Nicholas Narrando
Logo quando entrei em meu quarto, joguei a mochila que antes estava em meu ombro na cama. Mal tinha começado a semana e já estava exausto. Se não bastasse ser segunda-feira eu tenho que estar no ultimo ano do colegial. Já estávamos quase nos formando, faltando apenas um mês. Então esses últimos dias estão sendo um pouco cansativos. Não sei como a Miley conseguiu voltar para os Estados Unidos e entrar no colégio quase na reta final e ainda estar disposta para estudar. Não duvido que ela passe com facilidade. Miles é muito inteligente. Talvez até já tenha passado com as suas notas dos antigos períodos.
Acordando de meus devaneios, me adiantei em tirar toda aquela roupa suada da Educação Física e fui direto para o chuveiro. Com certeza o que eu estou precisando é de uma boa chuveirada fria. Depois de tomar um demorado banho, me sequei e fui até meu armário e vesti uma cueca. Ainda incomodado com o meu cabelo pingando no rosto, busquei pela minha toalha de volta para secá-lo.
O meu celular começou a tocar dentro de minha mochila ao som de Paradise City insistentemente. Terminei de secar meu cabelo correndo. Joguei a toalha no cesto de roupa suja e atendi ao telefone.
-Alô? – perguntei.
-Oi, meu amor. Tudo bem? – a voz da Miley ressoou suavemente.
-Oi, Miles. – respondi animado – Você faltou de novo. Aconteceu alguma coisa?
-Não é nada. Apenas me esqueci de ativar o despertador. Isso que dá ficar com a cabeça em outro lugar. – ela riu do outro lado da linha.
-E que lugar é esse? – falei humoradamente com uma voz mandona.
- Qualquer um desde que esteja com você. –abri um sorriso.
-Dessa vez você passa. – me fingi de sério. Ela riu.
-Ah! Obrigada pelo buquê. As flores são lindas! Realmente são bem melhores do que rosas.
-Não tem de que. – ainda bem que deu certo. Nunca tinha presenteado alguma garota com flores. A não ser quando eu tinha sete anos e roubei flores da vizinha para entregar à garotinha que eu gostava. Entretanto, não acho que isso conta.
-E... Sabe, eu também não consigo tirar da cabeça aquela noite da praia.- mordi o lábio inferior quando todas aquelas cenas voltaram como um flash em minha memória.- E não precisava agradecer pelo apoio. É o mínimo que eu poderia fazer. – ela se referia ao que escrevi no cartão. – Eu te amo.
-Eu também te amo. – respondi com um sorriso meio abobalhado no rosto.
-Hum... Bom, voltando ao segundo motivo da ligação... Você pode depois me passar o que perdi hoje na aula? – ela mudou de assunto.
–Claro! Você quer que eu passe aí hoje ou que eu te entregue amanhã?
–Não sei. Depende de você. Mas quiser, pode vir hoje.
–Então está combinado. Mais tarde nos encontramos.
–Até mais tarde.
–Beijo.
Desliguei o celular e o deixei em cima do criado mudo. Terminei de me vestir e desci as escadas. Meu estomago estava desesperado por alguma coisa então fui até a cozinha à procura de qualquer comida. Quando cheguei ao local, Maria, uma das nossas empregadas, fazia a lista de compras.
–Oi! – cumprimentei enquanto abria a porta da geladeira. – Será que sobrou alguma coisa pra mim?
Ela sorriu simpaticamente e respondeu. – Se quiser eu faço um sanduiche para você.
–Não precisa. Você deve estar ocupada, deixa que eu mesmo faço. – falei vasculhando a geladeira. – Onde está a mostarda?
– Na segunda prateleira. – respondeu.
–Oh, na minha cara! – ela riu enquanto balançava a cabeça em reprovação. Peguei o frasco e depois busquei o resto dos ingredientes.
