quarta-feira, 26 de dezembro de 2012

Capítulo 12 - In love with a mermaid


Flashback On - Nicholas Narrando

Desci as escadas correndo. Eu estava atrasado para buscar meu smoking na lavanderia. Já eram quatro e meia da tarde e eu não me adiantei em nada. A organizadora da festa ordenava impaciente e apressadamente os funcionários que estavam arrumando a casa para a decoração da festa. No meu ponto de vista, por enquanto tudo está ótimo, mas não para a aquela mulher que gritava desesperada reclamando que estava tudo horrível. Todos queriam perfeição, com medo de não agradar o anfitrião.
E falando nele, o próprio me chamou lá do segundo andar antes que eu saísse de casa. Me virei para olhá-lo então meu pai fez um gesto para ir até ele. Subi a escadaria novamente. Com um sorriso um tanto suspeito, ele me chamou para conversarmos no escritório. Eu até pensei na possibilidade de uma bronca, mas descartei por causa do sorriso e pelo jeito “agradável” em que estava agora.
–Hum... Por que você me chamou? – me apoiei na mesa e cruzei os braços. Não sei, não. Sinto que alguma coisa está errada. Ele não me chamaria pra conversar a sós por nada.
–Bom... Você lembra aquela sua amiga, Carolina? – perguntou meu pai.
–Claro que sim. Mas ainda anão entendi aonde você quer chegar. – perguntei confuso.
–Ela é filha do Kyle Francis, um empresário muito importante. E eu estou tentando alguma parceria com ele, mas ele ainda está um pouco hesitante. Então o convidei para a festa.
É claro! Já deveria ter imaginado. Quando eu e Carolina ficamos por um tempo, nossos pais ficaram muito “amigos” e até planejavam uma parceria. Mas depois de eu ter terminado com o pequeno relacionamento que tive com a sua filha, ele acabou se afastando. Imagino que isso tenha acontecido pela influencia da garota, que ficou bastante chateada. Não era minha culpa, eu só estava interessado em uma diversão nas férias e deixei bem claro para ela, mas Carolina acabou se iludindo demais e acabou não aceitando muito bem o termino. E para fechar com chave de ouro, meu pai começou a me culpar por eu ter arruinado os planos dele e até pediu para eu pedisse a Carolina em namoro para que tudo voltasse de acordo com seu planejamento.
–Isso eu já sabia, mas o que eu tenho haver com isso?
–Bom, eu quero que você receba a Carolina muito bem. – ele deu ênfase ao “muito bem”. – Porque como você sabe, o projeto para a nossa parceria foi por água à baixo por sua causa. Então quero que você faça a sua parte.
–Minha causa? Pelo que eu saiba, a única coisa que fiz foi cuidar da minha vida. – retruquei já ficando indignado. Odeio quando meu pai me mete nesses assuntos de negócios.
–Não discuta comigo. Estou tentando melhorar a as coisas para a Jonas Cicle. Não fique reclamando por nada.
–Você sabe que eu tenho uma namorada, né? Ou você se esqueceu da Miley? Ela não vai gostar nada de saber que eu vou receber muito bem – dei ênfase ao muito bem, imitando o meu pai. – uma ex peguete frustrada só por causa da empresa. – falei com desdém.
–Sua namorada não tem que achar nada. Se você explicar para ela, tenho certeza que compreenderá. Mesmo assim, acho melhor você conter a Miley. Não quero briguinhas entre ela e Carolina. Não admito nenhum tipo de escândalo na minha festa, estamos entendidos? – ele perguntou com um tom de voz mais firme.
Suspirei com má vontade em obedecê-lo. – Sim. – se eu retrucasse mais uma vez só pioraria a situação. Sei disso porque já estava acostumado.
–Você deveria ter ficado com essa garota de vez. Não com uma garota qualquer que não vai fazer diferença nenhuma. Pra isso que serve, como é que vocês chamam mesmo? Ficar? – Ok, agora ele está passando dos limites.
–Quem escolhe com quem eu vou namorar sou eu! – levantei o tom de voz apontando o dedo para mim mesmo. – Acho que você deve se preocupar com a sua festinha inútil em vez de ficar tomando conta da minha vida. E foda-se se essa Carolina é a garota certa pra o meu futuro. – sem paciência para ouvir mais asneiras do meu pai fui em direção à porta. Mas antes de sair de vez, me voltei para ele. – E para sua informação, Miley não é uma “garota qualquer”. Acho melhor você tratá-la com mais respeito. – antes que meu pai abrisse a boca para me responder, bati porta e desci as escadas.
