, se quiser. – pegou uma garrafa de suco e deixou em cima da minha mesa. Peguei o recipiente e coloquei um pouco de suco no meu copo.
– Finalmente a bela adormecida acordou. – brincou Chad entrando na cozinha. – Você já viu quantas horas são?
–Já. Hoje eu estava a fim de dormir mais um pouco. – falei.
–Ah! Falando em bela adormecida, o seu príncipe encantado passou hoje aqui de manhã.
–É mesmo. – lembrou-se Steve. – Ele veio aqui te buscar pra ir pra escola, mas falei que você não estava se sentindo muito bem e decidiu dormir até mais tarde. Aí o Nicholas deixou uma surpresa pra você e pediu pra eu te entregar quando acordasse.
Levantei meu olhar para tio Steve. Que tipo de surpresa ele deixaria pra mim?
–O que é? – perguntei sendo tentada pela curiosidade.
–Eu não sei. É melhor você abrir pra ver.
–E onde está?
–Aqui na sala. – disse o Chad apontando em direção à sala de estar.
Larguei meu café da manhã (ou melhor, da tarde) e fui até a sala pra ver qual era a tal surpresa que o Nick me deixou. Sobre a mesinha de centro, uma caixa um pouco grande cor de marfim levemente cintilante, envolvida por uma fita vermelha e um lindo laço no topo. Desamarrei a fita e abri a caixa já não aguentando mais de ansiedade. Antes de ver o que realmente era, peguei um cartão que se encontrava lá dentro pra ler do que se de tratava. Hoje é dia dos namorados e eu não sabia?
“Querida Miley,
Não vá imaginando que esse cartão terá uma declaração de amor do seu amado Nicholas. E sim, um cartinha talvez de uma futura amiga e sogra.
Eu estava passeando pela Nova York, cidade mais sofisticada da América, sempre com aquela imensidão de ótimas e famosas lojas de roupa e então decidi fazer umas comprinhas. Para aproveitar fui à uma loja só de trajes de gala para a festa de sábado que vem e encontrei um maravilhoso. Só que não era pra mim e sim pra você. Eu achei a sua cara, então eu quis te dar de presente.
Espero que goste. E se não der ou não gostar é só avisar, ta bom? Isso é apenas um presentinho, para mostrar que será uma honra te receber na festa de gala em minha casa. Quando te conheci eu gostei de você de cara! Sinto que vamos ser muito amigas.
Com carinho,
Christine
Obs: Não vista de jeito nenhum para o Nick ver. Ele está super curioso em relação ao vestido, mas seria muito chato estragar a surpresa, não é mesmo?”
Deixei o cartão ao lado da caixa e finalmente fui ver o vestido. Levantei até ficar na minha altura então eu pude ver com clareza a o quão belo aquele traje era. Eu vou ficar com certeza linda nele.
–Uau! O Nicholas que escolheu? – perguntou Chad.
–Não, é um presente da Christine, a madrasta dele.
–Tá mais pra irmã do que madrasta. – comentou meu tio apreciando o presente, igualmente a mim e ao Chad.
–Você vai também? – perguntei ao meu tio.
–Talvez, se for convidado... – ele deu de ombros. Então seu olhar que antes se direcionava ao meu novo vestido, tornou-se distante e pensativo. Ele estava tendo alguma ideia. Então deixou escapar um sorriso.
–O que você está tramando, Steve? – perguntei guardando cuidadosamente o vestido de volta.
– Uma festa na casa dos Jonas... Muitos amigos íntimos do Paul, empregados da sua empresa, uma casa inteira exposta para os seus convidados... Temos grandes chances de trabalhar sem sermos percebidos.
– Eu poderia tentar o cofre de novo. – eu disse. – Não tinha pensado isso naquele dia, mas talvez a senha possa estar escondida no escritório. Tem pessoas que não conseguem decorar, então deixam uma “colinha” escondida.
–Bem pensado, Miles.
–E sabe quem vai estar lá? Ryan Turner. – disse Chad com entusiasmo.
–Quem é esse? – perguntei.
– É o contador da Jonas Cicle. Lembra que Richard estava infiltrado lá de faxineiro? – assenti para meu tio dar continuação. – Ele ficou sabendo que o Ryan está tendo sérios desentendimentos com o chefão. Dizem que eles nunca se deram muito bem, mas o Paul nunca o despediu porque apesar de tudo, Turner é um excelente contador está trabalhando naquela empresa antes mesmo do Paul assumir o comando. Ele não é idiota pra botar um cara que mantém a empresa firme por anos na rua.
–Hum... Deixa eu ver se entendi. O Paul e esse tal de Ryan Turner nunca se deram muito bem. Mas ele só continua com seu emprego lá por motivos profissionais. – conclui pensativa. – Porém, se todos da Jonas Cicle, incluindo os faxineiros do prédio, estão cientes da “briguinha” entre os dois, é porque a coisa está ficando de mal a pior entre eles. – sorri já entendendo onde que os rapazes querem chegar. – Então vocês estão planejando alguma coisa com o Turner. O que exatamente?
–Eu pretendo me aproximar mais do Ryan. Fazer amizade com ele aos poucos. E então botá-lo ainda mais contra o seu chefe. Descobrir segredos daquela empresa, inclusive informações financeiras. E quando ele menos esperar, Ryan Turner deu um empurrãosinho no maior golpe da história de Los Angeles. – disse Steve com ar vitorioso, tão sonhador quanto eu.
Ainda com um sorriso satisfeito estampado no rosto, imaginei cada passo que nos faltava para finalmente para acabar com a família Jonas e o sua tão preciosa fortuna. Estávamos perto disso finalmente acontecer.
– Steve, essa é uma jogada de mestre! Você sem dúvida tem que ir à festa. – falei com um humor totalmente diferente do qual eu estava quando acordei. A dor de cabeça ainda pairava, mas com um bom plano desse, eu nem ligava. – Vou agora mesmo pra casa do Nick e vou falar sobre nossos convites. – subi as escadas indo em direção ao meu quarto.
–Cuidado com o Joe, hein! – advertiu meu tio.
–Pode deixar comigo.

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