Preparei rapidamente o sanduiche. Logo após o meu lanche, fui até meu quarto para pegar a minha mochila e ir à casa da Miles. No caminho, avistei o Joe estranhamente quieto sentado no sofá. Parecia estar muito pensativo, preocupado com algo. O que será que aconteceu com meu irmão? Nunca foi de ficar muito sério. Até quando está de mal humor ele costuma usar ironia. Algo me dizia que alguma coisa muito séria o fez ficar assim. Desde ontem ele está meio calado e distante. Até a Christine percebeu. Aquela cena me intrigava. Eu tenho que saber o que está acontecendo.
–Que cara é essa, Joe? Você está esquisito assim desde ontem. – caminhei até ele e me sentei ao seu lado.
Joe virou-se para mim e forçou um sorriso. – Nada, não. Só estou um pouco cansado. Acho que estou pegando uma gripe... – logo depois arqueou as sobrancelhas para mim em surpresa. – Você se preocupando comigo? O que fizeram com o pirralho do meu irmão? – sorri com a sua brincadeira, porém sabia que ele estava tentando desviar do assunto. Para quem que adora falar sobre si mesmo, me deixou até assustado não querer falar sobre o que o incomoda.
–O que fizeram com você? – frisei bem a palavra você. – Você está nesse estado desde ontem e nem adianta mentir que eu sei que alguma coisa ou alguém te provocou isso. Então desembucha. Não precisa ter medo de contar. Vamos, sempre soube que você era meio gay, mesmo. – zombei tentando quebrar um pouco da seriedade da conversa. Ele riu e me deu um soco fraco no braço.
–Fica tranquilo porque não vou roubar seu título de princesinha da casa. – ele entrou brevemente na brincadeira e depois balançou a cabeça. – Só foram alguns problemas com uma mulher. Só isso.
Descrente, cruzei os braços e o encarei. – Você, o maior pegador de LA, com problemas com mulher? – perguntei sarcástico. Não entendia o porquê de ele querer esconder de mim algo que o afetava tanto. Desistindo da insistência, suspirei derrotado. – Tudo bem, se não quiser contar, problema é seu. Quando decidir falar a verdade, me procura. – levantei-me do sofá um pouco decepcionado por continuar por fora das coisas. Subi para o meu quarto para buscar minha mochila.
Joe Narrando
Sinceramente, quanto mais penso, mais confuso fico. Não tenho ideia do que fazer. Inicialmente, pensei em denunciá-la para polícia. Mas infelizmente, não tenho prova nenhuma contra ela. Uma notícia na internet não significa nada se eu quiser pôr alguém por trás das grades. Penso constantemente em contar logo para o Nick. Eu não estou mais suportando saber que ele está sendo enganado e manipulado por uma cobra como a Miley. Porém, tenho medo que ele perca a cabeça e faça alguma besteira antes da hora certa. Já até tive vontade de ir até ela e abrir o jogo. Com certeza isso seria um ato suicida.
A partir de então, comecei a planejar algum tipo de armadilha contra Miley. Mesmo assim, não me veio nada. O que faria eu sozinho contra uma experiente golpista e seus capangas?
Então seria isso? Eu esperaria silenciosamente ela nos manipular, nos roubar e nos matar?
Meus perturbados pensamentos, foram interrompidos pelo meu irmão caçula sentado ao meu lado. Nick me perguntou preocupadamente o que estava havendo. Pelo meu estado, era obvio que uma hora ou outra, alguém perceberia. Tentei negar e até inventar desculpas, mas não consegui convencê-lo. Desconfiado, Nicholas desistiu de sua tentativa e subiu para seu quarto.
Fechei os olhos e suspirei pesadamente. Nunca me senti tão culpado quanto agora. Eu o traí com sua namorada. E o pior é que só me senti mal porque acabei de descobrir que a Miley é uma assassina. Ótimo. Eu também o enganei.