Ultimamente minha paciência estava no limite. Sempre ouvindo meu pai tentando cuidar da minha vida, me pressionando cada vez mais a engolir e aceitar o meu futuro já traçado. Como se ele estivesse preocupado comigo. Nos últimos dias ele estava tratando a família com mais frieza possível e aquilo me dava nos nervos. Tudo tem que girar em volta do seu trabalho idiota! A sua única razão de viver. Eu até evito imaginar, mas às vezes me pego refletindo sobre o que meu pai não faria por aquela empresa. Bom, já ouvi vários podres dele relacionado à associação. Sim, coisas ilegais. Cada vez que lembro disso, fico mais preocupado sobre mim em seu lugar. Será que eu me tornaria um homem como ele? Dizem que poder muda totalmente as pessoas, nada é impossível. Aquilo me causa repulsa.
Tentei espantar esses pensamentos. Mais tarde teria a festa, e eu não poderia ficar tão irritado. Além do mais, receberia meus amigos... E a Miley.
Peguei meu carro vermelho e fui buscar meu traje.
FlashBack Off
Sentada no meu banco de motorista, Miley se preparava para dirigir e me levar até o tal lugar sugerido. Ela alegava que eu estava muito nervoso para dirigir, então ela mesma pilotaria até lá. Arranquei a gravata de meu pescoço que já estava me deixando irritado, mais do que já estava. Aquilo estava me apertando! Joguei a peça para o banco traseiro. Abri os primeiros botões da camisa para poder respirar melhor e esperei até a Miley chegar ao destino.
Não fazia a menor ideia que a Miles também dirigia, e por sinal, muito bem. Em alta velocidade, ela desviava com a maior facilidade dos carros e motos. Depois de alguns minutos, chegamos ao destino: uma praia deserta. Não estava frio, pois era uma noite quente de fim de primavera. Daqui já era possível ouvir as ondas quebrando na costa. A luz prateada da lua refletia nas águas como um espelho. Lá de casa já dava para ver como a noite estava bonita hoje, mas daqui era uma visão maravilhosa.
–Achei que você iria gostar, pois você me levou pra praia uma vez, lembra? – ela disse depois de tirar seus sapatos de salto. – E existe um lugar mais relaxante do que a praia?
– Obrigado, Miles. Eu gostei muito. – falei saindo do carro já descalço.
– Que bom. – ela acompanhou meus passos pela areia e abriu um sorriso para mim, mas logo me lançou um olhar cauteloso. – Mas estou preocupada com você. Nunca te vi daquele jeito. O que aconteceu?
Nós paramos e nos sentamos na areia macia e fina. Juntei meus joelhos ao corpo e os abracei. Contei tudo o que aconteceu hoje.
Flashback on:
Depois de ficar me exibindo como se fosse mais um de seus carros importados, meu pai se distraiu e relaxou mais um pouco, conversando animadamente sobre coisas alheias com seus convidados. Me esquivei disfarçadamente e fui para o jardim à procura da Miley. Quando cheguei ao local, não a encontrei lá. Apenas Carolina e Joe que estavam conversando. Achei aquilo um pouco estranho, pois os dois nunca se falaram muito e agora me estavam parecendo bastante interessados um no outro. Estranho, mas bom para mim. Pelo menos a garota não ficaria mais no meu pé.
Voltei para a sala de estar então avistei a Miles caminhando em direção às escadas. Ela me parecia estar um pouco ansiosa. Fui até ela e a segurei pela mão.
–Para onde você vai? – perguntei levado pela curiosidade. Ela virou-se um pouco assustada.
–Vou para o banheiro. – respondeu. – Espero que não tenha uma fila muito grande na porta, pois estou muito apertada. – ela riu. Eu sorri me divertindo com a careta que ela fez.
–Tudo bem. Se quiser, vai para a minha suíte se estiver muito cheio lá em cima.
–Ok. Obrigada, Nick. – ela me deu um beijinho carinhoso na minha boca. – Voltarei logo.
Eu assenti e ela subiu a escadaria um pouco apressada. Em poucos segundos, fui chamado novamente. Não me lembro muito bem quem era. Só tenho certeza que é mais um amigo ou colega de trabalho chato do meu pai. O cumprimentei cordialmente. Como sempre, comentou como eu estava crescido e já sou praticamente um homem feito. Conte-me uma novidade...
Graças a Deus, Christine veio até nós para falar com o convidado também. Pelo menos eu não ficaria ouvindo a mesma bobagem sozinho. Com sua simpatia e animação contagiante, cumprimentou o Philip, me lembrei de seu nome pois a Chris acabou de chamá-lo, com aquele sorriso ofuscante. Sinceramente? Entre todas as madrastas que já tive (sim, meu pai já se casou várias vezes) a Chris é a que mais gosto. Ela não esbanje arrogância e nem trata as pessoas com indiferença. Sua simpatia, que inicialmente até parece ser meio exagerada, é do seu jeito ser. O seu natural é ser assim. Isso não quer dizer que não acho que ela se casou com meu pai por interesse, porque em minha opinião, Paul não é nem um pouco apaixonante. Mas eu gosto dela, pois ela sempre procura agradar as pessoas, independente de quem seja.
Philip, um pouco entusiasmado demais pro meu gosto, a elogiou pela sua elegância e beleza esta noite. O que não era nenhuma novidade também. Ela estava linda no seu vestido vermelho, o que fazia atrair bastante a atenção dos convidados (especialmente os solteiros). Ela tentou disfarçar um pouco, mas agradeceu tímida. De longe, pude ver meu pai assistindo carrancudo. Isso não vai dar certo...
Paul caminhou até nós. Cumprimentou e puxou Christine para uma conversa em particular.
–O que é isso? – sussurrou meu pai com um tom de voz um pouco grosseiro.
–Isso o que, meu amor? – minha madrasta perguntou inocentemente.
– Você toda atirada para cima dos convidados!
–Eu? Mas eu não fiz nada.
Observei discretamente quando meu pai abriu um sorriso irônico. – Ah não, imagina! Você por acaso acha que eu sou besta, Christine? E olha que o Philip não foi o primeiro.
–Paul, ele que me elogiou. Eu não fiz nada demais, deixe de ser ciumento! Estou apenas recebendo bem os nossos convidados.
– Então comporte-se e os receba como uma moça decente e casada. Não admito que você fique dando mole para os meus convidados como se fosse uma vadia qualquer. Ainda mais com esse decote extravagante.
–Mas Paul... – ela tentou explicar, mas sem sucesso. Paul a agarrou pelo braço possessiva e grosseiramente.
–Acho que você me ouviu bem, não é? Não quero ter que discutir mais com você.
Já chega! Ele já está passando dos limites. Não aguento mais ter que dizer “sim, senhor”, “não, senhor” e o obedecer contra minha própria vontade como todos fazem. Estou cansado de assistir meu próprio pai agindo como um idiota, que ainda faz questão que todos finjam parecer uma família perfeita e feliz. Eu estava guardando aquilo durante muito tempo. Está na hora dele ouvir algumas verdades.
–Tire as mãos dela. – empurrei meu pai, o fazendo soltar o braço da Christine. – Ela é sua mulher, não sua marionete. – minha ousada ação chamou atenção de algumas pessoas em volta.
Desacreditado com o que acabei de fazer na frente de seus convidados, meu pai me fitou por alguns segundos. E depois falou. – Quem é você para dar moral sobre o que devo fazer no meu casamento, Nicholas? Onde está com a cabeça?
–Onde você estava com a cabeça? –falei já levantando o tom de voz. – Onde estava com a cabeça em tratar a Christine assim, sendo que ela não fez nada? Onde estava com a cabeça ao acreditar que eu posso ser um bom líder para a Jonas Cicle se eu nem ainda tenho certeza do que quero da vida?
–Rapazes, por favor. Olha o escândalo. – Christine tentou apartar a nossa briga.
–Fica de fora disso. – pronunciou meu pai. – Agora o assunto é entre eu e Nicholas. – ele voltou-se a mim. – Peça desculpas agora.
–Pra que eu pediria desculpas se o problema é com você?
–Basta! – ele gritou. – Eu não estou aqui para ficar ouvindo suas revoltas patéticas. Olha o que você está causando. – ele apontou para todos que nos fitavam. – Você está acabando com a imagem da sua família.