Já basta o medo tomando conta de mim, não posso mais carregar um sentimento de culpa por estar mentindo para o meu irmão. Seus olhos decepcionados pela minha falta de confiança voltaram em minha memória. Ele já estava sabendo que algo de errado está acontecendo. Por que teimar em escondê-lo? Está decidido. Independente do que acontecer, eu vou abrir seus olhos e mostrar tudo o que está acontecendo conosco. O que mais me preocupa é que eu não sei como será sua reação.
Na maioria das vezes Nicholas é até calmo e paciente. Mas quando algo realmente o irrita, ele perde a cabeça. Nervoso, mordi meus lábios tentando achar alguma saída, porém não há outra a não ser contar toda a verdade para o maior enganado, meu irmão.
Com pouca vontade, levantei-me do sofá e subi até seu quarto tentando achar as palavras certas para informar o Nick. O que eu diria? “Nick, a verdade é que a sua namorada é uma assassina e te trai com ela, mas depois que descobri o perigo que corremos eu preciso da sua ajuda” ? Ok, não tenho muitas opções. Então que seja assim! Que seja de qualquer jeito. Já está ficando tarde para ele descobrir sobre a Miley.
Engoli em seco em frente a seu quarto e bati hesitantemente a porta.
–Pode entrar! – sua voz ecoou de dentro do cômodo.
Abri a porta e entrei no quarto. – Nick, acho que precisamos ter uma conversa. E é muito sério. – informei.
Seu semblante que antes estava tranquilo adotou traços de preocupação quando ouviu minhas palavras.
–Então... Fala logo. – falou inseguro enterrando suas mãos nos bolsos.
Tentei buscar formas menos desagradáveis para informá-lo, mas era difícil. – Você já teve medo de não sei... Alguém se aproximar de você só por causa da fortuna do papai?
–O que? – ele perguntou não entendendo nada. – Joe, onde você quer chegar com isso?
–Eu vou tentar ser direto. Pode aparecer até meio louco, mas tudo o que vou te dizer é verdade. – ele balançou a cabeça em afirmação para eu prosseguir. – A Miley não é como você imagina. Quer dizer, eu descobri algumas coisas sobre ela. – falei
–A Miley? Que tipo de coisas? – ele perguntou um pouco confuso. – Tipo fotos pornográficas com antigos namorados na internet? – ele soltou uma risadinha.
–Nicholas, eu to falando sério! Será que não dá pra perceber que não é uma brincadeirinha? Estou falando sobre coisas que ninguém nunca imaginaria de alguém como ela. Coisas perigosas... – falei enquanto fechava a porta para ninguém escutar nossa conversa. – É melhor você sentar aí e escutar. – apontei para sua cama.
–Eu não quero sentar. Estou bem assim. – ele cruzou os braços na frente de seu peito - Anda logo com isso porque está começando a me assustar de verdade.
–A Miley é uma golpista. – soltei finalmente a frase que me engasgava. – Ela não está com você por amor, Nick. Ela é uma dissimulada. Uma vigarista! Miley está interessada no nosso dinheiro.
–O que? Joe, você por acaso está enlouque... – ele contrariou, mas logo foi interrompido por mim.
–Eu vi com meus próprios olhos ela tentando abrir o cofre do papai no escritório de madrugada. Você estava dormindo então não desconfiou de nada. – eu me aproximei dele. – Mas eu vi! – afirmei com toda a certeza do mundo.
–Como você pode ter tanta certeza se na noite em que ela dormiu aqui você estava bêbado? – debateu Nick já um pouco irritado com a “falsa acusação contra sua querida namorada”. – A Miles nunca faria uma coisa dessas comigo.
–Se você não acredita em mim, acho melhor ver uma coisa... – liguei seu notebook rapidamente e entrei no endereço do site em que li a reportagem e o site da escola em Londres em que ela estudou.
Nicholas lançou um hesitante olhar para mim e voltou-se ao seu computador. – O que é? – perguntou.