Eu não queria mais ficar ali. Não aguentava mais respirar o ar daquela casa. Meu limite estava se esgotando. Precisava ir embora, finalmente fazer o mesmo que o Kevin fez. Tenho que aproveitar minha coragem temporária e minha raiva para largar tudo e viver outra vida. Era a minha chance.
(n/a: A partir dessa parte vocês já sabem o que acontece por causa do capítulo anterior :D )
Flashback off
Contei tudo o que lembrava que aconteceu hoje. Eu já estava mais calmo, pois aquele olhar doce me fitando me fazia quietar lentamente. Não consigo ficar nervoso com a Miley por perto. É como se ele tivesse um poder sobre mim, involuntariamente.
–Eu não fazia ideia que ele era assim. Mas não vejo um motivo tão bom para ir embora de casa, Nick. Foi só uma briga. Talvez seja apenas uma época ruim entre vocês dois. – ela disse acariciando meu braço.
–Não é tão simples assim, Miles. Não é só por causa disso. Foi um acúmulo de coisas desde muito tempo. – levei meu olhar à ela que antes estava fitando o horizonte. – Kevin foi embora há alguns anos por causa do mesmo motivo.
–Você pode me contar? – eu assenti.
–Uns anos depois do meu pai conseguir a posse da empresa, ele já havia mudado muito. Acredite, ele não era assim. Acho que o dinheiro fez muito a sua cabeça. Então, um dia minha mãe de algum jeito o pegou traindo com outra mulher. Eles discutiram muito naquele dia, até que minha mãe não aguentou mais e foi para outro lugar. Não sei, talvez para se acalmar que nem eu estou fazendo agora. Ela ficou bastante arrasada mesmo. Algumas horas mais tarde, recebemos a notícia que ela sofreu um acidente de carro. – suspirei pesadamente quando senti um aperto na garganta. – Não resistiu aos ferimentos e veio a falecer. Eu era pirralho naquela época, mas sabia muito bem e até sentia que o clima entre nós, os filhos, e o nosso pai não estava nada bom. De algum modo sabíamos que aquilo tinha acontecido por culpa dele, mesmo sem a intenção. Meu pai não aceitava que nós o culpávamos pela morte da mamãe e passou a nos tratar com mais indiferença. E foi depois de alguns desentendimentos, que o Kevin desistiu e foi embora. Até hoje ele nunca mais apareceu. Até hoje, Miles, o nosso relacionamento não é mais o mesmo. Só vai de mal a pior.
Eu passei meus dedos pelos meus cabelos tentando me concentrar na leve brisa salgada que acariciava meu rosto. Eu evitava contar essas coisas para o meu melhor amigo, o Brian. Não gosto de falar muito sobre isso, mas agora sentia que precisava dividir isso com alguém. E não havia ninguém melhor do que Miley para me ouvir. Botar para fora todas as minhas frustrações, meus arrependimentos, meus desejos.
–Toda vez que sinto falta dela, cada vez mais eu o culpo. – voltei a falar. Miley me encarava atentamente. -Mas eu também me sinto culpado, sabe? Não pela ausência da minha mãe. Mas pelos desentendimentos com o meu pai. Sempre o julgo pela ambição que ele tem, pela importância que ele dá para Jonas Cicle, mas eu também me desfruto de todo aquele prestígio e gosto disso. Kevin foi embora, Joe arrumou sou próprio emprego e foi viver independentemente. E eu sou o babaca que continuo vivendo do dinheiro do papai e ainda tento me julgar com moral para discutir alguma coisa.
Ela se aproximou mais de mim, me beijou na bochecha e deitou sua cabeça em meu ombro. - Você não deve se culpar desse jeito. Você ainda está naquela casa porque é filho do Paul. Além do mais, como você viveria por sua conta se nem o colegial conseguiu terminar? – sussurrou ainda apoiada em mim. Então ela levantou sua cabeça e puxou meu queixo para eu olhar em seus olhos.
–Quantos filhos simplesmente fingiriam que nada está acontecendo só para ser mimado com o luxo? Quantos filhos em seu lugar seriam pessoas esnobes e indiferentes só porque se julgam especiais? Vários. Agora me diga, Nick. Quem faria o maior escândalo numa festa super chique só para defender a dignidade da madrasta? – um doce sorriso surgiu por entre seus lábios depois de uma pausa. – Você é incrível. Nunca conheci alguém tão gentil e de personalidade forte como você. Eu sei que seu pai, bem lá no fundo, tem muito orgulho do caçula dele. Porque você é bem melhor do que ele.