Primeiro abri a página do colégio britânico com seu registro. Apontei para foto em que ela se encontrava. – Está reconhecendo? – perguntei.
–Claro que sim. É a Miley, mas o que isso tem demais? Ela já havia me contado que morou por um tempo em Londres. – respondeu inocentemente ainda não entendendo onde quero chegar.
–Tem certeza que é a Miley? Porque aqui está registrado como Rutie Morgan. – destaquei o seu nome ao lado da foto para que ele pudesse ver com clareza. – A sua namoradinha tem outro nome e você nem sabe. Ela já te contou sobre isso?
Nicholas balançou a sua cabeça negativamente ainda firme na defesa daquela biscate. –Só por causa disso, Joe? Fala sério! Isso deve ser um erro no sistema do site. Pare de teimar que ela é uma aproveitadora. Só porque você não gosta dela não quer dizer que pode ficar a acusando de um absurdo desses. – ele contestou seguro de si. Era só o que me faltava. Agora eu que sou o malvado e mentiroso da história enquanto a desgraçada da Miley é terminantemente defendida pelo meu irmão.
–Nós não somos suas primeiras vítimas. – com a impaciência começando a tomar conta de mim, abri a página da notícia sobre a “ladra de corações”. - Ela já aprontou com muitos caras como nós na Europa. Por que você não lê e tira suas próprias conclusões? – apontei para o notebook. – Leia isto! – gritei indignado com a cega confiança que o Nicholas tem em Miley. – Quero ver se lendo uma notícia dessas, você continua defendendo seu grande amor. – falei sarcástico.
Ele sentou-se de frente para o notebook e começou a ler. Em alguns segundos de leitura, o esperado efeito de “despertar” funcionou. Pelas suas feições, ele parecia estar aterrorizado. Deve ser um choque descobrir algo tão inesperado de uma pessoa em que confia. Inicialmente, piscou várias vezes desacreditado no que tinha acabado de ler. Mas logo depois, Nicholas levantou-se bruscamente da sua cadeira e fechou o computador com força. Passou os dedos entre os cabelos atordoado.
–Não, isso é invenção. Não pode ser. – Nick murmurava incessantemente balançando a cabeça desnorteadamente. Seus olhos não transpareciam mais tanta confiança quanto antes. Pelo contrário. Eles mostravam a sua perturbação com chocante notícia. – Miley não é uma assassina! – ele berrou para mim, fora de si.
Para que tanta insistência? Será que a verdade não está escancarada na sua cara? Não aguentando mais a descrença do meu irmão mais novo, retruquei em um mesmo tom de voz. – Você ainda não acredita? Então tá. Se quiser, eu tenho mais uma prova pra você. E sabe o que é? Além de oportunista, a sua namoradinha é uma vagabunda. Para eu não contar o que sei sobre ela, Miley transou comigo sem nenhuma vergonha na cara. Está satisfeito agora?
Dessa vez, Nick não teve nenhuma reação. Atônito, continuou parado no mesmo lugar em que estava. Ele sabe que eu nunca mentiria uma coisa dessas pra ele. Eu nunca o contaria algo contra eu mesmo a não ser que seja verdade. As minhas últimas palavras foram como um raio ao o atingir.
–Ela te traiu comigo. – eu silabei lentamente. – Será que dá para ter uma noção do que ela é capaz agora?
–Miley me traiu com meu próprio irmão, tentou roubar a minha família, ela é uma assassina. – balbuciou amargo tentando digerir tudo o que tinha acabado de descobrir. – Tudo isso é mesmo verdade, Joe? – me perguntou entristecido. Ele semicerrou seus olhos levemente marejados para mim.
–É a mais pura verdade. Eu precisava contar isso para você. Eu sei que errei quando me deitei com ela, mas eu estou arrependido.
–Ah, agora você está arrependido, não é? – ele soltou uma forçada risada. –Depois de descobrir que ela poderia te afetar também. – ele apontou para mim com um sorriso carregado de ironia, mas seus olhos ainda estavam tristes. – Agora quer dar um de herói? Você não passa de um covarde filho da puta! – cuspiu as palavras cheias de ódio.
–Eu fui mesmo um desgraçado com você. Mas não é hora de ficarmos um contra o outro. Temos que nos unir contra a Miley!
Inquieto ele olhava para todos os lados menos para mim. Suas mãos fechadas em punho demonstravam o quão raivoso estava.
–Não só você, como eu, nosso pai e a Christine estamos correndo risco de vida com essa bandida infiltrada entre nós. Como ela fez com todas aquelas outras famílias que você leu, ela pretende roubar nosso dinheiro e nos matar. Ela é traiçoeira. Temos que ter muito cuidado a partir de agora. – falei enquanto aparentemente Nicholas me ignorava. – Nicholas você está me ouvindo? – berrei.
Meu irmão tomado pelo ódio, me empurrou para o lado, me tirando de seu caminho. Abriu a porta sem nenhuma delicadeza e encaminhou-se até a escada. O que ele vai fazer? Droga, ele não pode fazer nenhuma besteira! Recuperei o meu equilíbrio, corri até o vasto corredor e vociferei.
–Mas que merda você vai fazer? Volta aqui!
Sem nem mesmo direcionar seus olhos a mim, respondeu. – Eu vou confirmar as provas contra ela com os meus próprios olhos. Eu preciso disso. – Então ele correu até a porta de saída antes que eu o alcançasse e saiu da casa velozmente.
Xinguei desesperadamente com as mãos levadas a cabeça. Que loucura Nick fará agora? Meu irmão está cego de ódio, pode fazer qualquer estupidez. Nem quero imaginar as consequências desse ato impensado.
Miley Narrando
Como o esperado, os sons da campainha invadiu a casa. Eu já estava à espera do Nicholas para receber a matéria perdida. Mal posso esperar para acabar com essa palhaçada de vida de estudante. Graças a Deus, as férias de verão estão chegando e vou conseguir me livrar daquela praga que chamam de escola.
Me encarei no espelho da sala para checar o meu estado e ajeitei um pouco o meu cabelo. Impacientemente, a visita (supostamente Nicholas) insistiu mais uma vez. Ouvi a voz do meu tio gritar do seu quarto para atender logo a porcaria da porta e me apressei em abri-la. Como o esperado, Nick estava a minha porta. Na mesma hora abri um simpático sorriso para recebê-lo.
-Oi amor. Entra. – falei depois que dei um rápido selinho em seus lábios. Estranhamente, ele não retribuiu nem ao sorriso e muito menos ao beijo. Ainda meio esquisito, entrou na casa e esperou eu fechar a porta. – Ué, porque você não trouxe o material que te pedi? Nick, você está tão estranho... Aconteceu alguma coisa de errado?
-Você que me diz. Tem alguma coisa de errado? – ele me respondeu cortante. Será que ele brigou com o pai de novo? – Que eu saiba, não há nada de errado comigo. Se tiver algum problema por aqui, deve ser com você. – ele cruzou os braços. Seus lábios contraídos em raiva e sua expressão facial fechada não transmitiam nem um pouco daquela simpatia e doçura que estou acostumada. Isso me fez estremecer de medo e desconfiança. O pior me veio à cabeça, mas tentei ser positiva.
-Não estou entendendo nada do que você está falando. – falei num tom de voz suave e com um olhar doce tentando transmitir o máximo de inocência possível.
-Deixa de ser falsa e admite! Eu já descobri tudo.– ele gritou em alto e bom som, sem nem um pingo de receio. –Eu sei tudo sobre você, sua vadia!
E é a partir daí que vejo todo meu plano se esvair pelas minhas mãos.
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