–Obrigado, Miles. – falei enquanto acariciava seus longos cabelos. – Mas eu ainda quero ir embora daqui.
–Por favor, não vai. – suplicou. – Como ficaria Christine? Como ficaria o Brian? Como é que eu ficaria? Eu não posso ficar longe do você.
Fitando o semblante adorável do Miley, sussurrei. – Fuja comigo.
–Eu não posso... Eu te amo, Nicholas, mas eu tenho meu pai. Eu sou a única pessoa que ele tem. Não posso simplesmente fugir e deixá-lo sozinho.
Eu suspirei pesadamente. Já deveria saber que nada é tão simples assim. Eu teria que perder de alguma maneira. Ou eu ficaria aqui e teria que encarar meu pai raivoso novamente, ou eu fugiria, mas sem a Miley.
–Não faça uma besteira dessas, Nick. Você só está de cabeça quente. Vá por mim, se for embora irá se arrepender.
Encarando seus olhos azuis não pude resistir. –Só vou ficar por sua causa.
Sem falar nada, ela juntou nossos lábios. Como sentiria falta da sua boca se eu tivesse mesmo fugido! Seus lábios macios abriram-se para dar passagem a nossas línguas. Puxei mais seu corpo para mim e dei a continuação ao beijo. Ficamos num roçar de línguas delicioso até que perdemos o ar e nos separamos.
Ela encarou o mar a nossa frente e voltou seu olhar a mim. Com um sorrisinho sapeca, ela se levantou em um pulo.
–Já sei o que te pode te deixar mais feliz. – ela começou a abrir o zíper do seu vestido e deixou cair sobre seus pés.
Confesso que já comecei a ficar mais animado ao ver a minha namorada só de calcinha na minha frente. Animado mesmo. Deixei escapar um sorriso um tanto malicioso dos lábios ao encará-la de cima a baixo.
–Seu pervertido! Eu tava falando em mergulhar. – ela começou a rir de mim quando eu fiz uma cara de bunda. Serio mesmo? Como eu iria imaginar que ela estava se referindo ao mar se ela acabou de se despir na minha frente? – Vê se não demora para vir. - ela piscou provocante e logo depois saiu correndo até o mar.
Tirei rapidamente minha roupa só ficando com minha Box e fui em direção à água. Quando mergulhei, pensei que estaria gelada, mas me enganei totalmente. Estava tão morninha que chegava a ser relaxante. Mergulhei mais uma vez para aproveitar a sensação deliciosa.
–A água está ótima! – disse Miley nadando.
–Está mesmo. Com certeza, foi o melhor lugar para você ter me levado. – falei a jogando água nela que a provocou um gritinho acompanhado de risos.
Nós ficamos brincando por algum tempo, esquecendo-nos totalmente do motivo que eu estava aqui. Entre tapas na água para jogar no outro, riamos como crianças. Para se proteger da minha “vingança”, Miley submergiu na água. Mas ela não voltou a tona.Logo o silêncio me chamou a atenção. Olhei para os lados à procura dela e não achei. Onde que está a Miley?
–Miley? – a chamei ainda olhando a minha volta. Mas ela não deu nenhum sinal. – Sério, isso não tem graça. – soltei uma risada. O único som que eu ouvia era das ondas. –Vai brincar de esconde-esconde agora, é? Você sabe que não tem muito lugar pra se esconder.
–Pensou que eu tinha me afogado, ou que eu tinha ido embora com toda a sua roupa? – ouvi sua voz ronronar atrás de mim.
Virei-me em sua direção e seus lábios curvaram-se levemente em um sorriso. Eu teria rido se não estivesse tão encantado com a sua beleza a luz do luar. Com seus cabelos longos jogados pra trás, seus olhos azuis iluminados pela luz prateada ganhavam um brilho misterioso e hipnotizante. Ela parecia uma sereia que seduz os homens para levá-los para de baixo d’água. Linda, magnetizadora, fatal. Poderia ser loucura, mas ela que provoca isso em mim.
Então,sem responder a sua brincadeira, a puxei pela cintura para um beijo. Um pouco surpresa, Miley demorou mais um pouco para corresponder. Ela puxou suavemente o meu cabelo durante o beijo, já deixando transparecer que estava interessada em algo a mais esta noite. Com a troca de carinhos e nossos corpos seminus colados, um calor já conhecido tomava conta de mim.
Depois que nos separamos, eu respondi. – Acho que não vai dar para aproveitar mais o mar. – ela sorriu.
–Eu concordo. – ela entrelaçou suas pernas em meu quadril.
Confesso que eu já estava um pouco excitado desde que ela se despiu em minha frente, mas agora não teria como resistir. Passeei minhas mãos pelas suas coxas até chegar sua bunda e a apertei com vontade. Miley suspirou e depois começou a beijar e a mordiscar o meu pescoço enquanto eu saia da água lentamente a carregando.
Quando chegamos à areia, a deitei ao lado da nossa pilha de roupas. Não estávamos nos importando com a areia que geralmente incomoda as pessoas. Dane-se a areia. Nessa noite, a praia é só nossa. Voltei meus lábios aos da Miley e nos beijamos intensamente e ansiosamente. Tirei a sua calcinha e a joguei para o lado e o mesmo fiz com a minha cueca. Miley me olhou de cima a baixo e mordeu o lábio inferior. Eu adoro esse lado safado dela.
Deitei-me em cima dela, entre suas pernas e comecei a beijar seu pescoço. Sôfrega e bastante tentada, Miley roçava nossas intimidades provocantemente. O que causava baixos e roucos gemidos vindo de nós. Desci os meus beijos até os seus seios e os sugava desejosamente enquanto Miley chamava pelo meu nome não aguentando mais de excitação. Eu não parei por um bom tempo, aproveitando o seu gosto e a sua voz gemendo melodiosamente.
Sem resistir mais a tanto desejo, a penetrei sem nenhum aviso prévio. Miley gemeu mais alto jogando sua cabeça pra trás. Continuei com as minhas investidas, que ganhavam velocidade e força cada vez mais. Nossos gemidos altos se perdiam pela deserta praia a nossa volta. Imersa em prazer, ela arranhava minhas costas sem nenhuma delicadeza, e isso me deixava cada vez mais excitado. Era como se eu estivesse tentando apagar um fogo que apenas me consumia ainda mais. Introduzi com ainda mais força, provocando um grito vindo dela. Com o corpo tenso em excitação, ela chamava pelo meu nome cada vez mais até seus músculos relaxarem e chegar ao orgasmo. Eu continuei penetrando cada vez mais. Meus grunhidos e gemidos estavam só aumentando, dando sinal que já estava perto do meu ápice. Com meus olhos fechados de prazer, eu dei minhas ultimas investidas até chegar ao clímax e cair exausto sobre a minha garota.
Me joguei pro seu lado e fitei o céu enquanto arfava. Algumas gotas de suor em meu corpo misturaram-se com as gotas salgadas do mar. Meu coração ainda estava descompassado. Com a respiração também acelerada, Miley deitou sua cabeça em meu peito. Instantaneamente, envolvi seu corpo com o meu braço.
–Você fica tão sexy quando está perto do orgasmo. – ela comentou ainda abraçada a mim.
–O que? – eu perguntei abaixando o meu olhar para a Miles. Ela sorriu e levantou-se um pouco mais para ficar na altura de meu rosto.
–Seu lábios ficam entre abertos. – ela contornou minha boca suavemente com a ponta de seu dedo. – E franze um pouco a testa. – continuei a encarando surpreso pela sua observação. Ela soltou uma risada. – É sério, você fica lindo assim.
Eu ri. – Obrigado.
–De nada. – ela falou divertida.
–Eu te amo. – acariciei seu rosto.
–Eu também te amo. – ela falou depois que deitou sua cabeça de volta em meu peito.
Eu queria que aquela noite parasse no tempo, para que eu pudesse ficar assim pra sempre. Para que pudéssemos fazer amor até o fim dos tempos, ali naquela praia. Infelizmente sabia que era impossível meu desejo se realizar. O amanhã iria chegar e teríamos que sair daqui. Eu teria que encarar com as consequências, e voltar para o mundo real.
–Um dia ainda te levo embora daqui. – falei baixinho pra ela. E em resposta ela me deu um beijo nos lábios.

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